sábado, 29 de outubro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 03 -

- PRAIAS -
- 03 -
AS PRAIAS
O calor já de quase 40º graus e o Sol de tamanho acaso era esse o fervilhar na pele do corpo de cada uma das pessoas que estavam naquela praia a tomar banho de mar ou deitar na areia a beira-mar para queimar o seu próprio corpo, indiferente ao acaso. Gente muita a cativar o Sol enquanto que outros moradores ou não puxavam para fora da água salgada uma rede de arrasto colhendo o fruto do gigante Oceano para saciar sua fome ou a fome de alguém com um peixe vivo de tamanho diverso cujo um nome mais ainda estranho parecendo denominação de exótico do mar bravio. Gente de velhos tempos ouvia falar que ali moravam os piratas indecentes a devorar as simples mulheres de outros cantos do mar assustador e inconsequente. Um mar revoltoso a viver nas remotas caminhadas do seu paraíso natural. Seguindo em frente, Othon viu bem um restaurante-bar com um nome típico de “Aconchego” onde fervilhavam dezenas de consumidores entre homens, jovens, mulheres, crianças, saboreando os pratos peculiares da época, entre lagostas e peixes assados ao sabor de todos e qualquer um. O homem estacionou seu carro em uma parte distante do afastado “Aconchego” e convidou a mulher a acompanha-lo. Tudo era diferente aos olhos de Norma. Entre pedras, areias e mar estavam os mais afoitos mergulhadores a se deleitar a qualquer preço entre dunas e oceano.
Norma
--- Incrível! - - declarou ao ver o Oceano
Othon
--- É belo mesmo. Quanta gente já passou por aqui! Isso é o que eu indago! - - falou
Norma
--- O mar, o mar, o mar! - - declarou em êxtase
Othon
--- O mar no céu de verão confunde suas brancas nuvens com os anjos tão puros. - - sorriu
Norma
--- Veja! Perto daqui as lagostas. - -declarou
Othon
--- O mar é uma canção de amor. - - disse mais
Norma
--- Eu sei que esse mar acalenta meu coração para toda vida! - - os olhos marejaram.
Logo em seguida, o casal procurou uma mesa e, de imediato, um garçom se acercou a indagar o que o podia servir tão de repente. Peixe era o mais pedido. Porém, Othon resolveu pedir lagosta, prato sublime para ambos naquele bar tão solitário nos dias de semana. A jovem moça fez cara de desentendia, porque nunca pudera abocanhar uma fruta daquelas. E, naquela ocasião, ela resolveu calar de vez pois o crustáceo só tinha caroço nas costas. Norma observou com prudência se alguém por ali estava comendo as deliciosas lagostas para ver como se tratava aquele crustáceo. Após a busca nada de crustáceo pode ver. Ninguém por lá, estava engolindo as deliciosas lagostas.
Norma
--- Não enxergo! - - falou com a cabeça em volta
Othon
--- O que dissestes? - - indagou
Norma
--- Lagostas! - - respondeu em troca
Uma festa de aniversário de casamento havia de se comemorar naquele instante supremo no Bar “Aconchego”. Era festejado por um casal os seus 25 anos de casamento e toda turma sentada ou em pé em uma mesa no meio da sala aclamava com seus vivas a festança. Gritos e aplauso ao sinal do meio-dia quando o casal de quase velhos agradecia a soberba comemoração por estar dispostos ao acontecimento. Então, naquele local surgiu uma memorável lagosta, caso raro de aparecer em dias comuns. Lagosta é um dos maiores animais da família dos crustáceos. Comer lagosta, naquele local, era servida na própria casca. As patas eram pegas com a mão esquerda. A carne era separada da casca com ajuda de uma pinça. Um garçom era o homem de saber tudo da lagosta. E, por isso, ele preparava o crustáceo com fino requinte. Vinho branco seco acompanhado de molho de tomate, batata e margarina. Estava servida a mesa com o melhor alinho. Adultos e crianças cantavam seus parabéns. Era gente de outro país. Itália. E todos gargalhavam enfim cantando cações de mero tempo. E todos brindaram os idosos casais que se ajuntaram para desejar felicidade perna ao casal cantando Domenico Modugno. A festa se prolongou pela tarde toda. O nosso par entrou na festa também porque todos são amores.
De volta ao apartamento, o casal ainda comentava a festa que nunca esperavam ter. Na sala de música o homem colocou um DVD de Beethoven. A 5º Sinfonia completa desde o início com seus toques magistrais. De longe ouvia-se alguém a cantar La Traviata, Ópera de Verdi. De imediato, Othon parou o seu DVD. E passou a ouvir, ao longe, quem estava cantando La Traviata com voz sublime. A dama cantou com voz singela aquela peça chega o homem tremeu de emoção. Nunca ouvira tal soprano a residir das redondezas. Não era nenhum DVD aquele canto. Enquanto Norma servia a sopa, o homem escutava com ternura, La Traviata até o seu final.
Othon
--- Belo. Belo. Belo. Magnífico! Que voz! - - comentou a Norma
Norma
--- Não é o Rádio? - - indagou
Othon
--- Rádio! Não. Creio que não. Um soprado de verdade. Tem ópera a se apresentar do Teatro? - - quis saber
Norma
--- Como disse? Sei lá! Ópera? Que nome! - - lamentou a moça
Segunda-feira. Dia comum. Othon fez o seu desjejum e logo saiu. Ele foi direto para o trabalho na Receita Federal, bairro da Ribeira. Um trabalho extenuante que fazia quase que diariamente. Na hora do almoço partia para seu apartamento acreditado nas mãos de Norma estando bem melhor que há duas semanas. Ao chegar, ele ouviu da moça um recado.
Norma
--- Um senhor esteve aqui e deixou esse bilhete. - -
Othon
--- Quem é ele? Ah. Sei. Assis. O bilhete! Mas é um convite! Dois ingressos! Teatro. Bom! Vamos ver! Convite para a apresentação da peça La Traviata. Interessante. - - comentou
Norma
--- Quarta-feira, ele falou! - - comentou
Othon
--- Quarta-feira! Quer dizer: vamos? - - sorriu pleno
Norma
--- Eu? Com que roupa? - - acanhada
Othon
--- Vestido da moda! É só buscar um vestido desses. Ora! - -
Norma
--- Como? - - alertou
Othon
--- Vamos à loja de artigos finos. - - respondeu alegre
Norma
--- E o dinheiro? - - quis saber
Othon
--- Ora! Isso de ajeita! Logo à tarde. Prepare-se. É agora. Noite de gala. Você e eu! - - gargalhou
Norma
--- Tem outras coisas! Meias, pintura, adereços. - -
Othon
--- Isso se ajeita. O negócio é o combinado! - - falou sorrindo
Norma
--- O combinado! T’á se vendo! Combinado! Pura merda! - -
O homem sorriu.

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