sábado, 31 de outubro de 2015

O ALÉM - 06 -

O ALÉM
- 06 -
HUMANIDADE -
Dias se passaram para Joelma. Ela era ciosa de tudo o que estava estudando. E não terminava tão cedo porque a verdadeira história da humanidade ainda nem começara. A cada instante novas descobertas. A cada nova descoberta uma nova história. Algo mais delirante do mais além. Muito mais além. A humanidade jamais teria fim. Tudo porque era essa a razão da história. Com mais de um universo, Joelma já sabia que havia o Multiverso. E o espaço se continua a se expandir. Mas, muito mais devagar. E as vezes, galáxias, estrelas e planetas são formados como se pode ver, hoje, em nosso Universo.
Enquanto isso, fora dos novos Universos surgidos a algum tempo o resto do espaço ainda está cheio de energia que não foi liberada. E ainda está expandindo em uma velocidade enorme. Mais espaço em expansão significa mais lugares que energia pode ser liberada em outros Universos. Isso significa que esse processo pode continuar para sempre. Em outras palavras, quando se fala em expansão eterna novos Universos são criados de forma infinita, criando o Multiverso.
Joelma
--- Incrível! Quanto mais eu vivo, mais aprendo. A inflação dura mais em alguns do que em outros Universos.
O problema com o conceito de multiverso era o de haver meios de detecta-lo. E ao se falar de coisas que não se pode observar, não é ciência. Mas, os estudos sobre a inflação eterna de forma independente por outros cientistas. Se as equações da inflação eterna eram a única pista para o Multiverso, o assunto seria então encerrado. Mas a questão do multiverso ganhou o apoio inesperado de duas áreas da ciência completamente diferentes. Uma delas era a chamada Teoria das Cordas criada para explicar como o Universo funciona nas menores escalas. A outra, foi uma descoberta impressionante feita por astrônomos que exploravam o Universo nas maiores escalas. Uma descoberta que é totalmente misteriosa se só existe um Universo. Mas se estamos falando de um Multiverso, a coisa muda de figura. Ela tem a ver com a expansão do Universo. E é fácil de se explicar. Os astrônomos sabiam que o Universo estava expandindo. E assumiram que a expansão desacelerai por força gravitacional das estrelas e galáxias. Mas quando eles fizeram as medições descobriram algo impressionante. Algo que balançou a estrutura da física. A expansão não está desacelerando. Ela está acelerando. Os astrônomos chegaram a conclusão acerca do Universo. Algum tipo de energia no espaço deve estar afastando as galáxias, uma das outras.
Joelma
--- E agora? - - perguntou surpresa
Alguém
--- Continue a estudar. - - declarou uma voz
Joelma
--- Quem fala? Ah! Já sei. Não responde. - - falou ríspida.
Como não vemos essa energia, os astrônomos chamaram de Energia Escura. Essa é uma das descobertas mais importantes na área da ciência. Descobrir que essa Energia Escura está afastando todas as galáxias do nosso Universo já foi um choque. Mas a força dessa Energia é surpreendente. Por mais de uma década os cientistas não souberam explicar porque existe uma força tão peculiar num espaço vazio. Mas o mistério fica muito mais fácil de desvendar se formos parte de um Multiverso muito maior. A ideia de que o espaço contém qualquer energia parece estranha. Mas, nossa teria sobre coisas muito pequenas como moléculas de átomos, a teoria chamada de Mecânica Quântica, diz que existe muita atividade num nível microscópico e toda essa atividade pode contribuir numa energia no espaço.
E de acordo com a matemática, a quantidade de energia gerada com a atividade microscópica é enorme. O problema é que, quando os astrônomos mediram a quantidade de energia que existe eles chegaram a um ponto decimal seguido de 122 zeros e depois apenas 1. Isso é uma discrepância colossal. A força exata da gravidade repulsiva tem implicações para todos nós. Se realmente vivemos em um Multiverso a Energia Escura pode não ser tao misteriosa no final das contas. Na verdade, se formos parte de um Multiverso, a quantidade de Energia Escura que sentimos pode fazer total sentido.
Joelma
--- Se não existe como eu posso ouvir alguém que está bem perto de mim e eu não o vejo? Que mistério é esse? Milhões de seres passam por mim todas as horas, minutos e segundos. E eu não os vejo. Com isso se pode acontecer?  - - a moça entrou em dúvidas.
Se alguém vai a um Hotel e pede uma reserva, ele recebe um cartão. É como se pode solucionar o Multiverso uns quebra cabeças e o número do seu quarto é 10 milhões e 1. Isso pode ser um número estranho para um quarto. Pegar um quarto assim seria surpreendente assim como o valor da Energia Escura no nosso Universo. Mas a verdade é que, se o hotel tivesse um número imenso de quartos, então um quarto com esse número não seria nenhuma surpresa. Se somos parte de um Multiverso com enorme número de Universos, cada um com uma quantidade de Energia Escura diferente e de se esperar que um deles possa ter um número com valores tão pequenos como o que encontramos. Universos como menos energia escura simplesmente implodiriam.
Joelma
--- Céus! E se fosse projetada para um desses Universos? Não quero nem pensar! - -
E Universo com muito mais Energia Escura explodiriam tão rápido que a matéria nunca teria chance parasse aglutinar e formar estrelas e galáxias. Então, se somos parte do Multiverso, o mistério de Energia Escura deixa de ser misterioso. Mas ainda há uma peça do quebra cabeça faltando. Como sabemos se há diversidades suficientes dentro do Multiverso para que cada montante de energia escura possa ser encontrado em algum lugar? A resposta viria de uma área completamente diferente da Física. A história inovadora que surgiu do estudo do Universo na menor escala. Sabemos que dentro dos átomos existem pedaços de matéria ainda menores: os prótons de átomos que são compostos por partículas ainda menores chamadas de quiosques. Os físicos perceberam que esse pode não ser o fim da linha. As partículas subatômicas podem ser compostas por minúsculos filamentos ou anéis vibrantes de energia chamadas de Cordas. Esse conjunto de ideias tem o nome de Teoria das Cordas e afirma que tudo que existe é composto por esse tubo de ingredientes.
Assim como uma corda de violoncelo pode produzir várias notas diferentes dependendo de como vibra, as Cordas podem produzir propriedades diferentes dependendo de como vibram, criando muito tipos de partículas. Dessa teoria veio uma elegância simplicidade: uma única expressão geral capaz de explicar tudo que vemos no nosso redor. Entretanto, para que essa linda teoria funcionasse, havia um problema: a matemática da Teoria das Cordas precisava de algo que desafiasse o censo comum. Uma categoria que abrisse as portas para a teoria do Multiverso.
Joelma
--- Isso não pode! Mais uma teoria? - -
Alguém
--- É simplesmente teoria. Conhecimento hipotético. - -
Joelma
--- Já vem você de novo? - - a virgem fez um beiço
Alguem
--- Outras dimensões do espaço. - -  e calou.
Todos nós estamos acostumados com três dimensões do espaço: altura, largura e profundidade. Mas os cálculos da teoria das Cordas dizem que essas não são as únicas dimensões. A matemática só funciona se as Cordas e vibrarem nas três dimensões que se conhece. Mas, em outras seis. Nove no total. Se a teoria das Cordas está certa, onde estão essas outras dimensões? Pense num cabo que sustenta um semáforo. De longe, parece uma linha unidimensional. Mas se o seu tamanho fosse diminuído a de uma formiga você descobriria uma dimensão circular que se enrola em volta do cabo.  A Teoria das Cordas afirma que, se pudéssemos ser diminuídos a um tamanho bilhões de vezes menor que o da formiga, encontraríamos outras minúsculas dimensões como essa enrolada em volta de tudo, no Universo.
Joelma
--- Eu ser menor que uma formiga? - - supões
Alguém
--- Em cada ponto do espaço existem outras dimensões do espaço enroladas em pequenos nós que não podemos ver porque são muito pequenos. - -
A moça olhou para o espaço em volta e não viu ninguém. E não deu bolas.
As formas dessas outras dimensões determinam as características fundamentais do nosso Universo. Do mesmo jeito que as correntes de ar de um instrumento de sopro tem padrões determinadas pela forma do instrumento, a forma das outras dimensões determina como as pequenas cordas vibram. Os padrões de vibração determinam as propriedades das partículas. Assim, as características fundamentais do nosso Universo podem ser determinadas pelas formas das outras dimensões. O problema era que como mais determinava os estudos dos padrões prosseguiam, mais ainda havia quais as outras dimensões podiam se enrolar.  O número parecia ser astronômico. Alguns artigos publicados seriam de 10 elevado a 500 ou seja; 10 seguidos de 500 zeros.
Joelma
--- Eureca! E quando dá? - -  

O ALÉM - 05 -

BIG BANG
- 05 -
CONHECER -
Após a visita a velha senhora Donana, a jovem moça Joelma voltou para a sua casa, com o espirito repousado sabendo que nada de mais ocorria daquele instante em diante. Ela ficou entusiasmada ao saber ter seus ímpetos mais acurados e não seria necessário temer. Ela, também, poia-se dizer: era uma espírita em potencial. Porém não uma espírita curandeira das que muitas existem. Então, continuaria a ler a brochura caídas em um dia nos batentes da Igreja de São João. Esse era conduzido por um desconhecido no tempo. Por isso, estudar o sistema do futuro era por demais interessante. Conhecer o ignoto, o ignorado, o desconhecido. A ideia de Multiverso é tão semelhante que não se pode negar. Um eu viver em mais de um mundo. Um ser vir para o outro lado de onde estava em um mundo além. Isso seria bem semelhante ao meu outro eu, para não falar em igual. Vai depender de uma nova perspectiva do Universo. Agora, o Multiverso é real não importa em não se acreditar. Várias descobertas impressionantes sugerem que somos parte de um Multiverso.
Joelma                                                                                               
--- Mas, é a pura verdade! Quando lembro de alguém que não existe, eu estou lembrando de alguém que existe de verdade. Posso eu estar aqui e a pessoa estar em outro Universo. Vejamos então. Bilhões de Universos perambulam pelo o mundo. O extra mundo. E em tais sistemas eu também estou. Incrível! Esse velho que me pediu água é um deles! - -
Alguém:
--- Você não morre! Apenas se transfere! - - sorriu o ente
Joelma
--- Quem falou? - - perguntou assustada.
Alguém
--- Eu. Talvez você não me possa ver. Eu estou em um mundo paralelo ao seu. - - sorriu.
Joelma
--- Mas você pode me ver? - -
Alguém
--- Sim. Mas apenas por alguns segundos - -
Joelma
--- Isso é um trote? - - indagou
E não houve resposta.
Várias descobertas impressionantes sugerem que somos parte de um Multiverso. A primeira dessas descobertas tem a ver com a teoria bem aceita sobre a origem do Universo: o Big Bang. De acordo com essa teoria nosso Universo começou a uns 14 bilhões de anos com uma explosão muito violenta. Ao longo de bilhões de anos o Universo esfriou e se aglutinou permitindo a formação de estrelas, planetas e galáxias. Com o resultado dessa explosão, o Universo continua expandindo até hoje.

Mas, se pudéssemos passar a história do Universo ao contrário, até o começo de tudo, veríamos que a teoria do Big Bang não diz nada o que arremessou tudo para fora. O que causou a grande explosão ou o Big Bang. Nada se sabe o que explodiu ou o que causou essa explosão. Então? Qual foi o combustível dessa explosão violenta? Que força pode ter de arremessar tudo para fora? A busca por essas respostas colocou os cientistas cara a cara com o Multiverso. O trabalho colocou a ideia para se criar as bases do Multiverso e como as partículas se formaram em todo o Universo ou a sua taxa de expansão.
Joelma parou por um instante para averiguar essa centelha da Criação. E indagou a si mesma que seria de um Deus a fazer tudo. O Deus da Criação não faria uma coisa como essa. Haveria grandes destruições a qualquer tempo.
Joelma
--- Isso é loucura! Que Deus era esse? - - indagou a moça alarmada!
E desde então, do jeito que se podia fazer, descobriu-se no início do Universo que a gravidade podia atuar ao contrário. Ao invés de se aproximar o objeto, essa gravidade repulsiva afastaria tudo de si, causando a grande expansão. Isso, enfim, era muito importante. Ao se descobrir essa gravidade repulsiva se lançou luz sobre o verdadeiro início da criação do Universo. Descrita de uma forma matemática essa força era tão poderosa que poderia pegar um espaço tao pequeno como de uma molécula para o tamanho da Via Láctea em menos de um bilionésimo de um bilionésimo de um piscar de olhos.
Joelma
--- Não disse! Isso é loucura! – - comentou extasiada.
E então a moça correu para o espelho da sala para ver o seu olhar por várias vezes. Logo após voltou ao seu assento e releu toda a matéria com muita calma.
Joelma
--- Vejamos! Onde eu estava? Aqui! - - falou com emoção.
Depois dessa curta explosão para fora o espaço continuaria a expandir. Mais devagar e esfriaria, permitindo que estrelas e galáxias se formassem. Esse estudo foi chamado de “inflação”, pois se acreditava que o Universo foi possível se expandir. A poderosa gravidade repulsiva da inflação era o início do seu começo, ou seja, o big do big Bang. Os cientistas perceberam que, se a teoria estivesse correta, eles deveriam encontrar evidencias no Céu noturno. Imagine que fosse possível apagar o Sol e remove todas as estrelas. E se os nossos olhos pudessem remover toda a energia que ainda restava, veríamos uma luminosidade morna em todo o Universo. Esse mar de radiação é chamado de radiação cósmica de fundo.
Joelma
--- Notável! E por que os professores não ensinam isso? - - indagou perplexa
A teoria previa que a violenta de espaço deixaria uma marca nessa irradiação. Essas impressões digitais formariam um padrão preciso de impressões de temperatura, pedaços um pouco mais frios, outros um pouco mais quente. Mas era necessário se esperar mais 10 anos que a ciência fosse bastante para enfrentar essa previsão. Em 1989 a NASA projetou um satélite conhecido como Explorador do Fundo Cósmico seguido de um segundo satélite, em 2001, colocando a inflação à prova. As missões mediram a radiação com tremenda precisão.  E os resultados foram impressionantes. A variações de temperatura encontradas do Cosmos eram idênticas a da teoria da “inflação”. O satélite descobriu o que a matemática da inflação tinha previsto. Isso foi muito convincente.
O trabalho foi compreensível para identificar a origem do Universo. Logo após, duas descobertas foram mais impressionantes. Nosso Universo não está sozinho. O fim da inflação não acaba em todos os lugares ao mesmo tempo. Ela está acontecendo em algum lugar do espaço. Nesse cenário o Big Bang não é um evento único que aconteceu. Várias explosões aconteceram antes da nossa e inúmeras outras acontecerão no futuro. Era um cenário impressionante e inesperado de qual a inflação pararia em algumas regiões. Mas continuaria em outros lugares. Novas explosões estão sempre acontecendo. Novos Universos estão sempre nascendo criando um Multiverso em eterna expansão.
Joelma
--- Cruzes! Então não haverá o fim do mundo? Isso quer dizer que ninguém morre na verdade!
Alguém
--- Não se morre nunca. Quando se acaba em um lugar, essa pessoa não termin. Ela está em outro lugar. Não raro bem próximo de si mesmo. Por tanto, ele não está morto porque não se morre em definitivo. - -
Joelma
--- Quem é você? - - indagou assustada.
Alguém
--- Eu sou o seu vizinho. Eu estou bem a seu lado. - -
Joelma
--- Mas eu não te vejo! - -
Alguém
--- Só se enxerga aquilo que se quer vê. Se você quiser me vê, então você verá. - -
Joelma
--- Como? Dê-me um exemplo. - -
E a voz não respondeu.
Joelma
--- Agora deu. Ele não fala mais!!! - - reclamou desesperada.
Esses processos de inflação podem não acabar nunca. Esse processo pode acontecer repedidas vezes gerando um Universo atrás do outro. Afinal; isso era uma revolução da ciência ou uma teoria cheia de furos? A ideia ficou sendo conhecida como inflação eterna. O que se quer dizer é ser o Universo como um queijo suíço, cheio de furos a se expandir a enorme velocidade com centenas de energia como velocidade estática. E bem a frente toda energia é transformada em matéria.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O ALÉM - 04 -


UNIVERSO
- 04 -
SEGUINTE -
No dia seguinte, Joelma estava sozinha em sua casa, lendo o livro que encontrou perdido no chão um pouco abaixo da Igreja de São João, em Montanhas, sempre abismada com o relato aludido pelo autor da brochura. O assunto era inquietante e talvez, pouca gente conhecera esses domínios do Céu, como estava escrito. De momento, quando a moça lia e relia a matéria, alguém bateu à porta de pequena casa que a moça habitava. Seus pais tinham saído para o trabalho. O irmão mais moço estava na escola e o irmão do meio também havia saído para algum lugar. Ela estava apenas só e mais ninguém. Tao logo alguém bateu a porta – na verdade era uma janela – Joelma se levantou e foi ver que era que estava chamando. Ao chegar a janela, encontrou um ancião sem chapéu na cabeça, mas com esse chapéu nas mãos, uma camisa um pouco desgastada e nada mais. As calças, ela não tinha a possibilidade de ver, pois o velho estava encoberto pela parede de baixo. Mesmo assim, podia ver as mãos do homem. Eram umas mãos de luta no campo, pois mostrava o desgaste sofrido pelo tempo. A moça se aproximou do velho e lhe indagou.
Joelma
--- Pois não! O que precisa? - - indagou bem devagar
Ancião
--- Um pouco de água, por favor. - - respondeu o velho
Joelma
--- Ah bom. Trago já. Só tem quartinha. A geladeira pifou. - -
O homem sorriu mostrando os seus dentes amarelos, talvez pelo tempo. A moça estava ainda com o seu livro. Foi e veio de imediato. Duas canecas. Uma com a água. A outra para servir ao ancião. Ela entregou o copo cheio de água e viu o velho tragar de vez. Logo após, Joelma, com precaução, indagou
Joelma
--- Mais? - -
Ancião
--- Por seu favor. Um pouco. - - respondeu a sorrir.
Quando sorriu mostrou os seus dentes amarelos. A moça ficou sem nada falar. Achou apenas triste os dentes do ancião. E nesse momento coçou a testa pigarreado por um caso qualquer. O ancião estava do lado de fora e viu em cima de uma banca o livro que Joelma estudava o seu conteúdo. Respondeu, enfim
Ancião
--- Um bom livro, esse. Estude. Tem muita coisa a ensinar. - - e apontou para o livro lhe entregando o copo de vidro no qual bebera a água.
Joelma se voltou para ver o livrou que estava lendo e indagou.
Joelma
--- Esse? Estou lendo. Mas é difícil. - - fez um gesto com os lábios.
Ancião
--- Não tem importância. Leia-o! Faz bem.  O UNIVERSO. - - dizendo isso, saiu do vão da janela.
A moça pegou o livro e observou que o velho não passara à porta da casa. Ela se assustou e procurou divisar por onde o velho saíra. Mas, não conseguia divisar. Nem para um lado e nem para o outro.
Joelma
--- Caramba! P’ra onde foi o velho? - - perguntou assustada
Um arrepio lhe tomou o corpo. Apenas, Joelma só teve vontade de fugir. Nesse instante, alguém destrancou a porta. Era o seu irmão do meio, Jorge conhecido por Silva, pois era um dos seus sobrenomes. Espantada, Joelma se voltou para a porta. Vendo o irmão, foi logo perguntando.
Joelma
--- Onde está velho? - - perguntou ao irmão.
Jorge
--- Velho? Que velho? Sei lá de velho! - - respondeu ríspido o rapaz
Joelma
--- O velho que estava bebendo água a coisa de um minuto! - - respondeu irada.
Jorge
--- Sei não! Quero minha roupa! Vou já para o Quartel! - - rebateu com brutalidade.
Joelma
--- Bruto! Está no quarto! Estúpido! - - contrapôs a moça.
Dessa vez a moça seguiu para a cozinha procurando aprontar o almoço do irmão, pois a hora era perto das onze e, com certeza, ele havia de querer o comer. Ela preparava o prato e buscava entender o que se passou naquela manhã de sol. No meio do pensar, Joelma decorou a fisionomia do velho sem nem ao menos lhe saber seu nome. Com isso, a moça matutou. Algo lhe declarava de alguém por saber demais o tal assunto. Nesse instante o irmão saiu do banho e foi logo almoçar.
Jorge
--- Ruim! - - fez isso com a cara amarga
Joelma
--- E só tem esse. Se não gosta bote fora! - - alertou com brutalidade
Jorge afastou o prato para longe buscou se vestir às pressas no quarto onde estavam suas mudas. Ainda pegou o matulão e saiu às pressas cuspindo para todos os lados falando atrevimentos causando horrores para alguém a passar. A sua irmã não deu a menor importância pois a partir daquele momento ela lembrou de uma mulher – Donana – moradora um pouco longe da cidade e capaz de decifrar o caso do velho que bateu na sua janela a pedir um copo de água. Donana poucas vezes viu Joelma. Mais, quando menina. Ela curava de coisas que só a velha sabia curar. Em tanto pequena, magra por sua vez e morava mais uma neta, coisa que ela chamava. Nesse ponto, Joelma ficou de ir até a casa da anciã e contar-lhe tudo o que lhe atormentava dessa vez. Após o almoço do irmão menor de todos, de sua mãe, Maria, e do seu pai, Cosme, a moça se enfiou no meio do caminho a procura de encontrar a tapera de Donana, já com os seus 80 anos para lhe benzer e dialogar sobro todo o ocorrido. E foi assim que se deu naquela tarde de sol quente.
Uma vez chegando a tapera da velha Donana, nem precisou bater palmas, pois a anciã estava na frente da choupana fumando o seu cachimbo, envergada pela vida e pondo milho para as galinhas no oitão. A moça se acercou da anciã e deu a sua boa tarde.
Donana
--- Se abanque minha filha. - - disse a velhinha cuspindo de lado
Joelma
--- Estou exausta. A sua casa é longe demais! - - e colocou o livro no local que se sentou.
Donana
--- Tem gente que caminha de muito longe para me ver. - - sorriu
Joelma
--- Tem mesmo. A senhora é famosa. O povo do mato é quem diz. - -
Donana
--- E o que é que a moça quer? - -
Joelma
--- É o seguinte, minha avó. Eu acho que tenho poder de ver visagem. - -
Donana
--- E tem mesmo, minha filha. Qual foi a última vez que viu? - -
Joelma
--- É o seguinte. Primeiro, foi essa semana. Eu vi um médico. Ele apareceu e sumiu. Uma amiga que não me viu. Um livro que eu achei e não encontrei o dono. Por fim, um velho. Ele chegou na minha casa pedindo água. Eu dei e depois o velho sumiu. O que a senhora diz minha avó? - -
Donana
--- Nada. O que é preciso é você se desenvolver. Quando estiver vendo um espírito não se assuste. Apenas indague o que ele quer. Se for do bem, ele logo diz. - -
Joelma
--- Só isso? - -
Donana
--- E quer mais? Vou te passar uns banhos de ervas e sempre volte para dizer o que sucedeu, - -
Joelma
--- E tem dias? - - 



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O ALÉM - 03 -

- MUNDOS -
- 03 -
ACONTECER -

Apesar de ser surpreendente incrível dos Universos paralelos, tudo que pode acontecer ou já aconteceu, ou está acontecendo ou mesmo irá ocorrer em algum outro Universo em alguma outra dimensão no espaço. Diferenças quânticas no integrante mundo reescreve a história criando universos múltiplos. Essa era a história que Joelma estava a ler no encontrado livro quase à porta da Igreja de São João, em Montanhas, RN, naquela manhã. O livro caiu das mãos de um rapaz cujo desaparecer foi apenas brusco. Por diversos espaços de tempo, a moça procurou o rapaz até mesmo em uma escola sem o encontrar. Desiludida então, Joelma resolveu ficar com o volume para então conhecer seu conteúdo. E a história do volume prosseguiu. E relatava o ensaio para a moça, completamente estranho. Era um caso bizarro. Muito bizarro até porque o seu assunto corria de forma além do seu conhecer. No texto a seguir, o livro dispôs algo abissal. Dizia o autor que, qualquer coisa e tudo é possível. E mais: algumas guerras nunca aconteceram. Outras: nem imaginamos que ocorreu. Uma pequena mudança significa um cometa errante e até dinossauros estão vagando pela Terra em algum lugar.
Todos e cada um desses Universos paralelos fantásticos ocupam o mesmo espaço. Mas estão em uma dimensão diferentes e são invisíveis para nós. Mesmo quando se assiste a televisão outros mundos invisíveis estão ao redor de todos nós. Esses universos paralelos estão bem perto de nós, até mesmo em nossa sala de estar. Isso significa que em nossa sala há dinossauro. Nós não podemos ouvi-lo, não podemos ver o dinossauro que povoa pela nossa sala. Mas o animal está aqui. O princípio quântico que cria muitas versões de cada pessoa, pode criar Universos inteiros.  O Universo, em certo ponto, já chegou a ser menor que um eléctron. Isso significa que o Universo também existe em estados paralelos.
Joelma                                                                 
--- Credo. Não tem outra coisa melhor para contar? - - supôs a jovem
E assim mesmo, Joelma prosseguiu. “Você, com certeza, existe em Universos Paralelos” relatava a leitura. E Joelma ficou curiosa. Com essa parte, continuou. “Não há opção”. E a moça estremeceu. Muito embora com temor, continuou a ler a brochura. “Mas isso não é tudo. Recentemente os cientistas chocaram o Mundo novamente e afirmaram que pode haver mais de um tipo de Universo Paralelo. Esse tipo nível Quatro é criado ou ocupações quânticas ou por membranas que colidem. O que é criado é radicalmente diferente. Nesse tipo de Universo paralelo todas as regras estão excluídas. Se as leis da física são diferentes em um Universo paralelo nível Quatro, o espaço seria apenas de gás e partículas. ”
Joelma
--- Agora me lembro de uma senhora! Ela já morreu! Mas, certa vez, a mulher surgiu do nada e conversou com um parente. Estranho! - - lembrou a moça.
Galáxias, estrelas e planetas não teriam se formado. E a vida, como a conhecemos, não existiria.
Para comprovar que cada tipo de Universo paralelo nível um, dois, três ou quatro os peritos devem presentar provas. Sejam elas grandes, pequenas ou invisíveis, os cientistas devem apresentar provas físicas das dimensões extras que nos ligam a esses outros mundos. Isto é muito chocante.Para tanto os físicos estão realizando experimentos extraordinários na esperança de provar que qualquer tipo, mesmo o mais desordenado Universo Paralelo existe, realmente.  A melhor formula de revelar outras dimensões vem das partículas microscópicas que colidem em velocidades incríveis. 
A prova definitiva na caçada é a gravidade. Descobriu-se que ela é uma força singularmente fraca. Então, os físicos estão à procura das que contenham gravidade. E essas partículas se chamam “grávitons”.  São partículas que carregam gravidades e possuem todas as dimensões extras do espaço. Então, os grávitons podem se mover para outras dimensões. A poderosa colisão aniquila as partículas e produz uma intensa bola de pura energia.
Joelma
--- Caramba! O homem está fazendo um outro universo? Ou esse Universo existe mesmo? Deve haver melhor explicação!!! E o ser Deus, onde está?! Deve haver algum livro a falar sobre essa existência de um Ser que promoveu tudo isso! - -
A onda de energia errante é a resposta. Pode-se levar anos e bilhões de colisões acontecer antes da história para se chegar as dimensões descobertas. O Universo é um lugar muito maior e muito mais estranho do que se pode imaginar. Mesmo assim, o Mundo Paralelo existe. Para se chegar a esse novo mundo é o que se quer resolver. Em momentos, uma pessoa chega a um local e se avista com outro ser. Ao falar com esse ser, ele some sem qual explicação. Em face da extinção e do futuro vasto a espécie humana pode abrir um portal para um Universo Paralelo.
A moça Joelma ficou a mastigar fios de capim do mato e por demais imaginou o que seria esse tal Universo. Um local a passar entre ela mesma se que pudesse ver, sentir ou falar. Então, Joelma se lembrou do senhor. Ela estava em um hospital quando um médico a indagou sobre a existência da morgue. Ela não sabia de coisa alguma. Então, o médico sumiu de vez.
Joelma
--- Será isso um Universo paralelo? - - indagou com plena consciência.
O Universo paralelo não é apenas uma ideia maluca sonhada pelos físicos para unir ciência e ficção. Eles têm um futuro prático. Encontrar um túnel para outro Mundo pode até salvar a humanidade. A bilhões de anos a Terra vai encontrar sua extinção inevitável. Para os peritos tudo vai acabar em um esmagamento ou em um congelamento. Ao saber da existência de outros Universo, isso então servirá como um bote salva vidas cósmico. Para uma geração (futura ou não) é possível uma passagem ou um portal para outro mundo e será a única esperança de sobrevivência. E podemos chegar nesse portal.
Joelma
--- Como? Eu quero saber é como vou ao portal! - - mergulhou em seu sonho
O nosso Universo ir para outro é possível através do que se chama “buraco de minhoca”. É uma ponte que liga dois Universos. É como um metrô para duas cidades. Sai de um e entra no outro. Esse é um portal, uma ponte que liga esses dois Universos. Uma garganta que se unem que alguém, como um passageiro de um metrô, viaje rapidamente para o espaço e tempo. Isso funcional se o nosso Universo estiver ligado ao Multiverso, o que deve estar, com certeza.
Joelma

--- E se não estiver? É arriscar de todas as maneiras! - -
Há todo tipo de problemas ao se tentar atravessar um “buraco de minhoca”. Mas, um desafio acima de todos parece ser intransponível.  A pessoa pode morrer na passagem! Pode até ser impossível. Porém há quem demonstre que pode haver um meio de cruzar por um “buraco de minhoca” e viver para contar a história. O problema é que a pessoa não sabe onde vai parar. Ele transita várias vezes como se estivesse em um elevador. Porem pode chegar em um outro Universo, sem se saber o qual. Ou no meio de uma estrela – se estiver em desuso? – - no meio de um Planeta – se for árido? – Isto prova basicamente impossível para individuou atravessar um portal para o Universo paralelo. Mas, pode haver outro jeito da espécie humana. Se o portal for menor demais se projeta um robô com informações de DNA com todas as informações necessárias para criar uma civilização do outro lado do Universo. Como se pode saber? Manda-se uma semente de uma árvore com seu DNA que se espalha em todas as direções sendo capaz de criar uma nova árvore
A ideia é que se uma civilização no futuro puder reunir feixes de lazer com energia suficiente ela tem condições de fazer um buraco no espaço-tempo. Se concentrarmos uma energia enorme num único ponto para conseguir formar o espaço-tempo eles serão estáveis. Pequenas bolhas começam a se formar. Pequenas bolhas que serão portais para outros Universos. Desta forma, um nano robô detendo o DNA da humanidade e o código cósmico do nosso mundo será o passo de transporte para o Universo paralelo. Em face da extinção essa será ser a grande esperança da humanidade. Se não conseguirmos fazer isso, então será a morte do Universo. Não só da Terra. Mas de todo o Universo.
Joelma estremeceu de medo
Joelma
--- Estão, estou derrotada! Ave Maria! - -
E foi sua única reação.
Mas se esse feito incrível for realizado, nosso Universo inteiro será ressuscitado. E como uma Fênix, renasceria das cinzas. Em outras palavras: é como brincar de Deus. E só assim, devemos acreditar em Universos Paralelos. Se há um número infinito no universo existem algum lugar onde tudo é idêntico ao nosso, exceto alguns pequenos detalhes com um outro eu a trabalhar em profissão diferente. Isso é ciência ou parte da metafísica. Para os religiosos, isso não pode ser possível. Mas a ciência sempre leva a esse enigmático sistema. Por mais exótico e estranho que o Multiverso possa parecer, um número cada vez maior de cientistas acredita que ele pode ser o último passo de uma série de reformas radicais na nossa visão sobre o Cosmos. Quando Galileu e Copérnico defenderam que o Sol, não a Terra, estava no centro do nosso sistema solar. O nosso sistema é apenas um bairro na periferia da nossa galáxia gigantesca. E a nossa galáxia e apenas uma em centenas de bilhões de galáxias que compõem o nosso Universo.
Joelma
--- Mas é incrível. - - argumentou assustada.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

O ALEM - 02 -

- GALAXIA -
- 02 -

ENCONTRO -


Na manhã do dia seguinte à virgem Joelma resolveu procurar a sua ex-colega de grupo escolar, o Grupo Escolar “Carlos Gomes” para saber como estava a moça e se não havia nenhum assunto a informar. Então, foi à Prefeitura da Cidade de Montanhas para saber das novidades. Ao chegar ao próprio municipal e indagar por Alda, foi tomada de surpresa. O homem da segurança cientificou que Alda não tinha vindo ao trabalho. E Joelma indagou se havia algo a impedir a tal falta. O homem declarou:
Segurança
--- Dona Alda foi a um enterro de sua avó. - -
Joelma
--- Enterro? A mulher morreu? - - indagou assustada.
Segurança
--- Sim! Há dias a velha estava internada no Hospital. - -
Joelma
--- Caramba! Eu não sabia! Quer dizer: até hoje. Mas, eu agradeço por sua atenção. Agora, vou ver se pego uma parte do sepultamento. - -
Segurança
--- Eu não sei se será possível. A velha foi ser enterrada no cemitério do município de Pedro Velho, onde ela nasceu. - -
Joelma
--- Ah. Bom. Então não será possível. Ela, a anciã tem parentes lá? - - quis saber.
Segurança
--- Tem os pais, avós e no próprio marido. O velho faleceu há anos. - -
Joelma
--- O homem? Como era ele? - -
Segurança
--- Não sei dizer. Nunca vi uma foto do velho. Sei apenas que morreu. - -
Joelma
--- Está bem. Obrigada. Eu espero que ela volte ao serviço tão logo possível. - -
Com isso, Joelma saiu pensativa. Não saberia explicar o sonho tido durante àquela noite e o falecimento da avó de Alda. Tudo era muito complicado. Até mesmo o tal médico passando pelo corredor em busca de uma morgue. Logo após, sumiu. Com esse dilema Joelma pegou o caminho de volta. Era manhã, dia claro de sol. A sua cidade era pequena ou mais ou menos pequena. Não muito grande. Uma cidade do interior. Carros: bem poucos. Ônibus: nem um. Apenas os transportes de linha às vezes passando, vindos de outras cidades do interior.  Ao passar pela Igreja Matriz de São João fincada na rua do mesmo nome, a moça lembrou de rezar como penitencia pela alma da avó de Alda.   Silêncio que se fazia no templo era por demais sossegado para os entes que ali estavam, igualmente a rezar. O ajudante do Templo passou apressado em direção à rua. Nada falou com ninguém. Talvez por respeito aos crentes. Uma mulher já anciã, se soergueu do seu assento e se benzeu antes de sair. Pelo aspecto, a anciã balbuciava alguma reza por entes queridos e já entregues a Deus. Com um espaço curto, Joelma se benzeu e saiu da Igreja.
Ao sair do Templo Religioso a moça notou a presença de várias pessoas transitando para um lado e para outro como estivessem fazendo suas compras e vendas de artigos domésticos, caso muito peculiar desse fazer. Um armazém de farinha de mandioca estava aberto e o vendedor oferecendo o produto a um certo comprador. E outros armazéns também estavam ponde à venda os seus artigos como se fazia todos os dias, menos aos domingos e feriados. Para deixar a Igreja, a jovem tinha que descer cerca de oito batentes e nesse momento, um rapaz passou por um lado levando em baixo do braço um monte de livros. Com o vento a soprar, alguns livros foram ao canhão e o rapaz procurou apanhar os mais próximos. E assim fez. A moça, Joelma, olhou em torno e observou um que o rapaz não tivera a oportunidade de notar. De imediato, a moça correu e pegou o livro meio groso para entregar ao rapaz. Porém, não teve tempo, uma vez que o moço já havia saído.
De imediato, a jovem Joelma procurou por todos os lados o rapaz, porém não o encontrou. Mesmo indagando as pessoas que passavam no local onde estava erguida a Igreja, essas disseram não saber de rapaz algum.
Transeunte
--- Não vi. Quem era? Seu irmão? - -
Joelma
--- Não. Não. Era um rapaz de seus 20 anos.  Ele deixou cair um livro de suas mãos. - -
Transeunte
--- Livro? Deve ser alguém da escola. - -
Joelma
--- Pode ser.  Só eu indo até ao colégio. –
E dizendo isso, saiu correndo para ver se encontrava o bem-dito rapaz. A Escola ficava próxima de onde a moça estava e seguiu direto ao local. Ao chegar à escola Joelma perguntou por um rapaz de seus 20 anos, deixara cair um volume ao transitar próximo a Igreja Matriz da Cidade. Mesmo assim ninguém se lembrava de tal moço e nem se era estudante da Escola. Em classe estavam todos os escolares. Talvez ele fosse aluno de algum colégio pouco mais distante. Mesmo assim, a moça não foi além. Ela pegou o livro o qual tinha escrito da capa O UNIVERSO. Apesar de ser leiga no assunto, Joelma julgou interessante folhear a brochura. E assim, o fez.

Após chegar em sua casa, beber um pouco de água e cumprir outras obrigações sanitárias, a moça foi ver de perto o que discorria aquele livro. E teve início a leitura. De início, a moça matutou um pouco no que o livro declarava. O compêndio discursava sobre o Universo em sua maior profundidade. Dessa forma Joelma folheou as páginas seguinte e voltou a ler o que estava escrito. E a meditar, por consequência. Era um tema por demais interessante. Devagar, Joelma foi vendo as letras e figuras impressas no tal alfarrábio. Ao relatar entre tudo o que nós humanos aprendemos estaria errado, nisso a moça de assustou.
Joelma
--- Como? Será? Não creio! - - aduziu a moça.
E a história prosseguiu. As regras a experiência humana estão todas incompletas. Até mesmo a Bíblia está desatenta para o que informa, Adão e Eva não existiram como a Bíblia nos faz acreditar. Esse par de gente é apenas uma sugestão. Não, uma exatidão. Deus e Satanás são figuras de retóricas. Nada há de verdade no seu significado.
Joelma
--- Credo! E como é que os padres mentem? - - falou baixinho.
Houve um tempo em que a palavra “Universo” significava tudo o que existe. Isto é. A Terra, o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas. Mesmo as longínquas. As mais distantes. Quem estava na Terra não poderia saber que estamos em uma galáxia. Até que alguém descobriu se estar vivendo não apenas da Terra. Mas em uma galáxia. E além dessa galáxia existem muito mais outras e que se bem afirmar, então, ser o Universo. Existem galáxias menores e maiores do a que vivemos na atualidade. E assim, existem muito mais Universos além do que habitamos. Existem Universos a transitar em nossos meios. Mesmo assim, nós não enxergamos. São tantos os Universos de que se pode chamar de Multiverso com bilhões de outras Terras.
Joelma
--- Outra? Mas, como? Não dá para entender! - - argumentou.
E continuou a ler a brochura, mesmo apesar da descrença. A presença de mais um Universo, de um tudo, parecia impossível. Mesmo assim, se formos além do nosso Sol, muito além da Via Láctea e além mesmo de outras galáxias distantes, depois do fim do Universo que podemos observar então vamos descobrir que existem mais, muito mais. E que o nosso universo não está sozinho. Outros Universos, na verdade, existem. Na verdade, outros Universos estão nascendo o tempo todo. Nós estamos vivendo em um mar de Universos em multiplicação. O Multiverso.
Joelma
--- Tá! Esse eu não creio! Nem morta! - -
E foleou mais uma vez a brochura sempre a lembrar de ser aquele um livro para loucos. E com isso, ela desistiu de ler por enquanto até ir para a cozinha preparar o almoço. Naquele dia, a sua mãe estava cumprindo as obrigações de faxineira em casas de família e o seu pai continuava a fincar madeiras no campo. O filho do meio havia chegado, todo suado e com a roupa para lavar de todo. O mais novo ainda não voltara da escola.


domingo, 25 de outubro de 2015

O ALÉM - 01 -

- HOSPITAL -
- 01 -
PRINCIPIO -

Era noite. Talvez pouco além da meia noite. Joelma tinha ido dormir há pouco além das onze horas da noite. Ela estava assistindo um programa de TV, porém lhe deu sono. Quando Joelma despertou, era aquela hora mesmo. A moça se levantou da poltrona e saiu para o seu quarto. Por um pouco ela ouviu a sua mãe que já estava dormido junto com seu pai e um irmão naquela humilde casa de apenas dois quartos. A casa era pequena, com seus cômodos, a sala de visita ou de entrada, a sala de jantar num local onde havia ratos e baratas, e um banheiro dentro da casa com uma fossa. Joelma tinha dois irmãos. Um deles estava naquela hora do Quartel do Exército onde tirava serviço. Portanto, naquela noite ele não estava em sua casa. E o menor, garoto de 16 anos chamado José, já estava dormindo no cômodo onde dormiam os seus pais. O irmão do meio, Jorge Araújo conhecido por Silva, pois era o seu sobrenome, trocava as roupas e dormia no quarto da sua irmã mais velha. Como naquela noite estava de Serviço, ele não devia vir para casa antes das 8 horas da manhã do dia seguinte.
Naquela noite, Joelma (Araújo da Silva) tão logo se deitou na cama tipo Patente, uma cama para uma só pessoa, adormeceu, como já estava dormindo, talvez sonhado, na sala de entrada da casa onde assistia TV. Naquela altura, Joelma não tinha namorado, apesar da sua beleza. Quando muito, Joelma arranjava uma sua paquera quando estava em uma festa num salão de baile da cidade. A cidade era, certamente, pequena. Mercado, uma escola de 1º Grau, um Posto de Atendimento Médico, que à noite sempre estava fechado, um posto de Gasolina, uma casa bancária e pequenas lojas dispostas em uma rua a mais atraente da cidade e um Cemitério antigo com os seus túmulos, alguns em desastre fincado na saída ou entrada da cidade. A residência de Joelma ficava mais para dentro onde não havia iluminação urbana. Ou se havia, as lâmpadas estavam sempre apagadas por um defeito qualquer. A habitação tinha uma varanda na frente e muito malconservada. Dois pés de paus, com certeza de algodão, era tudo o que havia de moderno. Quando alguém buscava encontrar a residência, se não soubesse, devia perguntar onde morava a moça de nome Joelma de seu Jorge. De imediato alguém ensinava.
Moço
--- Alí. Está vendo aquele pé de pau? É lá, pois! - -
Quem indagasse onde ficava o terreno de fulano de tal sempre recebia como resposta:
Alguém
--- Prus lados do Cemitério. Já nas quebradas perto (ou depois) da ponte. - -
A resposta era dada de acordo com a pessoa. Indo ou vindo para o centro.  
A humilde casa de Joelma tinha uma antena de TV montada em um cano de ferro, desses que se usava para puxar água do serviço da Prefeitura, bem alto, talvez de oito metros ou mais. E, naquele tempo já estava quebrada, pois sua haste já não suportava por muito tempo. Com isso, a imagem da TV ficava vagando como uma bailarina no tablado.  Então, por fim, Joelma findava adormecendo por vários minutos. Quando a moça entrou no seu quarto, acendeu a luz para ver se tinha alguma barata sobre a sua cama e sacudiu o lençol para cima e para baixo. Ainda olhou com precisão e disse:
Joelma
--- Baratas imundas! - - e calou deitando-se a seguir
E logo adormeceu de vez tendo desligado a luz elétrica do seu quarto. Já dormia há um bom tempo quando, de repente acordou assustada com uma batida na porta de entrada. Ela calou de momento e após um tempo verificou se o seu irmão havia retornado ainda cedo do Serviço Militar. Procurou ver no seu relógio de pulso para ver as horas e teve a impressão de ser pouco além da meia noite. Não houve novas pancadas. Um gato miou e ela concluiu ter sido o animal a fazer o alarme. Com isso, Joelma procurou conciliar o sono. No quarto vizinho todo era calmo. Da rua nenhum ruído a não ser o gato ainda a miar. No instante temeroso ela viu uma figura passar ligeiramente. Joelma pensou no irmão mais novo, o José.
De olhos esbugalhados, toda coberta com o lençol, apenas com o olhar deveras atento, ela ficou aguardando a volta do seu irmão. Após algum tempo, o sono foi mais forte e, assim, Joelma adormeceu. A moça entrou em um profundo sonho quando, por mais de 2 horas teve um sono onde ela podia notar estar em uma repartição do Governo, ao que parecia, e observava um homem vestindo um jaleco branco de médico se aproxima de repente e pergunta com pressa:
Médico
--- Onde é o necrotério? Onde é o necrotério? Onde é o necrotério? - - falando muito apressado
A moça não sabia responder pois sequer ignorava onde estava, temendo quem sabe, ser em um Hospital, talvez. Por isso nada falou. E o médico, correndo mesmo, seguiu o seu caminho até dobrar em um provável corredor logo adiante. Devagar, passando por todos os quartos, Joelma chegou, então ao mesmo labirinto que o médico dobrara e logo notou um apartamento onde estava a meia porta uma jovem moça da mesma idade que ela, a olhar para dentro do quarto onde estava sob um dormitório o corpo de uma senhora de idade avançada. No estado em que estava a velha senhora, Joelma atinou já haver chegado a óbito. Uma enfermeira cuidava da anciã tendo um pouco atrás um homem também já idoso, sem nada fazer, apenas com as suas mãos para traz a verificar tudo e por tudo do que era feito. Joelma sentiu vontade de chamar pela a sua companheira do tempo de aulas, mas conteve. A moça à sua frente era conhecida pelo nome de Alda e, certamente estava naquele local por conta de verificar a mulher morta, não querendo atrapalhar o serviço feito pela enfermeira. Por sua vez, Joelma estava por trás e procurou não incomodar com receio de atrapalhar o serviço. O tempo era passado por longos minutos.
Uma atmosfera muito pesada se fazia sentir do recinto e Joelma viu passar de repente, dois homens com uma maca e de imediato entraram no quarto onde estava a provável a provável mulher já sem vida. Joelma se afastou um pouco para que os homens passassem. Eram eles dois maqueiros, certamente e entravam no recinto para levar o cadáver da anciã. Na sua atitude de não se voltar para o outro ângulo, assim ficou a senhorita Alda. Apenas se afastou um pouco para dar passagem aos maqueiros. Pelo lado de fora do apartamento, tinha-se a impressão de que o peso era enorme para a senhorita Joelma e não permitia sequer a moça se acercar de um lado e para outro. Um ar morno soprava do interior do fim do corredor como se seguisse vindo de baixo do terreno onde era construído o Hospital. Esse vento morno deu calafrios em Joelma chega a ter a moça se encolhido com as mãos postas sobre seu busto. Com um movimento estranho, Joelma sentiu por sequencia o movimento a se mover em câmara lenta. Em um momento os maqueiros levantaram a morta e logo saíram como se procurassem o necrotério. Nesse instante, a moça Alda, sumiu de vez. E no interior do quarto, nada havia de concreto. Nem mesmo o velho homem.
De repente, a jovem saiu daquele lugar e se encontrava então em um outro local onde estavam pessoas todas elas de idade avançadas. Homens e mulheres. Os seus trajes eram todos de um só padrão como se fossem brancos. Na frente e do lado de fora do Hospital, um pouco além de onde estavam os pacientes, havia uma espécie de Conforto Médico, uma sala onde os médicos ingeriam seus cafés, tagarelavam e sorriam enquanto estavam alí fora. Era um local comum para os senhores médicos. A moça então resolveu ir até o local com certeza para ver se estava o médico que com ela falara há alguns minutos antes. E saiu devagar até o local. Porém o Conforto estava fechado. Não havia ninguém em seu local. Ela lembrou no necrotério e se voltou para ir até esse tal necrotério. Após rodopiar por vários locais, Joelma se encontrou com o assistente de enfermagem então a ele indagou;
Joelma
--- Por favor, senhor. Onde fica o necrotério do Hospital? - -
O homem respondeu
Assistente
--- Por trás do Hospital. - - e fez com a mão dando noção do necrotério
Por um largo momento Joelma buscou encontrar o necrotério e apenas enxergou muitas árvores de um lado e de outro. Morgue não havia em nenhum local. Havia frutas. Muitas frutas. Ela se lembra de bananas. Mas haviam outras frutas. Um casal conversava sobre o misterioso caso de um assassinato ocorrido na manhã daquele dia – isso, apesar de ser noite ainda quando a moça dormia -.
Mulher
--- O infeliz assassinou a própria mulher!!! - - dizia a senhora a um assustado homem.
A moça olhou para ver se avistava a mulher que falava. E a mulher estava com seu vestido parecendo branco falando com o homem. Esse homem, Joelma não chegou a notar, mas, ao que parecia, devia ser um médico, pois o cheiro de éter envolvia todo o espaço. Em certo instante, Joelma terminou de sonhar e de vez, acordou. Meio dormindo ela refletiu.
Joelma
--- Alda! Aquela moça era a minha amiga Alda! E a velha era a sua avó, com certeza. - -
Ela ficou a lembrar para alcançar os detalhes. Com certeza, a anciã havia morrido naquela noite.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

LUTA ARMADA - 60 -

- CASTELO BRANCO -
- 60 -

A MAIORIA -
O Regime Militar de 1964, no Governo do Brasil, teve uma vida de certa forma longa. Vinte e um anos de Poder. Os Governos dos Estados eram eleitos ao gosto da Presidência da República. Os partidos políticos foram dissolvidos. Para não se falar não haver partidos, o Regime autoritário concedeu apenas duas legendas: Arena e MDB. Fala-se muito, hoje, que o Golpe de Estado não foi assim, um golpe. Antes do Golpe, houve eleição majoritária. No Rio Grande do Norte quem disputou a cadeira foi o deputado federal, Aluízio Alves enfrentando o seu rival, Dinarte de Medeiro Mariz, homem de larga experiência com os Militares da Direita. Aluísio Alves venceu as eleições antes de haver o Golpe Militar. Em um documento secreto se podia ler que Aluísio Alves, na noite de 31 de Março de 1964 foi indagado pelo Comandante da Guarnição de Natal a quem ele apoiava. O governador, com ou sem motivos respondeu estar com o Regime Militar naquele instante.
Monroe
--- o primeiro momento, parte da sociedade civil estava ao lado dos Militares na Revolução como era denominado de Golpe Militar por aqueles que o apoiavam. O Golpe que ocorreu no dia 31 de Março prometeu ao país livrar de inimigos internos e de uma ameaça comunista no Governo João Goulart. Aquele seria um ano de muitas mudanças. O Pais conheceu as ações irrevogáveis de uma Ditadura, com cassações, perdas de mandatos políticos, perseguições, prisões e mortes. - -
Isis
--- Foi um golpe duro, com certeza. - -
Moema
--- E esse era o primeiro dos 21 anos que os Militares ficariam no poder.
Monroe
--- Mas quem era aquele grupo de militares que estava assumindo o poder e como ele havia se formado? O Marechal Castelo Branco, Marechal Cordeiro de Farias, Jurez Távora que vinha de 1922 quando houve o Golpe dos Tenentes, Ademar de Queiroz. Esses eram os quatro generais de quatro estrelas, já Marechais, que era um título honorífico. Daí todo um grupo de pessoas, que era um pouco mais jovem, mais logo após teriam peso, como era o caso de Ernesto Geisel, Orlando Geisel e também Golbery do Couto e Silva. Logo após o Golpe, o Presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazilli, assumiu interinamente a Presidência. No dia2 de Abril foi organizado pelos Militares o Comando Supremo da Revolução composto pelo brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo, da Aeronáutica; o vice-almirante Augusto Rademaker, da Marinha; e o General Arthur da Costa e Silva, do Exército. - -
Moema
--- Estava formado o Conselho de Guerra, como os índios americanos costumavam fazer.
Isis Fernandes sorriu. E então completou
Isis
--- Com cocar e tudo. –- -disse a noiva
Monroe
--- Isso. Com cocar e tudo. Mas, não houve um presidente. Houve uma Junta Militar. Depois é que a Junta Militar, por forção do Marechal Castelo Branco é que se convenceu de ser preciso ter uma série de Governos com legitimidade. E uma Junta Militar seria considerada uma Ditadura Clássica, latino-americana, como a Espanha ou Portugal. E ele era um dos que argumentavam não dever ter um ditador. - -
Moema
--- Correto! Só um? – -fez a vez de um palhaço de circo com seus trejeitos.
Monroe
--- Pois é. Enfim. O Comando Supremo da Revolução permaneceu no Poder por duas semanas e foi responsável por decretar o primeiro ato institucional conhecido posteriormente como AI-1. Os processos constitucionais não funcionaram para destituir o Governo, que deliberadamente se dispunha em Governar o País. O primeiro Ato Institucional decretava que o novo presidente da República e seu vice seriam eleitos por maioria absoluta do Congresso Nacional, em dois dias. E entre outros processos estava aberta o ato de perseguição política àqueles que o Governo julgasse inimigo do Estado.
Moema
--- Houve uma primeira lista de dez mil pessoas, alguns historiadores. Em dois meses essa lista chegava a cinquenta mil pessoas. O Exército procurava os militantes de casa em casa. - -
Monroe
--- Todas as ações violentas, inclusive, baseadas do Ato Institucional não poderiam ser apreciadas pela Justiça. Como previa o AI-1 o Congresso Nacional elegeu um novo Presidente da República, no dia 11 de Abril de 1964. Humberto de Alencar Castelo Branco vendeu a disputa. Os outros dois candidatos, Juarez Távora e Eurico Gaspar Dutra receberam votação inexpressiva. No dia 15 de Abril, Castelo Branco tomou posse. Ele havia sido elevado como Chefe do Estado Maior do Exército, nos anos de 1963 e 1964.
Isis
--- Eu não vejo traição nesses casos. - -
Moema
--- Embora não se veja, traição houve muita.
Isis
--- Quais? Mostre-me! - -
Moema
--- Uma delas era você pertencer a um partido de Esquerda. Então, você já era uma traidora do Governo. E não precisava ser nem um presidente sindical. Era bastante dizer que esse Governo é um maluco. - -
Isis
--- Nossa!!! E ele era mesmo maluco? - -
Monroe
--- Na verdade não era assim como você diz “maluco”. Era apenas de se governar sem os entraves externos. Exemplo: a União Soviética, a China, ou mesmo Cuba, um quintal dos Estados Unidos. Veja bem. O ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek teve seu mandato de Senador por Goiás cassado apesar de ter votado em Castelo Branco. Apesar disso, JK era uma ameaça aos Militares por ser um forte candidato às eleições presidenciais, marcadas para 1965. Além de JK tiveram seus direitos políticos suspensos os senhores Carlos Prestes, João Goulart, Miguel Arrais e Leonel Brizola entre outros parlamentares e governadores que foram cassados. –
Isis
--- Era então, os Golpistas sujeitos aos Estados Unidos e abrindo guarda aos Comunistas.
Monroe
--- Isso. Isso. Você acertou em cheio. - - sorriu seu noivo
Moema
--- Agora vamos a outra coisa. Quando vai ser o casamento de vocês? - -
Isis
--- Você está com pressa? - -
Moema
--- Eu? Nem um pouco.  Mas tem que lembrar o vestido de renda. A mulher quer saber.
Monroe
--- Vestido? Que vestido? - - perguntou assustado
Moema
--- Parece que nem é com ele! O da noiva, meu chefe! - -
Monroe
--- Mas já? - - indagou curioso.
Isis
--- Faz um ano que eu te aceitei.


                                                                        FIM






LUTA ARMADA - 59 -

- TRABALHADOR -
- 59 -
ELEIÇÕES -

Enfim, as eleições gerais para Presidente do Brasil. Jango saiu e o cargo estava vago. Alguém precisava assumir a direção do país. Nos pontos longínquos dos maiores centros nem se ouvia falar em Golpe de Estado. Locais remotos onde o homem trabalhava no cabo da enxada para sustentar a sua família, não se ouvia dizer ter o ex-presidente Jango fugido às presas em busca de ajuda no Rio Grande do Sul para voltar ao poder. Porém, ele nada conseguiu. Os Generais do Rio Grande disseram-lhe nada poder fazer. Era, então, o Golpe a se avizinhar como as enchentes do rio Guaíba, em Porto Alegre, surgindo aos borbotões. Com a inflação alta e a virtual crítica desvalorização do salário, intensificaram-se os protestos populares. Em agosto de 1947 ocorreu, em São Paulo, uma grande manifestação contra o aumento na passagem dos transportes coletivos. Esse é um tema antigo, no Brasil. E segmentos sociais protestavam contra esse aumento, como assim continuou até os dias atuais.
Monroe
--- Esse era o panorama da ainda Quarta República. Veio depois, o novo governo de Getúlio Vargas, em 1950. Mesmo assim a baderna continuou. A população trabalhadora teria melhores salários, a partir desse ano. A base material de uma economia moderna era condição para conciliação de classes. Nem o Liberalismo do Velho Tempo. Nem o Comunismo pregado pela esquerda. - -
Isis
--- Isso sempre ocorreu, ao que parece. - - relatou de forma desconsolada.
Monroe
--- Para se entender a história, se tem que pegar os meandros da política social. Há diversas políticas como a do açúcar, café, madeira, peixe, combustíveis e também emprego. Tudo isso é política. - - ressaltou
Isis
--- Até da barriga crescida! - - gargalhou.
Moema entrava novamente ao interior do cômodo onde estavam os noivos e pegou a conversa nesse ponto. E lembrou:
Moema
--- O piolho também tem sua política. E tem até classes. Piolho de Cobra é um deles. - -
O homem gargalhou. Com isso, por igual, emedou a noiva Isis não mais recordando o ligeiro passado das discussões entre ambas. E a fuzarca continuou.
Moema
--- Não querendo atrapalhar, seguimos em frente. Jango foi deposto, queira ou não queiram os graúdos. Houve golpe da esquerda e da direita em 1964. Apenas é estudar sobre o Regime Militar. A Guerrilha faz parte da história com o estabelecimento de uma nova Cuba no norte e nordeste do Brasil. Essa era a prescritiva dos Estados Unidos. E João Goulart já se preparava para um golpe de estado financiado pelos Estados Unidos. O Governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, chegou a falar pelo rádio em uma cadeia de autofalantes espalhadas pelo palácio do Governo, e a chamar o Almirante Cândido da Costa Aragão como “assassino monstruoso” e declarava que o almirante não se aproximasse porque ele o matava com seu revolver, chamando de “canalha! ” Aragão era amigo pessoal de Jango e simpatizante dos regimes de Cuba, URSS e China. O Almirante esteve presente no Comício das Reformas, no dia 25 de março de 64 quando discursou para milhares de praças da Marinha. Após a vitória dos golpistas, o Almirante Aragão foi preso e conduzido a Fortaleza de Laje. Após esse trágico momento ele se asilou no Uruguai. –
Monroe
--- Muito bem garota. Gostei da história.- - sorriu
Moema
--- Eu fiz o que você recomenda! Leia. Leia. Leia. E Lacerda disse mais, contra o almirante Aragão: “Bandido, traidor. A sua hora chegou! ” - - respondeu a moça
Monroe
--- Pois é. O Golpe foi formalizado pelo presidente do Congresso Nacional, Auro de Moura Andrade. Esse é um fato único na história dos Golpes. E então, isso se fez porque havia o apoio dos Militares. Nós tínhamos, no Brasil, uma questão de Golpes. A cultura democrática inexistia, no Brasil. E em 1964, as várias alternativas que se construiu, apostava no Golpe. Tinham vários golpes de Direita. O Golpe do Olímpio Mourão Filho era um. O do Castelo Branco era outro. - -
Moema
--- E tinham vários setores civis, de Direita, que tinham vários Golpes. E tinham Golpes da Esquerda. Vários. Leonel Brizola, por exemplo, ele tinha formado o Grupo do Onze e tencionava em criar um novo partido, em abril. - -
Isis
--- Mas, quem estava criando um golpe, então?
Monroe
--- O próprio Leonel. Um Grupo Revolucionário. Com forte influência cubana com base cabos, marinheiros e sargentos das Forças Aramadas e com intuito golpista. Mas, então, a revolução cubana fez um mal danado à América Latina. Era desprezar a política e apostar na solução armada. Então, voltando. Tinha o Brizola. Tinha o Jango com a sua solução de golpe. Tentou várias vezes em 63. Não conseguiu então. Tinham as Ligas Camponesas. Tinha o Movimento Revolucionário Tiradentes, o braço armado das Ligas. Foi descoberto em 62 e a imprensa toda noticiou. Sete pontos de treinamento de guerrilha, com Francisco Julião, e o dinheiro cubano. Nesse ponto caiu um avião e se abriu a pasta diplomática e lá tinham as provas dessa ligação.- -
Moema
--- O PC do B manda em março de 64 o primeiro grupo guerrilheiro treinar na China. O PCB também apostava no Golpe, na velha tradição de 1935. Isso tudo, só para falar, entre Direita e Esquerda, aqueles, que naquela conjuntura apostavam numa solução de Força. - -
Isis
--- Mas só tem guerras? Não outra coisa, como vender pipocas. Espera. Vou sair. Beber água. Já volto! - - relatou a moça se levantando de sua poltrona.
Moema
--- Olha que fala? Foi tu mesma quem procurou!
Isis sorriu já no meio do caminho. O diplomata se levantou e disse a irmã ter vontade de “verter água”.  A irmã respondeu.
Moema
--- Vai, cagão! Tá se prendendo todo. Eu vou também verter a minha água. – - sorriu.
Os jornais da Tarde estavam todos silencioso em cima da baqueta. Revistas e diversas propagandas de artigos de última hora. Moema agarrou uma revista e saiu lendo o que podia ver de atualidade. Um artigo sobre medicina. Casos comuns. Em instantes, um barulho ensurdecedor veio de baixo do prédio da Embaixada do Brasil. Um veículo de porte médio avançou sobre estátuas armadas em um círculo formado em frente à Embaixada e estilhaçando tudo o que encontrou.  A moça se assustou com o barulho e correu para uma das janelas do terceiro andar.
Moema
--- Que é isso meu Deus? - -
Logo após chegou Iris querendo observar o desastre. E indagou.
Iris
--- Morreu alguém? - - indagou assustada
Moema
--- Tem um caminhão estrepado na Fonte. - - advertiu curiosa.
Em minutos, apesar da noite, pessoas acorreram ao local, algumas a prestar auxílio ao motorista do caminhão baú. O veículo, para desviar de um outro transporte, não teve outro jeito. Caiu na fonte ali postada – a Fontana del Moro obra de Bernini escultor famoso da Italia. Gian Lorenzo Bernini, de 1625, foi o autor da Obra máxima de Apolo e Dafne. Entre outras esculturas, tem o seu nome gravado: O Êxtase de Santa Teresa; David, O Rapto de Proserpina e mais obras de arte. Bernini foi um eminente artista barroco italiano, trabalhando principalmente na cidade de Roma. O artista nasceu em 1598 e faleceu em novembro de 1680. Além de Escultor, Bernini era arquiteto e pintor. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

LUTA ARMADA - 58 -

- A FUGA -
- 58 -
O FIM -

Doutel de Andrade, ele chega ao prédio do Congresso Nacional por volta da meia noite ou um pouco mais, talvez meia noite e meia, correndo desenfreado em direção ao Palácio do Planalto alertando: “Eles estão querendo dar o Golpe. Eles estão dizendo que o Presidente fugiu. O presidente deixou a Nação acéfala. E não podemos transmitir que o Brasil fique sem governo, abandonado. Sob a nossa responsabilidade, a população do Brasil, o povo, a ordem. Assim sendo declaro vaga a Presidência da República”. Estava alí, próximo, Tancredo Neves, homem fidalgo no trato. Naquela madrugada. Ele levanta-se e grita: “Canalha. Canalha”. Ao lado dos Congressistas estava Valdir Ferreira um cidadão meio atlético. Ele conseguiu ir até os guardas que amparava o presidente do Congresso. O rádio noticiava que acabava de descer no Aeroporto de Montevideo e pedir asilo político ao Governo uruguaio o presidente do Brasil, João Goulart, o que foi concedido.
Monroe
--- E como João Goulart se comporta em Porto Alegre naquele momento de tumulto. Ao momento em que o General Ladário Pereira Telles propõe com enorme grandeza a resistência física a presença de João Goulart. E vários Generais, o Estado Maior do General Ladário, foram ouvidos ao mesmo tempo: “Presidente, nós não podemos aconselhar a resistência porque nem no Rio Grande do Sul nós temos condições de resistência” Santiago Dantas diz a ele – João Goulart – “Presidente, eu queria dizer ao senhor o seguinte: dessa vez os Estados Unidos já estão de posição tomada. E de natureza militar. Eu quero lhe dar uma informação que é uma informação muito séria. A Marinha dos Estados Unidos já se deslocou para o Atlântico Sul. Se nós tivermos, Presidente, uma guerra civil, a doutrina do Pentágono é de dividir o Brasil”.
Isis
--- Ou seja: nesse quadro de absoluta impossibilidade real, Militar, o Presidente – Jango – opta pela inviabilidade e diz uma frase de grandeza: “Eu não tenho como aceitar. Em nome da defesa do meu mandato, o derramamento em defesa do nosso povo, eu renuncio. Eu ficarei em algum lugar do país e depois, veremos”. Esse é um momento agudo do Golpe. Sabia disso? - - indagou sorrindo a noiva.
Monroe:
--- Ainda não tinha notado esse diálogo. Eu estou absolutamente convencido que, seguramente houve problemas que ativaram o conflito interno e, portanto, terá ajudado à conspiração. A reforma agrária criou problemas para a área os grandes proprietários. O estatuto do Trabalhador Rural criou problemas. Mas, eu acho que não criou o golpe na profundidade que teve. A profundidade que teve foi a Guerra Fria. Os Estados Unidos versos União Soviética. Os Estados Unidos querendo precaver-se com o seu sistema militarista em quase toda a América Latina. Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Peru e Chile. Em todos eles, os Estados Unidos tiveram uma articulação direta.  Esse suplemento é o grave para se entender a posição do quadro do Brasil. - -
Isis
--- 1964 foi uma interrupção brutal e altamente danosa para a história do nosso país. - -
Monroe
--- Foi uma coisa pequena, ridícula e perturbadora de forma cruel na história do nosso País. Sem nenhuma dúvida. Não tem grandeza nenhuma em nenhum instante. Antes do Golpe de 64, tivemos a eleição direta de Getúlio Vargas, em 1951. Nesses primórdios o Brasil estava se preparando para ter um novo governo, autoritário ou não. Isso seria decidido ao longo dos anos. Com a eleição de 1951, tivemos o voto das mulheres e os brasileiros alfabetizados. Era uma grande conquista. As mulheres passaram a votar, no Brasil, ainda na década de 30. Em 1932, conforme o Código Eleitoral. Getúlio Vargas havia estado à frente da presidência, anteriormente, entre 1930 e 1945. Medidas sociais importantes, como a criação do Ministério do Trabalho, da Carteira Profissional e do Salário Mínimo, marcaram os primeiros anos do Governo. - - explicou
Isis
--- Tem visto na TV sobre isso? - - indagou
Monroe
--- Sim. Eu tenho visto e, mesmo, tenho estudado. Em 1937, Vargas decidiu dar um Golpe para manter-se no poder. E, com isso, instaurou-se no país uma ditadura que ficou conhecida como Estado Novo. Em 29 de outubro de 1945, Vargas é deposto pelas Forças Militares. Com a volta da legalidade dos partidos políticos, foram realizadas as eleições em dezembro daquele ano. O General Eurico Gaspar Dutra foi eleito Presidente da República. Tem início, então, a Quarta República. O salário mínimo não foi elevado durante o Governo Dutra. O Governo Dutra não é, exatamente, uma continuidade de Vargas. É uma ruptura muito grande, na verdade. Os Sindicatos foram fortemente reprimidos durante o Governo Dutra. Então, houve no Governo Dutra uma aliança conservadora contra várias das propostas que Getúlio tinha oferecido. Entendeu? - -
Isis
--- Sim. Continue. - -
Monroe
--- Vou prosseguir. Pois bem. Em 1945, além da escolha do presidente, formou-se uma Assembleia Nacional Constituinte. Esse, também, foi um ano importante para os partidos políticos no Brasil. Com a volta da legalidade, era o momento deles se estruturar ideologicamente. O exemplo disso foi o PTB, o Partido Trabalhista Brasileiro que nascia com a ideia das necessidades da classe trabalhadora. Além desse, tem outros dois partidos importante: o PSD, Partido Social Democrático e a UDN, União Democrática Nacional. Essa, um partido antigetulista. Os outros dois, não. Entende? - -
Isis
--- Sim. Pode prosseguir. - -
Monroe
--- A UDN nasceu da união de diversas correntes dos anos anteriores que fizeram oposição ao Governo Getúlio Vargas e à ditadura do Estado Novo. O PSD, partido fundado sob os interventores estaduais nomeados por Vagas durante o Estado Novo, era também o partido do presidente eleito Eurico Gaspar Dutra. O PCB – Partido Comunista Brasileiro – que havia sido criado nos anos 20, também fazia parte do quadro dos partidos políticos do País, em 1945, depois de passar mais 20 anos na ilegalidade. O Partido foi criado em 1922, mas logo tornado ilegal.  Eles tentaram criar o PCB em 1927. E foram novamente proibidos. Depois da Guerra, em 1945, com a Quarta República, surgiu a legislação dos partidos. Então ele se legalizou como tal, concorreu às eleições. Mas ele foi proibido em 1947 pelo Tribunal Superior Eleitoral. Então, ficou ilegal até 1985. Entendeu? - -
Isis
--- Uma confissão medonha. Partido p’ra lá. Partido para cá. Enfim tem hoje o Brasil? –
Monroe
--- (Sorriu) – Tem trinta e cinco. E vem mais. Em parte, alguns partidos nascem por razoes políticas. Hoje se cria um partido para se eleger um certo candidato. A maioria desses 35 partidos tem dono. Um líder que quer organizar o seu próprio espaço político independente. Outros foram organizados em razão de critérios regionais. O DEM é o PFL antigo. O PCB é o PPS. Hoje, o DEM está reduzido a um pequeno-médio partido com apenas 21 deputados. O PMDB eu origem ao PSDB. Já o PT se dividiu em PSOL. Alguns poucos partidos são mais históricos. - -
Isis
--- São muitos partidos. Trinta e cinco? Eu acredito que se precisa dois partidos. No muito, três. - - falou aborrecida.
Monroe
--- Eu, também acho. Mas, houve o Libertarianismo que é uma filosofia política da liberdade. Seus conceitos centrais foram sendo desenvolvidos ao longo dos séculos e podem ser encontrados em textos antigos. Ele começou no século 17 e o ideal de liberdade ganhou forma como filosofia. - - relatou
Isis
--- O que é esse libertário? - - quis saber
Monroe
--- Libertário credita que todas as pessoas têm o direito de decidir os rumos de sua vida e não podem ser forçadas. - -
Isis
--- Como eu? Você me convidou e eu vim. Perguntou se aceitava casar, e eu disse “sim”. Isso é coerente.