segunda-feira, 5 de outubro de 2015

LUTA ARMADA - 43 -

- DIA DO GOLPE -
- 43 -
TUPAMAROS -

Depois do domingo, quando todos os três foram se recolher para dormir, Isis Fernandes nem mesmo agarrou o sono de imediato, pois a conversa, para a moça ainda não tinha acabado. Ela pensou, por demais, nos Tupamaros, caso nunca discorrido. E teve ainda um sequestro, agora de um Consul brasileiro, Aloísio Gomide, nunca arrazoado por Isis. A ação armada atravessava fronteira e tomava conta de país bem próximo. E ela, com paciência, escreveu em seu Caderno de Notas o que mais importante fez o Grupo.
Isis
--- Essa! - - e anotou a primeira impressão,
Assaltos a Bancos, Clubes de Armas e outros negócios no início dos anos 1960. Dinheiros e comidas roubadas distribuídas aos pobres na região de Montevideo a despeito das Forças Armadas uruguaias lançarem uma campanha sangrenta de prisões em massa e “desaparecimentos”, dispersando guerrilheiros, muitos dos quais foram mortos. Após tantos atentados pelo Governo, os Tupamaros vultaram a ter liberdade em 1985 e, hoje, o partido compreende maior grupo de coalizão com a Frente Ampla. Hoje, o Governo é outro.
Concluída as anotações, Isis Fernandes resolver dormir. O dia estava clareando e a moça olhou através da vidraça os vendedores de produtos comestíveis a passar. Na varanda, ela se espreguiçou olhando mais um pouco para então ir tomar seu banho matinal e buscar um pouco de descanso. As luzes da rua começaram a se apagar e o movimento de carros aumentavam constantemente.
Durante o dia, serviço. Uma vez outra Isis Fernandes ressonava ainda pelo cansaço da madrugada. Mesmo assim, continuou a sua faina. O diplomata Ênio Monroe notava o desacerto da moça e nada falava. Apenas depois do almoço quando Isis se serviu de forma abusada, como se já estivesse com apetite, se acercou da jovem a sua amiga Moema Rabelo e discursou um pouco.
Moema
--- Tenho novidades. - - e sorriu.
Isis
--- De quem? - -
Moema
--- A noite eu falo. Depois da Novela. - -
Isis
--- Novela! Hoje, eu estou “apagada”. Você tem champanhe? - - perguntou sonolenta
Moema
--- Champanhe? Nossa! Você nunca bebeu? - - assustada
Isis
--- Estou enojada. Apenas uma dose! - -destacou.
Moema
--- Você está é bêbada! - - sorriu.
Em contrapartida, Isis Fernandes também sorriu.
À noite, Isis se recolheu cedo ainda com a cabeça zunindo. E adormeceu. Teve um sonho impressionante. Ela encontrara uma amiga de beira do rio – com certeza em um rio a passar no baixio onde Isis morou, quando infante, em Santo Antônio do Bofete. E as duas moças conversaram bem mais futilidades. Mas, a virgem amiga era bela para a idade de uma inocente virgem. Uma trança no cabelo puxado para trás até o meio da cintura combinando com as suas atraentes vestes. Isis notou tudo isso, e não comentou nada a respeito. Apenas ouviu um – com certeza - namorado da virgem moça chamá-la para ir ao bar. Nesse instante, Isis despertou. Ainda com o sono olhou para o relógio de cabeceira. Viu apenas as duas horas da madrugada. Fez uma careta e foi até ao sanitário.
Na segunda-feira, à noite, o diplomata Ênio Monroe estava assistindo o noticiário da TV e a sua irmã, Moema, estava em outro compartimento. No seu cômodo, encontrava-se Isis Fernandes a pesquisar um assunto palpitante: entrevista com um certo Jair Bolsonaro, deputado federal do Brasil. Pela primeira vez Isis estaria a “conhecer” esse parlamentar. E foi assim que navegou na entrevista. Esse entrevistado tinha sido julgado recentemente por “racismo” no processo da Preta Gil, uma cantora de música popular brasileira, e por conta de homofobia. Ele, em uma outra entrevista do programa CQC, teve invertido a resposta dada a cantora Preta Gil sobre casamento de um filho seu com o homem de comportamento “gay” – fresco na tradução – o que levou a um processo. A pergunta foi levada ao ar 40 dias depois de ter sido feita
Bolsonaro
--- Eu nunca tive problemas contra homofóbico. A minha questão é contra material escolar onde mostra filmes com meninas e meninos se beijando. - -
Entrevistadora
--- Mas o senhor viu que nos Estados Unidos na rede social de TV coloca-se a bandeira colorida da frente das casas para comemorar o “casamento gay”. O casamento de gay o senhor concorda? - -
Bolsonaro
--- Eu não tenho nada a ver com qualquer que seja. Se dois homofóbico querem se casar, que se casam. Eu não admito é o material escolar é fazer apologia a esse respeito. - -
Entrevistadora
--- Certamente o Congresso representa o povo brasileiro. - -
Bolsonaro
--- É bom lembrar que eu não venho do partido da ARENA, do Governo Militar de ontem. Eu tive uma rápida passagem pelo Partido Demótico Cristão. Antes, eu estive no PFL, partido de direita.
Esse partido, hoje, se identifica como o DEM – Democratas -. É uma versão tupiniquim do PFL – Partido da Frente Liberal – que foi extinto.
Bolsonaro:
--- Ditadura Militar: 1º) – Quem assumiu em 1º de abril de 64 a Presidência da República já que houve um Golpe no dia 31 de março? Quem caçou João Goulart foi o Congresso Nacional no dia 2 de abril de 64. Porque todos queriam a saída de João Goulart. Nós estávamos numa situação de sermos “comunizados”. Eram as mulheres, nas ruas, fazendo passeatas, a Igreja Católica, em todo o Brasil, pregando e orando para que os Militares assumissem, era toda a Impressa, exceto o Jornal Última Hora a assumir a “chapa branca” de João Goulart, naquele momento, eram os empresários e os ruralistas. E o Congresso Nacional, no dia 2 de abril caçou João Goulart. E o mesmo Congresso no dia 9 do mesmo mês elegeu Castelo Branco. E o senhor Castelo Branco assumiu o Governo no dia 15 de abril. Nesse intervalo, governou o Brasil o senhor Ranieri Mazzilli. Agora, o senhor podia ir para a rua com segurança, a tua família era respeitada, o policial era policial, o Brasil passou da 49º posição para a 8º economia do mundo. - -
Entrevistadora
--- Mas muitas pessoas, sumiram, desapareceram, foram torturadas, foram mortas. - -
Bolsonaro
--- Vamos lá? Quando começou a luta armada, no Brasil? A bomba no Aeroporto dos Guararapes. A Ação Popular! E matou dois representantes do Governo. Um almirante e um repórter. Onde a Ação treinava? Treinava em Cuba. O dinheiro de onde vinha para a Luta Armada? Da Coreia do Norte! Fidel Castro estava preocupado com a democracia em nosso país? Ele estava preocupado com o “paredão” de Cuba! Esse pessoal sempre mentiu! Eles sempre se vitimizaram através de compaixão e chegassem ao poder, como chegou agora. E agora estão demonstrando o que são! - -
Entrevistadora
--- Os militares chegaram ao poder e não saíram mais!  Ficaram no Poder e inclusive criaram uma situação para parecer para parecer que eles eram muito necessários. O caso do Rio Centro por exemplo.  - -
Bolsonaro
--- Nós temos os militares eleitos periodicamente. Todos foram eleitos pelo Congresso Nacional. Isso é Ditadura?  Se for Ditadura, Tancredo Neves também seria um Ditador. Olha: Essa história de “sumir”, eles iam para a Luta Armada. E tinha a lei da “Vadiagem” no Brasil. Qualquer pessoa detida tinha que possuir um documento. Ou findava na delegacia. E eles sequestravam, assaltavam Bancos, instalavam bombas. E em combates, morriam com documentos falsos. Eram sepultados como indigentes.


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