sexta-feira, 16 de outubro de 2015

LUTA ARMADA - 53 -

- FORÇA ARMADA -
- 53 -
A FUGA -
O Cabo Anselmo estava no comando de uma Associação da Marinha lutando para convencer as autoridades militares sem saber que o que desejava era o maior problema para os Cabos, visto ser preciso o Congresso aprovar essa alteração dos estatutos após receber um pedido do Comando Geral da Organização naval. Na verdade, Anselmo nada sabia a esse respeito. Apenas ele queria apenas organizar a Associação dos Cabos. Em contrapartida, havia toda uma infiltração comunista dentro da entidade. Com isso, a Associação teve que sair para apoiar as greves que surgiam porque os sindicalistas alardeavam a participação da Associação dos Cabos navais. Era a união camponeses e militares pela Revolução.
Monroe
--- Então se indagar: que Revolução? Então, a presença dos militares era apoiar aquilo que os comunistas acreditavam. Assim, então, era a união total de todas as ideias dos trabalhadores e militares. Isso tudo não passava de uma farsa. Só os dirigentes sindicais acreditavam. Ou nem acreditavam. -- -
Isis
--- E o Cabo acreditava nisso? - -
Monroe
--- Diz ele que não. Sentia-se na oportunidade um movimento acalorado de todas as facções, para bem dizer, oportunistas. E Anselmo acreditava que se estava em um movimento que era bom para o Brasil apoiando então o presidente João Goulart pelas Reformas. E a Marinha, dentro daquilo tudo estaria a reconhecer o que se estava a defender independentemente de partidos políticos. João Goulart era um homem como simplesmente se estivesse com uma pistola na cabeça obedecendo as ordens: ”Vai e Faz”. Pressionado, premido por todo aquele “aparelho” sindicalista comunista. - -
Isis
--- Ele vivia circundado de comunistas, não era? - -
Monroe
--- Evidente. Existiam até militares do Partido Comunista que estavam perto de Jango. Eu não acho que ele quisesse o que os comunistas estavam a reivindicar. Jango queria ser um presidente forte do tipo ditatorial como foi Getúlio Vargas. Mas chegou o momento que ele viu que não dava. Que não ia acontecer isso. Então ele caiu fora porque ele viu que o Governo brasileiro ficasse nas mãos dos comunistas, mesmo com ele na cabeça, o equilíbrio mundial daquele momento ia virar totalmente. Isso não era bom para os Americanos que sempre foram os aliados do Brasil. O Brasil sempre foi o “quintal” dos americanos. Uma parte da riqueza existente em nosso território sempre foi para os Estados Unidos.
Isis
--- E nessa época como Jango contava com Leonel Brizola? - -
Monroe
--- Não. Não. Brizola estava no Governo do Rio Grande do Sul. E mantinha um programa na Rádio Mayrink Veiga coma participação de Sindicatos.
Isis
--- Mas teve um momento muito grande quando os navios entraram em estado de prontidão. –
Monroe
--- Não. Não. Navio de prontidão houve depois do dia 25 de março de 1964, quando se promoveu discursos inflamados, Anselmo foi convocado pelo novo Ministro da Marinha onde compareceu ao gabinete onde havia pouca luz, comunicação dentre outros eventos, isso porque os militares já estavam agindo e, depois daquilo ele passou para a clandestinidade. - -
Isis
--- Mas o Cabo ficou sabendo ou intuiu? - -
Monroe
--- É o seguinte. Depois do dia 25 de março a coisa virou de tal maneira que o próprio Ministro recomendou para o Cabo que ele ficasse fora pois não sabia o que estava a acontecer. E no ficar fora, ele ficou clandestino em um sítio. - -
Isis
--- Quer dizer: no dia 31 de março o Cabo já estava foragido! - -
Monroe
--- Sim. Conforme em suas conversas, no dia 31 ele já estava no Sitio de um advogado, amigo pessoal, o doutor Alcione Barreto. O que aconteceu ele, Anselmo, soube depois quando leu os jornais do Rio. Nesse sítio ele não tinha nem comida e dormida. Ele dormia no chão. E ele tomou ciência pelo Jornal Correio da Manhã, quando um homem que cuidava da casa trouxe tais alimentos. Após esse tempo, bem curto, Anselmo rumou para o Rio a procura da casa de uma irmã e logo em seguida foi até o Consulado do México. No Consulado já estavam outros fugitivos. Ex-militares da Marinha e do Exército e Alípio de Freitas, um fugitivo, tinha ligação com a Ação Popular – AP - . Decidiu-se a reorganização para comandar a Resistencia e foi feito um sorteio para ver quem seria o Cristo: Saiu o nome do cabo Anselmo; - -
Isis soltou uma bela gargalhada e depois, disse
Isis
--- Não é possível. - -
Monroe
--- Então, Anselmo nem comentou pois não tinha mais nada a perder. Ele estava no Consulado, porém com muito medo de deixar o Brasil. Ele sabia que muitos outros naquela ocasião, estavam vivendo na clandestinidade.- -
Isis
--- E da Embaixada?
Monroe
---Bem. Da Embaixada do México, Anselmo saiu num esquema clandestino da AP para um apartamento de uma professora e ficou sabendo que ele teria a missão de explodir o porta-aviões “Minas Gerais”. Ele ficou pasmo. Como se queria então saber que um marinheiro solitário explodisse um porta-avião? Marinheiros clandestinos auxiliados por outros estudantes ligados a AP, com que recursos? - -
Isis
--- E o serviço de informações não sabia desse ato subversivo? - - gargalhou
Monroe
--- Sei lá. Devia saber. Acontece que Anselmo não. Ninguém foi. Tudo foi suspenso. O que eu li, foi que Anselmo foi para Cuba por intermédio da OLA. - -
Isis
--- Mas era forte dos comunistas estrangeiros? - -
Monroe
--- Sim. Claro. Hoje as organizações são mais fortes através das ONGs, Green Peace, influenciando até o atual Governo do País. Grupos como o MST, índios, demarcação de terras. É um sinal bem evidente apesar de que os Militares terem ficado vinte anos no poder. Voltaram com novas tecnologias, novas leis. Naquela época se estava nos tempos das cavernas da comunicação. Hoje nós temos a comunicação da web. Temos a comunicação através dos celulares que podem dizer onde se está nesse momento através de satélite. Anselmo e os demais não tinham essas novidades naquela época. –
Isis
--- Nem um WhatsApp. –
Monroe
--- Você entende agora. A Marinha, Exército, Aeronáutica tinham os modernos aparelhos de comunicação via rádio. A televisão estava nos seus primórdios. Nam tinha nem a TV colorida. A URSS e os Estados Unidos já estavam um pouco adiante pondo cachorro do espaço e homens na Lua nos primórdios das comunicações. Veja bem. Meu contava que tinha um gerente de uma firma na Ribeira que não acreditava do homem ter ido à Lua. - -
Isis
--- Eu tenho as minhas dúvidas. - -

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