sexta-feira, 30 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 50 -

LANÇA SAGRADA
- 50 -
MISTÉRIOS -

Em busca dos mistérios que envolvia o seu tempo, Marilu buscou em um sebo, na Cidade, próximo ao Mercado central algo de emblemático e fatal. O dono do quiosque era um jovem de 25 anos, aparentemente, de nome Abimael. Além de volumes desgastados, havia álbuns e discos estrangeiros, notadamente de procedência norte americana. Poucos, os brasileiros. Marilu lentamente pesquisou nas estantes, velhas por sinal, algum que abordasse segredos do outro mundo, por assim dizer. Ocultismo, na verdade. Já estava a desistir quando algo lhe veio às mãos. Era uma história da lança que apontou e feriu Jesus.
Marilu
--- Em boa hora. Eu quero esse aqui! - - disse alegre como abelha
O moço foi a estante subindo alguns degraus e retirou o livro que Marilu pediu.
Abimael
--- Só tem esse! Algo mais? - - indagou
Marilu
--- Agora, somente esse. - - sorriu
E de posse do livro, saiu contente e satisfeita. Era a tal lança que feriu Jesus do peito Em seguida, a moça procurou um carro de praça e seguiu direto para o Jornal. E, lendo, buscou viagem. Contava o livro a história que leitores poucos sabiam.
Livro
Há dois mil anos uma arma simples assumia o poder sobrenatural. Muitos a desejavam. Mesmo assim, diz a história de existirem três.
A Lança que Feriu Cristo
A lenda da lança sagrada começa com a crucificação de Jesus Cristo. Pelo que se fala, morte de Jesus foi misericordiosamente rápida. Para confirmar, um soldado romano perfurou Jesus com uma lança. A perfuração é o momento crucial para quem acredita em Jesus. Ela é a prova da morte de Cristo tornando possível sua ressurreição. A lança se torna uma relíquia cristã preeminente. Nos séculos seguintes ela assume uma reputação legendária. Pelo que se informa, o Imperador Constantino tinha a lança sagrada como impôs o cristianismo no Império Romano. Com a lança a seu lado Carlos Magno criou a primeira a primeira União Europeia em meio ao caos da Idade Média.
Marilu
---- É uma história fantástica! - - disse a virgem
Livro
Tanto Napoleão quanto Hitler almejavam o poder místico da lança para que pudessem dominar o Mundo. Hoje, existem três lanças sagradas que não são consideradas cópias. Uma se encontra na Armênia. Outra, no Vaticano. E a outra em Viena. Uma dessas pode ter sido a lança que ferio Cristo. A ciência procura agora cientificar a idade de cada uma dessas lanças para determinar a sua origem. A primeira coisa que se pesquisou sobre a Lança Sagrada depois da crucificação foi que ela aparece na Armênia. Os armênios ainda afirmam possuir a Lança Sagrada, na Igreja Apostólica Armênia onde é guardada a Lança Sagrada. Conforme dita a Armênia, um dos doze discípulos de Jesus levou a Lança para lá.
Marilu
--- Mistério!!! - - falou a moça
O apóstolo Tadeu chegou na Igreja da Armênia depois da crucificação. Ele levava a Lança Sagrada e os sacerdotes pagãos se sentiram bastante ameaçados com a sua presença. E, por isso, ele foi decapitado. Antes de ser morto, Tadeu converteu alguns poucos pagãos ao cristianismo. Eles ficaram com a lança e a esconderam na caverna secreta que depois se tornou o Mosteiro de Gerhard. Gerhard significa “Lança” em armênio. A lança permaneceu escondida por mais de 200 anos até que um habitante local chamado Gregory desafiou os padres pagãos pregando o Evangelho na Armênia. Mas os pagãos eram poderosos. Gregory foi preso. Ele foi torturado e jogado em uma piscina cheia de cobras onde permaneceu por 13 longos anos. Por milagre, Gregory sobreviveu junto as cobras por 13 longos anos. Por fim, ele recuperou a Lança Sagrada e de posse da Lança, Gregory derrotou os deuses pagãos.
Marilu
--- Continua sendo um mistério!! - - falou enfim
Livro
E converteu o Rei e toda sua Corte ao cristianismo. E no ano 301 depois de Cristo, a Armênia se tornou o primeiro Estado cristão. A lança foi, então alojada no coração da Igreja Mãe da Rainha, a Catedral de Etchmiadzin, da Armenia. Apesar da Igreja armenia mostrar sua Lança Sagrada há cada sete anos o pároco local deu permissão para ser mostrada para ser vista dessa vez. A Igreja armenia concorda de que a lança não é uma arma romena. Mas foi usada por soldados judeus na época, com desenho de cruz. A segunda Lança Sagrada é a do Vaticano. Aparentemente ela trouce a paz para inimigos mortais: os muçulmanos e os cristãos. Nas Muralhas de Constantinopla, atual Istambul, seiscentos anos após a crucificação, Jerusalém foi conquistada pelos persas. Então o conto da lança foi dividido em dois. Por incrível que pareça a lança foi parar em Constantinopla.
Marilu
--- De novo? Que agonia! Vamos ver no que dá! - - exaltada
Livro
A lança foi parar na Igreja de Santa Sofia e levou mais 80 anos para a outra parte se juntar a primeira. As duas partes da lança levaram 600 anos desde que foram separadas. Uma das pontas da lança, por esse tempo, foi vendida a um Rei da França. Ele acreditava que essa importante relíquia lhe protegia por ter uma ligação direta com Deus.  E daí em diante, a ponta foi mantida em Paris até seu desaparecimento durante a Revolução Francesa. O resto da lança continuou em Constantinopla, que foi conquistada pelos muçulmanos que foi conquistada no século 12. O Mundo ocidental era dividido nesses dois enormes blocos: cristianismo e islamismo. A lança de Cristo também foi dividida em duas partes. Em 1492, o Sultão deu o resto da lança ao Papa e em troca pediu que ele mantivesse seu irmão preso na Itália, já que esse irmão passou a reivindicar o seu Trono.
Marilu
--- Que palhaçada! A lança virou arma política? - - esbravejou
Livro
A lança sem a ponta foi levada a Basílica de São Pedro e vendida mais uma vez. Infelizmente o Vaticano não mostra a lança nem permite que ela seja testada cientificamente. Mas uma série de desenhos feitos em 1900 foram expostos como sendo a genuína lança. Mesmo assim, nem por isso, a verdadeira lança foi exposta. Tem ainda a lança de Viena, capital da Áustria. Essa lança tem uma reputação incrível. Após ter sido feita uma análise cuidadosa, a lança revela um segredo surpreendente. No interior do Museu de História da Arte, de Viena, está um tesouro. É o lar da lança de Viena que faz parte da coleção de algumas das mais fabulosas joias das relíquias da Europa. Diferente das outras lanças, ela não pertence a uma Igreja. O seu valor é inestimável. A lança mostra que ela foi feita de várias partes diferentes. Fotos antigas apontam um dos seus enigmais.  Feitas de várias partes em ouro e prata com uma inscrição em latim mostrando ser uma lança de São Maurício.
Marilu
--- Mas quem é São Mauricio? - - quis saber a moça
Livro
Na verdade, é uma lenda. Após a crucificação de Cristo, a Lança Sagrada foi passada pelos cristãos antigos até chegar ao Egito onde foi parar nas mãos de um Centurião romano chamado Mauricio, um cristão comandante de uma legião de Soldados. No ano de 286, Mauricio levou a lança para a Europa. E na Europa ele recebeu ordens do Imperador romano, Maximiliano de acabar com uma revolta violenta na Gália, perto do Lago de Genebra, na Suíça. Mas quando ele, Mauricio, chegou lá, a revolta já estava duramente reprimida. Mauricio ficou horrorizado que os homens massacrados eram cristãos. Então, Mauricio se recusou de participar da chacina. Enfurecido, o Imperador ordenou a execução de toda a legião. Mais de seis mil homens foram mortos, incluindo o Cavaleiro Medieval. São Mauricio é o Santo Padroeiro, Soldados e Exércitos e era ele o soldado que carregava a lança. Foi assim que se pôs a Lança Sagrada em um soldado cristão. Em seguida, após o trucidamento de Mauricio, chegou a vez do Imperador Romano Constantino, o Grande. A Constantino coube o direto de conquistar a Lança. A Lança Sagrada.
Marilu
--- Minha Mãe! Então, foi São Mauricio o homem que trouxe a lança?
Livro
Constantino viu uma cruz em chamas aparecendo acima do Sol com as palavras: “Com esse sinal ireis conquistar”. E passou a carregar a Lança em toda sua batalha e saindo vencedor adotando o cristianismo. E então Constantino tomou como fé que o batismo limpa todos os seus pecados anteriores.
FIM

quinta-feira, 29 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 49 -

- PROFECIAS -
- 49 -
NOSTRADAMUS -

Certa vez, Marilu buscou encontrar em uma livraria da rua Dr. Barata algo que falasse sobre encantos sobrenaturais. E foi mais além, sem encontrar. Por sinal, nem se aventurou a perguntar ao dono da loja pelo sinal de que, aquilo, fosse algo com o demônio. E Marilu temia de qualquer forma perguntar sobre o Diabo ou coisa que se oferecesse como tal. Quase que desvanecida, ela verificou na estante certo livro obscuro por certo interessante. Então, em lugar de sair, pensou duas vezes. Esse livro era o tal, de qualquer jeito.
Marilu
--- Quanto custa esse livro? - - mostrou o livro
O homem verificou e teve dúvidas. Não tinha nenhuma marca. E então o homem disse com bastante inquietante dúvida.
João
--- Não tem preço aqui. Pague o mínimo. - - e deu o preço equivalente.
E a virgem pagou e saiu apreciando o livro não tão velho apesar de ter cerca de 500 anos que o personagem viveu. Michel de Nostredame nasceu em 21 de dezembro de 1503 tendo sido, com a evolução do tempo um Apotecário e Médico durante o período da Renascença em seu país, França. O seu nome se tornou célebre como Nostradamos por sua capacidade de vidência, conforme a parapsicologia. Desse modo, Marilu foi revendo a história do afamado judeu.
Marilu
--- Interessante! Eu já li algo sobre esse homem. - - destacou
E, mesmo assim, prosseguiu, a andar meio devagar pela rua, muitas vezes topando em um passante ou derrubando xicaras de café em um outro garçom quando este saía de sua cafeteria. Afinal tinha o seu interesse em ler todo o livro não dando importância aos demais transeuntes à sua frente, por sinal, bem vexados ou ébrios.
Livro
Em 1503 nasceu um homem comum com um destino incomum em uma vila do sul da França. Hoje, 500 anos depois, Nostradamos é reverenciado por milhares de pessoas em todo o Mundo como profeta sem paralelo. Ele previa o futuro com assombrosa exatidão. Mesmo os céticos ficam assombrados com seu misterioso poder. Em Roma, existe uma Biblioteca onde tem um manuscrito com esse nome, tendo sido enfim descoberto. Trata-se de um código de palavras, imagens estranhas e inúmeras profecias, recentemente revelada ao mundo. Entre elas, a assustadora previsão de quando e chegará o fim do mundo.
O LIVRO PERDIDO DE NOSTRADAMOS
O alvorecer do novo milênio foi pontilhado de eventos trágicos. Terrorismo, guerras, desastres ecológicos, fome e o ressurgimento de doenças fatais.  Os desafios não têm precedentes e os riscos são enormes. Em poucos momentos da história o homem esteve tão próximo como de provocar e sofrer destruições em tão larga escala. Talvez Nostradamos, o maior profeta de todos os tempos, tivesse tentado nos alertar sobre esse século (666). Não há ninguém comparável a Nostradamos. Ele foi o primeiro a profetizar bem. É difícil que apareça outro. Ele previu o incêndio de 1666 em Londres, Inglaterra, previu a vinda de Napoleão lll e de Hitler. Previu a II Grande Guerra e os eventos que se está atravessando no momento. Nenhum outro foi tão preciso quanto Nostradamos. Ninguém tem dúvidas de que Nostradamos foi um profeta genuíno
Marilu
--- Realmente. Somente que o conheceu poderia afirmar! - - relatou
Marilu caminhava sem pressa lendo o volume sobre Nostradamos quando chegava ao Café da Esquina, no início da rua Dr. Barata, ponto de encontro de advogados, comerciantes e juízes, todos em conversa de assuntos políticos. A virgem não se perturbava por isso mesmo e tentava atravessar a rua vindo do outro lado quando alguém gritou.
Mascate
--- Olha o carro! - - gritou com vexame.
A moça nem ligou e enfim trocou de calçada, entrando no prédio do seu jornal. Marilu subiu as escadas e cruzou com o fotografo Canindé que lhe disse.
Canindé
--- Tô indo ao Palácio. - - alertou
Marilu disse “sim” e entrou em seu gabinete de trabalho. Ali, continuou a ler.
Livro
Um volume de imagens em aquarela foi encontrado em uma feira de livros usados patrocinada pela Biblioteca de Roma. Caso seja uma obra de Nostradamos, as implicações serão muitas. Não só o seu valor seria imenso, mas o conteúdo também. As profecias são diretas e assustadoras tal como ele escrevia. Nostradamos entrou para a cultura popular como o profeta por excelência. É o homem da esperança no futuro. “O fogo ruge e abala o centro do mundo”, prediz o Profeta. “Em toda nova cidade a terra treme” entornou o homem que via o futuro.
Marilu
--- Nossa Mãe!!! Será o Inferno?  - - assustada.
Livro
Nostradamos passou grande parte das profecias falando de invasões islâmicas no Sul da França e outras incursões islâmicas. Alguns acreditam que as imagens seriam um modo inteligente de Nostradamos ligar as visões do século 16 à cultura tecnológica do século 20. No mundo moderno, a imagem é extremamente importante. O homem de hoje precisa de imagens. A relevância e a exatidão das mensagens de Nostradamos impressionam ainda mais quando lembramos que, para o século 16 nossa história estaria em um futuro remoto e quase inimaginável. As origens de Nostradamos são humildes. Por isso mesmo, notáveis. Ele cresceu em Saint Remy, na Provença. Fez o curso de Medicina e casou-se. A peste causou a morte de sua primeira mulher e seus filhos, o obrigando a sair praticando a Medicina pelo mundo afora, em uma batalha incansável contra a epidemia.
Marilu
--- Meu Deus! Que sacrifício! - - lamentou.
Livro
Nostradamos acabou se casando de novo e morando em uma casa na vila de Salon. Embora fosse entusiasta da astrologia, suas posses eram modestas. E ele só começou a registrar as visões aos 45 anos, quando editou um almanaque para o ano de 1550.  Eram os primeiros passos que hoje conhecemos como “horoscopo”. A partir de então ele passou a gozar de muita fama. Reis e Rainhas liam o horoscopo, dando-lhe muita importância. E esses Reis e Rainhas não só liam avidamente os almanaques como eram o alvo de muitas previsões. Sendo francês, Nostradamos enfocava a política do país. As imagens do Livro Perdido profetizam a cruel decapitação de um famoso Casal Real, o que vai acontecer 200 anos depois da morte do profeta.
Marilu
--- Ave Maria!!! Luis XVI e Maria Antonieta? Credo! - - alarmada
Livro
A Revolução Francesa começou em 1789 em protesto aos excessos de Luiz 16 e da Rainha, Maria Antonieta. O Real casal foi aprisionado com o filho pequeno, o Delfim, que dois anos depois foi acusado de traição. O manuscrito do Livro Perdido seria a última mensagem para a humanidade e, em especial, para a era moderna. Se esse livro era destinado a ser encontrado agora, devemos decifra-lo com toda a urgência. A medida que as imagens são estudadas e explicadas, um padrão perturbador começa a surgir e culmina com a explosiva magnitude. Quase todos os eventos significativos dos últimos 500 anos apareceram na profecia de Nostradamos. A expansão do Império Britânico, a ascensão de Adolf Hitler, na Alemanha, as Bombas Atômicas de Hiroshima e Nagasaki e até o assassinato de um presidente.
Marilu
--- Quem seria esse presidente? Tem tantos! - - divagou.
Livro
Alguns dizem que as figuras do Livro Descoberto em Roma ilustram previsões perigosas demais para serem escritas com palavras diretas. Por onde andou o Livro e como chegou a Biblioteca Nacional de Roma, é um mistério embaçado pelo tempo. Com certeza, o Livro de Nostradamos ficou, por certo tempo, guardado na Biblioteca do Vaticano, o que confere grande importância ao Livro. Talvez o Vaticano quisesse ocultar palavras altamente depreciativas sobre a Igreja. Tais previsões, se fossem descritas abertamente, deixaria Nostradamos em perigo. A Igreja da época era todo poderosa. A vida no tempo de Nostradamos era cruelmente breve e a religião, nem sempre suficiente. Nostradamos viera preencher essa lacuna. A Rainha da França, Catarina de Médici, apontada como eminente protetora de Nostradamos leu no almanaque que certos fatos, tristes demais para serem narrados, se abateria sobre seu marido, Henrique II. Enfim, o profeta declarou que só após 500 anos o que ele previa seria entendido.
Marilu
--- 500 anos é agora! - - enfatizou com alarme

quinta-feira, 22 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 48 -

- BRUXARIA -
- 48 -
OS BRUXOS


Um dia, Marilu atravessou a avenida Tavares de Lira, para então entrar no prédio da Agencia Pernambucana, em frente à o Jornal onde a moça desempenhava sem cansar as suas funções de Jornalista, já então como Chefe de Redação ou Editora Geral. Havia pouca gente a procura de revistas e alguns livros. A Agencia era dividida em duas partes, como sendo entrada e saída. No meio, uma estante de revistas, as bem mais procuradas como Cariocas entre outras. Marilu apreciou as estantes vendo se havia algo mais. Um livro, quase escondido, chamou a sua atenção por demais curiosa. Algo sobre os Bruxos. Com pressa, Marilu buscou o proprietário, Luis Romão, e mostrou o livro, já com resto de antiguidade.
Marilu
--- Esse livro senhor Luis! - - apontou o livro na estante.
Luis
-- Esse aqui mesmo? Tem certeza? - - indagou estranhando
Marilu
--- Esse mesmo. Mande o recibo de compra para a tesouraria do meu Jornal. - -
Luis
--- Pois não. Mandarei, sim. - - e buscou o livro velho
Já no seu bureau da sala reservada, instantes mais tarde, Marilu sem temor, começou a ler aquela brochura bastante antigas. Em um tempo, atentou para o estava escrito.
Livro
Reis, Czares, personagens obscuras que teriam invocado forças ocultas para chegar ao poder ou permanecer nele. A simbologia e o carisma político unidos aos poderes ocultos. O que se esconde por trás dos bruxos desse poder e desde as guerras de independência estão presentes nos círculos mais conspícuos do poder político do ser humano? Até onde chega, realmente os poderes de praticar a bruxaria?
O Poder dos Bruxos!
É possível que muitos dos grandes líderes de todos os tempos e lugares tenham estado secundados ou protegidos e amparados por poderes do além. Nas diversas culturas asiáticas e europeias, até mesmo na América pré-colombiana encontra-se a influência nas decisões do Governo local ou geral por parte desses sinais ou manifestações de alguma ordem espiritual. No ano de 1900 e nos primórdios de uma das primeiras manifestações políticas da história os Romanov usavam de supostos conhecimentos mágicos Grigori Yefimovich, o Rasputin, conhecido como o Monge Louco, um ícone que tem a ver sobretudo com o jogo da bruxaria.
Marilu
--- Rasputin? Bruxaria? - - inquietou-se
Livro
A Revolução russa ocorrida em outubro de 1917 finalizou o Reinado e a Dinastia dos Romanov que foram, brutalmente, assassinados. Em que pese a sua enorme capacidade de influência dentro da Corte e o poder que muitos lhe atribuíam, o Monge não terminou bem os seus dias. Rasputin se suicidou. Com a sua morte, muita gente ao redor dos Czares suspeitava que viesse a acontecer. O ascendente de Rasputin na Corte dos Romanov transcendeu fronteiras. A fascinação que o personagem exerceu continuou vigente. Enfim, Rasputin foi a exceção e a regra na história.
Marilu
--- Enfim terminou o seu reinado. - - comentou
Livro
Desde antes da chegada do homem branco na América Latina, o Continente parece ter sido habitado por poderes mágicos. Os xamãs invocavam o componente sagrado da natureza. As crenças pagas com seus Deuses se estendiam por toda a região. A América Latina desenvolveu toda uma cura de cultos que sobreviveu ao longo dos anos, retomando crenças mágicas de todos os continentes. Os cultos dos antigos, as lendas sobre a origem de cada montanha, de cada rio, os nomes dos lugares foram negados, apagados. A Igreja descarregou o seu chicote sobre todas por igual.
Marilu
--- Barbaridade! - - irritada
Livro
Mas não foi suficiente. A bruxaria fincou raízes na espiritualidade americana (do sul) e deu origem a novas religiões. O que aconteceu na América Latina? Um continente atravessado pela magia. As histórias dos bruxos são reais. Em pleno século XX existem homens e mulheres de quem se suspeita que chegaram ao poder pelas mãos dos BRUXOS. Pitonisas, profetas e adivinhadores. O povo da América Latina está, hoje, nas mãos de quem invoca e dialoga com os poderes do além. A vitória régia é uma planta tão antiga quanto a humanidade. Sempre foi usada na iniciação do homem sempre guiada pelo xamã da comunidade. Alguns dos seus componentes químicos podem ser usados na utilização de analgésicos.
Marilu
--- Maravilhoso! Eu não que a vitória-régia pode ser medicamento! - - lembrou
Livro
Personagens ocultos ligados ao Poder se filtram aos Governos de grande parte do planeta, mas poucos desses personagens chegaram ao limite de exprimir a essência de um cadáver para que outra pessoa o obsorvesse. No entanto foi o que aconteceu na Argentina, quando os irmãos de Maria Eva de Peron, mais conhecida como Evita. O cadáver de Evita desapareceu. Em 1950, quando um policial interessado nas artes obscuras, é designado para custodiar a residencia de Juan Domingos Peron e Evita. Esse homem se transformou no Rasputin da Argentina. Mantinha ele transações no sobrenatural maléfico. As intenções de Lopes Rega mudaram quando entregou o cadáver de Evita.
Marilu
--- Nossa! Ele roubou o cadáver da morta? - - espantada
Livro
Na América Latina há diferentes formas de Rasputin. As histórias sobre os bruxos de poder causam fascinação e temor ao mesmo tempo despertando receios da ciência e da sociedade civil. Os homens poderosos estão dispostos a tudo com o objetivo de se manter nas esferas mais altas. Em fins do século XIX em Antioquia, Colômbia começava um dos maiores mitos do milênio. A Bruxa Amanda é uma mulher que, durante muito tempo exerceu práticas de bruxaria para poderosos. A fama de Amanda foi tão grande que chegou aos ouvidos de homens poderosos de todo o tipo que existe, inclusive narcotraficantes
Marilu
--- Lá vem bomba! - - alertou
Livro
A influência de Amanda era cada vez mais notória sobre a vida política da região. No entanto, um dia mobilizada pelo arrependimento e pela fé, ela decidiu terminar com tudo. Quando ela volta a entrar em contato com a fé católica e volta a frequentar a Igreja, ela se limpa do mundo anterior do qual fazia parte e retoma o caminho de purificação deixando essa vida para trás.  Atualmente, Amanda se encontra retirada da vida ligada aos poderes ocultos. Há seiscentos anos, a caça às bruxas tem sido associada com perseguições políticas e desprestigio de inimigos.
Marilu
--- Enfim, terminou! - - abanou a cabeça
Livro
Os exorcismos e a luta contra os bruxos não são uma coisa amarga. Desde sempre o Poder instaurou o terror, as suas artes e a sua figura. Eles passaram de privilegiados nas antigas civilizações para perseguido, durante a Inquisição. O conceito de bruxaria ligado a parte demoníaca surge com a Igreja Católica. Mas a bruxaria inclui a feitiçaria e a feitiçaria não tem nada dessa parte curativa. As forças adivinhatórias, entender para onde se vai, tudo isso, dizem, está ligado com o Diabo. A perseguição foi uma disputa entre os poderes do além de origem distinta ou uma maneira de acabar com os adversários políticos? A perseguição começou contra o povo judeu e populações inteiras foram arrasadas. E na Inquisição, 85 por cento dos julgamentos foram contra mulheres.
Marilu
--- Por que somente apenas mulheres? - - indagou
Livro
Achava-se que elas seriam capazes de voar, de transformar-se em animais, preparar poções para apaixonar, a violentar ou enlouquecer as pessoas, copular com o próprio demônio em orgias aberrantes, sacrificar sua honra com o sangue de recém-nascidos. Na história dos povos originários não deixou de haver perseguições em torno das divindades que podem estar contrapostos ou pessoas que sabem das coisas antes de se conhecer, na verdade. As acusações de bruxaria foram utilizadas para fazer cair líderes políticos sem importar sua ideologia.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 47 -

- O INFERNO -
- 47 -
O INFERNO -

Marilu estava lendo uma revista que remontava à II Guerra Mundial. Era uma revista muito nova contando fatos históricos de Adolf Hitler e seus holocaustos. Acabando de ler os jornais da cidade, incluindo o Jornal do Estado, a moça abriu a boca e recostou para ver uma revista chegada esta manhã e entregue pela Agencia Pernambucana, parte em frente ao seu Jornal. Agora com um título maior, ela se deu mais à vontade. A sua promoção correu as bancas de jornais chegando às repartições públicas, até mesmo à Prefeitura e Palácio do Governo. A moça se sentia quase nobre. Afinal era ela a Chefe de Redação abaixo apenas do Diretor Geral. Nesse ponto podia ler todas as revistas do mundo, se fosse o caso. Após atender os repórteres, ela descansou em paz. E foi aí que viu o novo volume na mesa. Sempre mais por curiosidade, Marilu agarrou a revista.
Marilu
--- Vejamos. O que diz a tal revista. Sempre há algo de maior importância. – - aplacou a curiosidade
Abrindo o magazine, contemplou a cara estranha de Adolf Hitler, a essa altura não tinha a maior importância por ter morrido antes do final da Guerra. Porém o que trazia após a capa, era deveras importante. E Marilu, então, se debruçou a ler.
Revista
“Eu já estive no inferno”, dizia um homem. Um lugar chamado Berga. Soldados americanos foram forçados ao trabalho escravo. Um dos campos de concentração mais secreto de Hitler. Ninguém sabia quando aquela agonia terrível chegaria ao fim. Em Berga, eles conviveram e morreram com judeus europeus integrando as estatísticas terríveis do pesadelo nazista. Eram eles os “Prisioneiros do Holocausto”.
Marilu
--- Essa, eu não sabia. Vamos à frente. - - declarou
Revista
No Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, artefatos descobertos estão sendo preservados. São relíquias de um crime de guerra esquecido. Quando soldados americanos tiveram que trabalhar e morrer num dos campos de concentração mais secretos de Adolf Hitler. Até hoje não se sabe que os americanos foram vítimas do Holocausto. Entre os artefatos, nenhum é mais valioso que o diário de um dos sobreviventes que documento a sua história. Quando começou a escrever seu Diário Secreto, Anthonio Acevedo, sodado paramédico tinha apenas 20 anos. Ele foi um entre vários prisioneiros de Berga que escreveram os Diários.
Marilu
--- Nossa Mãe! Vejamos o que mais. - -
Revista
Os cadernos são registro de um crime de guerra quase perdido para a história. Anthonio foi capturado a 6 de janeiro de 1945. Na Floresta das Ardennas, na Bélgica, território aliado. O ano de 1944 chegava ao fim. E o ano de 1945 começava de dúvidas e ansiedade cruéis. Enquanto o Exército da Alemanha Nazista contra-atacava nas batalhas das Ardennas era o começo da batalha da batalha do Buggy. A jornada dos soldados americanos até Berga teve início no inverno de 1944 na Floresta das Ardennas, próximo à fronteira belgo-alemã.
Marilu
--- Bélgica? Deixa eu ver! - - e consultou o mapa-múndi. Logo após continuou.
Revista
A Ardennas eram o setor mais tranquilo do front, com florestas consideradas tão densas que nenhuma ofensiva alemã poderia ocorrer nesse local. Os americanos estavam entrincheirados em frente de um Bunker alemão. Os militares se vigiavam e nada ocorria. Na manhã de 16 de dezembro os americanos ouviram bombas caindo no meio das árvores. Eles não viram quem os atacava. Tanques de guerra e 250 mil soldados alemães pegaram os americanos completamente desprevenidos.
Marilu
--- Eu sabia! - - bateu com força no bureau.
Revista
As tropas alemãs estavam avançando. Após algumas horas sob ataque alemão, Anthonio Acevedo é o único paramédico de seu pelotão que conseguiu sobreviver. A situação era grave quando os alemães avançaram com lança-chamas. Os americanos ficaram sem munição. Eles tinham três opções: morrer de frio, morrer de fome ou se entregar. A Batalha do Booth foi a maior derrota do Exército americano. Quem foi capturado sentiu na pele a dura mudança de guerreiro para prisioneiro. Os alemães obrigaram seus prisioneiros retirar as botas. Os americanos tiveram que descer a montanha gelada totalmente descalço e na neve.
Marilu
--- Meu Deus do Céu!! Descalços? - - lamentou.
Revista
A neve chegava até a cintura. Os americanos marcharam em fila e na retaguarda. E que estava com sede, pegava um pedaço de gelo. E quem aquilo fizesse isso, levava coronhada. Um guarda alemão batia com força quem assim fizesse. Sinal de que, para os americanos, a vida então mudara. E não havia nenhum controle. Cerca de 23 mil americanos foram despachados de trem para o interior da Alemanha nazista. Eram colocados entre 60 e 80 homens num vagão. Ficavam esmagados tendo que respirar juntos. Como se tratava de uma carga “sem valor”, os prisioneiros passavam dias no vagão. A aviação aliada era quem bombardeava o trem sem saber que havia, dentro, soldados compatriotas.
Marilu
--- Miseráveis alemãs!! - - irritada
Revista
Os soldados americanos eram alvejados. Chorava, gritavam, empilhados nos vagões. Mas era o jeito. Os nazistas permitiam os ataques. Depois de longo tempo os prisioneiros chegaram ao Stalague 9-B onde ficou claro que estariam classificados pela religião. Os soldados recebiam as plaquetas de identificação. Os alemães tinham ordens para selecionar 350 soldados americanos para o trabalho forçado. O problema era que só conseguiram 80 judeus. Anthonio Acevedo foi escolhido pois, por ser de origem mexicana, parecia judeu aos olhos alemães.
Marilu
--- Canalhas! Monstros! Satanás! - - vociferava
Revista
Anthonio e outros 350 soldados americanos seguiram para local diferente de tudo o que havia deixado para trás. Trata-se de um satélite do famoso campo de Pontualte, um lugar de onde muitos não voltariam. Quando os prisioneiros americanos chegaram a Berga, Dresden ainda estava em chamas após o bombardeio aliado que matou dezenas de milhares de civis alemães. Como a maioria dos Campos de Concentração, o de Berga não era segredo para a população. Muito antes de chegarem a estação, os soldados viram pela primeira vez, os judeus que estavam no Campo de Concentração.
Marilu
--- Cães! Cuspo na cara desses nazistas!!! - - irritadíssima.
Revista
No Comando do Campo estava um sargento da Guarda Nacional alemã. Ele gostava de submeter os prisioneiros a condições sub-humanas. Uma pessoa incrivelmente cruel. Os prisioneiros não sabiam que o campo de concentração de Berga era “especial”. Ele fazia parte de um programa secreto que usava “escravos” para construir fábricas subterrâneas de misseis, caças e combustíveis sintéticos. Eram as armas milagrosas de Hitler. Armamentos com os quais o Fuhrer acreditava o rumo da guerra.
Marilu
Bastardo! Não mudou nunca! - - falou como um canibal
Revista
Logo depois da chegada, os americanos foram levados para uma floresta secreta. Até hoje quem se aventura da floresta consegue encontrar a entrada. Após explodis as bombas, todos saiam do túnel até poeira baixar. Os paramédicos americanos eram chamados para retirar os atingidos pelas bombas para que não morressem sufocados. A situação era cada vez pior. Gente cuspindo sangue. Esse era então o extermínio pelo trabalho. Um Inferno em vida. E o trabalho prosseguia até a morte. Logo a desnutrição e a disenteria se instalaram. Perto da Cidade de Berga existe o último alojamento. Mais de 200 americanos viviam, dormiam e morriam nesse espaço apertado.
Marilu
--- É de se pensar: Será que eu estou sonhado? - - lamentou
O Inferno existe. Pelo menos para os que existiram da guerra.

SONHOS DE MARILU - 46 -

- O DEMÔNIO -
- 46 -
O DEMÔNIO -

Marilu estava, agora, em sua nova e importante missão. Ela era Chefe de Redação do Jornal do Estado onde, um dia, ela começara como simples repórter. E estava indo tudo muito bem sem percalços, nem vexames. Apenas, uma vez ela mandou para o interior a repórter Janilce ao interior do Estado fazer matéria sobre a tenebrosa seca que se fazia em todo o sertão. Caicó era a cidade de maior aflição apesar de ter um açude. Um outro era Acari, também com açude de grande monta. E por fim, Assú, outro com um bom volume de água. Afora a capital, havia falta de água em amplos municípios. A mudança era constante com gente vinda do interior para a capital. E assim, a Capital tomava conta desse mundo. Com aflição, Janilce tomava conta dos matutos, pedintes de toda sorte. Meninos andando nus, adultos de roupas em trapos. Tudo mais era uma tragédia. Já na volta. Janilce ouviu uma conversa de arrepiar. Um relato assustador ocorrido em uma vila do interior.
Certo dia, houve uma desavença em uma casa de taipa onde uma moça chamada Isa, como que assustada com o sacrifício da vida, passou a xingar o dia todo o demônio.
Isa
--- Essa desgraça pelada! Só tem água nas fazendas dos ricos! Aqui, nem pinga o diabo de uma chuva! - - irritada
Enfim, ficou falando essa palavra durante todo o dia. E à noite, ela viu a desgraça.
Noite, ainda cedo, Isa escutou uma gritaria. Ela pensou que fossem meninos. No entanto, o último carro ou calhambeque, atropelou uma mulher com o seu aleijo incômodo segurando uma garrafa de vidro negro na mão. Isa frequentava terreiros de umbanda e recebia espírito de uma “mulher” que lhe dava conselhos. Nessa noite, ouviu a voz da entidade que o que vinha de frente passaria por Isa, em instantes.
Entidade
--- Cuidado! A mulher aleijada vai passar aqui. Ela foi atropelada no caminho. Não lhe dê atenção. Mantenha a cabeça abaixada quando a mulher chegar! - - disse a voz.
Isa continuou seu caminho e a “pessoa” corria célere, mancando, apesar de ser atingida pelo cabriolé. E gritava palavras obscenas para Isa
Demônio
--- Desgraçada! Venha me ver! Chegue! - - enquanto dizia soltava um cheiro de carniça
Sua voz era impregnada de ódio. A visão chamava.
Demônio
--- Sua desgraçada! Você não queria me ver? Agora, olha para mim, sua vagabunda! –
Gritava o Demônio falando coisas mais chocantes.
Era de gelar a espinha! Isa baixou a cabeça e continuava a observar pelo canto do olho. Porém a voz da entidade lhe disse:
Entidade
--- Não corre! Continua andando! Não olhe para trás! Vá em frente! - -
Isa continuou a percorrer seu caminho com o Diabo a xingar com toda sua fúria até que atravessou em um ponto e o Demônio sumiu. Essa história um matutou ao seguir a pé para buscar toneis de águas em longe distância.
Janilce
--- Mulher! Eu fiquei temerosa! Como se conta uma coisa dessa? - - perguntou
Marilu
--- É isso mesmo! O Demônio existe! - - lembrou
Janilce
--- Eu imagino a moça, Isa! - - tremendo de medo
Marilu
--- Eu conheço uma moça que é evangélica. E todos os seus irmãos na casa onde ela mora, são perturbados. E por vez ou outra, uma irmã da moça por nome de Nina começa a sorrir de forma diferente. Gargalhadas, chutes em algo que só a irmã podia ver. E, depois, emudece. Outro dia, a sua irmã, de repente ficou diferente. A mocinha ficou e se postou bastante diferente.
Janilce
--- Adoidada! - - lembrou
Marilu
--- Isso. E começou a gritar para debaixo da cama! “Sai. Sai daí. Você que ela se mate? Ela não vai se matar. Sai, peste ruim”. A irmã gritava! Parecia que a outra irmã perecia que estava carregando algo pela gola da camisa.
Janilce
--- E Nina não via ninguém? – - perguntou
Marilu
--- Não via nada. Certa vez, Nina chamou pelo seu pai quando a irmã caiu no chão.  Ela caiu e arrastou consigo várias cadeiras da casa. Certa vez, o pai de Nina morreu e sua morte foi muito estranha.  A sua irmã começou a agir de forma estranha. A irmão se encolheu em um cantou da pia de lavar louças e falou.
Menina
--- O pai veio aqui! - -
Marilu
--- Mas Nina insistiu que seu pai estava na rua. Diante da insistência de sua irmã, Nina ficou apavorada até que a Polícia passou o fone dizendo que o velho tinha morrido da rua de um ataque cardíaco. - -
Janilce
--- Nossa! - - pois a mão na boca

terça-feira, 20 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 45 -

- CHEFE DE REDAÇÃO -
- 45 -
ESTRANHA SORTE -

Nesse fim de tarde, grande número de pessoas estava acompanhando o sepultamento do Cemitério da cidade de um Magistrado bem quisto e que veio a óbito na madrugada desse dia. O homem, robusto ainda, tinha cerca de 80 anos e morrera de um mal súbito. O sepultamento ocorrera no final do dia. Seus familiares pranteavam a vítima enquanto demais pessoas caminhava em silencio comungando com a dor sentida pela viúva, filhos, irmãs e netos. Entre as pessoas estava também a repórter Marilu e seu fotógrafo, Canindé. As plantas modestas, como as acácias e ciprestes faziam ruídos lutuoso como estivessem sentindo a imensa dor, a dor da morte. Um menino de seus 5 anos de idade, perguntou à sua mãe.
Félix
--- Ele foi para o céu, mãe? - - indagou quase sem falar
Teve como resposta um “cala a boca” e em seguida a resposta.
Alice
--- Foi. Mas não faça perguntas! - - respondeu murmurando
Marilu, sorriu e também nada falou. Uma velha senhora de idade inconcebível se acercou da campa com um punhado de flores à mão e atirou sobre o esquife quando esse começava a descer para o escuro véu do esquecimento. Após atirar flores, a idosa senhora, quase capengando, com a idade à mostra dos ombros doridos, caminhou com vagar por entre as pessoas lagrimadas tendo logo saído do abatida local. Ninguém notou a presença da velha idosa senhora, nem mesmo os filhos mais chegados do Magistrado. Marilu foi a única a perceber e nada indagar. Como um hino infausto, o ataúde desceu ao chão lavado pelas lágrimas ungidas dos parentes que ali estavam.
Marilu
--- A senhora quer uma cadeira? - - perguntou a moça.
Ela já arrastava uma cadeira para idosa senhora onde a anciã poderia sentar seu corpo cansado. Porém a anciã disse não ser preciso, apenas com a sua mão cheia de rugas. A velha senhora trajava luto da cabeça aos pês. Tudo era luto na anciã. E foi saído, vagarosa, até dobrar uma esquina da rua onde estavam outros escuros mausoléus, desaparecendo após
Marilu indagou de Canindé se ele viu a senhora que esteve bem próximo o sepulcro e Canindé declarou não ter visto viva alma.
Canindé
--- Não vi ninguém! Quem era? - - perguntou
Marilu
--- Uma velhinha. Ela, ao dobrar a rua, sumiu de vez. - - declarou
Canindé
--- Credo! Você tem cada coisa! - -disse o fotógrafo
Um cidadão dos seus 80 anos, que estava próximo de Marilu se aproximou para dizer murmurando para dizer ser a anciã a avós do lutuoso Magistrado, pois o homem a conhecia muito bem.
Mamede
--- Eu conheço a anciã. É dona Sinhá. Ela foi ama de leite do senhor Magistrado. Ela já passou para a outra vida. - - declarou
Marilu
--- Ela já morreu? - - indagou com espanto
Mamede
--- Sim. Morreu. Faz longo tempo. Eu a conheci, quando ainda eu era criança. - -
Marilu
--- Como o senhor reconheceu a velhinha? - - quis saber
Mamede
--- Eu sou vidente em certas ocasiões. Eu a vi. Por isso estou dizendo. Meu nome é Mamede. Frequento o Centro, na cidade. Não se espante! - - falou
Momentos seguidos, em meio de tantas pessoas a contemplar a descida de urna ao túmulo, pássaros canoros lacrimavam por ter perdido o Magistrado enquanto um vulto de um homem, perdido no espaço, contemplava aquele cortejo da imensidão de um sepulcro sem nada falar. Aquela figura era o próprio Magistrado. A cena foi observada também pela moça Marilu. Ela quis chamar o senhor Mamede, mas esse desapareceu como por encanto
Marilu
--- Nossa! O homem também sumiu! Aquele outro parece ser um Magistrado, com certeza. - - falou íntimo
A moça não mais temeu. Ela sabia que podia ver quem passara para o outro eterno. O fato sempre ocorre com os sepultados. O Magistrado também era uma sombra de que vivera aqui e passara para outra esfera da vida.  O que podia fazer então, era rezar suas orações em intenção a alma daquele senhor. Diante de si havia túmulos de milhares de seres. Ela observou vários vultos, possivelmente de pessoas desencarnadas há bastante tempo.
À noite, quando deitada, a moça lembrou das visões que as teve. Uma das quais, a da velha senhora se projetou com maior intensidade. Ela, a sobra de mulher, disse-lhe ser a da mulher que amamentou o Magistrado, quando ainda ele era criança. E então veio agradecer pelas preces de Marilu em favor daqueles espíritos por ter certeza que algo de favor ela obteria logo depois. Marilu agradeceu ao Céu e lembrou da velha senhora em suas contemplativas orações
Na manhã seguinte, após deixar as suas matérias referentes ao Magistrado, Marilu estava pronta para fazer outros temas do dia. Foi então que a moça atendeu a um chamado da direção do Jornal
Canindé
--- O homem está te chamando. - - disse ele e se afastou
A moça Marilu foi com pressa ao gabinete para ouvir o que o seu chefe tinha a falar. Na certa seria uma outra viagem que ela teria que fazer. Havia muitas lavouras imprestáveis no interior do Estado e, com certeza, Marilu seria mandada para fazer tais assuntos.
Marilu
--- Pronto, senhor Lauro! É viagem? - - quis saber
Lauro
--- Sente-se por favor. Não é viajem a serviço. É outra coisa. Eu pergunto se a senhorita está contente com seu serviço? - - quis saber
Marilu
--- Claro! Claro! Como não? - - respondeu
Lauro
--- Temos muito o que fazer. Exemplo: redator chefe. Você aceita? - -
Marilu
--- Chefe de Redação? E eu posso? - - com alegria
Lauro
--- Sim. Seu Macedo se aposentou. Tem essa vaga. Aceita? - -
Marilu
--- E em meu lugar, o senhor vai colocar quem? - - abismada
Lauro
--- Tem muita gente. Tem Janilce, por exemplo. - - lembrou
Marilu
--- Meu Deus do Céu! Tenho que decidir agora? - - sem assunto
Lauro
--- É provável. Como se diz: “Agora ou nunca”. – - sorriu
Marilu
--- Meu Deus! Está bem. Aceito. - - disse a moça
Lauro
--- Então, nós vamos comer peixe! - - sorriu
Daquele instante em diante, Marilu começou a trabalhar da editoria do Jornal e trocou de lugar com a moça Janilce. Desse instante, Marilu não precisava mais sair à rua. Era a vez de Janilce fazer matérias do Palácio do Governo, ter aumento de salários e abraçar a carreira com esmero. Em contrapartida, a moça Marilu ficaria mais atenta no ocorrer da cidade, no País e no Mundo. Derrubar matérias sem futuro e exigir mais empenhos dos novatos. E assim, Marilu trocou o cargo de ser chefe de redação.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 44 -

- VATICANO -
- 44 -
O VATICANO -

Num dia Marilu estava na cidade e parou para ver os filmes programados a serem exibidos do Cine Rio Grande, o maior cinema da cidade, em breves dias. Tinham vários e um deles o mais impactante, O EGIPCIO. Esse deveria ser um filme de lutas. Ela observou mais alguns, para disfarça, comendo pipocas e então, depois de um período, saiu para fazer as matérias programadas. Na calçada do lado de fora do cinema, uma película de algum filme exibido por aqueles dias. Marilu apanho a película e tentou ver se era bonita. Não dizia nada. Apenas era uma película pequenina. Papeis voavam ao leu tocados pelo vento. Uns, de propagada de automóveis. Outros, de sapatos. E tinha um a discorrer sobre o Vaticano. Esse, era de religião, notadamente. Marilu olhou por alguns segundos e depois atirou fora. Mas, a seguir voltou e apanhou o reclame.
Marilu
--- Vaticano? É bom verificar. - - e guardou o papel em sua bolsa a tiracolo.
Passado o dia, Marilu voltou a pesquisar a história: O Vaticano. A essa altura, a moça já possuía uma quantidade vultoso de livros e revistas adquiridos nos sebos da cidade, certamente. E teve a paciência de procurar um que tratava sobre a Santa Sé. Após algum tempo, encontrou o que estava a sua procura.
Marilu
--- Achei! Eu sabia que estava aqui! - - sorrio
E dizia o livro.
Livro
Por quase dois mil anos essa colina romana ocupou um lugar especial nos corações dos católicos do mundo. Esse é o Vaticano. Milhões de pessoas migram para as suas capelas e museus. Mas agora vamos levar os turistas não são permitidos. Por trás das portas fechadas de um dos lugares mais misteriosos e secretos do mundo. O Vaticano é a sede da Igreja Católica de todo o mundo. É onde o Papa mora, trabalha e espalha a palavra para mais de um bilhão de seguidores fieis. Nós levaremos aos esconderijos sombrios que detém o segredo dessa antiga instituição.
Marilu
--- Vamos lá! Vamos ver quais segredos! - - exclamou
Livro
Junte-se a nós, nesta viagem pela história. Desde os ossos do primeiro apóstolo de Jesus, escondido durante séculos, nas profundas catacumbas da Basílica de São Pedro, pelos arquivos secretos do Vaticano e sua conexão com Abraham Lincoln e a Guerra Civil. Por vinte século o Vaticano tem sido ligado eventos da história. Esse é o Vaticano que você não conhece. Apesar de ser o rosto público do Papa que traz multidões ao Vaticano, é o privado que chama ainda mais a atenção. Com pouco mais de cem acres, oito cidades de Vaticano poderiam caber dentro do central é o privado que chama ainda mais atenção. Atrás de suas paredes existem os segredos mais bem guardados da história. 
Marilu
--- O que será? - - quis saber.
Livro
Durante séculos os cofres secretos do Vaticano tem sido alvo de especulações e teoria de conspiração. Alguns pensam que eles guardam artefatos valiosos, roubados de Jerusalém, durante as Cruzadas. Outros afirmam que eles contêm documentos indicando que o Vaticano apoiava os Nazistas. Os arquivos secretos estão escondidos à vista. A baixo de um estacionamento existe um abrigo subterrâneo enorme, de dois andares. Só os arquivistas podem ficar dentro dos cofres dos arquivos.
Marilu
---Virgem! E se faltar ar lá em baixo? - - perguntou com espanto
Livro
Mas vocês podem ir até mais dentro dos arquivos, mais distantes, no interior secreto do Vaticano. Uma coleção imensa de documentos históricos. No abrigo, tem mais de 80 quilômetros de prateleiras. Séculos de documentos históricos bem guardados. A correspondência de Famílias Reais, Cartas Papais, memorandos ultrassecretos. Mas quem visita o Vaticano não sabe é que, escondida sob esse templo a Deus, existe uma cidade dos mortos. A Colina do Vaticano era uma necrópole. A cultura original antes de Roma estar lá era a cultura etrusca. E eles tinham uma Deusa, como os Deuses pagãos chamada Váticas, e ela era a Deusa dos mortos, a Deusa do submundo e era morada na colina do Vaticano. E o nome Vaticano vem dessa Deusa, Váticas. Esse é um bom nome para um Cemitério.
Marilu
---Cruzes! Que nome? - - assombrada.
Livro
Hoje, a Basílica de São Pedro fica em cima desse cemitério e de algumas figuras mais sagradas do catolicismo. Caminhando pelo obscuro labirinto, chega-se a uma gruta ode se encontra o próprio Jesus. Agora se está no centro da Basílica em baixo da Cúpula de Michelangelo. A história dessa grande Basílica começa em 64 depois de Cristo, quando o louco Imperador Nero ateia fogo numa área afim de abrir espaço para construir um novo Palácio. O fogo foge do controle, quase destruindo Roma. Nero precisava de um “bode expiatório”. E um grupo de cristãos liderado pelo aposto Pedro é o alvo prefeito.
Marilu
--- Quer ver a besteira? - - pergunto por si só.
Livro
Pedro era um bandido. Ser cristão, nessa época, no auge do Império Romano é ser um traidor. Pedro é culpado de traição. É um crime. Nero prende os cristãos e os executa publicamente, incluindo Pedro, seu líder de 64 anos de idade. O primeiro discípulo de Jesus Cristo. Segundo a lenda Pedro pediu para ser crucificado de “cabeça para baixo”. Ele achou que não era digno de morrer como seu salvador. Pedro foi enterrado numa cova rasa na Colina do Vaticano. Ao logo do século esse local se perdeu. Por volta do século IV o cristianismo passou enfim a dominar, tanto que o imperador romano, Constantino constrói uma nova Igreja na Colina do Vaticano. Apesar do local exato de Pedro ser desconhecido. Apesar do local exato do túmulo de Pedro ser desconhecido, a Igreja é construída onde dizerem que seus ossos estavam.
Marilu
--- Um faz de conta do que existira no local. - - disse então
LIVRO
No século XVI o papado tornou-se rico e poderoso. E começou a construir uma nova Igreja digna de sua influência. Essa nova Igreja de São Pedro é uma obra prima das renascenças que ainda está acima da Basílica original, a qual acredita-se ser o tumulo de São Pedro. Ainda tem o local mais sagrado que é a Capela Clementina e detém o local original no coração da velha Basílica. O tesouro encontrado não é de ouro ou prata, mas algo ainda mais valioso por está enterrado debaixo do Altar da Capela. Foi aqui que em 1939 que uma descoberta impressionante foi feita o papado de Pio XII.   Quando trabalhadores cavaram debaixo do chão da gruta, acharam vários tijolos com inscrições misteriosas. E depois, ossos.
Marilu
--- Quer ver? Acharam São Pedro! - - espantada
Livro
Os arqueólogos descobriram a baixo da antiga Basílica e logo após havia um cemitério que remonta à época de Cristo. Nove metros abaixo do altar de estão provável São Pedro, arqueólogos encontram um compartimento com inscrições feitas à mão. Então relatava: “Petros Ani” - “Pedro está aqui”. Encontrou-se também uma abertura que por dentro toda revestida com mármore o que significa de algo precioso foi colocado no local. O local possuía uma caixa de ossos. Quando testado, eles mostraram ser resto de um homem de 60 ou 70 anos.  É a idade de Pedro quando foi martirizado na Colina do Vaticano. Os ossos também tinham traços de purpura e ouro, substancias encontradas em um cadáver enterrado em cova rasa e uma forte indicação de estes são os restos de Pedro.
Marilu
--- Incrível! Encontraram mesmo os ossos de São Pedro. - - aprovou
Livro
Talvez a sala mais impressionante do Papa seja uma sacristia. No interior, há alguns dos tesouros mais valiosos do catolicismo que foram usados durante séculos. Um acervo de valor inestimável. Não é um museu. É um tesouro as coisas preciosas com significado para o Papa, são mantidas. Em uma tradição que remonta há séculos os monges cuidam com esmero as mitras e outros acessórios. Tem anéis usados por diferentes Papas e o cajado chamado “Báculo”. Esse cajado não é para andar. É o sinal de sua autoridade, seu poder espiritual. Esse é o material que os Papas têm coletado durante séculos.

domingo, 18 de junho de 2017

SONHOS DE MARILU - 43 -

- OS PERSAS -
- 43 -
OS PERSAS -

Segunda-feira. A cidade ainda estava dormindo. Marilu esperava, em sua casa, a chegada de Janilce. Ambas seguiriam para o trabalho. O Jorna do Estado. Na rua, começava o movimento do vai e vem. Pessoas indo à bodega. Gente a trabalhar logo cedo. A mãe de Marilu havia saído bem cedo quando a rua era um deserto. A moça só ouvia um espirar de um velho, morador de uma casa acanhada há pouca distância da sua. Um espirado e uma tosse rouca. Na certa, era asma aquele tossido. O velho estava acordado desde muito cedo, antes do sol nascer, Marilu atinou.
Marilu
--- Coitado! Doença braba! O dia todo é assim! - - lamentou
Nesse ponto, Janilce, sua companheira de luta, se acercou. E disse-lhe.
Janilce
--- Demorei? - - sorriu
Marilu
--- Em cima da hora. Vamos pegar o ônibus para não se atrasar um pouco. - - declarou
Janilce
--- Vai chover. Olha as nuvens! - - e apontou para o Céu.
Já em viagem, as moças começaram a trocar opiniões. Marilu lembrou de uma matéria lida no dia anterior. E ficou a pensar, com o dedo na boca.
Marilu
--- Você sabe algo sobre os Persas? - - perguntou
Janilce
--- Povo antigo. Eu já estudei. Eles viveram há 330 anos antes de Cristo. – - alertou.
Marilu
--- Pois é. Começou com a Macedônia. Os soldados conquistaram o império persa e invadiram Persépolis, sua espetacular capital.
Janilce
--- O conquistador era Alexandre, o Grande admirador dos Grandes Reis Persas. - -
Marilu
--- E depois, logo ao entardecer, a celebração grega degenerava em risos e bêbados. –
Janilce
--- Ao amanhecer, Persópolis, joia da Coroa do Império persa, com seus palácios inigualáveis, fora incendiada. Mais de 2.500 depois, as enormes torres colocais foram testemunho das elevadas alturas que esse esquecido Império já atingiu.
Marilu
--- Verdade. Ao lembrar a Pérsia, me vem à mente o seu luxo, rica tapeçaria, seus lindos carpetes e o gato gordo persa chamado Otis. O Rei chamado Ciro, o Grande, que acreditava no valor da religião e da cultura. Por volta de 4 ml anos antes de Cristo, duas tribos nômades instalaram -se em solo do Iran, fértil mais muito quente. Os Medes ao norte e os persas ao sul. As tribos nômades estavam mais interessadas em sobreviver do que em conquistar terras.
Janilce
--- E tiveram que aprender a lavrar o solo iraniano. Seu significado é “Meu irmão é excelso. Ilustre” também.
Marilu
--- Isso mesmo. Os iranianos queriam ter uma fonte de água. Os primeiros persas tiveram que encontrar uma fonte de água. E o mais importante era como levar essa água para garantir a plantação e matar a sede do povo.
Janilce
--- Parece que estou vendo o nosso Nordeste. A falta de água. Cacimbas. E não ter nem um tico de água. - - decepção
Marilu
--- Realmente. Aqui, é seca aloprada. Bem! Voltando a história. O mais provável foram os rios. A Pérsia brotou meio do nada num terreno hostil e acidentado. Há três mil anos antes de Cristo, persas nômades percorriam o platô iraniano, desolado e árido. Encontrar água significava viajar longas distancias. Mas eles tiveram a sorte de estarem com os morganes, pessoas que encontravam água o subsolo medindo apenas com uma pedra amarrada em um cordão. –
Janilce
--- Cordão? Era como se fazia para encontrar água com um gancho de pau? - - admirada
Marilu
--- Isso mesmo. Usando nada de cinzeis de pedra, os morganes construíram a primeira pedra angular. Um inovador sistema de canais de irrigação subterrâneo chamado mesmo de “canais”. Eles usaram a gravidade para explorar a topografia natural de sua terra e trouxeram a água até o Golfo persa.
Janilce
--- Interessante. Não sabia disso. - - comentou
Marilu
--- Interessante mesmo. Dois mil antes dos lendários aquedutos de Roma, os persas canalizavam imensos volumes de água por longas distancias em climas quentes e secos. Cyro, o Grande, chegou ao poder em 559 antes de Cristo. Foi o início da Dinastia cujo reinado mudaria o curso da história. Em 554 antes de Cristo, Ciro havia esmagado todos os rivais e se tornado líder inconteste da Pérsia. Faltava, agora, conquistar o mundo.
Janilce
--- E foi assim que ele laçou a primeira capital da Pérsia? - - quis saber mais.
Marilu
--- Sim. Pasárgada! Hoje, localizada no Iran. Ciro foi um construtor inovador. A arte e a arquitetura de Pasárgada resultaram em influencias tão diversas quanto a da Síria, Egito e Ásia menor há milhares de quilômetros. Hoje, 2.500 anos depois, são ruinas o que restam da primeira radiante capital da cidade persa. Os paraísos de Pasárgada, como os seus jardins, verdadeiros paraísos, todos entalhados de calcário, inspiraram os mais soberbos jardins do mundo.
Janilce
--- Maravilhoso, isso! - -delirando
Marilu
--- Mas, Ciro era um Rei muito diferente. Ele se recusava a escravizar seus súditos, um conceito revolucionário, no mundo antigo. Sua morte veio em combate no ano 530 antes de Cristo. Quando Ciro morreu o império persa tinha três capitais: Babilônia, Susa e Ecbatana. Mas ele escolheu ser sepultado na cidade que criara: Pasárgada. Um túmulo simples, de onze metros de altura. Mundo do Imperador mergulhou no caos.
Janilce
--- Como é que pode? É como se diz: Rei morto. Rei posto. - - lamentando
Marilu
--- É, mas não foi assim. O nome Pasárgada, vem do Grego: Paraíso. Contudo, o futuro da Pérsia era incerto. Rivais e pretendente ao trono lutavam pelo poder. Até que um primo distante de Ciro, um General brilhante ascendeu ao trono. Quando a poeira assentou, o Império estava seguro em suas mãos. Seu nome era Darius. Ele se tornara o maior do Reis persas e um dos maiores construtores de todos os tempos.
Janilce
--- Enfim, o começo do recomeço! - - lembrou
Marilu
--- Darius começou construindo a velha capital de Susa com grandes palácios novos revestidos de cerâmica. A magnificência da capital, Susa, é até mencionada na Bíblia judaica. Mas, o Rei da Pérsia teria uma capital cerimonial. Para tanto ele lançou um projeto de construção mais ambicioso do mundo antigo. Ela ficaria conhecida como Persépolis ou Cidade Persa, em grego. Persépolis era um desafio de uma engenharia colossal, com paredes de mais de vinte metros de altura por dez de espessura. Persépolis seria o poder e da gloria do Império persa.
Janilce
--- Um colosso entre as maravilhas do mundo antigo. - - com orgulho
Marilu
--- Um colosso e tanto.
O ônibus chegou ao seu final de linha. As moças, então, saltaram para ir ao tranalho.

SONHOS DE MARILU - 42 -

-MISTÉRIOS -
- 42 -
MISTÉRIOS -

Em outros dias, Marilu indagou a Lauro o que era o termo Cabala. Esse não soube definir com precisão. Lauro nem sequer era um Maçon. Para ele, Cabala tinha qualquer coisa com Maçon. Para dizer ao certo pediu licença para buscar dos alfarrábios que ele guardava em sua estante. E como isso se afastou um pouco no seu gabinete de trabalho e foi rever o tema. Ele meditou em cabalístico, uma coisa sombria que lhe dava arrepios. Negócio do outro mundo ou coisa assim. Enquanto procurava o Cabala decifrava que a moça tinha casos misteriosos que nem ele sabia o que era. E passou um tempo infindo. Já bastante exausto, Lauro voltou a sua incansável mesa de trabalho encantado por ter encontrado o significado. Marilu estava sentada em uma poltrona na sala de Lauro verificando livros que ainda não tinha visto. Afinal, Lauro falou.
Lauro
--- Bem. O termo “Cabala” você encontra aqui, nesse livro. Em estudei quando fiz Filosofia. Porém, por pura burrice, me passou um “branco” pela memória e eu não sabia definir ao certo. Mas, não há problema. Cabala quer dizer: “Receber”. É um método esotérico que se originou no Judaísmo. Aqui, o livro. Leia-o.
Com essa explanação, Marilu iniciou a sua leitura.
Marilu
--- Bom. Vou ler. Hoje à noite e devolvo amanhã logo cedo. - - recomendou
Lauro
--- Não há pressa. Fique à vontade. - - disse então.
Marilu, à noite, após o jantar, começou a ler o tal escrito, sempre aguçada e sem temer coisa alguma. Dizia o livro:
Livro
Cabala, por tradição, se define, literalmente “receber”. Também romanizada, é um método esotérico, disciplina e escola de pensamento que se originou no judaísmo. Um cabalista tradicional é chamado de “Mekubal”. Definições da CABALA variam de acordo com a tradição e objetivos daqueles que lhe seguem a partir de sua origem religiosa. A cabala cristã, Nova Era é uma das adaptações sincréticas do Ocultismo. A Cabala é um conjunto de ensinamentos esotéricos feitos para explicar a relação entre o imutável, eterno e misterioso (sem limites) e o Universo mortal e finito – a criação de Deus. Embora seja muito usado, não é uma denominação religiosa em si. Ele forma os fundamentos da interpretação religiosa mística.
Marilu
--- Profundo, esse estudo. - - comentou
Livro
A Cabala é o hermetismo ou o hermeticismo.  É o estudo e a prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto, uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth. Os escritos mais importantes atribuídos a Hermes são a Tábua de Esmeralda e os textos do Corpus Hermeticum. Estas crenças tiveram influência na sabedoria oculta europeia. Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras Gregas.
Marilu
--- Eu já li sobre isso. - - comentou
O texto mais importante da Cabala é o Zohar (Esplendor). Elabora sobre boa parte do material encontrado no Sêfer Yetzirá. Obra cabalística, trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torá (o Pentateuco do Antigo Testamento), escrito em aramaico. A Árvore da Vida é um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, dividida em dez partes, que tanto pode ser interpretada como estágios do todo, quanto ser lida como estado de consciência.
Marilu
--- Tudo isso está na Bíblia judaica. Tem mais o que?  - - comentou
Livro
Morte! O grande mistério da humanidade. É o país desconhecido. A terra de onde ninguém volta. Todas as culturas do mundo estudam a morte. É um dos livros mais sagrados do mundo, a escritura essencial do Dalai Lama. Com a exata descrição da experiência dos que foram considerados clinicamente mortos. Escrito no século VIII antes de Cristo, o Livro Tibetano dos Mortos é um guia para quem morre. Um mapa da jornada que será feita após à vida. O Livro Tibetano dos Mortos é o primeiro manual do Mundo.
Marilu
--- Bom. Melhorou. Vamos à frente. - - sorriu.
Livro
Qualquer um que leia o livro aprenderá algo. Nele há uma sabedoria Universal. Se a antiga cultura tibetana estiver correta, o livro dos Mortos é a cave da vida após a morte e a resposta as mais velhas perguntas da humanidade. Em um canto remoto do mundo uma civilização afirma exatamente o que acontece após a morte. Durante séculos o livro foi mantido em segredo em uma terra tão isolada que era chamada de Reino Proibido. O Tibete guarda um texto profundamente espiritual e desafiador. O Livro Tibetano dos Mortos é uma descrição precisa de que cada indivíduo enfrentará no além.
Marilu
--- Estou sentindo frio. Será que vou morrer? - - perguntou a si mesma.
Livro
Qualquer um, quando morre, renascerá em outro lugar. O tempo de intervalo se chama de vida intermediária. Em tibetano chama-se Bardo. No budismo tibetano a maior ênfase está na morte. Surpreendentemente, as palavras do Livro Tibetano dos Mortos encaixam-se com as modernas descrições de quem morreu, clinicamente, na mesa de operação. A chamada “Experiencia Quase Morte”. Não raro, o morto observa uma luz ofuscante. O Livro Tibetano dos Mortos fala dessa luz branca. É muito clara, arrebatadora. O livro descreve a luz com impressionante precisão.
Marilu
--- Meu Deus do Céu! Eu verei essa luz também? - - quis saber
Livro
Quer em trepidantes modernas, quer em pacatas vilas tibetanas, a grande constante da humanidade é o mistério da morte. No Tibete, o ritual da morte continua o mesmo a mais de seiscentos anos. Quando alguém morre no Tibete, monges visitam a pessoa que desencarnou. Vê com ele a imagem aterradora da morte. No Bardo, eles podem ver várias luzes diferentes causando grande confusão. E o medo é muito forte. Apenas o Livro Tibetano dos Mortos pode guiar a alma rumo à nova vida.
Marilu
--- Que faço eu? Morro aqui ou no Tibete? - - assustada.
Livro
Os tibetanos praticam certa forma de budismo. Uma das grandes religiões da Ásia começou 500 anos antes de Cristo. O ensinamento de um santo homem indiano conhecido pelos adeptos como Buda ou “aquele que despertou” está na Índia há 2.500 anos. O pondo básico do budismo é uma simples e profunda verdade: “A vida está cheia de sofrimento”. De acordo com os budistas, o sofrimento é causado por desejos e ignorâncias. O budismo não é só uma religião. É uma filosofia. Um, é a compaixão. O outro, a sabedoria. Quando se adquire essas duas coisas, já é “iluminado”.
Marilu
--- É fácil e é difícil! - - comentou
Livro
Um conceito central em todas as formas de budismo é a reencarnação. A ideia de que após a morte, a pessoa renasce. Com esse conceito vem a ideia do “karma”, a crença de que o bem e o mal praticados serão compensados na vida seguinte. O objetivo do budismo é deixar a roda eterna do karma e libertar-se do sofrimento. Durante séculos o segredo do Livro Tibetano dos Mortos ficou guardado na vastidão do Himalaia. A forma tibetana de budismo é diferente dos outros estilos essa religião asiática
Marilu
--- Formas? - - perguntou
Livro
Uma das poucas atividades do budismo tibetano é a Mandala de Areia. Trata-se de uma idealização geométrica do Cosmo feita com areia colorida. Sua criação é uma forma de meditação. A estrutura física representa as qualidades do ‘Iluminado”. E no momento em que é terminada, seria como trazer a força da vida para a Mandala. A Mandala de Areia é o símbolo da vida. Tão logo essa trabalhosa obra de arte chega ao fim, é destruída. Trata-se de um símbolo profundo da própria vida e da certeza da morte.
Marilu
--- Curioso! -  - alegou