- O DEMÔNIO -
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PASSOS NA MADRUGADA -
Na noite de
certo dia, Marilu já estava em sua casa acabado de fazer o material da aula do
Ateneu. Já era quase madrugada. Ela ouvia o galo cantar àquela hora e
pressentiu ser mais da meia noite. A sua mãe, dona Noca, já dormira uma vez que
teria de se levantar ainda cedo, madrugadinha, com certeza. Apesar dos afazeres
da moça Marilu, a sua mãe continuava a fazer bolos e salgados para vender no
Mercado Público. Nesse tempo, Marilu já não seguia com sua mãe à vendagem,
salvo nos domingos, quando não estava muito cansada de seus afazeres no
trabalho e no Colégio. O silencio era total naquela madrugada. Ela desligou o
rádio, que estava com o volume muito baixo, e foi até ao banheiro cumprir suas
necessidades antes de pegar no sono naquele resto de noite. Noite de escuridão,
uma vez não haver lua. Ratos corriam pela sala e Marilu batia com a vassoura
para espantar os camundongos. Isso ela fazia sempre, pois os bichos eram
aborrecidos por demais, principalmente pelo cheiro das comidas que a sua mãe
fazia logo cedo da noite. Certa noite ela estava a dormir quando despertou de
repente e chamou por sua mãe de modo que ouvira alguém caminhar com os pés
macios, pelo interior da casa
Marilu
--- Mãe? É a
senhora? - - quis saber pois as pisadas não se ouvira mais
Dona Noca nada
falou uma vez que ainda não acordara de pronto. Marilu ficou quieta observado
de ouvia novamente o barulho em surdina. A moça sempre teve a mente aflorada
para esses assuntos espirituais. E sempre que se aproximava de tais assuntos,
seja por feitiço ou por uma simples conversa a respeito disso, coisa ocorriam
com Marilu. Ou atormentado por sonhos ou por enigmais. Mas nada chegou tão
perto a respeito do que Marilu sentiu
Ela estava na
fase de pesquisa de espiritismo. E foi então que o caso ocorreu.
Marilu
--- Quem está
aí. É, de fato algum espírito do mau? - - perguntou
Um silencio
escabroso ocorreu. De imediato, um ente misterioso surgiu em seu quarto, junto
a sua cama, apresentado apenas um vulto. Era um ser misterioso, cabelos longos,
cobrindo todo o seu corpo, a face enrugada como sendo alguém de anos passados,
talvez 150 anos ou mais. Marilu se encolheu toda em sua cama.
Marilu
--- Quem é
você? Fale de uma vez! É um demônio? - -
O espírito
sorriu, com um estranho poder querendo pegar a moça com as suas mãos encarpadas
como as de um vampiro ou duende satânico. Nesse momento, Marilu lembrou a Santa
Cruz de Caravaca em sua cama e a pegou, brandido a sua frente para a horrenda e
estranha figura.
Marilu
--- Sai daqui
Satanás! Sai daqui Satanás! Sai daqui Satanás! Eu te ordeno! - - com a Cruz
pulsando a frente da figura apavorante.
Ela se levantou,
em cima da cama e insistiu em proferir para a figura arrepiante. O estranho
monstro, se era assim que ela sentia chamar aquele Diabo, abafou surdo pelas
narinas como querendo sugar Marilu e pegá-lo com estupenda força e arrancá-la
para fora levando-a para longe, em algum lugar onde pudesse saciar a sua sede
de miséria. Ela continuava a gritar para a besta, cruzando a Cruz que
encontrava no livreto pequeno, a única arma que possuía. A Cruz de Caravaca é
um livro fino que Marilu encontrou perdido em uma livraria do Sebo, na cidade.
Esse livro trazia orações sagradas para espantar os demônios perdidos pelo
mundo. A moça achou interessante e, de imediato, o comprou, levando para a sua
casa ode começou a ler.
Nesse momento,
a sua mãe, dona Noca, acordou e se levantou mais que depressa, a ouvir o
barulho vindo do quarto onde Marilu dormia. Uma luz estava acessa e Marilu
ouviu o barulho quando a mulher pulou da cama mais que depressa e saiu correndo
para o quarto vizinho. Ao chegar lá, perguntou, assustada, vendo a filha com um
livro armado na mão, como se estivesse se defendendo naquele instante. E
perguntou:
Noca
--- Que é
isso, menina? - - perguntou assustada
Marilu
--- O demônio,
minha mãe! Sai! Sai! Puxa daqui! - - gretava a moça
A mulher não
via nem um risco, muito menos o demônio. Em desespero a mulher gritou, por seu
lado.
Noca
--- Que
demônio? Não tem nada aqui! - - reclamou
Marilu
--- Ele, agora,
fugiu de vez! Mas, estava junto a senhora quando entrou no meu quarto! Ele era
um animal de outro plano! Eu vi, minha mãe! Eu vi! - -
A moça gelou
de constante frio tendo um susto enorme. Ela conseguiu evitar aquele animal
demoníaco. Daquele dia em diante, Marilu passou a noite por várias semanas
sempre com as luzes acessas. E sua mãe, dona Noca, sempre indagava porque tanta
luz acessa ela contava sempre a mesma história.
Marilu
--- Por causa
da besta-fera! - - relatava
Sempre que a
moça se aproxima de um assunto anormal, ela fica com medo. E não dorme de jeito
algum, no escuro. E não precisa nem de conversar sobre tais assuntos porque ela
fica assombrada. Nas noites de sessão no Centrou Espírita, Marilu sempre
frequenta. Mas não conversa sobre esse assunto com pessoas desconhecias. No Jornal ela fica mais quieta quando surge
um assunto macabro. Se alguém pergunta se Marilu já viu alguém de madrugada,
ela evita contar.
Na verdade,
gentes contam histórias de fantasma, principalmente hediondos. Quando se viaja,
sempre tem algum fantasma perturbando nos banheiros, nos quartos vagos, entre
as sombras da escuridão. Sempre têm. Teatros ingleses, são comuns de aparecer
assombrações, homens vestidos de cinza carregando uma espada. No Brasil, as
pessoas acreditam em lendas quando se vai a um banheiro no escuro. O roube ou o
sequestro de um cadáver é algo bastante esquisito. Mas acontece, sim. Marilu já
viu por diversas vezes um vulto vítima de um sequestro.
Marilu
--- Não quero
nem falar dessas coisas! - - contava a moça
Joana
--- Tem medo?
- - sorriu
Marilu
--- Já vi
coisas estranhas. Não quero nem pensar! - -
Joana
--- Vida após
a morte? - -
Marilu
--- Muitas
ações desse tipo! Não é mentira! Eu vejo, sim! - - e pensou no demônio
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