quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

LAGO AZUL - 04 -

- NOITE -
- 04 -
QUASE NOITE - 

Era quase noite e o bar de Zefinha já estava repleto de consumidores. Os debates eram celebres principalmente de futebol. Poucos bebiam, pois já estavam a roncar de tanta bebida. Carros passavam a toda pressa entre ônibus e carroças de burros como sinal dos derradeiros a conduzir bagagens, mesas entre outros trambolhos. Veículos estacionavam próximo para abastecer de gasolina em um posto bem próximo. Ouvia-se um grito de um homem alucinado pela demora sofrida no abastecer o seu automóvel. Em uma oficina próxima um mecânico quase levava ao delírio os passantes a roncar o acelerador do carro ainda a testar. Enfim, era esse o tormento.
Um pintor entrou no bar para indagar sem muita pressa.
Pintor
--- A senhora é a dona? – - quis saber de Zefinha.
Zefinha
--- Sim. O que foi? - - perguntou a mulher
Pintor
--- Quer pintar o bar? - -
Zefinha
--- Homem. Não. Até porque esse prédio não é meu. Mas. O senhor é pintor? - -
O homem tirou da sacola um mostruário de tintas e desenhos um pouco estranhos e respondeu
Pintor
--- Eu faço isso. Cheguei dos Estados Unidos e estou procurando quem queira. Não custa nada. É só querer. Eu faço as cores que a senhora gostar. - -
Zefinha
--- De graça? - -
Pintor
--- Sim. Não me paga nada. Quer? - - indagou
Zefinha
--- E se eu não gostar? - -
Pintor
--- Ah. Mas vai gostar. É só querer. - -
Zefinha
--- Espere vou falar com meu marido. - -
E a mulher saiu com pressa para o interior do bar a procura do marido. O pintor ficou calado à espera da volta da mulher. De vez, uma moça se aproximou do pintor. Era uma auxiliar de pinturas. Ela chegou perto e nada falou. Apenas ficou. Seus braços eram cruzados e um pouco melados de tinta. E nem ligou para a zoada feita pelos consumidores de bebidas e comidas. Com um pouco, Zefinha chegou acompanhada do seu marido. Esse, foi logo dizendo.
Geraldo
--- Pois não! E o preço? - -
Pintor
--- Boa noite. O preço? Não custa nada. Eu só quero pintar. Aqui tem o mostruário. - -
E pôs a mostra o que já tinha feito pelas andanças nesse meio de mundo. Um monte de pintura de forma psicodélica. O homem olhou bem e respondeu
Geraldo
--- Isso é pintura? Nunca vi. Parece uns garranchos. E não cobra nada? - -
Pintor
--- Não são garranchos. Nos Estados Unidos é o que mais têm. Quer? - - quis saber
Geraldo coçou a cabeça e determinou.
Geraldo
--- A mulher é quem manda. Por mim, nada a comentar. Nos Estados Unidos? Bom. - -
Zefinha
--- Eu. Mas ora essa! E o senhor quando começa? - - quis saber
Pintor
--- Se quiser, até agora. - -
Zefinha
--- Deixa ver. Eu, agora vou fechar o bar! E amanhã? - -
Pintor
--- Justo. Amanhã logo cedo. - -
Zefinha
--- Só quero ver! Amanhã, então. - -
Horas depois o bar já estava fechado. Apenas Rapa Coco ficara dentou da casa onde devia dormir de vez. Lourdes saiu com a sua amiga Zefinha (Josefa Fagundes da Silva) em companhia do seu esposo Geraldo. A garçonete Zuleide saiu para a sua casa na Rua Belo Monte, nas Rocas. O auto de Geraldo era um calhambeque de fazer dó. Para pegar tinha que ser empurrado. E se ouvia o homem a falar.
Geraldo
--- Isso é uma merda. Eu ainda compro outro! - -
Zefinha
--- Para empurrar também? - - respondia com a cara sem graça
Para deixar o carro a pegar no dia seguinte, Geraldo colocava o auto numa descida em frente de sua casa e escorado com dois paus. O homem ainda dava com o pé para sentir que algum pneu não estava murcho. E assim era todo o fim de noite quando ele chegava em casa. Após um banho, Geraldo procurava a cama para dormir entre uma conversa e outra.
Geraldo
--- E o pintor?
Zefinha
--- Amanhã. - -
Geraldo
--- Só quero ver. - -
E então, dormia sossegado. Quando o Galo cantou, Geraldo estava de pé. O Céu já estava clareando. Ele ouviu a moça Lourdes puxar a descarga do sanitário. E chegou a supor ser já bastante tarde. Em sua nova casa, Lourdes acordou bem cedo para fazer café e outras comidas que seria levada para o bar logo cedo da manhã. Quando estava a preparar os alimentos, Lourdes viu passar o seu Geraldo a quem cumprimento. O homem respondeu com igual respeito e logo entrou no gabinete sanitário. Em seguida era Zefinha. A mulher veio devagar com as mãos encruzadas e indagou.
Zefinha
---Dormiu? - -
Lourdes;
--- Faz pouco tempo que me levantei, - -
Zefinha
--- Fez café? - -
Lourdes
--- Está coado. E tem bolo. Salgado também.
Zefinha
--- Que horas tu se levantaste? - -
Lourdes
--- Nem sei. Ainda estava escuro. - -
Zefinha
--- Tu dormes cedo. - -

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

LAGO AZUL - 03

- PEIXE -
- 03 -

PEIXE -

Após adquirir os peixes do Canto do Mangue, no bairro das Rocas, os dois conhecidos voltaram para o restaurante a conversar com homem as coisas vãs. Lourdes indagou como Zefinha comprava o pescado e o pescador nem se importava em receber pagamento. Por seu lado, Rapa Coco relatava ser muita antiga a amizade entre a mulher e o pescador. Coisa de meninos.
Rapa Coco
--- Sua mãe já comprava peixe a Molambo. Os dois eram crianças. O Canto do Mangue era um destroçado completo. Nesse tem, a mãe de Zefinha morava com um sujeito que trabalhava no Cais do Porto. Amizade antiga. - -
Lourdes
--- Ah, sim. Entendo agora. Então o senhor disse para Molambo que depois a mulher pagava? –
Rapa Coco
--- Disse por dizer. Ele sabe. Daqui há um pouco ele para no Bar. –
Lourdes
--- Temo que eu tenha que vir comprar peixe para Zefa - - falou amedrontada
Rapa Coco
--- Mas isso não tem importância. Eu vim, para ensinar o caminho a senhora. - -
Lourdes
--- Eu? Quer dizer: eu venho fazer as compras? - - indagou assustada.
Rapa Coco
--- E o que tem isso? Nada demais. Ele já sabe e manda aquantia do pedido. - -
Lourdes
--- Ave Maria. Não gosto disso. Depois dá um vira. - -
Rapa Coco
--- Não tem vira nenhum. É só pedir e o pacote está pronto. –
Lourdes
--- Assim ‘tá bom. Esse homem é brabo? - - indagou temerosa.
Rapa Coco
--- Sei lá. Comigo nunca fez nada.    
Ambos seguiam pela rua do Bonde – Rua Duque de Caxias -  próximo à rua Ferreira Chaves. Nesse momento um grupo de pessoas seguia quatro soldados da polícia comandando um preso completamente esmolambado, roupas rasgadas, sem cinto e quase sem camisa pois a usada estava aos pedaços. O povo gritava palavras de ameaças enquanto os militares tentavam proteger o preso. Lourdes tremeu no chão e indagou:
Lourdes
--- Um preso? Que foi que houve? - - falou a moça totalmente alarmada.
Rapa Coco
--- De ter sido morte na certa. - - respondeu o homem
Lourdes
--- Vamos sair daqui! - - e meteu o pé no chão.
Rapa Coco sorriu e nem fez menção em correr. Saiu no mesmo passo. Achava graça com o fatal desespero da moça. Mulheres da vida alegre caminhavam ao longo conversão sobre o preso.
Mulher
--- Faz bem. Ele matou a mulher sem segurança alguma. - -
Duas
--- Ela estava de cara cheia. - -
Três
--- Deus me perdoe. Ela estava até de devendo um frasco de perfume. Eu perdoo por tudo que a mulher fez - -
E assim Lourdes chegou ao Bar, não sabe nem como. A Igreja do Bom Jesus foi sua guia. Logo após vinha Rapa Coco. Sorria como que. Carros, pessoas, hospedes do Grande Hotel, gente de bares a falar altíssimo. Era tudo o que se ouvia. Lourdes chegou ao bar do restaurante Lago Azul, atormentava com os soldados da Polícia a conduzir o prezo. Quase nem poder falar, ainda assim a moça declarou.
Lourdes
--- Um preso, Zefa! Ave Maria! O homem todo rasgado! O povo gritando horrores! - - foi o que disse jogando na banca o monte de peixes.
Zefinha
--- Quem? Como? Mais um? Vá ver que matou alguém! - - disse no exato momento em que descompunha.
Lourdes
--- Estou morrendo de medo! - - relatou a chorar
Rapa Coco
--- Besteira! Isso tem toda hora! - - declarou o homem com o resto do pescado a despeja na banca
Zefinha
--- Deixa ela. Vai se acostumando. - -
Lourdes
---- Você só diz isso? Nossa Mãe! Eu estou a me tremer todinha! - -
Zefinha
--- Chega para lá. Rapa Coco! Que foi que Molambo disse? - - perguntou de mãos nas ancas.
Rapa Coco
--- Nada! Só entregou o pescado. - - relatou
Zefinha
--- Nem se vinha aqui? Mas ele vem! Sei que vem! - -
Rapa Coco
--- Tem um trago? - - pergunto já quase embriagado
Zefinha
--- Lá vem! Lá vem! Peça a Zuleide! - - e revoltada deu meia volta e foi para o interior do bar.
Zuleide
--- Ele já está bêbado! - - e veio com o copo e a garrafa de cana.
Rapa Coco sorriu e despejou a cachaça para dentro do copo e tomo tudo de uma vez. Lourdes observou atenta e apenas declarou.
Lourdes
--- E ele tomou tudo de um só gole! - - declarou assustada.
Outros beberrões se acercaram do bar fazendo barulho infernal com gargalhada e assobios. Eram todos contentes. Lourdes de imediato saiu do bar e foi se lavar da sujeira do peixe em seus braços. Zuleide continuou a despachar aos ilustrado sem moedas.
Zuleide
--- Que vão querer? - - perguntou aos miseráveis
Freguês
--- O de toda hora. Cerveja! - - relatou um deles
Freguês-2
--- Tem caranguejo! - - perguntou.
Zuleide
--- Tem. O que mais? –  azucrinada 

domingo, 24 de janeiro de 2016

LAGO AZUL - 02 -

O BAR
- 02 -
O BAR -


Após o almoço entre todos os demais frequentadores do famoso Lago Azul, a moça Lourdes correu ao banheiro para fazer os seus asseios. A amiga Zefinha, também dona do restaurante a acompanhou para ensinar o local onde ficava o banheiro e fez a volta para o salão onde ainda estavam uns poucos fregueses a bebericar e jogar conversa fora. Um automóvel estacionou logo à frente do restaurante e dele saltou o senhor Geraldo buscando trazer um punhado de frutas entre outras mercadorias. Nesse momento, surgiu Zefinha apelava para que o marido deixasse um pouco pois era muita coisa para se levar sozinho.
Geraldo
--- O carro de frutas atrasou um pouco e eu tive que esperar. - -  
Zefinha
--- Tem coisa muita. Chama Zuleide, a garçonete. - -
Zuleide
--- Estou aqui, madrinha. Deixa que eu seguro. - -
Geraldo
--- Onde está Rapa Coco? - - reclamou chamando o homem que fazia mandados
E a correria adoidada com o pessoal carregando as compras para um lado e outro. Até mesmo Rapa Coco já estava carregando pelos braços um pouco de frutas até mesmo sem reclamar. No Bar, um homem rezingou.
Homem
--- Quem despacha aqui agora? Quero mais cerveja. - - gritou alarmado
Zefinha
--- Espere um pouco que já despacho. - -
Lourdes
--- Pode deixa que eu atendo! Diga, senhor. - -
Homem
--- Ponha mais cerveja, boneca! - - e quis passa a mão nas nádegas da moça.
Essa se afastou, levando as nádegas para frente e fez cara feia para o homem. Os demais que estavam na mesa do restaurante, gargalharam pelo modo que o homem teve que fazer.
Em um instante a moça Zuleide se aproximou da mesa e disse logo.
Zuleide
--- Aqui não é sua casa, moleque. Tome a cerveja! - - falou sem delicadeza.
O homem se levantou querendo dar uma tapa na moça. Zuleide refugou e logo puxou uma tesoura que tinha guardada no seio. E falou:
Zuleide
--- Venha. Venha. Seu moleque! - - falou áspera.
Geraldo
--- Que houve? - - indagou Geraldo a se aproximar da mesa.
Zuleide
--- É esse moleque se metendo a basta! - - falou irritada.
Geraldo
--- Calma. Calma. É só cerveja? - - indagou ao homem
Homem
--- Era essa mulher querendo me furar com uma tesoura. - - relatou enfezado
Homem-2
--- Vamos embora. Já bebemos demais. - - alertou o segundo homem
Homem-
--- Ela me paga! - - relatou inquieto o homem ameaçado
Geraldo
--- Calma. Calma. Tudo passou. Vai tomar cerveja? - -
Homem-2
--- Quero a conta. O amigo já está fervendo. - - falou o segundo homem afastando o primeiro para um lado.
Zefinha
--- Que coisa! Tome a conta. Cerveja e pratinhos. Ave Maria. - -
Geraldo guardou o dinheiro e Lourdes se tremia de medo. Zuleide se meteu para o lado do caixa cheia de raiva. Lourdes ainda molhada do banho, logo foi dizendo.
Lourdes
--- Aqui é assim? - -
Zuleide
--- Só quando aparece um bêbado. - - falo com raiva
Rapa Coco saiu para fora do bar levando o valentão. O homem reclamava constantemente. Rapa Coco procurava acalmá-lo a qualquer modo. Os beberrões estavam ainda a ocupar as outras mesas ingerido as suas garrafas de cerveja e a comentar.
Beberrão
--- Só não quero que venha para meu lado! - - relatava com raiva.
E o conversar continuou por algum tempo, cada qual que contasse uma história diferente, algumas dessas, de assombro e coisa e tal. Por volta das três horas da tarde, Zefinha chamou por Lourdes para que fosse ao Canto do Mangue, no bairro das Rocas, buscar peixe em um vendedor. Lourdes estranhou o pedido por não saber onde ficava esse local.
Lourdes
--- Onde? - - perguntou assustada.
Zefinha
--- Nas Rocas. Você vai com Rapa Coco. Ele ensina o caminho. É perto. Segue pela rua do Bonde e está no caminho. - -
Lourdes
--- Eu vou com ele? E ele sabe? - - indagou espantada
Zefinha
--- Sabe. Sabe. Ele conhece o homem que vende peixe. Você só observa e pronto. Quando for o dia, você já sabe o caminho. - -
Lourdes
--- Quem é o homem? - -
Zefinha
--- Molambo. Todos conhecem. Tem mais de um. Mas eu só compro a Molambo. Ele conhece. Rapa Coco. Dinheiro, Molambo vem buscar logo mais. - -
Lourdes
--- Eu vou agora? - -
Zefinha
--- Sim. É para preparar para o dia seguinte.
E assim, foi feita a viagem. Rapa Coco à frente. Lourdes logo atrás. Caminharam pela rua dos Bondes, entraram pela Rua do Correio e seguiram em frente até alcançar o Canto do Mangue. Rapa Coco cheirava a cachaça como sempre estava nesse compasso. Lourdes, em meio do caminho, perguntou a Rapa Caco qual seu verdadeiro nome. E o homem ditou.
Rapa Coco
--- Antônio. Mas pode chamar Rapa Coco mesmo. - - desconversou
Lourdes
--- É bom saber. Às vezes a pessoa não gosta. E o vendedor de peixe? - -
Rapa Coco

--- O povo conhece por Molambo. É u baixo e gordo. - - reportou. 

sábado, 23 de janeiro de 2016

LAGO AZUL - 01 -

- ÔNIBUS -
01 -
COMEÇO

O ônibus vindo do interior chegou a estação de desembarque ao meio dia trazendo o restante dos passageiros. A estação ficava no bairro da Ribeira, apenas para os ônibus do interior. Isso fazia o embarque e desembarque em hora marcada. Para a chegada o ponto era pelo lado da sombra enquanto o de saída, pelo lado do sol. Pois era assim que os passageiros costumavam a chamar. Na verdade, o lado direto era o de chegada e lado esquerdo de saída dos transportes. A estação era nova com quiosques e bares. Os viajantes chegados podiam, se quisesse, fazer refeição em um dos restaurantes. E se tivesse dinheiro. O ônibus chegado a pouco mais das doze horas desembarcou os passageiros encharcados de poeira. Havia criança chorando por qualquer motivo e a sua mãe a acalentar com cuidado. Entre todos o que chegaram estava também a jovem Lourdes Feitosa, 22 anos de idade. Com uma roupa suja pelo pó da estrada, Lourdes indagou ao motorista do ônibus onde ficava o restaurante Lago Azul.
Motorista
--- Lago Azul? Não! Talvez fique perto do Cais. – - respondeu
Lourdes.
--- Disseram que era perto do SAPS. O senhor sabe? - -
Ajudante
--- No começo da Rio Branco. - - respondeu o ajudante a retirar as tralhas de dentro o ônibus
Soldador.
--- Eu sei onde fica. Querendo, eu vou para lá. - - intrometeu-se
Lourdes
--- Rio Branco? É perto? - - voltou-se para o soldador.
Soldador
--- Do outro lado da praça. Pode seguir em frente. Quando passar esse edifício do Teatro, é só dobrar à esquerda. O Lago fica no meio do caminho. Tem o SAPS de um lado e o Lago do outro. Vamos. Eu deixo a senhora na frente do restaurante. - -
Lourdes
--- Ah bom. Assim é melhor. O senhor é daqui? - -
Soldador
--- Da Paraíba. Estou aqui há um bom tempo. A senhora é de Mossoró? - -
Lourdes
--- Sou de perto. Mas nunca estive em Mossoró. É uma cidade grande. - -
Após breve percurso, o soldador chegou ao restaurante. Durante o trajeto, os dois estranhos conversaram sobre a cidade onde a moça chagava pela primeira vez. E disse ainda conhecer a dona do restaurante, conhecida por Zefinha, mulher de seu Geraldo, o verdadeiro dono do Restaurante. O soldador também relatou de chamar Hélio. Ele era de Campina Grande, porém a certo tempo trabalhava em uma oficina na Rua Sachet.
Hélio
--- Meu nome é Hélio e trabalho numa oficina na Rua Sachet. - -
Lourdes
--- Sachet? Que nome? O que é isso? - -
Hélio
--- Sei lá. O povo é quem chama desse nome. - Sorriu - Eu conheço o homem, Geraldo. Magro e alto. - -
Lourdes
--- Ele esteve na minha terra com a mulher Zefinha. Por sinal, ela é de Ipanguaçu perto de Assú, a minha cidade. - - confessou
Hélio
--- Assú é a cidade que não chove. Dizem. - - sorriu
Lourdes
--- É o que o povo diz. Mas chove, sim. Tem criação de gado e muita carnaubeira. Os coronéis de lá são gente de verdadeira posse. Agora, tem os pobres. - - falou cismada
Hélio
--- Tem estrada? - - indagou.
Lourdes
--- Tem estrada de barro. Só dá poeira. É uma longitude sem fim. - -
Hélio
--- Imagino. É como Campina Grande. - -
Lourdes
--- Estamos perto? - -
Hélio
--- É aqui mesmo. Entre. Não ofende. - - reportou sorrindo
Lourdes
--- Eu já estava sentindo o cheiro da comida. Hum! Que delícia! - - e sorriu.
Hélio
--- Chegou na hora! - - reportou
Lourdes
--- E dona Zefinha? - - indagou a verificar por todo o canto
Garçonete
--- Ela saiu. Faz pouco. - - falo a garçonete
Lourdes
--- Está bom. Eu espero. Tem o que se comer? - -
Garçonete
--- Galinha, picado, peixe. Que prefere? - -
Lourdes
--- O primeiro. Galinha mesmo. - - sorriu
Hélio
--- Vou seguir. Mas tarde eu volto. Vejo que já acertou. - - sorriu.
Lourdes
--- Com um calor desses já vai trabalhar? - -
Hélio
--- É o costume. - -
Lourdes
--- Então, por mim, está despachado. Até de tarde. - -
Garçonete
--- Dona Zefinha está chegando. - - falou a mulher apontando a porta.
Lourdes olhou em volta e saiu correndo para abraçar a dona do restaurante. Zefinha correu para cima e se abraçou dizendo
Zefinha
--- Mulher. Por onde você veio? - - falou abraçada com Lourdes.
Lourdes
--- Um homem me trouxe. Se não fosse ele eu estava perdida. - -
Zefinha
--- Eu não falei de frente ao SAPS? - -
Lourdes
--- Sim. Falou. Mas estava desnorteada. Afinal o mecânico se fez presente e me trouxe. - -


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O ALÉM - 50 -

- LILITH -
- 50 -
LILITH

Lilith é um Súccubu. Um Demônio que procura os homens enquanto dormem e procria filhos demoníacos. Esses dois aspectos, raptar criança e seduzir, fundem-se em Lilith e ela ressurge como outro Demônio, adquirindo as carteiristas raptoras de crianças e semeando pelo mundo Morte do Berço, com é dito. No período medieval, os pais tinham um amuleto na porta ou na parede do quarto do bebê para protegê-lo de Lilith. E no amuleto escreviam: “Lilith vá Embora. Fora daqui”. Mas a lenda de Lilith permanece viva tal como um código perdido no mundo moderno sempre que a mãe mima o bebê.
Joelma
--- Mas ela existe mesmo? - - pergunta cheia de pavor.
Laura
--- A palavra ninar em inglês é Lullaby. A crença era de que Lilith longe – lullaby – a criança poderia dormir à noite toda, segura e sossegada no bercinho. Depois de tirar Lilith, Deus criou outra mulher. Desta vez a partir da “costela” de Adão para demonstrar a supremacia masculina. Mas Lilith recuperou o antigo estatuo com o festival de música chamado Feira de Lilith. E em livros e revistas feministas que levam o seu nome. Ela se tornou um símbolo feminino nos tempos modernos, não sendo nada submissa. Mas um espirito independente. Pode-se ver como uma espécie de heroína e há muitas mulheres modernas que assim a consideram.
Joelma
--- Quer dizer que Lilith não é a única surpresa escondida nas páginas da Bíblia? - - quis saber
Laura
--- De acordo com as tradições, Lilith foi a primeira mulher de Adão antes de Eva. De início foi apenas então criada do pó da terra. Adão e sua parceira Lilith foram copiados do pó, da mesma terra, ao mesmo tempo, semelhantes, iguais. Mas antiga Lilith parece ser um monstro dos antigos homens pré-históricos como nas esculturas antigas encontradas no Egito, Grécia e Suméria. Essas esculturas representam a sua imagem. Mas a Lilith sempre foi a Lua como a cobra a colher os seus ovos. A única menção a Lilith se encontra em Isaias onde ela e as demais são indignas. - -
Joelma
--- Mas indignas? Por que? - -
Laura
--- Verdade. Mas está escrita na palavra “descobrir. Foi uma aparência discrepância do Livro do Genesis. O escritor colocou e não disse mais nada. Existem duas histórias na Bíblia como a mulher foi criada. Por isso houve a criação de Lilith e depois de Eva. Coisas diferentes. Puseram em Lilith uma criatura da noite, da sexualidade e natalidade. Enfim, um demônio. Responsáveis pela poluição noturna dos homens. Isso são lendas antes de se escrever os livros dos Sumérios. Lilith ocupa o espaço mitológico da mulher do mal em todas as formas de se dizer na faze da imaginação humana.
Joelma
--- Mas isso é uma pura safadeza. - -
Laura
--- De qualquer forma isso é a explicação do mal a ocorrer no mundo. O medo das pessoas com a morte de seus filhos. Então se buscava a figura do demônio e dos diabos. Tudo para explicar o que as pessoas sentiam. Alguma coisa maligna a afetar seu próprio filho. E tanto que Lilith foi levada para os círculos cabalísticos e ortodoxos. A história é familiar. Um homem, uma mulher, um fruto tentador, um jardim e uma serpente. Mas não é a história exclusiva da Bíblia. Ela também aparece em um antigo texto sumeriano datado de 2.300 anos antes de Cristo, séculos antes do surgimento da Bíblia. Esse livro, então teria sido plagiado pelos autores da Bíblia? - -
Joelma
--- Se eles fizeram o primeiro e por que não o segundo? -- -
Laura
--- Ambos os relatos estavam ligados a um só evento ocorrido em um passado muito remoto. A civilização sumeriana floresceu entre mais ou menos 4000 anos antes de Cristo. Alí, na Suméria a própria escrita foi inventada. No século 18 depois de Cristo, milhares de tabletes de argila cobertos de letras cuneiforme sumerianas achavam-se espalhadas por toda a Pérsia. Todavia esses escritos permaneciam indecifráveis. Enfim se leu uma história familiar. Falava de um Jardim, de uma Árvore da Vida e até do uma Serpente. Tratava-se da saga de um herói sumeriano chamado Gilgamesh. É um dos grandes épicos da Literatura mundial e uma das primeiras peças literárias que se tem oriunda da Mesopotâmia, hoje Iraque.
Joelma
--- Muito tempo. - -
Laura
--- Escrita em cerca de 2 mil anos antes de Cristo, a lenda conta a história do herói Gilgamesh que procurava o segredo da vida eterna. Ele soube que o Jardim do Paraiso existiu um dia. Mas foi destruído por um grande dilúvio. Gilgamesh acabou encontrando o fruto da Árvore da Vida Infelizmente não alcançou a imortalidade por causa de uma inimiga bastante familiar. No Épico de Gilgamesh é a serpente que o engana. Do mesmo modo enganou no Jardim do Éden. A serpente agiu tentado e levando a desobedecer a Deus. Com isso afastou da imortalidade e do Paraíso. O Épico de Gilgamesh é pelo menos mil anos mais velho que a Bíblia hebraica. Então ficou suspensa a questão. Será o Jardim do Éden descendente de uma mitologia anterior? A Bíblia não surgiu do nada. Há indícios de todo tipo em seu texto que podem ser rastreados até a Mesopotâmia e ao antigo Egito até as mais remotas da região do velho mundo. Estão preservados como a mosca no âmbar e nos livros que chamamos de Textos Sagrados.
Joelma
--- Há descoberta de indícios da antiga Mesopotâmia que levou os estudiosos a indagar que o Jardim do Éden não teria sido imaginado. - -
Laura
--- Até porque nos primeiros tempos não teria sido localizado na Mesopotâmia clássica. As influências das cidades gregas eram tão fortes sobre os romanos que estes afirmavam ser descendentes dos heróis da guerra de Tróia. Dois dos principais heróis foram Aquiles de Heitor. Mas os romanos diziam ser descendentes de Heitor. Essa história remonta a Eneias, um herói troiano, filho de Remo que abandonou a cidade em chamas e viajou milhares de quilometros até chegar a península itálica onde um dos seus filhos construiu um novo reino. Anos depois os gêmeos Romulo e Remo nasceram. Eles eram descendentes de Eneias. Isso significava que um dia iam crescer e governar o reino. E então para evitar isso, o ambicioso o rei tio de Romulo e Remo decidiu abandona-los num cesto a beira de um rio. Reza a lenda que eles foram encontrados por uma loba que encontrou os meninos recém-nascidos e os amamentou como se fosse os seus próprios filhos para mantê-los vivos. Quando Romulo e Remo cresceram quiseram fundar uma cidade. Mas diante disso, os dois irmãos lutaram para poder criar uma cidade e nessa luta Remo morreu. Foi assim que Romulo proclamou-se Rei e fundou a cidade a que chamou Roma, tendo o seu próprio nome: Roma. - -
Joelma
--- Isso parece com outra lenda. A de Moises. - -sorriu.
Laura
--- Isso mesmo. Uma história imitada de Sargão. Conta a lenda que ele foi colocado em um cesto evitando assim um infanticídio. Ele foi, mais tarde, salvo pela filha de um rei ou um pescador na beira do rio. Com o decorrer do tempo o menino cresceu se tornou mesmo um príncipe e depois um Rei, o soberano Rei Sargão, o Grande. Essa história foi tirada do livro de Sargão de Acádia por volta de 2.250 antes de Cristo. Depois de nascer, Sargão foi posto em uma cesta de palha para evitar um infanticídio e lançado ao rio. Na Índia, Manou foi um grande legislador. Na ilha de Creta, Minos assumiu a morte enquanto que no Egito, Moises tinha nas suas pedras tudo o que Deus lhe disse. A religião egípcia tem no fundo a base fundamental para a teologia judaico-cristã. Batismo, Vida após a morte, Julgamento Final e Imaculada Conceição, Ressureição, Crucifixão, a Arca da Aliança, Circuncisão, Salvadores, Comunhão Sagrada, Diluvio, Páscoa, Natal, a Passagem e muitas outras coisas de atributos são ideias egípcias conhecidas muito antes do Judaísmo ou Cristianismo. O livro a Epopeia de Gilgamesh, feito em 2.600 anos antes de Cristo, fala sobre grandes inundações ordenadas por Deus entre outras muitas semelhanças. - -
Joelma
--- Então, tudo é fantasia? - -indagou surpresa
Laura
--- Da mesma forma da criação do homem feito do barro, Enkido que significa criado por Enki. O rei dos Anunnakis. A criação do homem do barro é o sinal da criação. Na mitologia Nórdica o primeiro homem foi criado por um gigante Ymir do tronco de Árvore. Na mitologia grega o gigante Prometeu também cria o primeiro homem. Em Hesíodo ele criou progressivas raças de homem. A tábuas sumérias foram as primeiras conhecidas sobre a criação do homem. Os Sumérios deixaram escritos isso em cerca de 3 mil anos antes de Cristo. Esses foram os primeiros relatos escritos no mundo. As tabuas sumérias são a forma escrita que o homem conhece.
FIM

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O ALÉM - 49 -

- SATÃ -
- 49 -
SATÃ -

No dia seguinte, falando a Joelma, a professora explicou sobre a origem do homem. E disse que para se entender melhor é pegar a Bíblia para começar a ler. Nenhuma das histórias contadas tem toda veracidade. Cada história, a criação, a Torre de Babel, o caçador. Todas as histórias são vindas da Mesopotâmia. Nenhuma acontece em Israel ou no Egito. Mas na Mesopotâmia. Há uma teoria de que a vilã do Jardim do Éden talvez não seja o que se pensa. Satã não tem nenhuma história no Jardim do Éden. Há uma serpente. Mas, serpente é cobra e tem história própria. Portanto não se trata de Satã. De fato, Satã nunca é mencionado em todo o livro de Genesis. Portanto, se a Serpente tentadora não é Satã, então quem é?  Talvez tenha sido uma antiga Deusa. Há muitas referências a adoração da cobra no mundo todo. A Serpente é uma figura ambígua e em muitas tradições religiosas ela pode ser tanto sagrada quanto pode ser o símbolo do mal.
Laura
--- Alguns dizem que a originalmente a cobra era um grande e poderoso símbolo sagrado e teria sido conquistada por antigos deuses de uma nova cultura patriarcal. Geralmente, o que acontece no decurso da história é que os deuses da religião anterior se tornam demônios. Quando os antigos hebreus escreveram pela primeira vez a Bíblia talvez tenham usado a Deusa Serpente, poderosa e positiva de religiões antigas, transformando-a na demoníaca tentadora da história do Gênesis.
Joelma
--- E tem adoração a Serpente? - - quis saber
Laura
--- Os geólogos identificaram um centro importante de adoração a serpente no velho mundo: Suméria. Descobriu-se a história sumeriana da própria criação: a Enuma Elish. Ela disse: “Eu falo de Genesis. Os elementos se unem, se fundem e dão à luz as estrelas que tecem toda a criação”. O texto é de Gilgamesh. Escrito em cerca de 2000 anos antes de Cristo, a escritura diz que o mundo foi criado em Sete dias, tal qual a Bíblia. E como a Bíblia, conta que o mundo começou com um Jardim. Diferente da Bíblia, porém, o mundo sumeriano foi criado por Tiamat, deusa da mitologia suméria, uma enorme deusa serpente. Esse mito sumeriano foi adaptado para a Bíblia da Criação. Os hebreus fizeram da serpente o mito sumeriano da Criação e transformado a deusa serpente rival de grande criadora em uma tentadora demoníaca.
Joelma.
--- Palerma! Eles fizeram tudo isso. - - falou abusada
Laura
--- Esse não será o único de plagio religioso. Isso é padrão na mitologia. Elementos e mitos mais antigos quase sempre aparecem nas religiões mais novas. As mais antigas páginas da Bíblia foram escritas aproximadamente no ano 1000 antes de Cristo e podem ter incluído fragmentos de lendas antigas da pátria de Abraão, pai dos israelitas.
Joelma
--- Mas tantas coincidências seriam naturais? - - indagou
Laura
--- A semelhança entre a lenda sumeriana e as histórias bíblicas indicariam fatos reais. Havia Pã parte humana, parte bode. Era reconhecido como o Deus dos pastores. Na versão de Homero da criação dos humanos, o Deus Prometeu forma o primeiro homem do barro e assopra a vida nele. Em Hesíodo, Zeus criou progressivas raças de homens: ouro, prata, bronze e ferro. Parece que cada raça simboliza diferentes aspectos da condição humana. A primeira raça de homens era feita de ouro. Suas vidas eram tranquilas, suas colheitas: abundantes. Eles, literalmente, festejavam com os Deuses. A época das descobertas exerceu grande efeito na busca do Éden. Copérnico e Galileu deram início a uma nova era cientifica. A Reforma Protestante mudou o modo de lê a Bíblia e a fé cega nas Escrituras começou a diminuir.
Joelma
--- Mudou tanto assim? - -
Laura
--- Na época da Reforma houve muito interesse em Adão e Eva e a sua história. As pessoas liam e diziam: o Éden nunca existiu. Não passa de um mito. Era o tempo do Racionalismo. Ou seja: é uma história lida. Ensina as verdades da vida, mas o lugar não existe. O texto bíblico é tudo, menos racional. Os Livros do Genesis contem[aa1]  diferenças que até o crente mais devoto não sabe explicar. Por exemplo: dizem que a Bíblia claramente afirma que no início os humanos foram criados duas vezes e que Adão teve outra mulher
Joelma
--- Mas isso não é verdade!
Laura
--- A procura do Jardim do Éden tem um elemento complicador, pois a Bíblia parece estar cheia de contradições. O exemplo está na própria história da Criação. Diz a Bíblia que o ser humano foi criado não uma e sim, duas vezes. No início do livro do Genesis há dois relatos diferentes relacionado com a criação do Mundo. O primeiro está no Genesis Um e o segundo no Genesis dois e três. Na primeira história Deus criou seres humanos. Um homem e uma mulher. No segundo capítulo do Genesis, não só o fio da história muda, mas a própria sequência. Primeiro Deus criou o Céu e a Terra e depois criou o primeiro homem, Adão. Diz o primeiro capitulo do Genesis que Adão foi criado a imagem e semelhança de Deus. No segundo capítulo ele é criado do barro da terra e Deus sopra a vida nesse barro. Quem lê acha vê uma sequência estranha nessa nisso, pois homem e mulher foram criados antes de Eva aparecer.
Joelma
--- Esses poetas escreveram tudo o que não se passou. Uma cópia cruel.
Laura
--- Verdade. E pensa: então houve outra mulher no Éden anterior a Eva? Eu já ensinei como veio o homem na terra. Ela já estia. Os Anunnakis fizeram apenas doutrinar espécie. Educar, como modo de falar. O homem já existe da Terra a mais de dois milhões de anos. Os Anunnakis vieram dar a sua educação. Anunnakis são professores e cientistas. Ele até fecundara as mulheres na Terra. Enquanto isso a Bíblia afirma ter feito Deus a primeira mulher. Ora. Essa primeira era tao somente a Lua em sua fase minguante. Parece até uma fita a cobrir a cabeça. Fina. Muito fina. E até pusera seu nome. Lilith. Essa Lua é finíssima. Lilith é uma deusa adorada em toda Mesopotâmia e hoje se fala ainda que foi a primeira mulher de Adão. Para você se lembrar, os Anunnakis fizeram centenas do homens e mulheres. Algumas dessas espécies vieram cegas, surdas, sem seus pés ou sem mãos. E ainda hoje aparecem gentes com os mesmos defeitos. E uma prova da genética.    
Joelma
--- Acredito. Eu tenho visto gente sem braços. Eu fico a imaginar: e eles defecam? – - cismada
Laura
--- Clero que defecam. Limpar é que são elas. - - sorriu
Joelma
--- Bem. Na sequência. Lilith é descrita como a primeira mulher de Adão. Então como fica?  
Laura
--- Como fica. É a questão. As histórias sobre Lilith parece relacionar-se como uma tradição de uma deusa pagã mais antiga. Mas sempre acontece com lendas, a história se perdeu mais não foi, totalmente, esquecida. Uma das tradições diz que ao fazer amor Lilith reclamou: “Você não pode fazer sexo o tempo todo e ficar sempre por cima. Eu mereço ficar por cima, também. E se você insistir nisso, caiu fora”. E saiu voando. Foi morar com demônios e ali ficou no mundo deles e daí por diante. Em outra parte da história diz que ela sai pelo mundo e procura crianças para matar. Percorre o mundo à noite, seduz os homens, afligindo com doenças.
Joelma
--- Será Súccubu? - -
Laura
--- Quem sabe. Se for verdade, é bem provável. Mas, isso é uma lenda. - -
Joelma
---- Ah bom. Tem essa parte. Mas. Mesmo assim ela bem pode ser uma Súccubu. As mulheres não podem ser pervertidas? - -
Laura
--- Se quiserem ser. Nem sempre são prostitutas. Para lembrar, esse nome vem de prostibulo, sabe o que é isso?    
Joelma
--- Não é cabaré? - -     



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O ALÉM - 48 -

JARDINS SUSPENSOS
- 48 -
O PODER - 

Os astrônomos babilônicos, na era de Nabucodonosor usavam imensos complexos de Templos como pontos de observação para estudar os movimentos das estrelas. Mas eles não estavam estudando ciências naturais, pois acreditavam que Corpos celestiais eram Deuses e que o comportamento das estrelas – Sol, Lua e todos os cinco planetas conhecidos – serviam para compreender o futuro da vida na Terra. Em um centro planetário de Munique pode servir para mostrar como era o Céu a noite na Babilônia há 2.500 anos. O Céu artificial abre a milhares de estrelas aparecem como teria aparecido ao próprio Nabucodonosor. Toda a noite, durante centenas de anos, os babilônios estudaram o Céu à noite em busca de sinais, ocorrências extraordinárias e de conexões. Estrelas em particular começaram a ser vistas como parte de famílias. Como Gêmeos, guardiões da porta do Céu. Acreditava-se que Aquários era o possuidor de toda a água da Terra. Sagitário, metade homem, metade cavalo foi um poderoso aliado nas guerras em que era possível haver dificuldade. Havia o Touro mitológico que podia devastar cidades inteiras e era particularmente temido,
Joelma
--- Nosso Deus. Faziam isso? - - indagou preocupada.
Laura
--- Os babilónios inventaram a astrologia que conhecemos hoje. Eles dividiram o Céu em doze signos no zodíaco e registraram o movimento das estrelas. Eles podem até feito a função do telescópio conforme deixaram uma senha. Os babilônios tinham uma sofisticada inteligência de matemática e tábuas de geometria prova que os babilônios podem comprovar que eles estavam familiarizados com as teorias de Pitágoras. Esse teorema influenciou a arquitetura de uma das mais famosas estruturas da Babilônia: o Portal da Cidade Azul.
Joelma
--- Azul? No era a residência do Rei? - -
Laura
--- Sim. Era onde que o Imperador se abrigava. E foi dedicado a Deusa Ishtar ou Inanna, em sumério. Era a mais célebre deusa do panteão mesopotâmico. A Deusa tinha como atributo a feminilidade, o amor e o sexo. A reconstrução do Portal de Ishtar começou na ilha do Museu de Benin. Após 2.500 anos e uma viagem de cinco mil quilometros o Grande Portal da Cidade de Nabucodonosor estava terminado. E com ele muitas culturas de animais em estilo bastante típico da arte babilônica. – - e mostrou as figuras em filme na tela -. As imagens de animais adorados pelos babilônios, como companheiros dos Deuses tinham ficado no caminho por onde passariam as procissões e enviados ao centro da cidade.
Joelma
--- Touros, leões, cavalos. Quantos animais. - - relatou de boca aberta.
Laura
--- Os tijolos eram de azul esmaltado impressionante como uma técnica tao rara desenvolvida a 2.500 anos antes. O processo era a combinação de carbonado de sódio e areia vegetal. A mistura era queimada para criar um tipo de vidro que era então usada como esmalte. Hoje, uma estufa controlada por computador é usada para atingir a temperatura exata de 950 graus centígrados.
Joelma
--- E antes? No tempo dos babilônios? - - quis saber
Laura
--- Antes? Bem. Como os babilônios mantinham essa temperatura sem energia e muito mais computador? O vidro era então moído até formar um pó fino necessário para o próximo estágio do procedimento. Quantidade minúscula de cobalto e oxido de cobre eram acrescentadas ao pó. A combinação dos produtos químicos produzia distinta combinação azul brilhante. Os babilônios mediram a extremidade bastante precisa dos minerais. O que, então os babilônios conseguiram foi uma proeza tecnológica tremenda ao construir os prédios quando se observa os maltes que eles usaram. E os ingredientes não eram disponíveis naquela época. ---
Joelma
--- Mas eles fizeram com as próprias mãos. – - declarou exaltada   
Laura
--- Sim. Conseguiram. Uma grande parte teve que ser importada de países de outro lado da Terra, é presumível. Em termos contemporâneos o que eles realizaram foi realmente grandioso. O esmalte era então pintado no tijolo. Finalmente o objeto era queimado outra vez. E dessa vez por 12 horas a uma temperatura constante de mais de 1.000 graus centígrados. Os babilônios eram mestre nesse processo do esmaltar tijolos. Só o Portal de Ishtar foi coberto com mais de vinte mil tijolos. Isso proporcionou um azul brilhante, reflexo da luz do céu. A entrada antes e depois do Portal era o caminho dos Deuses por onde procissão era o grande festival do ano novo era celebrado. Sabe-se disso através das inscrições estampadas nos tijolos que tem para os Deuses Marduk e Nabucodonosor. Ele fez milhares de mensagens gravadas em tijolos queimados ao longo do caminho pode o Rei passava.
Joelma
--- Incrível. E tem algum tijolo? – - indagou
Laura
---Sim. Veja. Esse é caminho onde o Deus Nabucodonosor pisou. “O cimento com o rigor do asfalto e tijolos queimados e sobre eles eu coloco uma camada grossa de pó esmaltado. Que os Deuses fiquem satisfeito ao andarem por esse caminho”. Nabucodonosor fixou essa mensagem em milhares de tijolos usados. A Torre de Babel, o Portal de Ishtar e o Caminho da Procissão era o trabalho de devoção aos Deuses. As antigas tábuas de argila mencionavam os complexos rituais e os descreviam em detalhes. Creme, mel e cerveja tinham de ser colocado sob o primeiro alicerce como uma oferenda valiosa para os Deuses.
Joelma
--- O povo era rude mesmo; - -
Laura
--- Estatueta de argila queimada enviada aos Deuses eram colocadas na Pedra Sagrada, cada uma delas segurando uma lança de metal na mão como símbolo do poder divino. Um carneiro era preparado. A boca lavada com extrato de vinho para encorajar os Deuses a receber então a oferenda. As estatuetas eram oferecidas com alabastro por cima como a encoraja a terra deveras produzida. Tempos depois, milhares de anos, as estatuetas sobrevivem nos dias atuais. Heródoto também escreveu sobre certos rituais. Mas o historiador grego não compreendeu o seu significado. –
Joelma
--- Eram confusos? - -
Laura
--- Parece. Apesar de ter sido há muito tempo, a cultura mágica da Babilônia havia desmoronado em ruinas muitos anos antes dele viajar para a cidade. O que restou, entretanto foi uma profunda admiração nas construções que ainda estava de pé, como os muros da cidade. Heródoto deve ter caído na maldição deles. Mas hoje os peritos buscam escavar o que não houve decifração. Foram adotados nos métodos para buscar as teorias. Em um laboratório a Sétima Maravilha do Mundo é recriada. As muralhas da Babilônia na escala de Um para Cem. Cortadores a laser torna possível perfurar buracos e traçar com precisão os contornos dos muros de tijolos unidos.
Joelma escutava atenta com precisão o avanço da tecnologia
Laura
--- Nunca ante a Babilônia foi recriada com a ajuda de tecnologia tão moderna. Os modelos mostram que os modelos de Heródoto não estavam corretos. Os números de palafitas não batem com o comprimento de cada parede. As muralhas da cidade não se estendiam por 96 quilometros, como Heródoto disse. Mas apenas por cerca de 19 exceto pelas estruturas maiores. As casas de tijolos da metrópole tinham apenas um ou dois andares. A experiência com o modelo ilustra que as ruas seguiam a planta horizontal que atravessava as casas quase em ângulo reto. Babilônia foi construída como uma fortaleza gigante. Com a tecnologia seguida na época, a cidade seria invencível. Os babilônios e suas casas modernas teria tido uma sensação absoluta segurança e um forte sentimento de orgulho. .
Joelma
--- Mas não foi assim. - - falou magoada
Laura
--- Sim. Não foi assim. A vida cotidiana dos babilônicos foi um desastre, Há 2.500 anos não havia nada comparável a essa imagem – - mostrou a figura na tela - - Na época, Roma era uma aldeia com casas feitas de argila. Constantinopla não existia. E somente 2000 anos depois a primeira casa seria construída em Nova Iorque ou no Rio de Janeiro. Nabucodonosor, orgulhosamente declarou: “O que nenhum outro Rei fez, eu alcancei! ”
Joelma
--- O grande caminho da procissão não teve início.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O ALÉM - 47 -

- CORTESÃO -
- 47 -
NABUCODONOSOR
Nabucodonosor, o Rei. E a cidade da Babilônia ressuscita. O seu nome não morreu. O mundo se virou eterno quando começou a ser redescoberto há mais de 100 anos. O vasto império da Babilônia se estendera além-fronteiras, do Egito a Jerusalém. Uma foto. A pintura mais antiga de Nabucodonosor estava a mãos. Lendas antigas estavam descobertas. As pessoas daquela época eram decifradas como se faz um código. E assim o povo sumério se redescobriu em um momento inigualável. Há 3.000 anos antes de Cristo o povo teria alcançado os méritos da sua história. Assim, ressuscitou no vasto Império da Babilônia de Nabucodonosor. E descobriu-se até as pedras cuneiformes com a descrição do eclipse da Lua, algo pavoroso. As tábuas de argila fala do dia em que a Lua desapareceu. As pessoas se reunião nas ruas com medo daquilo que avistavam. Seria a sombra de Deus? Seria, sim. Um deus para mostra a sua face a raça humana mais uma vez. Em um museu, no Iraque, pesquisadores tentam descobrir a linguagem de Deus. Esses povos – os Sumérios, Babilônios e Assírios – eram escritores compulsivos. Eles mantinham o registro de tudo o que podia ser preservado em texto. Cartas, história da vida diária e também todo o conhecimento cientifico disponível na época. Literatura, mitologia, astrologia. Tudo o que se sabe sobre esses povos chegou até o presente através das tabuas de argila.
Joelma
--- Incrível. O negócio é continuar procurando tudo o que está enterrado. – - falou extasiada.
Laura
--- Pois bem.  Talvez em volta do Iraque possa haver mais cem milhões enterrados no solo. E só uma pequena parte que se encontrou, cerca de 25 por cento, foi decifrada. Com tantas tábuas de argila contendo tanta informação não é de se espantar que arqueólogos queiram preservar o legado de Nabucodonosor com ajuda da mais alta tecnologia. O conhecimento do antigo Oriente pode agora ser preservado em tábuas de vidro para sempre usando o método chamado fotografia holográfica com um raio laser a traçar a tábua de argila. - -
Joelma
--- E isso demora? - - quis saber
Laura
--- Um pouco. Mas o sistema de espelho permite que a imagem seja reproduzida numa chapa fotográfica usando um processo especial de revelação. A tecnologia holográfica foi desenvolvida nos Estados Unidos. As tábuas de argila aparecem na chapa fotográfica em três dimensões para que os peritos possam estudar as características espaciais da escrita cuneiforme. O fator vital é decifrar o texto. A resolução da imagem do holograma é tao detalhada que até símbolos individuais dentro do texto podem ser examinados pelo microscópio sem danificar o original. E o holograma pode ficar disponível na internet. E assim equipes de decodificação podem trabalhar simultaneamente no mundo inteiro. - -
Joelma
--- Ótimo, ótimo. Assim é bom. Tem mais? - - quis saber
Laura
--- As tábuas com escritas cuneiformes contam histórias antiquíssimas e agora a sabedoria da antiga Babilônia podem aparecer nas telas de computadores em alta qualidade. Entre elas estão relatos de antigos rituais de sacrifícios que mostram quanto a vida cotidiana na Babilônia era dominada por fortes crenças religiosas. Os registros também provam que as histórias do orgulho ateu mostradas pelo povo de Babel nada eram de propaganda hostil. O ritual de sacrifício, tudo era calculado no mínimo detalhe. O tipo de óleo com que o sacerdote tinha que lavar as mãos e a posição exata que adotar ao examinar garras e dentes do animal a ser sacrificado. O Sumo Sacerdote tinha que colocar uma corrente feita de lã vermelha e pedras coloridas em volta do pescoço quando a Lua aparecia. ---
Joelma
--- Parece com um grupo de Evangélicos de agora. E ainda dão dinheiro para poder se comprar uma fazenda. - - sorriu
Laura
--- Pois bem. Só então, o corpo do animal poderia ser aberto e o fígado retirado. A condição do órgão indicava se bons ou maus tempos aguardavam o Império do Rei. Acredita-se que todo fígado no animal se encontrava e era interpretado. Era um Sinal Divino. Há cem anos verificou-se que a cultura antiga da Babilônia foi enterrada por um monte de areia movediça. E até hoje peritos estimam que milhares de textos ainda estejam escondidos sob o solo da Babilônia. Mas cem anos depois, agora, novos métodos seriam desenvolvidos para esclarecer o mistério da Babilônia, incluindo foguetes.
Joelma
--- Foguetes? Tem foguetes? - - quis saber
Laura
--- Sim. Hoje se tem um satélite de vigilância até o espaço. O foguete foi mandado para espionar na Terra usando fotografias do espaço. Quando a Nave voltou à Terra havia 150 fotos a bordo, uma de 32 graus ao Norte e 44 graus a Leste. Território iraquiano. As antigas fotos de espionagens do espaço são de grande importância a arqueologia aérea. Um perito pode obter informações valiosas a partir de tais imagens. Os contornos e estruturas que de há muito caíram e estão enterradas bem no fundo do solo podem aparecer em fotos aéreas na forma de variações na vegetação e na cor. Essa tecnologia permitiu o estudo de uma pequena área captada pela câmera de satélite há 270 quilômetros de distância. - -
Joelma
--- Nossa Mãe. –  declarou a moça estupefata
Laura
--- Esse era a antiga Babilônia. Como o computador aumenta a imagem, a área inteira de uma cidade que há tempo havia desaparecido, pode ser vista. No topo à esquerda fica um moderno palácio e a direta uma região escavada. Uma pequena área foi estudada até agora pelos arqueólogos. Na verdade, a cidade de Nabucodonosor era mais extensa como mostra a foto de satélite. Era 60 vezes maior que a reconstrução pode ser vista hoje. E do ar pode ser vista claramente. A forma de um prédio que foi destinado a se tornar uma lenda: A Torre de Babel. Hoje, tudo o que pode ser visto é um fosso. A imagem aérea indica que a estrutura foi levantada sob uma base quadrada - - e Laura mostra as imagens que ela possui em seus arquivos - -. Então todas as reconstruções que se fez por pintores medievais eram simplesmente produto da sua imaginação. - -
Joelma
--- A Torre de Babel não era uma Torre redonda? Eu já vi essa imagem. - -
Laura
---Não. Não era. Era mais uma estrutura bastante quadrada erguida sobre plataformas com, provavelmente, cem metros de altura. A grande estrutura que encantava a imaginação das pessoas através dos tempos. A Torre de Babel mais do que a própria cidade se tornou símbolo da arrogância desenfreada que veio antes da queda. Heródoto, o pai da escrita histórica deve ter visto a Torre de Babel quando metade dela ainda resistia. Apesar do declínio que começou logo depois que o filho de Nabucodonosor o sucedeu. Pelo menos, em sua mente, Heródoto teria sido capaz a magnífica cena com uma procissão real começado a escalar a Torre subindo o Templo, o Templo de Marduk, deus da cidade. Heródoto que subir ao Templo de Marduk significava subir aos Céus e as estrelas. E no Topo, o setor mais alto do enorme Templo era onde Marduk morava.
Joelma
---Impressionante. Deve ter sido maravilhoso. - - falou encandecida.
Laura
--- Heródoto deixou a imaginação correr solta e escreveu que em uma cama dourada jaz uma babilônia virgem consorte do Deus e de tempos em tempos o próprio Deus aparece, Marduk, o regente divino. O Grande Deus da Babilônia. O Deus que sabe tudo e vê tudo. A fantástica avaliação que Heródoto deu era uma mistura de avaliação e realidade que nascera de repetidas histórias contadas da Babilônia ao afunda em ruinas. Poucos restos do tempo babilônico elevavam-se hoje. São apenas cascalhos. Mas, de qualquer modo, outras ruinas de outra cidade alcançam ao Céu. São complexas ruinas de Templos e também pontos de observação para os astrônomos estudarem o movimento das estrelas. Nabucodonosor era um sábio e contemplava os seres celestiais como Deuses e acreditava que os movimentos de forças imortais do Cosmos refletiam todos os aspectos da realidade. - -
Joelma
--- Quer dizer que até Nabucodonosor acreditava nos Deuses? - -
Laura
--- Sim. Aliás, de certo modo, todos acreditam nos Deuses.
Joelma

--- Incrível - - disse a moça.

domingo, 17 de janeiro de 2016

O ALÉM - 46 -

MESOPOTÂMIA
- 46 - 
MESOPOTÂMIA

Mesopotâmia, a Terra Entre Rios. Fica entre Eufrates e Tigre e já foi considerada o berço da cultura. Há mais de 2.500 anos uma metrópole imensa se ergueu no coração dessa região. A Babilônia. O homem que a governou dotou à cidade uma das maravilhas do mundo. Seu nome foi Nabucodonosor. As estruturas construídas pelo Rei se tornaram mitos como a imensa Torre de Babel que enfrentaria várias gerações futuras. Hoje, restam somente cascalhos. Mesmo assim se pode decifra o mundo perdido pelos fragmentos que restaram. A mais nova tecnologia apresenta os sinais cuneiformes, a língua escrita mais antiga em milhares de tábuas e a ciência pode agora decifra-las. As imagens podem trazer a cidade perdida de Babilônia de volta à vida e com ela pode trazer uma compreensão maior de Nabucodonosor e da cosmologia dos babilônios
Joelma
--- Como se pode decifra uma cultura apagada? - - quis saber
Laura
--- A redescoberta do mundo de Nabucodonosor começou a 100 anos, no Líbano. Pessoas importantes pesquisavam a região em busca de tesouros antigos. Na época havia muitas expedições de administradores coloniais. O século 19 foi a época das grandes descobertas. E todos esses pesquisadores faziam novas e importantes descobertas. A lendária cidade de Troia havia sido escavada. Hieróglifos egípcio puderam ser decifrados e em outro daquele ano houve uma descoberta que foi declarada como a sensação arqueológica. O vasto império da Babilônia se estendera até aquele ponto às margens do Mediterrâneo. E a prova foi descoberta. - -
Joelma
--- Qual? Diga por favor! - - em ânsia.
Laura
--- Numa parede de pedra o retrato de um Rei havia sido esculpido, dominando um Leão com o braço. Segundo a descrição, era Nabucodonosor, Rei da Babilônia. Foi feita uma foto de uma pintura mais antiga de Nabucodonosor que havia sido encontrada apesar de ser em pedra desgastada e de lendas antigas. Nabucodonosor se beneficiou da influência dos dois grandes rios: Eufrates e Tigre. Há mais de 2.500 anos de Nabucodonosor as obras de arte eram criadas para testemunhar as conquistas culturais do período e transmitir uma imagem curiosa das pessoas daquela época. O povo sumério criou uma cultura inteiramente nova anunciada por um desenvolvimento revolucionário.
E a moça escutava tudo de boca aberta. Os seus olhos brilhavam num lampejo incomum. Ela parecia estar vendo os sumérios ali em pé esculpido as imagens. E então prosseguiu.
Joelma
--- Conte mais. Tudo. Tudo. - - disse a moça extasiada.
Laura
--- Pois bem. A intenção da escrita cuneiforme previu anos antes de Cristo. E o crescimento cultural que resultou da invenção de uma língua escrita atingiria seu alvo no vasto império da Babilônia de Nabucodonosor. A impressionante nova tecnologia se espalhou da antiga Uruk por toda Mesopotâmia, estendendo-se ao norte. Espalhou-se também para o Mediterrâneo, a Oeste e a esfera cultural da Palestina. O Reino de Nabucodonosor se estendia do Egito a Jerusalém. Um autêntico Império.
Joelma
--- Lá vem os Judeus. - - fez cara feia.
Laura
--- Jerusalém, a cidade sagrada de David e seus ancestrais de todos os judeus. Mas há 2.600 anos não era a Metrópole que é hoje. Protegida pelos muros da cidade, poucos milhares de judeus habitavam a pequena área em torno da Montanha do Templo. Nabucodonosor foi capaz de invadir o círculo de pedras e arrasar a Cidade Sagrada. Os babilônios escalaram as paredes da Cidade com a ajuda de Torres fortificadas. Os defensores não foram capazes de defender a tecnologia militar superior. Os invasores possuíam armaduras de metal, catapulta de pedra e estratégias cuidadosamente planejadas. Os planos bem elaborados eram altamente eficientes junto com as ondas devastadoras de flechas atiradas por milhares de arqueiros. Nabucodonosor usou seu poder militar para um bom propósito.
Joelma
--- E a Babilônia? - - indagou apressada.
Laura
--- Espere. Um momento. Eu chego lá. Então, milhares de inimigos foram massacrados enquanto os sobreviventes foram levados para a Babilônia como prisioneiros de guerra. Para os Judeus foi uma catástrofe terrível. A Ira de Deus. A Babilônia era vista como teatro, o local do exilio. E ficou conhecida como o canteiro da depravação. Local das Succubus e Íncubos.
Joelma
--- O que é isso? - - indagou.
Laura
--- São prostitutas. Atualmente os restos da Babilônia podem ser vistos do Iraq. Mas no início do século XX tudo o que podia ser visto da antiga metrópole eram alicerces e cascalhos. Os prédios com apenas 20 anos são meras reconstruções. Mas alguns edifícios criativos proporcionam algum conceito do esplendor e gloria da antiga cidade que foi o Jardim de um milhão de habitantes. As imensas paredes de cerâmicas da Babilônia estão entre as três maravilhas do mundo antigo. Mas dizem que há quem diga haver uma segunda Babilônia a ser admirada no mundo antigo: os Jardins Suspensos da Princesa Semíramis, suposta amante de Nabucodonosor. Apesar da verdade histórica também estar perdida nas lendas que cercam a cidade. - -
Joelma
--- Só isso? Tem algo mais? -- indagou  
Laura
--- Sim. Desta forma, a metrópoles ao longo do Rio Eufrates se tornou assuntos de lendas fantásticas que eram passadas através de gerações até que houve a descoberta no início do século XX. Os restos da cidade surgiram a cada instante de se descobrir a lendária babel que estava enterrada nesse pondo. As escavações iniciais revelaram restos de imensas muralhas da cidade confirmando que somente a Babilônia podia ter fortificações tao poderosas. Os restos das muralhas estavam no mesmo local que o historiador Heródoto, no seu tempo, descreveu com tanta admiração.
Joelma
--- Heródoto? Que foi esse? - - quis saber.
Laura
--- Heródoto foi um historiador grego. Ele esteve no local de Babilônia cem anos depois da destruição da cidade. Ele descreveu que a cidade foi coberta com betume para proteger os seus tijolos. Isso, naquele tempo. Era uma conquista tecnológica incrível para a época. Durante a Iº Guerra Mundial as escavações prosseguiram. E ainda hoje seus trabalhadores operam utilizando ferramentas com pás.  As escavações que começaram do Iraque a mais de cem anos levaram uma viagem arqueológica até o Império da Babilônia. Encontrou-se uma biblioteca do tempo de Nabucodonosor. Tábuas entalhadas escritas cuneiformes com milhares de anos registando as ideias e crenças dos babilônios na era de Nabucodonosor. - -
Joelma
--- Incrível.  - -
Laura
-- Pois é. Foram encontradas mais de 300 tabuas de argila. Textos valiosos descrevendo rituais e costumes, mitos e política. A Biblioteca é um tesouro de conhecimento. Incluísse do eclipse da Lua. Ele narra o eclipse na noite que a lua sumiu e os sacerdotes tiveram que acender tocha. As pessoas usaram roupas para se abrigar do temeroso sinal. Solados do Rei mergulhavam as mãos na argila escura e espalhavam por todo o rosto cobrindo-se inteiramente. Eles acreditavam que o seu deus estava preparado para mostrar seu rosto a raça humana. As tabuas de argilas estão repletas de descobertas sensacionais. As inscrições são verdadeiros tesouros arqueológicos pois esclarecem sobre a civilização perdida da Babilônia.
Joelma
--- É de admirar. Eu, aqui. Eles já estavam temerosos. - -
Laura
--- É isso. Nas escritas de povos antigos se entra muito mais do que se pensa. - -
Joelma
--- Tem algo mais? - - perguntou
Laura
--- Eu verifico. – - respondeu