quinta-feira, 31 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 28 -

ORÁCULO
28
RECOMEÇO

Marilu ficou a pensar por longo período de tempo em busca de encontrar o meio de toda essa polêmica. Marilu ficou com a cabeça tonta por não encontrar as semelhanças nas mentes que ela já havia aprovado, tacitamente. Os Evangelhos apócrifos mais que dificultaram o seu aprendizado. Lauro continuava a explicar o modelo de Jesus na Índia e Caxemira e até na cidade de Zineragá onde Jesus foi sepultado aos 80 anos de idade
Marilu
--- As ervas salvaram Jesus? –
Lauro
--- Sim. Salvaram. Como ainda hoje, salvam. –
Marilu
--- Quer dizer que Jesus foi à Índia com a sua mãe, Maria. E essa morreu já bastante idosa! –
Lauro
--- Certo. Mas a mãe Maria já não era de idade tão avançada. Digamos: era uma setentona.
Marilu
--- E A Vida de Issa? Teve um escritor que tocou no assunto. Issa é Jesus. Que me diz? –
Lauro
--- Bem. Nicolas Necovich publicou esse livro em 1945. Foi tirado da Biblioteca de Lassa, Grécia, quando, a partir de então, ele traduziu e publicou o livro que veio a ser conhecido como “A Vida de Issa” ou de Jesus. Esse livro foi de grande sucesso, mas, depois perdeu a fama.
Marilu
--- Mas o escritor destacou a importância de Jesus na Caxemira? –
Lauro
--- Sim. Mas esse foi um assunto que havia caído no esquecimento. Porém, teve em outra livraria a publicação dos “Anos Ocultos de Jesus”. Mesmo assim, no seu tempo, teve muitas coisas ensinadas por Jesus e não divulgadas. O problema é que o Novo Testamento não trabalha com essa categoria descritiva, minuciosa de Jesus.
Marilu
--- Quer dizer: não sabemos de nada! –
Lauro
--- Em momento algum. Nem mesmo o Oráculos do Senhor, de Mateus, que apresenta pouca meticulosidade. Só se vai encontra no Issa quando ele está no Monastério Tibetano. Não se fala em Jesus quando uma caravana em Acre, em Israel. Cidade antiga, da época de Tatames III. Pela cidade era o caminho da seda e Jesus pegou uma caravana dessas. Nesse tempo Jesus não disse nada. Apenas, ouviu. Mas, se não fala, ele cria problemas com as curas dos doentes.
Marilu
--- Problemas, como? –
Lauro
--- Problemas com as raças. Ele cura gente da classe baixa. Em diversas regiões. Se cura um, vem um pastor esculhambar com ele por se meter com gente humilde. É como se um curandeiro fizesse uma cura em um doente onde tinha um fazendeiro rico ou um médico. Entendeu? –
Marilu
--- Ah, sim. Compreendi! –
Lauro
--- Tem caso muito encoberto. O Novo Testamento está identificado como o Cristianismo do Imperador Romano, Constantino, que juntou 12 Bispos e fez a Religião Católica como a única, isso em 325 depois de Cristo. Os quatro Evangelhos estão em profundo descredito por causa do Cristianismo.
Marilu
--- Não entendi! Constantino não juntou a Igreja? –
Lauro
--- Mas, Constantino matou 5 mil hereges para poder juntar apenas os cristãos. E teve o caso de      Nag Hammadi, no Alto Egito, em 1945 quando foram encontrados os Escritos em couro de cabra e mais outros livros.
Marilu
--- Entendo. Pode a seguir, favorzinho. ´
Lauro
--- Esses Evangelhos foram escritos no segundo e terceiro século baseados no sincretismo que já tinha surgido dentro, a fé primordial em Jesus e assimilação dessa fé segundo a filosofia gnóstica. Eles acharam Jesus o iluminado dos iluminados.
Marilu
--- Em parêntese. Temos aqui um outro tipo de evangelho. O de Allan Kardec. Que verdade ele tem citando Juses? –
Lauro
--- Nenhuma. Allan Kardec entrou ali como o cachorro entrou na Igreja. Não tem nada haver.
Marilu
--- Certo. Continue. –
Lauro
--- Não atrapalhando. O Evangelho do Novo Testamento nada ter a haver com os outros evangelhos de outras seitas. É como se você escreve uma carta para mim e outra pessoa também escreve sobre tal tema. São duas coisas. A exemplo temos o Evangelho de João Calvino. Ele era protestante. Os outros eram cristãos. Toda Doutrina é uma adaptação. Quem não quiser fazer adaptação, não faça Doutrina.
Marilu
--- Nunca pensei nesse negócio. Doutrina, adaptação. –
Lauro
--- Hoje, nós vivemos no descrédito dos quatro evangelhos por causa do Cristianismo e a era do crédito auferido a qualquer apócrifo pelas razões ante estéticas ao cristianismo. Entendeu?
Marilu
--- Estou igual a bosta n’água. Quero ouvir mais.
Lauro
--- É o seguinte: os quatro Evangelhos são a forma do cristianismo. Com eles se fez a Igreja. Vem um outro e descobre novos evangelho. Então, misturou tudo. Eles estão o próprio circo arqueológico.
Marilu
--- Estou quase entendendo. –
Lauro
--- O negócio é que o cristianismo já havia feito na cabeça dos cristãos e vem aí um sujeito a discordar dos ensinamentos originais, estando certo ou errado. Tanto faz. Parece um bando de hereges que reapareceram. A ideologia foi plantada pelos Bispos e não por qualquer um moleque.
Marilu
--- O negócio tem princípio pelos quatro Evangelho! –
Lauro
--- Agora, vem os outros falando de Tomé e dos outros. Eles não tinham nenhuma necessidade de fazer isso. Mas fizeram para pôr em pé de igualdade com os quatro.
Marilu
--- Entendido, agora.
Lauro
--- Eu ainda tenho dúvidas nesses quatro Evangelhos. Quem os fez? João, cem anos depois? Lucas, que nem conheceu Jesus? Hum? Tenho dúvidas! Principalmente porque só foram divulgados 4 séculos depois. Algo de cheira mal.
Marilu nada falou. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 27

EVANGELHOS
27

ENSINAMENTO 


Marilu já estava com um carro Dodge Regal de carroceria marrom frisos brandos e negros, capô bem ampliado modelos lindos, quatro faróis dianteiros, para-choque niquelado, bancos para quatro passageiros, pneus balões, orgulhos para quem teria um deles. A moça viajava no banco traseiro e o motorista todo equipado, de boné e tudo, guiava o veículo até porque Marilu ainda não tinha carta de motorista; E ela sempre dizia, apoquentada
Marilu
--- Ainda não tiro a minha carta! Merda! - - falava abusada
Motorista
--- Não ligue para isso. Na cidade, a senhora não precisa até porque é a dona do cinema. –
Marilu
--- Cinema? Que cinema? Ainda vai ser! - -
O motorista sorriu. Se um guarda de transito pegasse Marilu dirigindo sem carteira, nada reclamava. Apenas dava bom dia e aguardava a gorjeta. Ela já era conhecida por demais em toda a cidade. E o bom dia era para tirar o quepe do guarda e nada mais. Após a viagem em seu Dodge, marca que indicava a proprietária do auto, esse fez a volta para encostar no meio fio do prédio do Jornal O Estado. Marilu disse apenas.
Marilu
--- Volto já. Espere-me. - - relatou
A moça subiu a escada e procurou de imediato o Diretor, senhor Lauro, seu esposo. Ele estava no escritório despachado com Janilce, vendo o que estava sendo feito àquela hora. Todo calmo, salvo a colisão de ônibus com um carro de passeio no interior do Estado.
Janilce
--- Morreu gente. Os primeiros levantamentos dão conta de 12 vítimas do Trem. Do carro não escapou viva alma. Quem informou foi um repórter de Mossoró. - - declarou, arrependida.
Lauro
--- Vem foto? - -
Janilce
--- Ele não informou. –
Depois dessa teima, a esposa Marilu foi perguntar ao marido.
Marilu
--- Novidades? - - indagou
Lauro
--- Sim. Um caso da Bíblia. A agencia mandou. Já viu?
Marilu
--- Não. Conte-me, - -
Lauro
--- É sobre os Evangelhos. Os Escritos que relatam a vida, obra e mensagem de Jesus.
Marilu
--- A pedra fundamental da Religião com mais adeptos ao redor do mundo.
Lauro
--- Isso mesmo. Um Legado recolhido e difundido por quatro dos doze apóstolos. Agora, o que os Evangelhos não coincidem sempre. Se existiram outros Evangelhos, não se sabe que mistérios se manteve ocultos.
Marilu
--- Quem os escreveu e porque não formaram parte da Bíblia.
Lauro
--- A maioria dos textos gnósticos foram queimados ou enterrados. A religião foi imposta de cima para baixo, sobre todos.
Marilu
--- Por que esses Evangelhos permaneceram ocultos? - -
Lauro
--- Uma palavra típica dos Manuscritos do Mar Morto é a hebraicas “rases” que significa “segredo”.
Marilu
--- Eles poderiam prejudicar ou mudar a história da religião se fossem revelados? –
Lauro
--- Eles foram encontrados no século XX. E as coisas não estão como você está vendo, abra os olhos. Textos como o de Judas, Tomé Felipe e Maria Madalena estão entre os Evangelhos proibidos encontrados nos últimos tempos. –
Marilu
--- Que mistério continha o Evangelho de Maria Madalena oculto durante quase toda a existência do cristianismo? –
Lauro
--- A única que Jesus reconhecia como seu par, seu igual, como mestre espiritual era Maria Madalena.
Marilu
--- Que princípios básicos do cristianismo o Evangelho de Tomé questiona fortemente? - -
Lauro
--- As mulheres não podem entrar nem receber, nem entender o Reino de Deus até que se tornem homens. –
Marilu
--- Que segredo revela o Evangelho escrito por Judas Iscariotes? –
Lauro
--- Aqui eles retratam Judas como um grande traidor. Jesus pediu a Judas que O entregasse. A história de um segredo de dois milênios. Seria o maior escândalo de censura de toda uma história? –
Marilu
--- Como e quantas crenças judaico-cristãs teriam se modificado se esses textos tivessem formado parte da Bíblia? - -
Lauro
--- Evangelho significa: Boa Notícia. Um anúncio que tenha um conteúdo positivo. A palavra Cânone em grego significa: Regra! Ou seja: um texto que significa como “Regrado”. A Igreja encontra nesse sentido uma regra, uma legislação. É um reconhecimento da validade desses textos.
Marilu
--- A pergunta é: até onde esses materiais têm, realmente, uma base histórica? –
Lauro
--- Quais foram os textos excluídos do livro sagrado? Bom! Nós temos o evangelho de Felipe. Temos o Evangelho de Judas. Temos materiais referentes a Maria Madalena.
Marilu
--- De que época datam esses textos que foram denominados de Evangelhos apócrifos? –
Lauro
--- Os Evangelhos apócrifos têm, em comum, o fato de datarem de uma época tardia. Ou seja. Entre o século segundo e o século quinto depois de Cristo, quanto nenhum dos apóstolos estava vivo e tampouco os seus primeiros discípulos. A maioria dos Evangelhos apócrifos têm procedência gnóstica e reflete uma postura totalmente anti-judaica, já que o judaísmo postula um Deus criador, de um modo material e o gnosticismo postula um mundo material malvado e um Deus que está interessado no mundo espiritual.
Marilu
--- Verdade? –
 Lauro

--- É o que se diz. – 

terça-feira, 29 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 26 -

CINEMA
26
A VOLTA

Após perambular por parte de Rennes le Château, conhecendo a Basílica de Santa Madalena por dentro e por fora, bebendo cerveja quente ao paladar de cada um, vendo os demônios de boca e olhos abertos, a Basílica de Nossa Senhora construída em um local pagão no topo de uma colina pelo século XIV, a Ordem dos Cavaleiros Templários  baseado no Templo de Jerusalém, a Montanha de Bugarach, parte do misterioso Rennes le Château, as Ruinas do Castelo de Coustaussa, com Rennes le Château ao fundo, magnifico em seu mistério, um edifício antigo de guardar relíquias, casas de padres, residências antigas, Andorra velha, shop, pontes sobre casas, e restaurantes modernos em becos antigos. Essa era a parte distinta de Rennes le Château. Após tudo isso, o casal rumou para Paris onde bancas com coisas diversas se tinhas a mostra para fazer negócio. Lojas de presentes, mercado de coisas antigas, autos e ônibus a passar, mulheres elegantes a atravessar as ruas, gente a beber Coca Cola, bares nas praças dos Inocentes, homens a beber vinho antigo em um bar, tráfegos de carros já modernos entre retratos de Mary Pickford a anunciar um novo programa de cinema. Era Paris renascendo após a guerra. E Marilu estava de volta ao presente com suas belas roupas. Cinema, Teatros entre shows de cantores antigos e novos. Quinze dias de estava no pais das flores e a volta ao Brasil.
De volta ao Rio era a mesmice de sempre. Lauro foi de imediato tomar a benção de seus pais e Marilu ver a cidade de gente pobre com roupas de gente rica a atravessar as ruas. Em uma vista de repente a moça olhou a imagem de um cinema com anuncio de novos filmes. Refletido um pouco, Marilu procurou se aguentar ao ver o cartaz. E pensou, de imediato do Tirol. Correu a lembrança antiga de fazer um cinema em Natal. Um Cine Tirol.
Marilu
--- Que tal? Na parte desocupada do prédio, um edifício se ergue. Uma casa de Cinema. Parece que estou vendo. Os letreiros com nomes de filmes de estreias. E o Cine Tirol. Que achas? –
Lauro cocou a cabeça e de imediato pensou em despesas.
Lauro
--- Isso custa caro. E já tem lá cinema maior. –
Marilu
--- Lá vem você despejar água fria em caldo quente. Pois eu vou fazer, custe o que custar! - - aborrecida
Lauro
--- Não é isso. –
E o velho senador foi à pergunta.
Senador
--- O que está havendo, meninos? - - sorridente
Marilu
--- É o seguinte, Senador. Eu estou pensado em construir um Cinema do lado da Rádio, um pátio desocupado. Em vi, na França, um filme que mostra Maria Madalena, o seu esposo Jesus e o filho de ambos. Parece incrível, mas foi pintado por Leonardo Da Vinci. É um filme magnifico. Aqui não vem e eu não sei por que. Como esse, tem outas criações maravilhosas. Eu perguntei a Lauro, e ele discordou. Imagine só? - - falou irritada.
Senador
--- Meu filho já está ficando velho. Vamos lá. Compre as máquinas, cadeiras e o que for necessário e comece a obra. Uma renda a mais é o que vale. O nome é? - -
Marilu
--- Penso eu em Cine Tirol. Posso fazer? - - inquieta
Senador
--- Ora! Você é a dona do prédio. Se tem rádio, tem cinema. Eu empresto meu empenho. - -
Após esse desabafo, houve a solidariedade entre marido e esposa. Dias depois, eles estavam em Natal. Lauro cuidado do Jornal e Marilu, da emissora. Houve vaga na direção e Marilu convido Emma para a secretaria da Emissora. De resto, tudo estava muito bem. A emissora entrava do ar as 05.00 horas da manhã e continuava até a 01 hora da madrugada. O Redator chefe era um rapaz de 30 anos de idade. Seu nome era Carlos Rodrigues. E tinham mais o elenco de rádio teatro e das equipes esportivas subordinadas a José Santiago. Nomes de fama a todo tempo se agrupavam. Para variar, as quintas-feiras, 09 horas da noite, tinha o Canto da Estrela com as mais expoentes do caste artístico. As 10 horas da noite – quando não tinha jornada esportiva, era o Grande Jornal da Noite que podia ser apresentado logo após o esporte. De qualquer forma era uma hora de notícias vindas pela agencia UPI.
Certo dia, Marilu estava tentando encontrar os representantes das empresas de cinema, em Natal e foi até a um escritório de uma das divulgadoras indagar como fazia para entrar em contato com certa pessoa, representante de filmes. Então, ficou sabendo de três representantes existentes. Um deles era magro de alto. Ela ficou sabendo para se alugar um filme o lucro obtido era de 30 por cento. O restante ficava para ser dividido entre a empresa divulgadora e a agencia de aluguel, pois tinha as despesas com os gastos entre prefeitura e governo federal. A conversa durou pouco tempo, ficado sabendo o gerente da firma que a moça pretendia fazer um Cinema de classe como já havia tomado ciência no Rio de Janeiro.
Marilu
--- O cinema pertence ao Grupo O Estado. Estamos a finalizar os arranjos e dentro de pouco tempo estaremos abrindo a nossa sala.
Gerente
--- Queremos parabeniza-la. Creio eu que não haverá dificuldade para tal, sendo o Senador um alto proprietário. Conheço-o bem.
E o tempo passou. O Cinema estava pronto ou quase pronto, melhor dizendo. Luzes por dentro e por fora. Um salão permanecia em declive. No fim, uma Tela coberta por uma cortina de seda refletindo cores diversas. Um palco. Um andar superior. Os projetores. Verdadeiro encanto. Propaganda sobre a inauguração marcada para breve. Havia equipamento de ar condicionado em toda a sala. Na entrada, programas de filmes. O de inauguração era um filme sobre Jesus na Caxemira, e só. O vai e vem de operários era intenso. Marilu ouvia palavras de cumprimentos.
Marilu
--- Tá, tá, tá. Obrigada! - - respondia
No cartaz da frente, um espaço para pôr o nome do filme do dia ou mesmo da semana, se fosse o caso de um filme passar mais tempo. Enquanto os operários lixavam e aplicavam tintas verdes claras nos murais, Marilu, de longe olhava como se faziam os retoques. Após um tempo a moça entrava na emissora vendo a programação do dia e como estava. Um rapaz passava vexado com uns boletins de notícias.
Olavo
--- Um navio naufragou na costa de Belém! Tem mortes! - - relatou com pressa.
E entrou na cabine de locução procurando o locutor do horário. Ele entregou o noticiário o voltou apressado para o setor de notícias. Marilu e ficou à espera do locutor ler a notícia extraordinária. Após lida a notícia, Marilu relatou ser preciso mais detalhes.
Marilu
--- É bom acompanhar o fato. A Rádio de Belém tem mais informação! - -  e voltou ao escritório
No escritório procurou Emma para dizer ter que sair
Marilu
--- Vou até ao Jornal falar com Lauro. Peça meu carro! - - relatou  

GRANDES DEUSES - 25 -

RETORNO
25
MANHÃS
É claro que a ideia de que Jesus puder ter tido um relacionamento muito especial com Maria Madalena pode ser ofensiva para muitos cristãos. Contudo muitos historiadores foram mais longe. Eles sugeriram que Maria Madalena (ou de Magdala) tiveram casamento e tiveram filhos. Porem para quem está tentando descobrir para onde descobrir para onde Jesus escapou de sua fuga dos romanos, talvez fosse descobrindo para onde Maria Madalena foi. Alguns anos depois da crucificação, Maria Madalena veio para a região de Camargo, no sul da França. Aqui, ela viveu e morreu e a Basílica de Santa Maria Madalena é um Santuário erguido em sua memória. Esse se tornou o centro daquilo que se tornou conhecido como o Culto da Madalena. Uma lenda local descreve como Maria Madalena veio para cá com seu irmão Lázaro, sua irmã, Marta e alguns companheiros, inclusive Jesus. Ele era um homem e já então a concordância de que Jesus manteve um relacionamento algo importante com Maria Madalena. Ele era humano, portanto. Se o relacionamento entre Jesus e Maria Madalena era tão estreito, talvez houvesse um companheiro entre os viajantes, talvez houvesse um viajando, incógnito, com medo de ser preso pelos romanos: o próprio Jesus.
Lauro
--- Jesus pode ter embarcado em Cesareia ou um dos portos menores da Síria e partido para uma vida diferente. E pode muito bem ter chegado, como hoje se acredita, a esta parte da França e começado uma vida nova. Pode até trazido a família.
Marilu
--- É isso. Então está desfeito o mistério. – - sorriu a doce mulher.
Esse pensar esteve à baila na manhã seguinte quando Marilu olhava os rochedos ao longe do seu minúsculo apartamento em um dos hotéis onde o casal se hospedou. A manhã era de tempo chuvoso e pouca gente se aventurava em sair à rua, salvo os que estavam a trabalho. De onde eles estavam podia-se ver a ampla cidade minúscula. Mulheres esperando alguém, era comum. Ruas e casas, a Torre de Magdala à frente, a Igreja de Madalena, o chateou dos Visigodos, a Vila da Bethania, o Tesouro de Maria Madalena em um monte erguido, um Manor (Palácio) erguido bem no alto de uma encosta, o Templo de Rennes le Château ao largo, cemitério, túmulo do sacerdote Berenger Saunière e a vasta campina ao longe. Esse fato fez a moça a imaginar.
Lauro
--- Que estas a pensar? - - perguntou
Marilu
--- Em percorrer a vila. Tem tantas coisas belas. - - angustiosa
Lauro
--- Chovendo? - - indagou apontando o tempo fora.
Marilu
--- Vai passar. Espere! - - sorriu a moça.
Depois da morte de Maria Madalena, seus despojos foram colocados em um sarcófago e escondidos. Somente em 1279, eles foram descobertos. E ergue-se essa Basílica para guarda-los. Encerrado numa cripta no centro da Igreja está aquele que se acredita ser o crânio de Maria Madalena. Quando a Jesus, ele, um dia, partiu. Qualquer que seja a visão, ele mesmo disse que sairia da Terra Santa. Mas haveria de retornar algum dia. Mas se ele decidiu deixar a Palestina, a França não parece o destino provável. Seu desejo era sair do alcance dos romanos. Por isso, era mais lógico sair de Patos, Pérsia até a Índia, nessa direção.
Marilu
--- Por que a Índia? - - quis saber
Lauro
--- Era certo que o discipulo Tomé rumou para a Índia e ali fundou uma Igreja cristã. Viajar para Índia não haveria problema. Era só chegar até Gaza e pegar uma caravana de especiarias. –
Marilu
--- E há uma outra razão para Jesus ter sido tentado em ir para o Oriente. Seguir o caminho dos três reis Magos. –
Lauro
--- Pensamento certo.  Ele, por certo, seguiu a outra religião 500 anos antes: o Budismo.
Marilu
--- Budismo! Certo. Budismo. –
Lauro
--- Isso porque quando um grande homem santo do budismo morre, o Lama, os budistas consultam as estrelas e outros presságios e parte, geralmente, em longas viagens em busca do menino que seria a reencarnação do Lama.
Marilu
--- O que é Lama? –
Lauro
--- É uma palavra budista. Lama é um título dado a um professor de darma, ou seja: Para o Caminho a Verdade Superior. O darma é a base da filosofia na Índia.
Marilu
--- Entendi. - -
Lauro
--- Pois bem. Quando esse menino alcança uma certa idade, ele é retirado dos cuidados dos seus pais e educado na fé budista. E Jesus foi levado para a Índia quando criança e educado como um budista.
Marilu
--- Verdade. Os anos perdidos de Jesus. Confere. –
Entendeu a nova esposa. E com isso, Lauro sorriu.
Lauro
--- Outra. Jesus foi possível por dois caminhos. Seguiu por terra, na rota da seda, e por mar, na das especiarias, com os demais viajantes. Tomé, o apostolo, foi o criador do cristianismo, na Índia, como já disse. E no Tibete, tem um manuscrito num Mosteiro. Um Nobre escreveu um livro, A Vida de Jesus Cristo, citando uma criança chamada Issa, nascida do século Primeiro, de uma família pobre, em Israel.
Marilu
--- E seria Jesus? - - alarmada
Lauro
--- Por certo. Issa veio para a Índia com 14 anos de idade. E então no Mosteiro aprendeu as leis do budismo antes de voltar a Israel, com 29 anos de idade. Essa ideia certamente explica o fato de não haver qualquer registro da presença de Jesus na Palestina no período contido entre seus 14 e 29 anos de idade
Marilu
--- Ah garanhão! - -  gargalhou
Lauro
--- Os ensinamentos de milagres de Jesus possuem, certamente, um estranho paralelismo com os ensinamentos e milagres do Buda, Sidarta Gautama. Amar os inimigos e a ideia de que os mansos herdarão a Terra.  Verdade? - - indagou
Marilu
--- Pura verdade. Jesus foi também um Buda. - - estremeceu
Lauro
--- Sabe-se que Buda caminhou sobre a água e milagrosamente alimentou muitas centenas de discípulos seus com apenas algumas migalhais de comida. Mas, se Jesus viajou e voltou para o Oriente, com certeza haveria lendas, como as do sul da França, para fundamentar tal ideia. E é claro que existem essas tradições. As pessoas de Caxemira chamam sua própria tribo de Ben Israel e se dizem descendentes de tribos perdidas.
Marilu
--- Fantástico!!! - - gritou a moça.
Lauro
--- Por lá correm histórias sobre Issa, o predador do primeiro século, localmente conhecido como Iuçafar, que significa “chefe dos que curam” que teria voltado a Caxemira quando estava com 30 anos. O sacerdócio de Iuçafar pode facilmente ser visto como a continuação do sacerdócio de Jesus. E num templo local, denominado Templo de Salomão, havia uma inscrição dizendo que, por volta dos anos 50 depois de Cristo, Iuçafar afirmou ser Jesus, o profeta de Israel. Viveu e morreu na Caxemira. Ele é Jesus. Ele é Issa.
Marilu
--- Como é que pode? - - indagou perplexa
Lauro
--- Iuçafar continuou a ensinar e a pregar na Caxemira até morrer, por volta do ano 80 depois de Cristo. Foi enterrado em Zineragá. E lá tem o tumulo de Iuçafar. O prédio construído em lugar do local foi erguido no ano 112 da nossa Era. Na verdade, ele é um mausoléu compartilhado. No século 15 o homem santo islâmico, Said Nasir Din também foi sepultado no mesmo tumulo; O corpo de Iuçafar foi enterrado numa cova aberta no sentido Leste-Oeste, segundo a tradição judaica. Perto do sarcófago estão gravadas duas pegadas. São cicatrizes da crucificação. Muita gente acredita que esse é o tumulo de Jesus.
Marilu
--- Ele não morreu na cruz, não houve a ressureição, ele não subiu ao céu e não está sentado à direita de Deus pai.
Lauro
--- Se você fosse achar que viu alguém que está morto e tornar a viver, você vai dizer: “Está bom. Toma duas aspirinas e se deita que isso passa”. E o fato é que não passou!

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 24 -

CAXEMIRA
24
JESUS

Os Templários encontraram com ossos e julgaram ser do Mestre. Com isso, eles caminharam para a França procurando encontrar a aldeia onde a Igreja fez construir um Templo para a Santa Maria Madalena na região de Rennes le Château ou simplesmente “O Castelo”. Os Templários eram bons cristãos desafiando toda a doutrina da Ressurreição. Queriam encontrar um local seguro. Há um milênio procuraram a Capela de Madalena. Anos depois, um padre local, Berenger Saunière encontrou documentos antigos. E sejam quais fossem, o sacerdote ficou muito rico, depois. Dentre esses, estava a caixa do “tesouro”. Os ossos de Jesus. Quem visitar o Templo vai ver o Sino de Salomão. Sendo assim, o segredo para o qual o padre Saunière também deixou suas pistas, sem contar a história.
Marilu
--- Pistas? - - estranhou Marilu
Lauro
--- Sim. Pistas. Disse tudo sem falar. Ele morreu em 1917, levando para a cova o seu segredo.
Marilu
--- Não era mais fácil ele gritar: “Gente! Venha aqui! Eu achei os ossos de Jesus! - - e sorriu
Lauro
--- Você diria? Isso era um mistério! A Igreja mandava degola-la. Ele foi prudente! Era um segredo, como a Confissão dos fiéis! - - falou sério a ponto de calar de vez
Marilu
--- Desculpe-me querido. Eu apenas quis brincar um pouco. Desculpe! - - a moça ficou acanhada.
Lauro
--- Não foi nada. Eu apenas declarei o que o padre pensou, em sua época. Não é nada. - -
Marilu
--- Entendi. - - falou séria
Lauro
--- Mas, um historiador, continuo na sua pesquisa. Ele procurava um marco dos Templários. E depois de muito andar, para cima e para baixo, doze anos de pesquisa. Ele encontrou uma cruz tão famosa como um Rei. Estava em cima de uma pedra. Antes de chegar a Igreja, havia esse marco por onde os Templários passaram.
Marilu
--- Interessante! Será que no Brasil existe Templários? - - quis saber
Lauro
--- Existe sim. A Ordem dos Templários. No Rio Grande do Sul e em outras cidades. Assim mesmo, ele não fala. Mas, eu sei que ele é um Templário! Eu não pergunto e nem ele fala.
Marilu
---E se eu perguntar? - - curiosa
Lauro
--- Ele não dirá. É segredo. Segredo não se revela! Entenda! - - falou com calma
Marilu
--- É medonho! - - procurando esquecer
Lauro
--- Outro fato. Você veja a história da tumba vazia, que na sexta-feira alguém foi morto e no sábado saiu da tumba. Você conclui que esse corpo foi levado por alguém. Roubaram o corpo!
Marilu
--- Foi isso o que se deu com Jesus? - - curiosa
Lauro
--- É fato. Depois de sair do sepulcro, Jesus jantou e até deixou Tomé, um outro discipulo tocar em suas chagas. Ele ainda viveu um bom tempo com Madalena e sua mãe, Maria e depois seguiu com outras pessoas para a França, Inglaterra, Caxemira. Indo e vindo. Teve filhos com Madalena. Quatro ou cinco. Uma é um pouco morena.
Marilu
--- E você sabia disso tudo? Por que não me contou? - -  permaneceu na dúvida
Lauro
--- Jesus esteve vivo. Ele não morreu crucificado. Entenda! - -
Marilu
--- Quer dizer que Jesus foi sedado mesmo? –
Lauro
--- Os discípulos deram a Jesus algum tipo de substância na esponja. Então, ele morreu de imediato, após beber essa substancia. Quando ele recebeu o vinagre, lamentou e disse: “está acabado”.
Marilu
--- Bebeu o fel e não morreu? - - mantendo olhos abertos
Lauro
--- Outros beberam da mesma droga e não morreram. Parece mentira. Ele não teve as pernas quebradas. Isso é uma prova. Depois, teve o vinagre.
Marilu
--- Eu nunca pensei nisso!  Mas qual era o tipo de vinagre? –
Lauro
--- Uma mistura bem-feita. A pessoa parece morta, mas não está. Quando se olha a história de Jesus e como ele foi executado, a presunção é de que ele está morto. Os solados romanos examinam o corpo e chegam a conclusão de que ele já morreu. Seu corpo está inerte. Ele não respira. Então os seus amigos preparam o corpo e o colocam numa tumba que, de alguma forma é vedada. Do ponto de vista prático, ele está morto. A pergunta é: ele está clinicamente morto?
Marilu
--- É verdade. Um homem, em Natal, assim como Jesus, morreu. Mas depois de várias horas ele se reanimou. Foram muitos. –
Lauro
--- Jesus tomou uma droga feita com alois plantas feitas para curar. Tem de várias formas. No mundo de hoje como no de ontem, alois são plantas que funciona como medicamentosas. A pessoa bebe, morre, e depois retorna.
Marilu
--- Quero conhecer essas plantas. - - relatou roendo as unhas
Lauro
--- É só ir ao mercado da cidade. Lá tem muitas. –
Marilu
--- Jura? - - arregalou ainda mais os olhos
Lauro
--- Veja quem já morreu e ressuscitou como horas. Ele morreu. Mas clinicamente, não. Morte induzida. E dizem até que foi “milagre”. Não é caso raro. Teve uma mulher que passou 25 anos em estado de coma e, um dia, ressurgiu como se deitada ontem.
Marilu
--- Logo paira uma dúvida nisso tudo. O que se fala ou se diz. Jesus existiu, é um fato. Contudo, eu, hoje estou pisando em um terreno que foi pisado de Jesus. O que eu quero sabe foi onde ele morreu. –
Lauro
--- Eu creio que Jesus morreu na Caxemira, pelo tempo gasto de ida e vinda. Os seus ossos foram trazido para a tumba onde depositado, tempos depois.
Marilu
--- Mas não prova sobre isso.
Lauro
--- Como não tem provas sobre quem escreveu os Evangelhos mais de cem anos após a sua morte. – 

GRANDES DEUSES - 23 -

JESUS MORTO
23

QUEM MATOU JESUS

Após parada para o almoço onde o tema continuava acirrado entre Marilu e Lauro, houve uma pausa para descansar. Os restaurantes de beira de estrada servem comidas poucas e de mau gosto. Essa era uma delas. Um beco estreito e de carente limpeza. Havia alí, árabes, judeus, franceses, espanhóis, marroquinos, portugueses, até russos, gente de várias partes do oriente e ocidente. O casal conversou um pouco com um grupo de portugueses que seguia rumo afora. Esse pessoal desconhecia Rennes-le-Chateou, mas ouvira falar em Santa Maria Madalena.
Português
--- O casal espera chegar nesse povoado ainda hoje?  - - indagou por desconhecer a região
Lauro
--- Sim. A não ser não haver hospedaria por perto. - - confirmou sorrindo
Português
--- O casal já é casado? - -
Lauro
--- Estamos em lua de mel, na França. Somos brasileiros. - - sorriu
Português
--- Ah! Brasileiros. Será nossa próxima viagem. - - relatou o barrigudo português
Após meia hora, o casal se despediu dos portugueses e tocaram sua excursão até aldeia do Castelo onde havia três hotéis de preços módicos. Eles esperavam conhecer a Torre de Magdala nome dado por causa da Santa. Enquanto isso, conversavam.
Lauro
--- Bem. Como dizia. Mateus e Lucas referem-se à Ressureição. Mas não concordam quanto aos detalhes. Em Mateus, Jesus encontra as mulheres perto da tumba e, depois, os seus discípulos apenas uma vez sobre uma montanha, na Galileia. Em Lucas, Jesus encontra dois discípulos cujos nomes não citados e que não o reconhecem. Em seguida, encontra os onze discípulos restantes antes de deixá-los em uma aldeia do lado de fora de Jerusalém. Porém o Papa confirma que Jesus viu Pedro o primeiro discípulo com quem conversou.
Marilu
--- Pedro? Jesus viu Pedro mesmo? - - perguntou surpresa
Lauro
--- Alguns estudiosos chegam a sugerir que a história da ressureição foi criada para se tornar uma extraordinária ferramenta psicológica com o objetivo de atrair novos convertidos.
Marilu
--- Já sei! Jesus nem existiu! - - falou como teria feito uma aberração.
Lauro
--- Tenha calma! O problema para a Igreja, hoje, uma era tecnológica e profana é que, se algumas pessoas já acham difícil acreditar na verdade literal dos milagres, o que dirá no milagre da Ressureição? Hoje, as pessoas definem a fé da crença. É por isso que as Igrejas rezam o Credo, palavra latina que significa “Eu Creio”. - - explicou
Marilu
---Rum! Vai comendo, Marilu! - - irritada
Lauro
--- Mas, apesar do que possa ser dito, na Igreja, muitos teólogos cristãos não mais consideram a Ressureição um fato histórico. E isso não sido, apenas, um problema desse século. Há mil anos alguns cristãos devotos do sul da França também tinham uma visão não ortodoxa: Eles eram hereges.
Marilu
--- Hereges? - - - - inquietou-se
Lauro
--- Som. Nos séculos 11 e 12, os Cátaros, um grupo profundamente religioso acreditavam que todas as coisas materiais eram obra do Demônio. Viam Jesus como um anjo que, com certeza, não poderia ter sido fisicamente crucificado. E, sem dúvida, não poderia ter ressuscitado como um corpo físico.
Marilu
--- Continuou pensando que esse Jesus é uma mentira, como se conta a meio mundo. - - profetizou
Lauro
--- Na verdade, foi como resposta a essa heresia dos Cátaros que a Igreja criou a Inquisição. Em 1244, os últimos 200 Cátaros foram arrebanhados e sacrificados em fogueiras, como hereges.
Marilu
--- Coitadinho deles. Veja se na Catacumba de Paris não tem as cabeças dos Cátaros! –
Lauro
--- Mas, existe uma história originada na França, em mais ou menos, na mesma época dos Cátaros que sugere que outro grupo cristão teria feito uma descoberta capaz de revelar que a ressureição no fora verdade.
Marilu
--- Como assim? - - com espanto
Lauro
--- No século 13, toda esta área era um reduto dos Cavaleiros do Templo, uma rígida ordem religiosa e militar de Monges guerreiros. Os Templários vieram para esta região. Existem vestígios deles por toda a área. Os Templários adotavam a pobreza, a castidade e protegiam os peregrinos a caminho da Terra Santa. –
Marilu
--- Menos mal! - - foi o que disse.
Lauro
--- Mas seu objetivo principal era manter Jerusalém e os locais sagrados livres das forças islâmicas. Durante os anos em que permaneceram na Terra Santa, os Templários construíram seus próprios Castelos. Contudo, enterravam seus mortos em túmulos que cavavam no genuíno Templo de Salomão. E certamente durante esse tempo eles descobriram grandes tesouros.
Marilu
--- Tesouros de Salomão? - - quis saber
Lauro
--- Voltando a França, eles permaneceram poderosos. Ricos e cercados de mistérios. Por isso, não causa surpresa que houvesse relatos a respeito deles, inclusive com o surgimento da lenda de que os Templários teriam descobertos os ossos de Jesus e os trazidos de volta a França.
Marilu
--- Aqui? - - indagou assombrada
Lauro
--- Rennes le Château! A relíquia teria sido enterrada em algum lugar perto dessa estrada que estamos a viajar. Com isso, se os Templários estiveram aqui por encontrar a urna com os ossos de Jesus, levou estudiosos até a uma pequena Igreja na aldeia de Rennes le Château. –
Marilu
--- Ora viva! Estamos seguindo o mesmo caminho dos Templários! - - bateu palmas
O casal saltou do carro no qual viajavam e seguiram a pé a Igreja de Santa Madalena onde levava a crer estaria sepultado o Senhor Morto. A Igreja era pequena. Porém, por vários anos abrigou Maria Madalena, a esposa de Jesus, enquanto viveu. O casal, lentamente, seguiu até ao altar onde estava um túmulo. Certamente era o ossuário de Cristo quando viveu nessa terra. Tudo era silencio. Havia um quadro com a pintura de Madalena a observar a descida de Jesus já morto, que esteve preso a Cruz.
Lauro
--- Esses são os ossos de Jesus. - - e então, chorou
Marilu
--- Verdadeiramente era um Santo Homem. Quem diria? - -

domingo, 27 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 22 -

CORPO DE CRISTO
22
CORPO DE CRISTO

Após o dia em que passou as Catacumbas de Paris, a pedido de Marilu, no dia seguinte Lauro alugou um automóvel e seguiu pela França em busca de encontrar a região de Rennes-le-Chateou, região perdida do país. Para se chegar ao enclave, teria de viajar um dia inteiro. A sua intenção era de conhecer e mostrar que foi Maria Madalena, esposa de Jesus. Ele foi o mais famoso ser humano de toda a história.  Foi um revolucionário judeu do primeiro século. Seu principal nome era Jesus. Os Cristãos acreditam que Jesus foi crucificado, morto, e que, ao terceiro dia, ressuscitou e subiu ao Céu. Mas, durante dois mil anos, sempre houve quem desafiasse a verdade dessa história verídica. Alguns, morreram por expressar essas dúvidas. Em Jerusalém às aldeias do sul da França, na vastidão da distante Caxemira às exóticas Filipinas se procura solucionar esse mistério de dois mil anos de idade. Lauro perguntou: Jesus, realmente morreu na Cruz? Essa é a história do Corpo de Cristo.
Marilu
--- Para mim. Ele morreu na Cruz! - - definiu
Lauro
--- A saga do cristianismo registra, não apenas o mais famoso nome mais, também, o acontecimento mais notável da história: a Crucificação.
Marilu
--- Quer dizer que não houve Crucificação e nem Jesus? - - indagou
Lauro
--- Espere. Para alguns ou talvez muitos fieis verdadeiros, o fato de que Jesus foi crucificado, morreu, ressuscitou e subiu ao Céu pode ser uma verdade literal. Mas, ao longo da história sempre existiram os que fizeram perguntas embaraçosas, as vezes mesmo sendo cristãos. Será que um homem morreria depois de pregado seis horas cruz? - -
Marilu
--- Quaro. Tem quem morra por menos tempo. Um balaço no crâneo por exemplo ou uma queda fatal. Um atropelamento. Um carro sem governo. Tudo isso, mata.
Lauro
--- Pois bem. Estaria Ele narcotizado? O que realmente aconteceu do sepulcro? E se Jesus não subiu ao Céu, para onde ele foi? –
Marilu
--- O ponto mais crítico da história, aquele que todos os cristãos devem acreditar é a ideia de que Jesus se ergueu dentre os mortos. A Ressureição.
Lauro
--- Apesar dos melhores esforços da Igreja, a ressureição de Jesus e sua posterior ascensão ao Céu foram por dois mil anos um solo fértil para a heresia. Algumas pessoas sugerem que Jesus foi resgatado na cruz e escapou. Por isso levou uma existência secreta no sul da França. Em busca da verdade historiadores defendem a sua saída tempos depois para a Caxemira. Ali, aos 80 anos, ele morreu e foi sepultado. Tem na Caxemira o caixão com ele dentro. Não duvides. - - sorriu
Marilu
--- Não entendi patavinas. Continue. –
Lauro
--- Para entender o que aconteceu com Jesus depois da crucificação é preciso examinar fatos da vida dele.
Marilu
--- Mas, o que é um fato histórico? Qual é a prova?  - - quis saber
Lauro
--- Quase tudo que atualmente achamos que sabemos a respeito de Jesus, vem dos quatro Evangelhos: Matheus, Marcos, Lucas e João. Mas apenas Matheus e João foram os únicos evangelistas que integravam o grupo dos doze discípulos. Ou seja: os únicos que poderiam estar presentes aos eventos que descreveram.
Marilu
--- Como circularam esses evangelhos? - - indagou
Lauro
--- De forma anônima. Não havia nomes ligados a eles até cerca dos anos 200. E o teólogo cristão que surgiu com a ideia de um novo testamento foi logo condenado como herege.
Marilu
--- Todos os quatro evangelistas descreveram a morte de Jesus. - - fez uma careta com o canto da boca
Lauro
--- Todos os anos, na páscoa, os cristãos das Filipinas, reencenam a crucificação de Jesus. E no Brasil, também. Os crucificados são voluntários. Agem dessa forma por que acreditam que isso irá ajuda-los a purgar seus pecados. É uma lembrança sangrenta acontecida a Jesus dois mil anos atrás. – - discorreu
Marilu
--- Crucificação era a pena mais cruel e atroz que os romanos podiam impor. Na França, a fogueira e a guilhotina, no Brasil, a forca. Inclusive em Natal. Na China, a bala na nuca, nos Estados Unidos, a forca e cadeira elétrica. Hoje, no sertão se mata um por um naco de fumo.
Lauro
--- Mas um homem pregado na Cruz não morre dos ferimentos. Morre por sufocação. Os braços de o tórax ficam comprimidos. Nas Filipinas, os voluntários são baixados da Cruz depois de uma hora. A morte por sufocação demora muito mais tempo. Geralmente, vários dias. Mas Jesus morreu depois de três horas. Lago, José de Arimateia e Nicodemos levaram para a tumba.
Marilu
--- Para cuidar do corpo? –
Lauro
--- Passaram mirra e alos! - - disse ele
Marilu
--- Coitado do morto vivo.
Lauro
--- De um ponto de vista mais histórico que sacro, essas descrições podem provocar perguntas: por que Jesus morreu tão rapidamente? Por que José e Nicodemos levaram tantas ervas para a tumba? Pilatos estava certo nas suas dúvidas quanto a Jesus ter efetivamente na Cruz.
Marilu
--- E Pilatos falou isso? - -
Lauro
--- Sim. Falou. Foi dissuadido por um centurião que Jesus era mesmo filho de Deus! Por outro lado, a Palestina continua sendo um território místico. Os católicos são os únicos que acreditam na Ressureição. Tem até o templo, a chamada igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém construída no local onde supostamente estaria a tumba para onde Jesus fora levado após a crucificação. Esse é o local exato da ressureição.
Marilu
--- Parece até um jogo de futebol. Cada esportista conta sua versão. No final houve a partida com versões diferentes. –  - falou a moça
Lauro
--- É assim mesmo. Uns alegam que Maria Madalena no tumulo. Mas tem pareceres diferentes. Marcos foi o primeiro a escrever. E não há qualquer indicio de ressureição. O Evangelho termina com a descoberta de uma tumba vazia. Duzentos anos após, se acrescentou a versão que contém história da ressurreição. E que acrescentou isso no livro? –
Marilu
--- A que está no livro. Alteraram o original de Marcos.
Lauro
--- Os Evangelhos foram escritos na forma de biografias históricas. Não há interesse social no que realmente aconteceu.

sábado, 26 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 21 -

LUA DE MEL
21
LUA DE MEL

Alguns dias após o matrimonio de Marilu e Lauro, esses já estavam em viagem de lua de mel para selar o casamento. Dessa vez eles foram passar os seus dias em uma capital do Sul: São Paulo. Marilu ficou encantada com a capital do Estado. Tudo era maravilhoso, mesmo quando se acordava bem cedo do dia onde a garoa fazia a festa. Por algumas manhãs, quando Marilu acordava, logo cedo, ela corria para a varanda do Hotel vendo, de cima, o transito em baixo. Os garis limpando as calçadas da Rua Augusta, os rapazes a oferecer jornais do dia.  Eram tão imensos que não se podia vender tudo de uma só vez. Um exemplo era com o Jornal O Estadão. Muito maior que os demais. E Marilu delirava. As Rádios, eram o máximo. Cantores da época. Coisas parecendo antigas. Na verdade, eram as músicas da atualidade. Marilu lembrava do anuncio de Cinema do momento. Tudo era divino que nem podia se esquecer. Atrizes de longe, talvez dos Estados Unidos. Umas das tais, como Marlene Dietrich, que ela jamais ouvira falar. Lá estavam em cartazes luminosos, brilhando à luz do dia. Na sua mente surgia a imagem de se fazer, em uma parte da sala ao lado, em Natal, um cinema igual ao que ela estava a ver. O que ocorria era a era o romantismo, requinte da juventude e nada mais. Tudo era maravilhosamente belo e extasiante.  Estiveram eles, em São Paulo, por um tempo após seguir viagem para a Europa. Era a intenção de Lauro visitar a Igreja de Santa Maria Madalena, no sul da França. Ela é uma das figuras religiosas mais conhecidas do mundo. Alguns a consideram uma poderosa imagem da Redenção. Outros, uma mulher “perdida”. Uma reputação enraizada ha mais de mil anos. No entanto há quem diga que Maria Madalena era a mãe do filho de Jesus. De teorias secretas a massacres sangrentos.
O desembarque era Paris. Ali podia-se deslumbrar o progresso constante. Um progresso que Marilu não vira dois anos antes. O casal ficou hospedado em um Hotel de classe. Para Marilu aquilo era apenas a maravilha da natureza, não importando quanto. Visitar Museus era o natural. Em Paris, Marilu sugeriu conhecer um Museu feito com caveiras em um subsolo da cidade.
Lauro
--- Caveiras? Eu disse? - - indagou querendo lembrar
Marilu
--- Sim. Ossos. Uma coisa assim. As catacumbas em um subsolo. Você falou. - - inquieta
Lauro
--- Ah! Sei. As Catacumbas de Paris. É isso? - - quis saber detalhes
Marilu
--- Sim. É isso. Para alguns visitantes e algo aterrorizante. Mas eu achei curioso. - - sorriu mordendo a ponta da unha da mão.
Lauro
--- Está bem. Vamos lá. Não se assuste. - - sorriu querendo preveni-la
Marilu
--- Eu? Estou acostumada com coisas horripilantes. No Mercado só tem ratos. - - sorriu
E foram eles a visitar as Catacumbas de Paris, em um subsolo onde imperava as caveiras de todas as formas. Para a moça até que era bem natural. Ossos a olhar os inquietos visitantes. Vários tamanhos parecendo ter saído de uma sepultura. Bem abaixo do solo da cidade, alí estavam a dormitar os ossuários. A prosseguirem por tuneis intermináveis, entre becos estranhos, os dois caminharam sempre a procura desses ossos humanos. Cadáveres parecendo sorrir. Barulho de ratos era até bem normal
Lauro
--- Ratos! - - disse o rapaz.
Marilu
--- Bichos imundos. Mas, até que são sociáveis. - - relatou elevando um pé bem calçado.
Lauro
--- Sociáveis e afáveis apesar do seu tamanho. Grandes e miúdos. - - sorriu
Por um corredor cabendo apenas uma pessoa, os dois trilhavam em uma penumbra ambiente com luzes distantes uma das outras, prosseguindo entre grades de ferro a proteger o ambiente de possíveis desabamentos, em um percurso de mais de meia hora, com passagens secretas e placas de orientação aos visitantes e em algumas paredes as marcas de quem estava dormindo ali o sono da eternidade, ostentando o perigo inquieto o casal chegou ao ponto final vendo as caveiras de bocas estranhas como querendo devorá-los. Uma viagem horripilante ao subsolo da terra onde a luz mal iluminava
Marilu
--- Caveiras de rosto que um dia foram gente. Até belas, por certo. - - se guardava distante de tantos ossos, em sua maioria, jogados ao leu
Lauro
--- Tem ossos que nem abelha! - - quase a vomitar por sua angústia
Marilu
--- Milhões de crâneos sem se saber de quem. –
Lauro
--- Tem até de crianças recém-nascidas ou de tenra idade. Os coveiros quem o digam. –
Marilu
--- Tem um terreno feito uma cruz. Serão de cristãos, esses? - -
Lauro
--- Tem de tudo. A marca da Inquisição! Sabe? - -
Marilu
--- Sim! Ser religioso tem seu preço. Esses, aqui. - - apontou com um dedo
Lauro
--- Ruas e mais ruas feitas de crâneos. Coisa horrível. Para quem gosta de sopa, é um prato cheio.
Marilu
--- Tem até um Monge. Veja! - - apontou
Lauro
--- Parece. Caveiras, caveiras, caveiras. Aos montes. - -
Marilu
--- Em Japi, tinha um homem que guardava ossos, dizia a minha mãe, já contando o caso porque ouviu de uma velha que morava próximo. Só se descobriu quando o homem morreu. –
Lauro
--- O defunto? Interessante! -  franziu a testa
Marilu
--- Esqueleto, alí. Pernas. Ossos de costelas. Veja! - - apontou
Lauro
--- Fechada, a porta com uma tranca de cadeado. Mas tem mais ossos. De quem? - - indagou
Marilu
--- Sei lá. É para ninguém ver. Só os guabirus. Por certo! - - estremeceu 
Lauro
--- Passa-se um dia ou mais para se conhecer tudo isso. A mortandade dos santos. - - falou
Marilu
--- Quem vive na praia vêm conhecer catacumbas no interior. Cruzes! - - irritada com a morte dos inocentes
Lauro
--- Queria ver o que você faria se uma caveira dessas chega-se a te agarrar! - - sorriu
Marilu
--- Eu metia o grito e corria desembestada! - - amedrontada
Lauro
--- Eu nem sei o que faria se faltasse luz num momento desses. Eu me borrava todo!
Marilu
--- Trancas, trancas, trancas. Por todo canto tem portões de ferro. Nossa! - -
Lauro
--- Proteção contra roubo de quem gosta de defuntos. 

GRANDES DEUSES - 20

- CASAMENTO -
20
CASAMENTO

O tempo passou. Dias, semanas, meses. Era chegada a hora da inauguração da nova Rádio Tirol. O Jornal do Estado tinha melhores fontes de informação. A UPI, agência internacional de notícia, com as fotos dos acontecimentos em todo o mundo, era uma das principais a fazer cobertura do Brasil e demais países. Mesmo acabada a II Guerra, a UPI continuava a buscar notícias. Em Natal, a Agencia colocou em um edifício a sua sucursal. Aparelhos de recepção de texto e fotos funcionavam as vinte e quatro horas com teletipos ligados à rede transmitindo direto dos Estados Unidos. Para a direção da empresa, era um verdadeiro marco ter notícias a qualquer hora do dia acopladas às fotos instantâneas, cada qual melhor que a outra. O entusiasmo levava Lauro ficar postado na cabine de recepção, horas a fio, apenas a ver os acontecimentos do momento chegando a cada instante. E da redação do Jornal, a Rádio Tirol tinha a chance de saber primeiro das ocorrências. Três telegrafistas se revezavam dia e noite à cata de imediato dos informativos. Além da agencia de notícia, estava marcada para as 10 horas daquele dia a inauguração da emissora e por consequência, o casamento, ao final da tarde da senhorita Marilu e do diretor Lauro, do Jornal do Estado. Era um dia cheio para todos os convidados. A emissora estava com uma programação já posta no ar antes mesmo de inaugurada. Indo as cinco horas da manhã com a cantoria de violeiros, seguindo com programas jornalísticos, mensagens para as donas de casa, autores contemporâneos, atualidades, novelas, esporte entre outros. Cem KW na antena transmitindo em ondas curtas, médias e frequência modulada. Era um estouro de programas, mesmo tendo uma radionovela à noite para o deleite das donas de casa. Locutores, os mais famosos iguais ao caste do rádio teatro. Além de música popular brasileira da atualidade a Radio Tirol mantinha uma informação constante, de hora em hora, com prefixo de abertura e enceramento com noticia atualizada. Se fosse uma notícia urgente, também seria divulgada com ênfase para um maior destaque, como foi o caso da morte de um presidente. Assim foi o início da Radio Tirol localizada no bairro de igual nome, na capital do Estado.
Às 10 horas do sábado se deu a entrega do novo edifício da emissora. Estavam presentes o proprietário, Senador Almeida – licenciado – a Diretora da Radio, senhorita Marilu, o Governador do Estado, Prefeito da Capital, Diretor do Jornal O Estado, representante do Presidente do Brasil, Magistrados, autoridades civis e militares do Estado e da federação, deputados federais e estaduais, vereadores demais autoridades e o mundo todo do Rio Grande do Norte, como repórteres e a grã-finagem em geral, incluindo senhora Lindalva, esposa do senador. A começar pelo Senador, depois falaram a diretora da Radio, Marilu, em poucas palavras, pois não queria ser tão prolixa, ou seja, fazer explicações supérfluas, e logo após seguiram-se aqueles que mais gostavam de usar o verbo. Os equipamentos de ventilação não paravam nem mesmo para descansar, como quem queria dizer “ah falta de refrigerador? ”. A emissora tinha o seu sistema de ar condicionado, porém havia gente até demais em duas salas de redação. O locutor oficial falou, anunciando o relato do Senador e, depois disso, não teve mais força para dizer nem mesmo “muito obrigado”. Ao final dos discursos o povo todo, principalmente os de fora já não podendo suportar procuravam saborear os quitutes e engolir os vinhos, cervejas e coisas mais para não falar que saíram de barriga vazia. Era quase meio dia   quando a turma do vou partir seguiu caminho para outros locais.
Alguém ainda inquieto, perguntou naquele momento.
Um
--- Onde está a Diretora? - - perguntou atormentado.
Dois
--- Sei lá! Por aí. - - respondeu outro
À tarde, chegando ao seu final, por volta das 5 horas, a Catedral Metropolitana já estava se enchendo de gente, em sua maioria, a grã-finagem. Fotógrafos, tinham bastante. Repórter, também, inclusive Janilce, a nova chefe de reportagem do Jornal do Estado. A moça se antecipou em chegar um pouco antes das 5 para ver quem estava a chegar. Vestindo seda, era ela um deslumbramento com requintes de perfume sedutor. Nem mesmo assim, Janilce dava a maior importância. Antes de ir para a Catedral, Janilce esteve em casa de Marilu, a noiva do dia e orientou a moça a ter calma, uma vez que Marilu estava zangada com tudo e por nada.
Marilu
--- Esta merda está prendendo na minha cintura! - - e largava a chorar como uma coelhinha
Janilce
--- É assim mesmo! -  - respondeu a moça sugerindo calma à noiva
Marilu
--- É assim mesmo, uma merda!!! Quem é você para dar pitaco? Você não é a noiva!!! - - respondeu bastante aborrecida ao experimentar o traje de noiva.
Janilce
--- Está bem! Eu me calo! Fica você que eu vou para a Catedral! - - respondeu com calma
Marilu
--- Espera! Venha cá! Desculpe-me! É porque estou nervosa! Fica aqui! - - chorosa.
Janilce
--- Está na hora! Vou mesmo para a Catedral! A gente se vê daqui há pouco! - - respondeu e saiu com presa
Motorista
--- O carro está às suas ordens! - - falou com calma
Noca
--- Está bem. Eu estou ajeitando o colchete. Ave Maria! Que bicho duro! - - e a mulher ajudava a costureira em meio as outras mulheres enchendo o meio ambiente de um hotel de classe. Um fotógrafo fazia sua vez, tirando fotos quando a moça já estava pronta. Traje de cauda longa rodeada com imenso laço de cetim bordado. O véu cobrindo até a face e um buquê de rosas brancas presa às mãos. Quatro “anjos” seguravam o traje da noiva. Esse era o esquema traçado. Um casamento imperial com dez guarda de honras a desembainhar os mosquetes ao passar da noiva. Ela apostou no brilho do cetim marfim com efeito de madrepérola. Completamente forrado com organza de seda o modelo com gola canoa e manga três quartos. A saia ganhou pregas que deram um grande efeito e volume a parte de baixo do vestido. Para o buquê foram trazidas flores de um santuário especial em cultivos de outono. 
A entrada na Catedral da Apresentação ouviu-se os sinos repicarem a Marcha Nupcial de Mendelssohn com a entrada da noiva ao toque de clarins, trompetes e músicas de casamento. Os sinos anunciam a primeira clarinada ao sinal de um sino traduzindo a clarinada da Rainha Elizabeth. Todo o passar era coberto por um mando branco com enfeites de cachos verdes. Junto ao noivo no patamar do altar, os clarins executaram a marcha nupcial. Marilu, não se sabe se chorava o sorria, adentro ao paço sob os toques de clarins acompanhada por suas guardas de honras a passos lentos e meticulosos. O noivo, então chorava de tanta candura. Flautas e violinos faziam o coro da entrada da noiva. Pombas brancas sobrevoaram a Catedral. Um Pai Nosso foi cantado por um Coral em companhia de uma Orquestra. A Igreja estava repleta de pessoas de várias classes. A Catedral estava toda enfeitada de rosas. Nos altares, anjos e arcanjos pareciam entoar a Aleluia de Haendell.
Após todo esse cerimonial, com a preleção do sacerdote e a benção das alianças trazidas no bolso do fardamento do noivo, o povo todo a chorar, a noiva saiu como o seu novo esposo para embarcar na carruagem, um trenó e seguem destino a fora. O buquê de ramalhetes caiu nas mãos de Janilce a gritar de alegria sem saber por quanto tempo sequer.
A recepção ocorreu em um Hotel de Luxo onde a noiva reapareceu acompanhada do seu marido. O Senador estava feliz por esse casamento, segurando a mulher pelo braço. Em certo instante, dona Lindalva disse algo ao ouvido do velho. Esse sorriu e nada respondeu. Apenas a mão da esposa bem de leve. Lauro, o marido, disse então que todos enchessem a pança porque naquele instante eles – -referindo-se a sai esposa, Marilu - - seguiriam viagem para o sul do país onde passariam a lua de mel.
Senador
--- Ainda tem? - - sorriu
Lauro
--- Está cheio de mel - - sorriu à vontade
Logo após esse bota fora o casal saiu para seu novo apartamento, na avenida Prudente de Morais, antes da Praça Pedro Velho, local onde havia um parque infantil e a praça em frente à casa do Governador conhecida por Vila Cincinnati. A criadagem ainda estava à espera do casal igualmente com a mãe de Marilu, dona Noca, tão nervosa como impaciente
Noca
--- Ave Maria. Já passa da meia noite! Ainda tem gente pelo salão do Hotel? - - indagou abusada.
Lauro
--- Tem gente como colmeia de abelha. Meus pais saíram logo cedo. O velho partiu para o interior, penso eu. - - falou exausto
Marilu
--- Eles viajam amanhã cedinho. Foi o que me disse dona Lindalva. - -
Noca
--- Vocês querem algo? - -  indagou.