sexta-feira, 25 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 19 -

O SOL
19
O SOL

Marilu calou por alguns instantes como se estivesse lendo algo por demais importante. Janilce trocou de cadeira e trouxe os seus livros e demais documentos em cima o birô. O novo e velho birô que agora era seu. Janilce assume a direção do Jornal O Estado como disse a moça Marilu. Caneta, tinteiro, lápis, alguns de ponta e o mundo a seus pés. Ela não falou algo para Marilu. Suportava o silencio. Elpídio tocou a porta e de vagar, entrou. De olhos bem abertos, então indagou a Marilu.
Elpídio
--- Chamou-me chefe? - - perguntou ele a moça Marilu
Esse apontou com o dedo para Janilce. E disse:
Marilu
--- Ela. Eu não sou mais daqui. - - e calou.
Elpídio, mostrado sua educação, se voltou à Janilce.
Elpídio
--- Desculpe, senhorita! É com a senhora? - -
Janilce, desnorteada, falou um tanto sem saber como começar para dizer que ele, Elpídio, teria que ir fazer uma matéria sobre o caranguejo-uçá.
Janilce
--- Sou eu, agora. Você vai fazer uma matéria sobre o caranguejo-uçá. Chame Canindé. Ele sabe onde fica a toca do caranguejo. Só isso. –
Elpídio
--- Está bem. Algo mais? - -
Janilce balançou a cabeça de forma negativa.
O rapaz saiu e a moça ficou a tremer de não ter dito o que sabia.
Janilce
--- Merda! É isso que eu devo fazer? - - indagou a Marilu.
A moça sorriu o quanto pode a balançar afirmativa da cabeça
Marilu
--- Está vendo como é fácil? - - gargalhou
Então, a moça Janilce nada falou. Desceu mais a fundo na poltrona como tendo recebido o castigo por ser malcriada.  Marilu sorria à beça. Após alguns instantes, Marilu se voltou.
Marilu
--- Este é o Sol! - - e mostrou a revista a sua amiga
Janilce
--- Que tem ele? - -
Marilu
--- Desde o ano 10 mil antes de Cristo a história abunda em pintura e escritos que refletem o respeito e adoração dos povos por esse astro.
Janilce
--- Lindo, no poente. E nascente também. - - ele olhou extasiada  
Marilu
--- E é simples entender o porquê o seu aparecimento todas as manhãs, trazendo visão, calor e segurança, salvando-os do frio e da escuridão da noite, repleta de predadores. Sem ele, todas as culturas perceberam que não havia colheita nem vida, no Planeta.
Janilce
--- Eu vejo o Sol todas as manhãs e nem penso da sua importância. - - e fez um tuc
Marilu
--- Para você sentir. Essas realidades fizeram do Sol o astro mais adorado de todos. Todavia, muitos estavam atentos, também, nas estrelas. As estrelas formavam padrões que lhes permitiam reconhecer e a decifrar eventos que ocorrem de tempos em tempos tais, como eclipses e luas cheias.
Janilce
--- Para mim, a Lua só serve para os namorados. - - sorriu
Marilu
--- Então. Eles catalogaram grupos celestiais daquilo que conhecemos, hoje, como constelações. Temos a Cruz do Zodíaco, uma das mais incríveis imagens na história da humanidade. Ela representa o trajeto do Sol através das doze maiores constelações no decorrer de um ano. –
Janilce
--- Eu já li sobre isso. Mas, me conte, por obsequio. –
Marilu
--- Ela, também, representa os doze meses do ano, as quatro estações, solstícios e equinócios. O termo Zodíaco está relacionado com o fato das constelações serem antropomorfismo ou personificações, como pessoas ou animais. –
Janilce
--- Curioso! Os antigos faziam das estrelas um grupo como uma pessoa!
Marilu
--- Era assim. Em outras palavras, as primeiras civilizações, não só seguiam o Sol e as estrelas como também as personificavam através de mitos que envolviam os seus movimentos e relações. Entendeu? –
Janilce
--- Até aqui, sim. Prossiga! –
Marilu
--- O Sol, com seu poder de dar vida e de salvar, também foi personificado como se representasse um criador. Um Deus.  Deus sol, a luz do mundo, o salvador da humanidade. Igualmente, as doze constelações representaram lugares e viagens para o Deus Sol e foi nomeado por elementos da natureza que aconteciam nesses períodos de tempo.
Janilce
--- De vagar senão eu me atrapalho toda! - - sorriu
Marilu
--- Então. Por exemplo, Aquários. O portador da água que traz a chuva da Primavera. Por favor, veja. Esse é Hórus. Ele é o Deus Sol, do Egito, de três mil anos antes de Cristo. Ele é o Sol antropomorfizado.
Janilce
--- E eles, os egípcios, desenhavam? –
Marilu
--- Mais ou menos. Você já viu as pirâmides? - - quis saber para despertar a imagem do Hórus.
Janilce
--- Ah. Já sei. Continue! –
Marilu
--- E a sua vida. Vida de Hórus. É uma série de mitos alegóricos que envolvem o movimento do Sol no Céu. Os antigos hieróglifos egípcios conheceram-se muito sobre esse Messias Solar. Por exemplo, Hórus, sendo o Sol ou o dia, tinha como inimigo o Deus Set, que era a noite. Dia e Noite por consequência. O dia tem Calor e Luz ao contrário da noite. Entende? - -
Janilce
--- Agora eu estou entendendo. - - disse a moça
Marilu
--- Será importante frisar que trevas e luz ou bem versos maus, vem sendo uma dualidade mitológica onipresente que ainda hoje é usado em muitos livros;
Janilce
--- É costume dizer que você não vá de noite, porque é perigoso. - - disse a moça 

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