ELIZABETH TAYLOR
12
CLEÓPATRA
A Lua estava clara. Por volta das
dez horas da noite, olhando do alto do edifício para Copacabana, Marilu contava
o pessoal a passear para um lado e para outro. Casais de namorados. Solteirões,
velhos e jovens, mulheres e moças. Na entrada do Hotel, uma mulher, ainda nova,
parou para chama atenção dos meninos fazendo com sua própria mão uma
advertência como se mandasse “calar” aos pimpolhos. Os carros passavam com
vertiginosa pressa e casais brincavam ao delírio de dentro da arriada capota do
novo modelo Chrysler. O que eles cantavam, talvez fossem músicas do presente.
Um samba, provavelmente. O buzinaço dos veículos chegava no alto do edifício. Lauro
também observava a grande confusão daquela gente louca, envaidecida pelo luar
quase ao ponto de romper a inquieta noite.
Marilu
--- Eu me lembro, agora, de uma
figura milenar. Sabe quem é, amor? - - quis saber.
Lauro
--- Não faço ideia. - - responde a
observar o pessoal em baixo.
Marilu
--- Cleópatra. - - falou
Lauro
--- A mais famosa mulher da
história. - -
Marilu
--- Sim. Glória do pai, do grego.
Quem era a verdadeira Cleópatra? Sabes? - - indagou
Lauro
--- Ela era a sedutora fatal das
lendas! - - sorriu
Marilu
--- Ela, uma grega, se torna um
símbolo do Egito. E se virou numa das maiores lendas de todos os tempos.
Lauro
--- Conte-me algo sobre
Cleópatra. -- - pediu com calma
Marilu
--- A história de Cleópatra
começa com um pequeno grupo de homens, perdidos e moribundos, nas grandes
vastidões do deserto do Egito. –
Lauro
--- Hum. Interessante! - - falou
com o olhar nas terras de Copacabana
Marilu
--- Ela não estava só. Ela nasceu
na Alexandria, no Egito, uma cidade fundada por Alexandre, o Grande. Alexandria
era uma das sete maravilhas do mundo, tendo sua maior biblioteca, uma famosa
escola de Medicina. Era a maior cidade do mundo.
Lauro
--- Por 300 anos tinha sido governada
pela família de Cleópatra, os reis gregos do Egito. - -
Marilu
--- É verdade. A Alexandria de
Cleópatra estava isolada do resto do Egito. Tinha sido um oásis da cultura
grega. Mas existem alguns poucos lugares, muito abaixo das ruas modernas de
Alexandria onde se pode ver um pouco do mundo perdido de Cleópatra.
Lauro
--- Conte-me então. - -
Marilu
--- Tem um Cemitério. Ele foi
descoberto no início do século XX. Os corpos eram baixados até as câmaras
mortuárias subterrâneas. Muitas múmias foram sepultadas, principalmente os
ricos. Eles esperavam pela imortalidade e eram embalsamados com figuras de
Deuses antigos.
Lauro
--- Ainda hoje se enterra corpos
nos cemitérios. –
Marilu
--- Cleópatra era grega com
trezentos anos de ancestrais gregos. Mas, ela era a Rainha do Egito, uma terra
que mal havia mudado desde a época das Pirâmides. Porém, o poderio militar
dominante na área era de Roma. Cleópatra tinha as características de uma
romana. Por isso, se tornou fácil ser a Rainha. –
Lauro
--- Sua real aparência está em
uma imagem, em Berlim, na Alemanha.
Marilu
--- Existem poucas esculturas de
Cleópatra. A de Berlim é a mais próxima de sua real aparência. Nas aparências
tem o cabelo com um corte grego clássico. As antigas imagens relatam ser o
cabelo avermelhado e o nariz é recurvado. Sua boca nada tem de sensual.
Cleópatra não retrata ser uma mulher fatal;
Lauro
--- Verdade. Talvez, comum! - -
Marilu
--- Mesmo assim, dizem os antigos
ser ela inteligente, espirituosa, charmosa e, além do mais, muita determinação.
Por isso, Cleópatra se tornou a mulher mais famosa do mundo. Não foi sua beleza.
- -
Lauro
--- Ah se você estivesse lá! - -
sorriu
Marilu
--- Que quer você dizer com isso?
- - olhou curiosa
Lauro
--- Nada. Nada. Prossiga. - -
sorriu
Marilu sorriu para, em seguida,
continuar.
Marilu
--- Iniciando a procura da
verdadeira Cleópatra preciso ir ao sul de Alexandria. A Ilha de Pilar. Os
ancestrais de Cleópatra, doze Reis chamados Ptolomeu, construíram um lindo
Templo para a Deusa Isis. O pai de Cleópatra, Ptolomeu 12 foi apelidado de
“bastardo” com mania de passar o tempo tocando flauta.
Lauro soltou uma bela gargalhada
e disse.
Lauro
--- Bastardo por tocar flauta? -
- gargalhou outra vez
Marilu sorriu e indagou.
Marilu
--- Que chances tinha Cleópatra
com um bando desses? A mãe, uma cebola. O pai, um alho! É de morrer! - (gargalhou)
– Cleópatra tinha 18 anos quando seu pai morreu. Júlio Cesar, o Grande General
romano, precisava da riqueza do Egito para financiar o seu Exército em
expansão. O Egito era o mais rico país do mundo. A lenda diz que Cleópatra
seduziu Cesar. Ela era uma mulher muito jovem e, Cesar, um notório mulherengo.
- -
Lauro
--- Ave Cleópatra, Senhora das
duas terras, filha da luz, irmã Isis! - - declarou retirando seu chapéu
Marilu
--- Besta! (Repugnou) ! Não há
dúvida que não havia uma verdadeira atração entre os dois e que Cesar estava
encantado pela jovem Rainha. Ele nunca tinha conhecido uma mulher assim. Assim
Cleópatra tinha educação, era determinada às suas ideias. E era uma mulher. Cleópatra
substituiu duzentos mil manuscritos. Os livros eram muito importantes para a
Rainha. Sua inteligência era o patrimônio mais valioso que possuía.
Lauro
--- Verdade. Nós sempre olhamos
para a beleza estampada na face e não imaginamos o quando pesa a sua
inteligência. - - relatou sem meias palavras.
Marilu
--- Tem mais história! Quer
ouvir? - -
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