quinta-feira, 24 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 17 -

CEMITÉRIO 
17
CADÁVERES 

Pouco tempo depois, Marilu conversava com Janilce assuntos corriqueiros. Entre outros, veio, afinal, um assunto escabroso. Algo sobrenatural falando sobre Cemitérios de Cadáveres. De início, o tema não teve grande importância. Porém, com a continuação teve o pior. Assustador por demais. Uma questão enigmática. A questão dos mortos. Pessoas que morreram e tiveram seus corpos revirados.               O tema foi, na verdade, um pavor intrigante.
Janilce
--- Ave Maria! Nem me conte! - - declarou assustada.
Marilu
--- Tenha clama. Muita calma. É uma história assustadora. É um assunto estarrecedor sobre os caixões assombrados. Nada de mais! - - relatou a sorrir.
Janilce
--- Eu vou correr! Assombrados? - - arregalou os olhos.
Marilu
--- Tenha calma, mulher! Quem acredita em sobrenaturais saberá que Cemitérios são lugares propensas a ocorrências de atividades paranormais. Esses lugares são ainda mais assustadores quando neles ocorrem mistérios sobrenaturais totalmente inexplicáveis.
Janilce
--- Já estou mais que assustada! - - batia os dentes.
Marilu
--- Vai-te! Que frouxura! Conto ou não, moleza? - - indagou irada
Janilce
--- Conte! Já que começou! - - falou atormentada
Marilu
--- Pois bem. E um dos casos mais bizarros e estranhos eu falo do Cemitério localizado da cidade de Paraíso. Esse Paraiso está situado no caminho do Seridó e o povo que vive lá gosta muito bem por ter clima agradável. O que poucos conhecem é a histórias dos caixões assombrados que tornou-se um dos mistérios mais duradouros e enigmático do povoado.
Janilce
--- Lá vem bosta! - - disse a moça, atormentada.
Marilu
--- Lá nem bosta, não. Respeite o povo de Paraíso! No início do século XIX, a partir do ano de 1807, mudou-se para Paraíso a família Chaves que era de origem Portuguesa e chefiada por Tomais Chaves, um homem muito perverso e detestado pela comunidade.
Janilce
--- Lá vem bomba! - - disse a moça começando a tremer.
Marilu
--- Rum! Bem! Assim que se estabeleceu em Paraíso, Chaves resolveu construir um jazigo localizado em uma colina com vista para o lugar, Paraiso. Na entrada do Cemitério, Chaves instalou no novo cemitério, na costa sul do povoado. O jazigo foi construído a partir de blocos compactos de rochas que compõe grande do povoado parte assim como concreto.
Janilce estava delirando com os pormenores ditados. Mas aguentou, firme. Marilu a observou acreditando que Janilce estava a soltar bufas. Por isso, enfurnou em suas narinas, um lenço.
Marilu
--- Para penetrar em seu interior (falado de boca cheia de lenço) se utiliza uma escadaria de pedras e a porta é selada com uma grande laje de mármores azul que foi trabalhada por seis homens. Mas, assim mesmo, um homem de nome Justino já havia enterrado do jazigo, a sua mulher de nome Helena. O chefe da família, Coronel Tomais Chaves, decidiu não perturbar o descanso eterno da senhora Helena, permitindo-lhe ficar da cripta.
Janilce
--- Já estava uma na cripta? –
Marilu
--- Exato. Mas o Coronel tinha duas filhas: uma adolescente chamada Lana e uma bebê com pouco menos de um ano, cujo nome era Ana Maria. Em 1808 a criança morreu e foi enterrada em um caixão de chumbo pesado, que foi levado para o interior do jazigo. Quatro anos depois, em 1812, a filha mais velha, Diná, veio a falecer por circunstancias misteriosas. Supostamente alguém falou que a morte foi por inanição, pois seu pai pôs de castigo a pão e água. E a moça não resistiu e morreu de fome. –
Janilce
--- Que homem cruel! - - muito brava.
Marilu
--- Outros acreditam que, não suportando mais os maus tratos, Diná se suicidou. Ela, também, foi enterrada dentro da cripta, em um caixão de metal pesado e foram preciso vários homens para transporta-la para dentro do escuro e silencioso mausoléu. Mas, parece, que o anjo da morte não estava satisfeito. Em agosto de 1812, apenas um mês do falecimento de sua filha, o próprio Tomais Chaves cometeu suicídio, tendo ido fazer companhia as suas filhas da malfadada tumba. Ele foi enterrado em um caixão de metal muito pesado que supostamente pesava cerca de 240 quilos e precisou de oito homens para carrega-lo.
Janilce
--- Acho é pouco. Canalha! - - descompôs
Marilu
--- Mas para o assombro dos presentes, quando abriram a cripta para enterrar o homem, os caixões das duas filhas, que eram feitos de chumbo, estavam virados de forma estranha. As pessoas que acompanharam o funeral, pensaram que a tragédia se tratava de um ato de vandalismo. Então os ataúdes foram reorganizados e a cripta, lacrada com enorme pedra de mármore, pois desta forma acreditava-se que não haveria nova invasão.
Janilce
--- E invadiram? - - perguntou alarmada.
Marilu
--- O caso caiu no esquecimento até 1816 quando Carlos Chaves, de 11 anos, foi enterrado no mesmo túmulo. Ao abrir a pesada porta, outra surpresa. Mais uma vez, todos os caixões estavam jogados fora dos seus locais, incluindo o do próprio senhor Chaves. Eles foram espalhados a esmo, pela sala fúnebre como se tivessem sido arremessados como brinquedos. Assim, como da primeira vez, não havia sinais de violações.
Janilce
--- Nossa! - - falou cheia de espanto.
Marilu
--- Vários homens colocar os caixões de volta em seus devidos lugares e voltaram a fechar a tumba mais uma vez. Logo a história se espalhou por toda a região com os supersticiosos a por boatos que aquilo era se tratava de magia negra, maldição e até jurava-se que era alma penada do malévolo Coronel que não encontrava. –
Janilce
--- Pensei logo na primeira mulher sepultada, Helena! - -
Marilu
--- Pessoas que passavam pelo local diziam ter ouvido gritos pavorosos, gemidos e choros de dentro do túmulo. Rapidamente se espalhou a história de uma mulher a passear pelo Cemitério e depois sumia. Quando quatro anos após, o túmulo for reaberto para sepultar o corpo de um parente do Coronel, quem foi, se deparou com os caixões todos fora de lugar. E pesado ataúde do Coronel Chaves estava em pé de cabeça para baixo, encostado em uma das paredes enquanto que o humilde caixão de madeira da senhora Helena continuava intacto e no mesmo lugar.
Janilce
--- Bem que suspeitei! - - falou da mulher Helena
Marilu
--- Oito meses após esse macabro incidente, outra vez foi aberta catacumba para se sepultar outro corpo. Tudo estava revirado. Apenas o da mulher Helena continuava solitário sem nunca ser mexido. -   

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