domingo, 27 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 22 -

CORPO DE CRISTO
22
CORPO DE CRISTO

Após o dia em que passou as Catacumbas de Paris, a pedido de Marilu, no dia seguinte Lauro alugou um automóvel e seguiu pela França em busca de encontrar a região de Rennes-le-Chateou, região perdida do país. Para se chegar ao enclave, teria de viajar um dia inteiro. A sua intenção era de conhecer e mostrar que foi Maria Madalena, esposa de Jesus. Ele foi o mais famoso ser humano de toda a história.  Foi um revolucionário judeu do primeiro século. Seu principal nome era Jesus. Os Cristãos acreditam que Jesus foi crucificado, morto, e que, ao terceiro dia, ressuscitou e subiu ao Céu. Mas, durante dois mil anos, sempre houve quem desafiasse a verdade dessa história verídica. Alguns, morreram por expressar essas dúvidas. Em Jerusalém às aldeias do sul da França, na vastidão da distante Caxemira às exóticas Filipinas se procura solucionar esse mistério de dois mil anos de idade. Lauro perguntou: Jesus, realmente morreu na Cruz? Essa é a história do Corpo de Cristo.
Marilu
--- Para mim. Ele morreu na Cruz! - - definiu
Lauro
--- A saga do cristianismo registra, não apenas o mais famoso nome mais, também, o acontecimento mais notável da história: a Crucificação.
Marilu
--- Quer dizer que não houve Crucificação e nem Jesus? - - indagou
Lauro
--- Espere. Para alguns ou talvez muitos fieis verdadeiros, o fato de que Jesus foi crucificado, morreu, ressuscitou e subiu ao Céu pode ser uma verdade literal. Mas, ao longo da história sempre existiram os que fizeram perguntas embaraçosas, as vezes mesmo sendo cristãos. Será que um homem morreria depois de pregado seis horas cruz? - -
Marilu
--- Quaro. Tem quem morra por menos tempo. Um balaço no crâneo por exemplo ou uma queda fatal. Um atropelamento. Um carro sem governo. Tudo isso, mata.
Lauro
--- Pois bem. Estaria Ele narcotizado? O que realmente aconteceu do sepulcro? E se Jesus não subiu ao Céu, para onde ele foi? –
Marilu
--- O ponto mais crítico da história, aquele que todos os cristãos devem acreditar é a ideia de que Jesus se ergueu dentre os mortos. A Ressureição.
Lauro
--- Apesar dos melhores esforços da Igreja, a ressureição de Jesus e sua posterior ascensão ao Céu foram por dois mil anos um solo fértil para a heresia. Algumas pessoas sugerem que Jesus foi resgatado na cruz e escapou. Por isso levou uma existência secreta no sul da França. Em busca da verdade historiadores defendem a sua saída tempos depois para a Caxemira. Ali, aos 80 anos, ele morreu e foi sepultado. Tem na Caxemira o caixão com ele dentro. Não duvides. - - sorriu
Marilu
--- Não entendi patavinas. Continue. –
Lauro
--- Para entender o que aconteceu com Jesus depois da crucificação é preciso examinar fatos da vida dele.
Marilu
--- Mas, o que é um fato histórico? Qual é a prova?  - - quis saber
Lauro
--- Quase tudo que atualmente achamos que sabemos a respeito de Jesus, vem dos quatro Evangelhos: Matheus, Marcos, Lucas e João. Mas apenas Matheus e João foram os únicos evangelistas que integravam o grupo dos doze discípulos. Ou seja: os únicos que poderiam estar presentes aos eventos que descreveram.
Marilu
--- Como circularam esses evangelhos? - - indagou
Lauro
--- De forma anônima. Não havia nomes ligados a eles até cerca dos anos 200. E o teólogo cristão que surgiu com a ideia de um novo testamento foi logo condenado como herege.
Marilu
--- Todos os quatro evangelistas descreveram a morte de Jesus. - - fez uma careta com o canto da boca
Lauro
--- Todos os anos, na páscoa, os cristãos das Filipinas, reencenam a crucificação de Jesus. E no Brasil, também. Os crucificados são voluntários. Agem dessa forma por que acreditam que isso irá ajuda-los a purgar seus pecados. É uma lembrança sangrenta acontecida a Jesus dois mil anos atrás. – - discorreu
Marilu
--- Crucificação era a pena mais cruel e atroz que os romanos podiam impor. Na França, a fogueira e a guilhotina, no Brasil, a forca. Inclusive em Natal. Na China, a bala na nuca, nos Estados Unidos, a forca e cadeira elétrica. Hoje, no sertão se mata um por um naco de fumo.
Lauro
--- Mas um homem pregado na Cruz não morre dos ferimentos. Morre por sufocação. Os braços de o tórax ficam comprimidos. Nas Filipinas, os voluntários são baixados da Cruz depois de uma hora. A morte por sufocação demora muito mais tempo. Geralmente, vários dias. Mas Jesus morreu depois de três horas. Lago, José de Arimateia e Nicodemos levaram para a tumba.
Marilu
--- Para cuidar do corpo? –
Lauro
--- Passaram mirra e alos! - - disse ele
Marilu
--- Coitado do morto vivo.
Lauro
--- De um ponto de vista mais histórico que sacro, essas descrições podem provocar perguntas: por que Jesus morreu tão rapidamente? Por que José e Nicodemos levaram tantas ervas para a tumba? Pilatos estava certo nas suas dúvidas quanto a Jesus ter efetivamente na Cruz.
Marilu
--- E Pilatos falou isso? - -
Lauro
--- Sim. Falou. Foi dissuadido por um centurião que Jesus era mesmo filho de Deus! Por outro lado, a Palestina continua sendo um território místico. Os católicos são os únicos que acreditam na Ressureição. Tem até o templo, a chamada igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém construída no local onde supostamente estaria a tumba para onde Jesus fora levado após a crucificação. Esse é o local exato da ressureição.
Marilu
--- Parece até um jogo de futebol. Cada esportista conta sua versão. No final houve a partida com versões diferentes. –  - falou a moça
Lauro
--- É assim mesmo. Uns alegam que Maria Madalena no tumulo. Mas tem pareceres diferentes. Marcos foi o primeiro a escrever. E não há qualquer indicio de ressureição. O Evangelho termina com a descoberta de uma tumba vazia. Duzentos anos após, se acrescentou a versão que contém história da ressurreição. E que acrescentou isso no livro? –
Marilu
--- A que está no livro. Alteraram o original de Marcos.
Lauro
--- Os Evangelhos foram escritos na forma de biografias históricas. Não há interesse social no que realmente aconteceu.

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