quarta-feira, 31 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 21 -

SONHOS
- 21 -

SONHOS -

Naquela noite Marilu dormia o seu tranquilo sonho. Lembranças fugazes e delirantes de um passado risonho tidos a não sei quanto tempo. Noite calma, rua em silencio, nada demais para sacudir de seu leito suave de um confortável sono. Um gato miou dolente no telhado ao lado e um cão passou a latir contra aquele outro animal do lado de baixo de uma casa tão perto. Sombras faziam quando nuvens cobriam o céu emoldurado. Nesse momento, Marilu sentiu alguém a lhe soprar os ouvidos. Contudo, ela não despertou de pronto. Apenas se ajeitou no leito. Momentos seguintes, uma voz delicada sussurrou ao seu ouvido. Ela se cobriu de toda. Mesmo assim, a voz não se conteve. E ela, adormecida, falou:
Marilu
--- Mãe! É a senhora? - - perguntou baixinho
A voz sussurrou, baixo.
Pai
--- Seu eu, filha minha. Teu pai. - - disse a voz.
Marilu
--- Quem? Meu pai? É meu pai? - - indagou feliz.
Pai
--- Sim. Sou eu. Paulo. Lembra de mim? - - indagou sorrindo
Marilu
--- Sim. Meu paizinho. Como poderia eu esquecer? De onde vens? - - indagou
Pai
--- Sempre eu estou aqui, filha minha. - - sorriu feliz
Marilu
--- Sempre? E como não te vejo? –
Pai
--- A Medalha de Honras. Lembras? - - sorriu
Marilu
--- Medalha? Em Paris? Aquela? Eu lembro que um senhor me deu! - -
Pai
--- Eu estava ao seu lado, filha minha. - - sorriu
Marilu
--- O senhor? Como eu não vi? - - perguntou
Pai
--- Para se ver, a pessoa tem que acreditar. Acredite e me veras. - - disse a criatura
Marilu
--- Acredite, como? - - indagou
Pai
--- Crendo. Apenas crendo. Nada mais! - - disse o pai
Marilu
--- Crendo! Mais do que acredito? Eu jamais vi o senhor. - -
Pai
--- Porém, agora veras de vez. - - disse ele a sorrir
Marilu
--- Mas como eu vejo o senhor? - -
Pai
--- Olhe à direita. Sempre eu estarei aqui a teu lado. - - sorriu
Marilu
--- À direita? - - se virou no leito
Pai
--- Não abra os seus meigos olhos. Apenas fique à direita. -  -
Marilu
--- Pai! É você? - - perguntou
E a sombra sumiu de vez. A moça, de repente acordou e nada vislumbrou por perto. Ela estremeceu de medo e após alguns segundos, pulou da cama e foi até ao quarto onde dormia a sua mão. A mulher ainda dormia. Quando a moça chegou, Noca despertou assombrada.
Noca
--- Que é isso, menina? Fazendo medo aos outros? - -
Marilu
--- Foi o meu pai. Eu vi. Agora! - - disse assombrada
Noca
--- Viu nada! Vai dormir! Teu mal é sono! Deixa. Eu ainda quero dormir. - - falou brava
Marilu
--- Eu vi, mãe. Ele disse estar a meu lado. Vi sim! - - disse a moça quase chorando
Noca
--- Agora, mais essa! Sai da frente que vou me levantar. Ora! Viu coisa alguma! - - e a mulher partiu em disparada.
Marilu
--- Vi, mãe! Agora mais essa! Não acreditas? - -
Noca
--- Sai da frente que vou ao aparelho. - - relatou e se levantou, peitando que nem bicho
A moça ficou para traz pensando ter sido um sonho o que lhe acometeu. Sentou num tamborete e ficou a meditar simplesmente aturdida.
Marilu
--- Um sonho? Será que foi um sonho? Vou para uma sessão espírita sem dizer nada. Ah se vou. Hoje mesmo! - - disse isso e baixou sua cabeça na mesa.
À noite, ela lembrou a Lauro que naquele dia não podia ficar da redação pois tinha algo a cumprir sem perda de tempo. O homem olhou para Marilu e bateu com o lápis na mesa dizendo de imediato.
Lauro
--- Que está havendo? - - curioso
Marilu
--- Nada de mais, são coisas minhas. - - respondeu
Lauro
--- Quer o carro? - -
Marilu
--- Não é preciso. Não quero dar trabalho. Eu vou e volto. Se der tempo, ainda hoje eu volto. Coisas corriqueiras. - -
Lauro
--- Se precisar, eu dirijo com o meu. - -
Marilu
--- Não. Não. É melhor que não. –
Lauro
--- Tudo vai bem? - -
Marilu
--- Aqui, tudo normal. Não se preocupe. - -
Lauro
--- Está bem. Amanhã nós conversamos. - -
Marilu
--- Está certo. Até amanhã. Se cuide! - - sorriu


terça-feira, 30 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 20 -

- ESPERANÇA -
- 20 -

O PAI -

No mesmo dia, à noite, Marilu chagou a sua casa onde encontrou a sua mãe. Lembranças de um passado breve, troca de abraços, choros enfim. Marilu contou sua história em Paris. As viagens bem-sucedidas, os cafés da noite, teatro, além do rio Sena. A sua mão ouviu. Mas não entendeu toda a loucura. Ficou a supor que seria esse Paris. Um mistério! Com certeza algum lugar que se viajasse como de Santa Cruz a Mossoró, certamente. Ou mais longe, chegado até Juazeiro do Norte, no Ceará. Era provável que fosse assim. Rezar para padrinho Cícero. Coisa normal.
Noca
--- Essa cidade é mais longe que Juazeiro? - - quis saber,
Marilu
--- Mãe, nem pergunte uma coisa dessas. A senhora já ouviu falar da Guerra? Pois é para aquelas bandas. - -
Noca
--- Ah, bom. Já sei. Um compadre meu viajou para aquela terra. Mas nunca mais voltou. Será que se perdeu por lá? - -
Marilu
--- Quem sabe. Pode ter se perdido mesmo. - -
Noca
--- Sabe? Teu pai apareceu. - -
Marilu
--- Apareceu? Quando? - - surpresa.
Noca
--- Semana passada. Eu soube por seu Manoel. Ele estava muito doente. Eu fui até o Hospital. Estava com a doença ruim. Quase nem me reconheceu. Só fazia chorar. Eu o acalmei, portanto. - -
Marilu
--- E como ele está? - - quis saber
Noca
--- Morreu. Não vai chorar. Ele morreu. Nós fizemos o enterro. E pronto. O homem não tinha nada no bolso. Voltou só para morrer. Pronto. - -
Marilu, chorou de qualquer modo. Ela nem conhecera seu pai. Porém queria vê-lo pelo menos uma vez.
Marilu
--- Estava magro? - - quis saber
Noca
--- Só o osso! Ele andou jogando a vida toda. Não tinha nem mulher. Só jogava. Coitado. Que desgraça. - -
Marilu
--- Ele perguntou por mim? - -
Noca
--- Foi o que mais falou. Mas nem sabia seu nome. - -
Marilu
--- Meu nome? Desgraça! - - abusada
Noca
--- Sim. Mas foi a doença. Ele só delirava. - -
Marilu
--- Deve ter sido. Coitado. E a senhora lembrou a ele meu nome? - -
Noca
--- Eu disse. Ele então recordou. Parece que a avó dele tinha o mesmo nome. - -
Marilu
--- Minha avó? - - curiosa
Noca
--- Não. Bisavó. Ele lembrou disso uma vez. Parece. –
Marilu
---Mas se chamava Marilu? - -
Noca
--- Não. Era Soledade. Dona Soledade. - -
Marilu
--- Ah. Eu nem sabia mais que me chamava Soledade. - - caiu em pranto
Noca
--- Que é isso, menina? Era essa! - -
Marilu
--- Eu sinto pena do meu pai. Sempre senti pena, mesmo sem conhecê-lo. - - baixou a cabeça e caiu em prantos.
Noca
--- Agora deu! Levanta! Pior foi o que ele sofreu. - - embrutecida

segunda-feira, 29 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 19 -

- JOANA D'ARC -
- 19 -

MEDALHAS -

Logo soube da notícia do achado, o chefe de polícia veio, com pressa, par o andar quase do superior do Hotel e viu a moça a tirar fotos de todos os ângulos para o registro que Marilu pretendia guardar. Fotos e mais fotos como Marilu gostava de fazer quando uma matéria valia a pena. O velho chefe se adiantou e falou ser aquelas fotos de propriedade do Governo parisiense.
Marilu
--- Que? Essas fotos são minhas. Não tem nada de Governo! - - abusada.
Chefe
--- Mas é o Governo que fez essa imagem! - - bruto
Marilu
--- Foi? E os ladrões? Quem os fez? - - olhos abertos
Lauro
--- Calma! Calma! Ela os devolve desde que tenha de ficar com as películas! –
Marilu
--- Películas?! Nunca! Eu queimo agora! - - e tentou abrir a máquina.
Lauro
--- Que é isso, menina! Dê-me a máquina! O Chefe entende que você tem direitos. - - e avançou para ficar com maquina
Marilu
--- Não dou. Eu queimo tudo! - - histérica
Nesse ponto, chegou até o andar de cima uma figura parecendo uma autoridade do Governo. Já extava exausto de tanto subir as escadas. Ele ela forte, mas nem tão gordo, alto até demais, um nariz avantajado como todos os franceses e uma cabeça não muito grande. Quando chegou ao cimo, ainda pegou a troca de farpas entre o Chefe de Polícia e a moça brasileira. Então, foi de imediato a querer saber.
Jean
--- O que se passa aqui?  - - quis saber
Chefe
--- Recuperamos a estátua. É essa! - - relatou
Jean
--- Ah bom. Eu já sei. Um trabalho meritório. Quem é a moça? - - perguntou se dirigindo a Marilu.
Marilu
--- Eu sou Marilu, brasileira e estou aqui cobrindo um Congresso de Jornalismo! - - relatou
Jean
--- Ah. É jornalista? - - indagou
Marilu
--- Sim. Eu sou Jornalista. - -
Jean
--- E aqui, o que a senhora está fazendo? - -
Marilu
--- Ah Eu descobri a Imagem do Cristo que estava sendo roubada. - -
Jean
--- A senhora? Como descobriu? - -
E Marilu contou todo o empenho que esteve a fazer, fotografando as passagem da imagem de Senhor e sua Mae até alcançar o minúsculo topo por onde os gatunos queriam sair com a imagem de Jesus Morto.
Marilu
--- E aqui está o Cristo. - - apontou
Jean
--- Mas a senhora é uma heroína! Merece um prêmio! Vamos levar o caso à República Francesa. Parabéns por sua audácia. - - sorriu
Marilu
--- Grata. Cumpri o meu ofício. - - falou séria
Após esse tempo, dias seguintes, Marilu foi condecorada com a Ordem Nacional do Mérito, medalha de condecoração toda em ouro e rodeada com seis símbolos azuis tipo honorifico. O auditório onde se deu a oferenda estava repleto de personalidades, incluído senhoras balofas e jovens estudantes de Universidades francesas além dos professores graduados. Salva de palmas para a jornalista. Falas e falas dos doutores da lei se fez prestar. Marilu, contente, apenas disse obrigada com o seu sorriso largo da face. Repórteres jornalistas queriam sabe algo mais sobre sua pátria. Tímida, Marilu contou toda a sua história.
De volta ao Brasil, o Senador conversou muito com Marilu. Algo sobre sua campanha, criações de gado, fazendas entre outras coisas que lhe enfeitavam os negócios de um criador de bodes e cabras. No Rio de Janeiro, onde desembarcaram, finalmente o Senador indagou a Marilu se ela gostaria de permanecer na cidade. E Marilu pensou, então esse desculpou por cento momento alegando ter sua mãe e era preciso apenas combinar para poder ter a certeza.
Marilu
--- Minha mãe já está de idade e eu acho por bem está por perto. Os seus irmãos, uns se largaram no mundo, outros, só sabem fazer carvão. Se são mulheres, essas nem sabe o que dizem. Minha mãe vive só e com Deus para bem falar. Ela não tem vontade de seguir para lugares distantes. Nem mesmo para o Recife, que não é tão longe. Eu tenho medo de deixa-la só. - - argumentou
Lindalva
--- Sua mãe vive de fazer vendagens? - - indagou
Marilu
--- Foi o que ela aprendeu, na vida. - - respondeu
Lindalva
--- No interior, as mulheres sempre vivem de fazer vendagens. Eu sei o que é isso.
Lauro após uma semana, onde visitou os locais mais encantadores do Rio, voltou a Natal, com Marilu. Lembrança e pratos não faltaram. Marilu era a mais carinhosa de todas as moças. Mesmo no avião de passageiro, a moça, de quando em vez estava a chorar. Lembranças da medalha de honra, hotéis de luxo, Le Burgundy, Torre Eiffel, cafés nas calçadas de Paris, ornamentação do belo, a cultura da cidade, as estradas de locais tão belos, o rio Sena. Ah o rio Sena.
Lauro
--- Estamos chegando. Acorde, por favor. - - falou gentil
Marilu
--- Não estava dormindo. Apenas pensando, A cerimónia da Medalha foi magnifica.
Lauro
--- Recebem os fazem feitos imortais. - - alertou
Marilu
--- Feitos Imortais. Ora essa. Eu batia apenas umas fotos. - -
Lauro
--- Você trouxe vida algo que estava imortalizado. - - lembrou
Marilu
--- Imortalizado. Somente uma imagem de Cristo. - -
Lauro
--- A França tem muita devoção por coisas sacras. - -
Marilu
--- Como Joana D’Arc?  - - questionou lembrado a santa
Lauro
--- Como Joana D’Arc, se queres saber. - -
Marilu
--- Joana D’Arc está morta! - - arrebatou   

sábado, 27 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 18 -

- CRISTO MORTO -
- 18 -
FILME

Marilu correu para o local onde estava havendo o debate do Congresso de Jornalismo e por lá viu a senhora Lindalva, mãe de Lauro. Ela chegou com muita pressa a procura de sua bolsa. Sua intenção era buscar novos filme para continuar a fazer fotos. Os demais já tinham esgotado. Na mesa, estava o Senador dialogando sobre assuntos ligados ao tema de Jornalismo. Para Marilu, isso pouco importava. Ela, muito vexada, procurou saber da senhora Lindalva o que estava ocorrendo enquanto procurava a bolsa, nem se importando com a plateia presente. Completamente suada, ela respondia às perguntas que lhe fazia a senhora Lindalva.
Lindalva
--- Onde está Lauro? - - quis saber totalmente confusa.
Marilu
--- Lá em baixo. Está um barulho feio. Roubaram Jesus! - - adiantou com pressa.
Lindalva
--- Roubaram quem? Jesus? Jesus mesmo? - - pediu mais esclarecimento
Marilu
--- Sim. Uma estátua de Cristo. Eu estou buscando mais filmes para documentar. - -
Lindalva
--- Nossa Senhora! Mas roubaram Cristo? Como é isso? - - perguntou eufórica.
Marilu
--- Sim. Uma estátua. Ele e a família. Maria Santíssima e outras pessoas. Ave Maria.
Respondeu Marilu muito preocupada, dessa vez, com a Polícia, pois ela queria saber o que fazer quando voltasse para continuar a cobertura. E assim se despediu a senhora buscando com pressa uma saída para chegar ao ponto marcado pelas autoridades.
Lindalva
--- Venha cá, menina! - - chamou com bastante atenção
Marilu
--- Eu volto. Vou tirar as fotos do buraco. - - lembrou em dizer.
Lindalva
--- Buraco? Que buraco? - - indagou perplexa a mulher
Marilu nem respondeu. O tempo era pouco. A correria era tanto. A moça cruzou por várias pessoas, no salão, sem pedir ao menos licença. De imediato, acabara de sair, eufórica, louca para chegar na entrada do Hotel. Soltados vasculhavam por todo o canto quem estava ou o que deixavam no local. Lauro, totalmente suado, vinha correndo a procura de Marilu.
Lauro
--- Onde você estava? - - indagou como se estivesse maluco
Marilu
--- Filmes! Fui buscar mais! - - respondeu colocando o filme em sua máquina.
Lauro
--- Venha por aqui. O Chefe quer sabe como você viu o buraco! - - eufórico
Marilu
--- E ele não viu? Era apenas olhar para cima! Ora! - - respondeu
Lauro
--- Você sabe como é! A polícia desconfia de todo mundo! - - respondeu a correr pelo salão do Hotel.
Quando Marilu chegou, o chefe da polícia já estava azucrinado, mandando, com muita pressa, seus gendarmes para outros locais não divisados. E se voltando, olhou a moça e indagou.
Chefe
--- E a senhora? Como foi que viu a abertura lá em cima? - - indagou sob os óculos e a cabeça abaixada.
Marilu
--- Eu? Da mesma forma como o senhor não viu! Eu olhei e vi a abertura. O senhor não viu a brecha? - - falou indignada.
O Chefe de Polícia a olhou e nada respondeu. Ele tinha que conferir as palavras da moça e fez uma pergunta.
Chefe
--- A senhora é francesa? - - perguntou
Marilu
--- O senhor está vendo a minha cara? Eu sou brasileira! Da mesma terra que um contrabandista roubou o pau-brasil e vendeu aqui na França. Sabia disso? - - indagou, sorrindo.
Chefe
--- Está bem. Era isso que eu queria saber apenas. - - e se voltou para a polícia.
Marilu subiu até a cobertura do teto onde pode observar os militares dialogando como podia ter saído a Imagem de Cristo por uma abertura tão estreita como a que encontraram. A moça ouviu tudo, calada. Sua mente fervilhava. E depois de tanto tempo, algo lhe puxou a atenção. Por entre o telhado havia uma outra abertura, mais fácil de se puxar ad imagens. Se os ladrões não conseguiram ir em frente, era então provável de ter seguido por esse novo local. Nada mais lógico. Nesse instante, Lauro veio até onde estava Marilu já quase no topo do Hotel. Chegando perto, o rapaz perguntou com ânsia.
Lauro
--- Que busca por aí? – - indagou assustado
Marilu
--- Hum? Um caminho; É por aqui que os bandidos sumiram com as imagens. Desse prédio ele pularam para outros até chegarem ao pondo desejado. - - explicou
Lauro
--- Como você descobriu isso? - - perguntou arfante
Marilu
--- Descobrindo, ora! Tem outro caminho? - - quis saber
Marilu
--- Você é demais. Não tem quem diga. Aprendeu na escola? - - sorriu
Marilu olhou para seu chefe e após um tempo, respondeu.
Marilu
--- Sim. Aprendi no forno do lixo. Sabe onde fica? - -
Um gendarme se aproximou, no alto do edifício e perguntou ao homem, Lauro.
Gendarme
--- Que faz aqui? - - quis saber
Lauro
--- A moça está pesquisando a saída do hotel. - -
Gendarme
--- Hotel? E tem saída por aqui? - - espantado
Lauro
--- Parece. A moça disse que encontrou uma saída para o outro edifício! - -
Marilu
--- Está aqui. Eles não levaram. Deixaram no caminho. Talvez esperassem outra turma.
Gendarme
--- A estátua? - -
Marilu
--- Sim. Tudo guardado aqui. Veja! - - e mostrou ao gendarme
Gendarme
--- Nossa! Está aqui mesmo. Os canalhas não roubaram nada. Como a senhora descobriu? - -

quarta-feira, 17 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 17 -

- IMAGENS -
- 17 -
SANTO

À tarde, Lauro foi até a gerencia do Hotel e procurou o senhor Denis Oliver, jovem dos seus 30 anos para conhecer melhor a imagem de Cristo morto que havia naquele deslumbrante espaço, próprio para eventos como o que sucedia naquela hora. Chegou Lauro e, como sempre, cumprimentou o senhor Gerente conversando por diversas vezes sobre o que oferecia o Hotel aos seus hospedes. Após bom pedaço de tempo, Lauro chegou a parte que lhe interessava.
Lauro
--- Por exemplo, aqui tem uma imagem de Cristo. Em conversa anterior, o senhor me falou ter sido Hotel um Convento. Porém, nada mais falou. Como é essa história de um Convento, por favor. - - quis saber.
Denis
--- Muito bem. Eu ainda sou jovem aqui no Hotel. Nada posso adiantar. Porém, em tempos remotos, pelo que me disseram os mais antigos, esse Hotel foi um Convento. Eu nem dei grande importância ao fato. Convento, aqui na França, tem em toda parte. Isso me faz lembrar o Santo Oficio, quando morreram milhares de pessoas porque a Igreja suspeitava dos seus procedimentos, como foi o caso de Joana D’Arc, a Donzela. Refletindo, pois, a existência de um Convento nessa parte da rua, era-me de pouca importância. No entanto, aqui, sempre ou quase sempre teve guardada a Imagem de Cristo. Certa vez, um Frade esteve aqui e ficou observando a Imagem. Eu, nada perguntei. Contudo, o serviçal me falou que essa Imagem vinha de tempos remotos. É o que posso afirmar.
Lauro
--- Tempos remotos! – - pois a mão na cabeça e ficou a pensar por algum tempo – Tempos remotos. Não teria sido do Convento de Cristo, por acaso?  - - quis saber
Denis
--- Eu não posso afirmar. Com certeza a Imagem pertenceu a alguma ordem dessa época. O Convento de Cristo é bem provável. - - falou baixinho
Lauro
--- Convento de Cristo. Eu estive conversando com o Prior, e ele também não soube dizer, com certeza. Podemos ir lá, na Imagem? - -
Denis
--- Sim. Com certeza. Podemos, sim. - - confirmou o gerente Denis
Os dois homens caminharam pelo corredor com destino ao local onde estava a Imagem de Cristo morto. Qual não foi a surpresa, pois naquele momento, um servidor já dos seus 60 anos caminhava apresado a procura do Gerente Denis. Ao encontra-lo, quase ao desmaio, falou.
Servidor
--- Senhor, roubaram a nossa preciosa joia. - - declarou assustado
Denis
--- Como assim? Que Joia? - - alarmado
Servidor
--- Jesus! Roubaram a imagem de Cristo, senhor! - - disse o homem a chorar.
Lauro
--- Roubaram a imagem? - - perguntou com ânsia
Denis
--- Eu preciso ver, de imediato! Vamos!!! - - e os três homens correram para o interior onde estava depositado Jesus.
Em lá chegado, na gruta, não havia nem sombra da imagem de Jesus e dos seus discípulos, sua mãe, Maria, sua esposa, Madalena e de mais duas outras figuras. Era tudo vazio como se alguém pudesse arrastar todo aquela imagem sagrada.
Lauro
--- Meu Deus do Céu! Levaram tudo! Mas, como puderam arrastar todas aquelas imagens? - - quis saber
Servidor
--- Não se notou ninguém aqui. - - disse o velho
Denis
--- Alguém teve a preocupação de levar por trás da parede onde as Imagens estavam guardada! O senhor viu por trás, Pierre? - - indagou preocupado
Pierre
--- Não senhor. Quando eu vi que a imagem não estava aqui, então eu corri para p seu escritório, senhor. Nada mais eu olhei. - - chorando
Denis
--- Vejamos pelo lado de dentro! - - e os três homens correram para o outro lado onde estava a parede oculta.
O Gerente Denis Oliver, buscou encontra vestígios de se arrastar o bloco imenso de imagens de Deus morto e dos seus adeptos, porém nada se encontrou de real. De imediato, o Gerente se viu obrigado em chamar a polícia para investigar o roubo de Jesus Cristo morto.
Pierre
--- O que fazer? - - indagou o velho
Denis
--- Chamar a polícia, de imediato! E chamar agora! Não peguem em nada! - - falou sério
Denis buscou o telefone de emergência e Lauro saiu para o interior do hotel para falar com Marilu, contando o fato terrível. Após narrar o ocorrido, chamou Marilu para ir até o local de onde estivera a Imagem de Jesus.
Marilu
--- Ir agora? - - atordoada
Lauro
--- Urgente! Sem conversa! - - desesperado
Marilu
--- E o Congresso? - - perguntou
Lauro
--- Esqueça! Faça foto do local onde roubaram a Imagem enquanto a polícia não chega.
Marilu não discutiu mais e preparou a sua máquina para fazer as fotos do espaço gótico onde esteve por longo tempo e Imagem de Cristo. Nesse tempo, Denis pediu proteção aos ajudantes para guardar o espaço ambiente. Ninguém passava no local e nem por trás do mesmo como proteção de provas. Com mais instantes, a Polícia chegou ao Hotel, com as suas serenas ligadas. De um só momento os gendarmes tomaram sua posição guardando a passagem de quem entrava ou saia. Apenas Marilu e Lauro tiveram permissão para ficar no ambiente.
O Chefe de Polícia interrogou por um tempo o rapaz, Lauro e a moça, Marilu para ter certeza de que eles já estavam no Hotel. Foi um formalismo toda a operação. Ninguém dava informações sobre o roubo das Imagens sagradas. Lauro era o único a saber de quase todo o corrido, menos o autor da profanação em meio da tarde, quando se notou a façanha.
Chefe de polícia
--- O roubo foi uma astucia verdadeira. Não há rastros de coisa alguma. - -
Marilu
--- Só se roubaram por cima! - - declarou
Lauro
--- Por cima? Como? - -
Marilu
--- Tem uma brecha no teto do hotel. Lá! - - apontou a moça
Lauro
--- Não creio que alguém tenha passado com as imagens. –
Marilu
--- Pode ser, mas, se os ladrões tiveram a inteligência de repartir as imagens, pode ter havia espaço. - -
Lauro
--- Você está louca? - - indagou perplexo



terça-feira, 16 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 16 -

- SANTOS -
- 16 -
CONVENTO

Lauro subiu a estrada que leva o Convento dos Capuchinhos. Logo, na entrada, após o portão de ferro que separa do mundo externo, tinha uma imagem Cristo sendo abraçado pelo Frade São Francisco. Lauro já pode observar antes da entrada. O portão de ferro tinha uma pequena janela da Sala do Capitulo no Convento de Cristo. O nome em si denotava uma irmandade franciscana devota em Jesus Cristo, com certeza. Para ser atendido, Lauro tocou na sineta e ficou a esperar. Com poucos minutos, um frade, ao que parecia ser, abriu a portinhola e perguntou quem era o jovem moço e o que buscava.
Lauro
--- Eu sou Lauro, do Brasil, e pretendia falar com o Prior, se possível. - - declarou
Frade
--- Um instante. - - falou o Frade
E o Frade fechou a portinhola e logo desceu – ou subiu – para dentro do Convento desaparecendo por completo. Após um esperado tempo surgiu outro Frade abrindo a portinhola. Fez questão em saber o que o rapaz desejava.
Lauro
--- É uma questão sobre a história desse Convento. Sua idade, por exemplo, e outras informações, por favor. - - discorreu
Frade-2
--- Um momento, por favor. - - fechou a portinhola e sumiu.
Passaram-se um tempo imenso para o Frade aparecer, de novo. Os calos do pobre homem já esquentava por demais até o ponto do religioso poder entrar. Lauro conheceu o Prior e o cumprimentou com religiosidade dizendo que estava ali a conhecer o Convento, apesar de ter morado em Paris há cinco anos. Agora, estava no pais participando de o Congresso de Jornalismo e ficou hospedado em um Hotel próximo do Convento. Por acaso, ele ouviu falar que aquele Hotel tinha sido. Em tempos remotos, um Convento dos Capuchinhos. E que esse Convento seria o mesmo que agora o visitava, pois demoliram, por completo, o primeiro e ele não sabia a causa.
Prior
--- Já faz muito tempo. Quem pode se lembrar já está morto. Mesmo assim, há relatos de um forte terremoto em Paris. E, com isso foi demolido o Convento. Mas, são histórias, provavelmente mal contadas. Eu mesmo já procurei saber o que de fato ocorreu e nada apurei. Sei bem que esse Convento foi onde hoje é um Hotel em que o senhor se acomoda. Provavelmente ele foi vendido a outros proprietários quando já a Igreja construiu esse novo Mosteiro. Provavelmente. - - relatou
Lauro
--- É verdade. Aqui é muito mais amplo. O terreno do Hotel é bem menor, confesso. Mas, como o desaparecimento do Convento os senhores trouxeram tudo? - -  
Prior
--- Creio que sim. A não ser uma imagem de Cristo sendo sepultado. - -
Lauro
--- E por que se deixou essa imagem ao abandono? - - curioso
Prior
--- Não sei dizer. A Igreja tem muitas preciosidades pelo país e pelo mundo. Essa imagem é uma delas. Nunca se fez questão em traze-la, é verdade. - -
Lauro
--- Muito bem. Eu agradeço ao senhor. Espero que não ocorra com as relíquias. - -
Agradeceu e se despediu, saindo enfim.
Pelo tempo da França, já eram mais de meio dia. Com pressa, Lauro chegou ao Hotel e foi de imediato ao restaurante onde estavam Marilu, sua mãe e o Senador, seu pai a almoçar como de costume. Marilu ficou surpresa com a chegada de Lauro àquela hora tardia da manhã. E logo quis saber.
Marilu
--- Onde andavas? Que horas! - - quis saber
Lauro
--- No Museu de História colhendo informações. - - disse.
Marilu
--- Ave Maria! Onde fica? - -
Lauro
--- No centro de Paris. - -
Marilu
--- Eu estava morrendo de cuidado. - - surpresa
Lauro
--- Não morra. Pelo menos, agora. - - sorriu
Lindalva
--- O que tu buscavas? - - indagou
Lauro
--- Onde ficava esse hotel. - - sorriu
Lindalva
--- Era só perguntar ao gerente. - -
Lauro
--- Em sei. Beco das Barrelas. - - sorriu
Lindalva
--- Nunca eu soube esse nome! - - e virou a cara.
Senador
--- Tem no guia da passagem. - - falou sem graça
Marilu
--- Barrelas? Que nome! - - disse espantada
Lauro
--- Por que? Não tem beco da Lama? Aqui tem beco das Barrelas. Caldo tirado da espécie de vegetais. Quando se engoma, usa-se essa espécie de caldo. Isso é o que é Barrelas. - - sorriu
Marilu
--- Nunca ouvi falar nisso!! - - e deu um “tuc”.
Lauro
--- A propósito! Onde você viu a imagem do Cristo? - - quis saber
Marilu
--- Lá em baixo, numa gruta. Você indo ao balcão, é só olhar para à esquerda. - - disse.
Lauro
--- Depois, vou lá. Eu já ouvi dizer que era uma imagem antiga. - -
Marilu
--- Que você vai fazer? - - preocupada.
Lauro
--- Olhar apenas. Ver de perto. - - alertou
Marilu
--- Eu posso ir? - - quis saber
Lauro
--- Pode. Ele não está exposto? Então, pode. - -
Marilu
--- Não. Depois eu vejo. - -
Lauro
--- Está bem. Depois você vai olhar. - -
Senador
--- Jesus, tem em todo canto. 

SONHOS DE MARILU - 15 -

- CONVENTO -
- 15 -
FRADES

Um convento de Frades. Era então saber em que ano foi aquele hotel construído para os Frades. Isso, deixou Lauro mais preocupado. Com certeza, Marilu se sentiu estranha porque, falando em português o gerente do Hotel, mesmo assim não explicou maiores detalhes sobre a construção do Mosteiro. Sabia-se que a França tinha sido um verdadeiro Convento dos tempos remotos. Ao entrar no Hotel, quando chegou, quase toda molhada, Marilu viu uma figura estranha que ela identificou como sendo a imagem de Jesus Cristos, já morto em um espaço gótico. Ele estava sendo carregado por dois homens. Era isso que a moça viu de repente e não deu grande importância. Ela estava toda molhada por conta da chuva caída na ocasião quando a moça entrava no Hotel e, por isso não fez maior constrangimento. A imagem de Cristo estava guardada em baixo de uma capela onde tinham mais quatro pessoas, provavelmente, Maria Santíssima e Madalena além dos outros dois amigos de Cristo ainda insepulto. E isso, Marilu notou sem dar grande importância por causa da tempestade que se avizinha. Passado o tempo, Marilu, já na manhã seguinte, confabulou a Lauro.
Marilu
--- Aqui foi um Convento? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Foi, o que o Gerente informou. - - respondeu simplesmente
Marilu
--- Eu vi a imagem de Cristo, quanto eu entrei, numa gruta aqui ao lado! - -
Lauro
--- Cristo? Aqui tem tudo o que é Santo pelas casas, tabernas e altares. - -  
Marilu
--- E tem visagem também? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Visagem? Por que a pergunta? Aqui foi o centro católico mais importante da Igreja.
Marilu
--- Como assim? - - perguntou curiosa
Lauro
--- A França foi o palco da morte de Joana D’Arc, a Donzela e de muitas outras mortes de Frades, mulheres de idade avançada e inúmeros casos, isso no século XIV ou menos. Porque a pergunta? - - curioso.
Marilu
--- Por nada. Mas se aqui foi um velho Convento, nada pode negar que seja um lugar onde era a residencia de Frades.  - - aventou
Lauro
--- Então, você quer dizer que a visagem que você teve tem alguma ligação com um passado bem remoto do Convento? - - assustado  
Marilu
--- Pode ser. Eu, agora estou mais consciente do assombro. Esse assombro pode ter sido acontecimento de anos passados. Vale apenas averiguar por esse lado. – destacou
Lauro
--- Vai haver, hoje a abertura do Congresso Internacional do Jornalismo, onde o meu pai é o presidente. Você, fica. A transmissão é idioma português, pata o Brasil, Portugal e países da mesma língua. Não há problemas. Eu vou verificar a origem desse Hotel. Minha mãe fica com você para te orientar. Logo que eu descubra algo, eu volto. Está bem? - -
Marilu
--- Sim. Eu fico. Mas, vou dormir em seu quarto. - - assustada.
Lauro
--- Está bem. Vamos tomar café. Eu vou chamar o meu pai. - -
Com isso, os dois saíram apressados para o quarto do velho Senador. O assuntou, ele nada falou de antemão. Teria que ver algo mais distante. A História dos Conventos da França.
Foi assim que Lauro buscou informações nos livros existentes no Museu Nacional de História Natural, da França, instituição de investigação científica do país. Antes apenas um pobre museu, hoje já era algo imponente, soberbo até. Ali se encontrava, em 1950 com cerca de 300 mil volumes, como o caso o Museu do Homem. Chamada de Santo Oficio, a Inquisição da França, era formada pelos tribunais da Igreja Católica. Esses tribunais julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de suas normas de conduta. O Santo Oficio teve início em 1231, quando o Papa, preocupado com o crescimento das seitas religiosas, criou um órgão especial para investigar os suspeitos de heresias. No entanto, Lauro queria descobrir a existência de um mosteiro onde, hoje, era um Hotel. Sem desistir, o rapaz buscou em diversos livros um Mosteiro, talvez não muito grande. Em certo tempo, Lauro viu um Frade a passar por perto seguindo para uma porta ao lado. Então, ele chamou.
Lauro
--- Bom dia, senhor. Pode-me informar algo sobre um convento que existiu em rua estreita conhecido como Beco das Barrelas? - -quis saber
Frade
--- Beco das Barrelas! Deixa-me ver. Ali existiu um Convento muito antigo, não sei nem a data. Mas esse Convento foi demolido! Por que, senhor? - - curioso
Lauro
--- Por nada. Eu queria apenas saber. Ele foi da época do Santo Oficio? - -
Frade
--- Santo Ofício? Creio que não. Sei apenas que ele foi demolido nesse século. - -
Lauro
--- E nem quanto tempo esteve aberto? - -
Frade
--- Isso, também não sei. Acho que a demolição foi por conta de um outro Convento, mais adiante que o Prior encontrou, sendo bem melhor que o anterior. - -
Lauro
--- Tem certeza do que me falou? - -
Frade
--- Absoluta! Querendo, é só ir no Convento dos Capuchinhos. É lá perto. - - e fez menção como sendo em uma subida.
Lauro
--- Está bem. Convento dos Capuchinhos! Anotei! Obrigado, senhor Frade. - - sorriu.
O Frade, já idoso, caminhou quase que cambaleando, com seu hábito acinzentado a pisar o chão. Lauro, perplexo, ainda o olhou, vendo seu porte encurvado e um homem dos 80 anos. Aquele Frade era um homem bem antigo, Lauro supôs.
No auditório onde começara as palestras sobre o jornalismo, estava igualmente a moça Marilu em companhia da senhora Lindalva, esposa do Senador, presidente da cerimonia, sentada na cadeira de luxo junta aos demais ouvintes, alguns jornalistas, a ouvir a preleção acolhida feita por um dos participantes do Congresso.  Vez por outra, a moça se virava a procura de Lauro, que não surgia. A mãe do rapaz ficou inquieta com tanto remexido da moça.
Lindalva
--- Que buscas? Lauro? Ele vem logo. - - falou a mulher
Marilu
--- Mas é a demora! - - relatou preocupada.
Lindalva
--- Olha bem se ele não se perdeu pelo caminho! Cidade apertada! - - falou a mulher
Marilu
--- Apertada? Ele conhece Paris de cabo a rabo. - - falou extada
Lindalva
--- Mas tem ladrões às pampas! - - disse a mulher
Marilu
--- Ladrões? Ai meu Deus! Ele não tem nem arma! - -
Lindalva sorriu.

domingo, 14 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 14 -

- LAGOA -
- 14 -
VISAGEM
Marilu dormiu um pouco tarde, depois da meia noite. De início, a conversa foi total. Logo após, Lauro se despediu dos demais. O Senador já adormecera após leve conversa e sua esposa ficou mais tempo até a despedia convenceu. No dia seguinte era então o dia seguinte. Marilu ficou sozinha a pensar na sua terra natal, na mãe, no mercado, o que estaria fazendo quem vivia só. Os bêbados. Os bêbados. Inúmeras pessoas que Marilu conhecia muito. Os pescadores, os sacrificantes de gado, de bodes, de porcos. Ela nem sabia por que lembrar dos porcos. O dia já começara na Cidade. Marilu ouvia o canto dos vendedores de jornais. Os carros que passavam constantemente de um lado para outro. Lâmpadas ainda acesas na manhã serena a chamar o dia para se viver constante. Os cafés. Ah, os cafés da manhã a se sentar num terraço qualquer. Marilu pesava em tudo isso quando, de repente, viu uma sombra de alguém a passar de um lado para outro do quarto. Marilu se levantou de repente.
Marilu
--- Quem está aí? - - perguntou assustada.
Com medo terrível ela se levantou e correu para o quarto ao lado onde dormia o jovem Lauro agarrando o homem pelo robe de seda e cetim sem poder nem gritar, apenas dizer em forma de desespero
Marilu
--- Acorda! Acorda! Acorda! - - sacudindo para um lado e para outro ela, de pé na cama
Lauro acordou assustado temendo um negócio ruim. E após alguns segundos o homem se levantou como desesperado.
Lauro
--- Que foi? - - perguntou assustado.
Marilu
--- Um homem! Um homem! Acorda! - - continuava a sacudir o rapaz, desesperada.
Com os olhos bem abertos e olhando para um lado e para outro, ao desespero, ela, com o seu traje de seda, saia alongada e o seu coração a saltar.
Lauro
--- Homem? Que homem? Onde? - - perguntou aflito
Marilu
--- No meu quarto. Eu vi. Eu vi. Acorda! - - chamou brava.
Lauro
--- Espere. Não é um criado? - - quis saber
Marilu
--- Que criado que nada! Era uma assombração! Me ajude! Venha! Venha! - - alarmada
Lauro
--- Venha para onde? Vou fazer o que? - - perguntou assustado.
Marilu
--- Sei lá! Venha para ver o que vi!!! - - angustiada
E então, Lauro se levantou e saiu até o quarto emendado com o outro e lá entrou a olhar para um lado e para outro. Depois de alguns instantes ouviu de Marilu o que ela informou. Não tinha nada do quarto.
Lauro
--- Não tem nada aqui. Só o armário! Ele veio de onde? - - quis saber
Marilu
--- Do mesmo local que o senhor está. E saiu de um lado para outro. Nem esperou chegar a parede e desapareceu. - - disse tremendo de medo
Lauro
--- Você estava dormindo? - - indagou
Marilu
--- Não. Eu estava acordada como estou agora! - - relatou
Lauro
--- É danado! Visagem em Paris? - - indagou com dúvidas.
Marilu
--- Tem visagem em todo canto! Aparecer para mim, isso que é danado! - - alarmada
Lauro
--- É melhor não dizer a ninguém. Deixe eu investigar. Talvez esse hotel tenha sido construído há muito tempo. Deixa eu ver. O dia já está claro. - -
Marilu
--- Eu não fico mais aqui! - - tremendo
Lauro
--- Espere! Espere! Tenha calma! É o melhor. Se quiser, eu troco de quarto! - - declarou
Marilu
--- Eu durmo aonde? - - quis saber
Lauro
--- No meu. Eu venho para cá. - - destacou
Marilu
--- Não é perigoso? - - perguntou alarmada.
Lauro trocou de roupa enquanto Marilu lhe virou as costas com respeito. Porém não saiu de dentro do quanto onde estava, pois era o seu próprio quarto. Logo após Lauro chegou e indagou se Marilu queria sair
Marilu
--- Tá louco? Fico nada! Não entro mais nesse cômodo! Vou dormir nem que seja em um banco de praça! - - tremeu.
Lauro
--- Tolice! Vamos! - -
Marilu
--- Para onde? - - perguntou ainda assustada.
Lauro
--- Para a sela de baixo. Eu vou indagar algo ao gerente. - -
Marilu
--- Assim? - - perguntou mostrando o chambre que vestia.
Lauro
--- Desculpe-me. Vista-se, por favor. - - disse homem a sorrir.
Lago após, já vestida, Marilu caminhou com o jovem Lauro ainda tremendo de medo. Eles tomaram o elevador e, na saída. Lauro quis saber do gerente algo sobre a construção do prédio, se era antiga e coisa assim. O gerente, bem formal lhe disse algo que ele não entendia ao certo.
Lauro
--- Não é por nada. Coisa simples. Essa moça foi tomada de susto algo que ela não entendeu ao certo. Eu busco saber se algo no edifício é negativo? - -
Gerente
--- Com certeza não houve nada de anormal. Eu estou aqui há 5 anos e nunca ouvi relato semelhante. - -
Lauro
--- Acredito. Um prédio velho sempre assombra quem vem pela vez primeira. –
Gerente
--- Velho? Esse prédio é novo! - - disse o gerente
Lauro
--- Desculpe-me! Eu não quis ser grosseiro. Mas a cidade toda sobre o diabo. Esse não escapou da tragédia. Velho é o modo de falar. Queira desculpar. Eu vou falar com o Senador para saber se ele vai querer ficar nesse hotel. - -
Gerente
--- Com licença. Diga-lhe que o prédio foi um Convento de Frades. - - 


sábado, 13 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 13 -

- METRO -
- 13 -
FRANÇA 

Marilu ainda declarou que a mulher despareceu no portão do cemitério por volta da meia noite. Ela estia branco, como sendo um vestido de noiva. A mulher, bem moça ainda, saiu correndo de uma rua transversal já na ladeira da avenida Rio Branco com destino ao Baldo, local onde a Usina da Força e Luz coletava dejetos da cidade.
Marilu
--- Era por volta da meia noite. A moça saiu correndo, provavelmente de uma festa de casamento. Era toda arrumada, como sendo uma noiva. Saíram, os dois, a moça e o rapaz, logo que a moça parou de correr. Ela não explicou porque estava correndo. E o rapaz também nada quis saber. Apenas acompanho a moça até o portão do Cemitério, quando a moça sumiu. Que horror! - - declarou estremecendo nos ombros.
Lauro
--- Eu sei de um caso ocorrido em uma praia de Natal. Um homem vinha em seu carro, à noite, quando uma mulher pediu parada. Ele brecou o carro e deu entrada a mulher. E assim seguiram os dois a conversar. Fizeram sexo no meio do caminho. A mulher pediu que ele parasse, depois de fazer sexo, onde o homem, um tanto exausto pela mania de fazer sexo, parou em frente ao portão de um Cemitério. A mulher, bem nova, desceu do carro e foi direto para o interior do Campo Santo e, então, desapareceu de vez. - -
Marilu
--- Tem muitos casos desse modo. O da mulher correndo, à noite, na estrada, pedindo socorro para um homem que viajava eu seu caminhão. O homem parou e pergunto a ela o que tinha havido e ela disse que o marido tinha caído em um barranco existente naquele ponto. O homem desceu do caminhão e foi socorrer a vítima, porém nada achou. Alarmado, o motorista pegou o caminhão e saiu em debandada. Ele soube, despois que essa visagem aparecia sempre naquele local. - - relatou com temor.
O piloto do BOEING falou pelo sistema de autofalantes que o aparelho já estava em território francês e, dentro de alguns instantes, os passageiros desembarcariam o aeroporto da França. Pediu ainda o piloto a compreensão para que todos pusessem os seus cintos de segurança. Com poucos minutos o aparelho pousou e os passageiros fizeram fila para descer. Houve um tempo para que todos os passageiros mostrassem seus documentos, inclusive Marilu, que usava o seu passaporte pela primeira vez como senhorita com idade completa de 18 anos, e sua identidade igualmente conferida. O Senador pediu ao serviço urgência no serviço uma vez que estava em Paris a convite do Governo.
O serviço tinha um serviço especial para os convidados, iguais ao Senador, oferecendo ao passageiro um Transporte Privado. Todos os veículos são climatizados, licenciados e operados por fornecedores locais de alta qualidade. Os viajantes seguiram o senador, sua esposa, o jovem Lauro e também a senhorita Marilu. De imediato, o senador tomou assento no carro especial dirigido por um condutor, seguindo direto para o hotel de primeira classe. Marilu tremia de contentamento em estar em Paris, a Cidade Luz e do Amor.
Marilu
---Gente! Eu nem posso imaginar. Sair de Natal para uma Cidade romântica? - - delirou.
Lauro
--- Essa é a Cidade Luz, querida! - - respondeu com afeto.
Lindalva
--- Os restaurantes, os pontos turísticos e até as vielas das ruas, com seus bares, e mesas para jantar à luz de vela, tudo isso é amor.
Lauro
--- Na cidade existe uma ponte chamada Ponte do Amor, sobre o rio Sena. - - falou como conhecedor de tudo aquilo.
Lindalva
--- Os casais apaixonados aproveitam para namorar. - - declarou sorrindo
Lauro
--- AH. No seu tempo, em mãe? - - falou sorrindo
Lindalva
--- No meu tempo? No interior só tinha penico. - - gargalhou
Motorista
--- Por aqui, vocês podem ver a Torre Eiffel. - - argumentou
Marilu
--- Onde? - - inquietou-se a jovem moça.
Lauro
--- Ali perto. Veja. Maravilha! - - apontou o rapaz
Marilu
--- Mesmo. Pode-se ver de qualquer ponto de Paris? - - indagou
Motorista
--- Sim. É possível. Nosso itinerário leva até perto da Torro. - -
E o taxi volteou para ou lado oposto até chegar próximo a Torre. O motorista mostrou a Torre Eiffel em todas as posições com o motorista dizendo que naquela Torre podia-se fazer refeições de dia e de noite
Motorista
--- A Torre é vista a partir do Trocadero. - -
Marilu
--- Trocadero? O que é isso? - -
Motorista
--- É uma praça. Ele garante uma vista realmente diferenciada. Pode-se ver milhões de turistas e vendedores ambulantes. No local você pode adquirir até mesmo um chaveiro. A vista é linda e vale a pena. - -
Lauro
--- A Praça do Trocadero está localizada no topo da colina de Chaillot. Ela faz parte do Palácio de Chaillot que abriga diversos museus e jardins. - -
Senador
--- Pouca gente sabe. Mas no subsolo do Trocadero se encontra o maior aquário da França e da Europa, o Ocean Entertainment Center. - - falou com brio
E o carro rodou por diversos cantos e por todos eles se vislumbrava a Terre Eiffel. Subir pela Torre Eiffel demanda paciência e tempo. Quem sobe a pé demora mais tempo de quem vai de elevador. Essa Torre foi projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel em 1889. É uma Torre treliça de ferro localizada no Campo de Marte que se tornou um ícone mundial da França. 
E os passageiros volteavam Paris, passando pelo magnifico Arco do Triunfo, tradição aos olhos de franceses e turistas, os tradicionais cafés dos becos, os namorados das esquinas a conversar com os amantes assuntos banais, viagens de quem chegam de outras cidades, a marca do Citroen, o carro famoso de todos os tempos da França. Os cartazes de cinema pregados nas paredes, o Quarteie Latins habitada principalmente pelas mentes estudantis, um par de moças a tirar fotos, um homem lendo um jornal da tarde. Tudo isso e mais um pouco.
Senador
--- Chegamos. Desse todo mundo. - - falou sorrindo
Lindalva
--- Mas já? - - quis saber a mulher, sorrindo
Lauro
--- Gostaria de conhecer toda Paris? - - sorriu o filho
Marilu
--- Está chovendo, agora. - - desceu do carro e correu para a entrada do hotel
A moça ainda vislumbrou o hotel e viu um homem de meia idade e uma moça a conversar com assuntos pueris.
UM jovem mancebo chegou com presa a recolher a bagagem do Senado. Esse já estava fazendo sua ficha no balcão do hotel.
Senador
--- Quatro. Eu, minha esposa e esses dois que ficam em apartamentos diferentes. São meu filho e uma jornalista.
Com certo tempo os hóspedes já estavam ajeitados. Lauro ficou em um apartamento e a jornalista em outro. Mas, conjugados. A chuva continuava insistente. Marilu achou de trancar as janelas que davam para a rua.