- SANTOS -
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CONVENTO
Lauro subiu a
estrada que leva o Convento dos Capuchinhos. Logo, na entrada, após o portão de
ferro que separa do mundo externo, tinha uma imagem Cristo sendo abraçado pelo
Frade São Francisco. Lauro já pode observar antes da entrada. O portão de ferro
tinha uma pequena janela da Sala do Capitulo no Convento de Cristo. O nome em
si denotava uma irmandade franciscana devota em Jesus Cristo, com certeza. Para
ser atendido, Lauro tocou na sineta e ficou a esperar. Com poucos minutos, um
frade, ao que parecia ser, abriu a portinhola e perguntou quem era o jovem moço
e o que buscava.
Lauro
--- Eu sou
Lauro, do Brasil, e pretendia falar com o Prior, se possível. - - declarou
Frade
--- Um
instante. - - falou o Frade
E o Frade
fechou a portinhola e logo desceu – ou subiu – para dentro do Convento
desaparecendo por completo. Após um esperado tempo surgiu outro Frade abrindo a
portinhola. Fez questão em saber o que o rapaz desejava.
Lauro
--- É uma
questão sobre a história desse Convento. Sua idade, por exemplo, e outras
informações, por favor. - - discorreu
Frade-2
--- Um
momento, por favor. - - fechou a portinhola e sumiu.
Passaram-se um
tempo imenso para o Frade aparecer, de novo. Os calos do pobre homem já
esquentava por demais até o ponto do religioso poder entrar. Lauro conheceu o
Prior e o cumprimentou com religiosidade dizendo que estava ali a conhecer o
Convento, apesar de ter morado em Paris há cinco anos. Agora, estava no pais
participando de o Congresso de Jornalismo e ficou hospedado em um Hotel próximo
do Convento. Por acaso, ele ouviu falar que aquele Hotel tinha sido. Em tempos
remotos, um Convento dos Capuchinhos. E que esse Convento seria o mesmo que
agora o visitava, pois demoliram, por completo, o primeiro e ele não sabia a
causa.
Prior
--- Já faz
muito tempo. Quem pode se lembrar já está morto. Mesmo assim, há relatos de um
forte terremoto em Paris. E, com isso foi demolido o Convento. Mas, são
histórias, provavelmente mal contadas. Eu mesmo já procurei saber o que de fato
ocorreu e nada apurei. Sei bem que esse Convento foi onde hoje é um Hotel em
que o senhor se acomoda. Provavelmente ele foi vendido a outros proprietários quando
já a Igreja construiu esse novo Mosteiro. Provavelmente. - - relatou
Lauro
--- É verdade.
Aqui é muito mais amplo. O terreno do Hotel é bem menor, confesso. Mas, como o
desaparecimento do Convento os senhores trouxeram tudo? - -
Prior
--- Creio que
sim. A não ser uma imagem de Cristo sendo sepultado. - -
Lauro
--- E por que
se deixou essa imagem ao abandono? - - curioso
Prior
--- Não sei
dizer. A Igreja tem muitas preciosidades pelo país e pelo mundo. Essa imagem é
uma delas. Nunca se fez questão em traze-la, é verdade. - -
Lauro
--- Muito bem.
Eu agradeço ao senhor. Espero que não ocorra com as relíquias. - -
Agradeceu e se
despediu, saindo enfim.
Pelo tempo da
França, já eram mais de meio dia. Com pressa, Lauro chegou ao Hotel e foi de
imediato ao restaurante onde estavam Marilu, sua mãe e o Senador, seu pai a
almoçar como de costume. Marilu ficou surpresa com a chegada de Lauro àquela
hora tardia da manhã. E logo quis saber.
Marilu
--- Onde
andavas? Que horas! - - quis saber
Lauro
--- No Museu
de História colhendo informações. - - disse.
Marilu
--- Ave Maria!
Onde fica? - -
Lauro
--- No centro
de Paris. - -
Marilu
--- Eu estava
morrendo de cuidado. - - surpresa
Lauro
--- Não morra.
Pelo menos, agora. - - sorriu
Lindalva
--- O que tu
buscavas? - - indagou
Lauro
--- Onde
ficava esse hotel. - - sorriu
Lindalva
--- Era só
perguntar ao gerente. - -
Lauro
--- Em sei.
Beco das Barrelas. - - sorriu
Lindalva
--- Nunca eu
soube esse nome! - - e virou a cara.
Senador
--- Tem no
guia da passagem. - - falou sem graça
Marilu
--- Barrelas?
Que nome! - - disse espantada
Lauro
--- Por que?
Não tem beco da Lama? Aqui tem beco das Barrelas. Caldo tirado da espécie de
vegetais. Quando se engoma, usa-se essa espécie de caldo. Isso é o que é
Barrelas. - - sorriu
Marilu
--- Nunca ouvi
falar nisso!! - - e deu um “tuc”.
Lauro
--- A
propósito! Onde você viu a imagem do Cristo? - - quis saber
Marilu
--- Lá em
baixo, numa gruta. Você indo ao balcão, é só olhar para à esquerda. - - disse.
Lauro
--- Depois,
vou lá. Eu já ouvi dizer que era uma imagem antiga. - -
Marilu
--- Que você
vai fazer? - - preocupada.
Lauro
--- Olhar
apenas. Ver de perto. - - alertou
Marilu
--- Eu posso
ir? - - quis saber
Lauro
--- Pode. Ele
não está exposto? Então, pode. - -
Marilu
--- Não. Depois
eu vejo. - -
Lauro
--- Está bem.
Depois você vai olhar. - -
Senador
--- Jesus, tem
em todo canto.
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