- JARDIM BOTÂNICO
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PASSEIOS
No dia
seguinte, após longa conversa com o Senador que foi pela madrugada a dentro,
Lauro falou a sua mãe já de tarde, que ele estava pronto para fazer uma viagem
pelo Rio de Janeiro e se ela quisesse, podia ir em companhia de Marilu uma vez
que ela seria uma mulher a mais e podia mostrar os locais aprazíveis onde o
Mundo gostava de ir para melhor conhecer, como o Bonde do Pão de Açúcar, a
Urca, e mesmo Copacabana. Seria uma viagem de passeio. A mãe de Lauro atendeu o
pedido e deu permissão a esse intentou, sem que Lauro era quem fazia a viagem.
Eles passaram por vários cantos, a começar por Copacabana e suas belezas
naturais. Aquela era uma praia, como as demais praias existentes do Brasil,
inclusive Natal. Notadamente não havia nada de encantamento para Marilu. Copacabana
em simplesmente uma praia.
Marilu
--- Blocos de
Copacabana faz da praia alto mais bonito. Mas o lixo da cidade enfeia por
demais o local. Não se pode nem pescar. - -
Lindalva
---
Certamente. Aqui não existe peixe. Os turistas nem imaginam isso. Pescaria só
da Pedra da Morte, logo adiante.
Lauro
--- Pescaria
só na Pedra da praia do Peró, em Cabo Frio. Ali se pega tainha com anzol.
Marilu
--- Em Natal,
se fisga peixe na praia do Forte. E se pega peixe de arrastão. Para quem pesca,
é uma maravilha. Os pescadores vivem daquilo por um gole de cachaça. Não estou
mentindo. É a pura verdade. Outro local é a praia do Pinto. Em fiz matéria
sobre esse arrastão. E as jangadas também. Foi antes de viajar para o Rio. –
Lauro
--- Eu li a
matéria. Muito boa. Você é incrível. - - declarou
Marilu
--- Seu
Manoel, foi ele quem desperto a mim a ideia. No mesmo dia caiu um avião na
praia. - -
Lindalva
--- Um avião?
- -
Marilu
--- Um
teco-teco. Ele sumiu por completo. Ainda se busca os corpos dos dois pilotos. –
Lauro
--- Era Heitor
e Gabriel, os dois pilotos. Eles faziam voo para a praia da Redinha onde tem um
campo de pouso. - - explicou.
Lindalva
--- Eu os
conhecia? - -
Lauro
--- Heitor era
filho de dona Dagmar. Conhecia? - - quis saber
Lindalva
--- Dagmar.
Dagmar. Se for uma idosa casada com Plinio. Eu sei quem é. –
Lauro
--- É ela,
sim. Dagmar Fontes casada com Plinio Fontes. Ele tem uma firma da Ribeira.
O passeio
continuou. Lauro foi até o Jardim Botânico fundado em junho de 1808 fundado
pelo príncipe português, Dom João, nesses dias, um dos mais importantes
institutos de pesquisa mundiais. O Príncipe plantou nesse local a alameda das
Palmeiras Imperiais, maravilha transcendental. São árvores imponentes e imensas
com mais de 200 anos. O Chafariz das Musas, fabricado na Inglaterra e ponto
central no encontro das aleias. As Vitorias Régia, a Fonte Wallace com água
potável de vários pontos do parque, a Flor de Cera, trepadeira do tipo cipó,
original da China, Bromélias nativas da América do Sul, Jacarandá Mimoso e
muitas outras belezas até mesmo imaginarias. O Jardim Botânico é uma viagem ao
palácio dos Deuses.
Marilu
--- Um
verdadeiro encantamento. Passam-se dias visitando esse Jardim. - - com magia
Lauro
--- Esse
Jardim é um dos principais pontos turísticos do Rio. Dom João VI quis fazer
daquelas terras um local para tentar sementes e mudas orientais ao nosso clima.
- -
À noite, todos
em casa, conversavam bastante com a moça relembrando o passeio ao Jardim
Botânico o que se encheu de ânsia. Algo maravilhoso, por assim dizer. Com isso
ela sonharia depois. Lauro falou, então que ela devia assistiu um espetáculo
teatral no Municipal.
Lauro
--- Tem um
espetáculo com Tatiana Lescova interpretando Joanna d’Arc, produção francesa. É uma atriz excelente. Ela
pertence ao Grupo da Comédie Française. É um espetáculo muito bom. Eu já vi na
França. - -
Marilu
--- Não
entendo nada de Teatro. Aliás, eu nunca fui a um Teatro. Só tenho negócio com
tapiocas e pamonhas. - - gargalhou
Lauro
--- Mas você
está em outro mundo agora. Seus costumes agora são outros. - - relatou
Senador
--- É verdade,
menina. Aliás. Porque você nunca foi ao Teatro? - -
Marilu
--- Porque
nunca tive incentivo para tal. Sabe o que fazedora de pamonha? Pois sou eu!
-
Senador
--- É verdade.
Nós temos um dos melhores Teatros do Mundo, e não se carrega a gente miúdo. - -
Lindalva
--- E nem
graúda. O Teatro vive lá as traças. Nem se fala nele. - - falou brava
Lauro
--- O negócio
é dinheiro. Não se tem recurso. No muito o que se faz é ir ao Recife. É muito
cara a despesa de um grupo. –
Marilu
--- Eu conheço
um senhor que ele faz Teatro. Sempre, ele passa na banca da minha mãe
distribuindo bilhetes para se ir ao espetado no Teatro. É de graça, diz ele. E
depois sai de banca em banca-. -
explicou
Lindalva
--- Que é esse
louco? - - indagou
Marilu
--- Não sei o
seu nome. - -
Senador
--- Só maluco
mesmo. - - gargalhou
Lauro
--- Mas tem
um, deixa eu me lembrar. Ele faz espetáculo para adultos do Teatro. - -
Senador
--- Um velho,
baixo e gordo? - - indagou o senador
Lauro
--- Parece
que. Um gordinho. É esse. –
Marilu
--- Mas é de
graça, a entrada? - -
Lauro
--- Eu acho
que não. Esse é pago. - -
Lindalva
--- Ninguém
não faz nada de graça. –
Marilu
--- Duvido!
Esse da banca, diz que não se paga nada. –
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