quarta-feira, 3 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 03 -

- O ESTADO -
- 03 -
JORNALISTA -

Marilu estava despachando para o senhor Lauro e conversou um porco mais sobre os estudos e a sua vocação de ser uma jornalista, apesar da dificuldade em encontrar um centro de ensino à época. O melhor a encontrar era professora. E isso não satisfazia o seu intento.
Marilu
--- Está vendo que eu vou ensinar bordado? - - relatou abusada
Lauro
--- Eu trabalho no Palácio do Governo e tenho outro serviço. Eu, à noite, assumo um jornal. É um tanto difícil. Não tenho carteira de trabalho como jornalista. Só posso me apresentar como um simples filósofo. - - relatou
Marilu
--- Filósofo? Onde eu vou encontra tal profissão? - - quis saber
Lauro
--- Eu estudei na França. Tive facilidade de ir para França e fiz meus estudos por lá.  - - 
Marilu
--- Quem me dera poder ir à França. - - entristecida.
Lauro
--- Eu te ensino os primeiros passos. Você vá ao Palácio e me procure. Vá mesmo. É logo ali. - -
Marilu
---Onde você trabalha? - - curiosa
Lauro
--- Sim. Eu trabalho no Palácio do Governo, pela manhã. - -
Marilu
--- E sua esposa? - - indagou
Lauro
--- Eu não sou casado. Eu moro nessa mesma rua. Eu e a minha irmã. Ela é casada. - -
E mostrou a rua onde ele morava ao lado de um prédio onde funcionada uma Escola de Comercio.
Marilu
--- Quando eu posso ir ao Palácio? - - curiosa.
Lauro
--- Hoje mesmo. Eu vou está por lá às 8 horas. Chegando, você pode entrar. Tem uma porta e uma secretária. É só entrar. - -
Marilu
--- Fala sério? Eu estarei lá daqui há pouco! - - sorriu com graça
E assim falou Marilu. Lauro desejou bom dia, saiu do café desejando felicidade. Disse mais que o perfume emanado da moça era estonteante. Qualquer dia ele compraria um perfume daqueles para também poder usá-lo. Dizendo isso, logo saiu. A moça observou por onde Lauro seguia até dobrar em uma esquina. Em seguida, Marilu continuou despachando aos frequentadores até chegar ao fim. O homem que vendia carne verde fazia, com alegria, o seu anúncio do melhor produto, batendo com o facão em cima das mantas. Uma mulher de meia idade pegou uma manta e cheirou para ter certeza que era carne do dia. Um carregador passou as presas com o seu cesto as costas. Homem chegavam e passavam para um lado e para outro. A mulher da tapioca apenas vendia o seu produto. Uma algazarra total no meio da casa grande. O Mercado Público da Cidade.
Após as 8 horas, Marilu chegou ao Palácio. Indagou a um policial qual seria a sala do doutor Lauro, e de imediato teve a resposta.
Militar
--- Essa porta em frente! - - e apontou para a sala
Marilu agradeceu e foi devagar, como quem cuida em derrapar na sala, até chegar a sala indicada. Olhou em volta e abriu a porta. Uma secretaria estava presente batendo maquina alguns papeis. Marilu, suavemente falou à moça querer falar com o chefe. A secretaria observou o traje limpo. A cintura bem marcada e os sapatos de salto alto além das luvas e demais acessórios luxuosos. O perfume francês ambientou todo o local. Uma silhueta extremamente feminina. A secretária sentiu-se diminuída por instantes. Mesmo assim perguntou.
Secretária
--- Qual assunto a tratar? - - voz serena
Marilu
--- É com ele mesmo. - - relatou
Secretária
--- Sente-se, por favor. Ele está ocupado no instante. - -
Marilu
--- Eu espero. Não tem pressa! - -
Nesse instante abriu uma porta e o cavalheiro Lauro pôs a cabeça de fora de onde ele estava e logo avistou a moça Marilu. Sorrindo, ele, com espanto, logo pediu a moça que podia entrar no seu gabinete.
Lauro
--- Entre, entre. Ora como está a senhorita? Faz favor. – - e abriu ainda mais a porta para dar passagem a Marilu
Com todo o seu requinte, Marilu segui para o interior do escritório sem prestar mais atenção à secretária que, a seu modo, fez um tique com seus ombros como quem diz uma frase de desprezo. O ambiente, no interior, era bem sofisticado. Duas máquinas de escrever de marca Royal, sendo que uma estava ao lado ambientada num solitário com papeis embaixo da bancada. Marilu verificou de perto e tocou em uma das teclas.
Marilu
--- Eu aprendi em uma dessas. - - sorriu
Lauro
--- Você sabe bater máquina? - - curioso
Marilu
--- Fiz o curso. E um norte-americano me deu uma de presente. A sua mulher estudava comigo da avenida Rio Branco, em uma escola da Professora Alice. Perto daqui. Aliás, ele foi deixar a máquina em minha casa em troca de uma cesta de cajus. - - gargalhou
Lauro
--- Talvez eu a conheça. Uma professora de seus 30 anos, alva, um pouco baixa. Se for esse, eu a conheço.
Marilu
--- Sim. É ela. Alice. - - sorriu
Lauro
--- Bem. Já estamos conversados. Por favor, eu queria ir com você ao escritório da Ribeira, onde em trabalho o restante do dia. É no Jornal O Estado. Não sei se você conhece. - -
Marilu
--- Eu o conheço, sim. Um volumoso jornal. - - calou.
Lauro
--- Pois bem. Vamos lá? - - perguntou.
Marilu
--- Agora? - - surpresa.
Lauro
--- Para conhecer o jornal. Você não quer ser jornalista? Então vamos dar os primeiros passos. - -  sorriu
Marilu
--- Não creio que seja verdade. - - corada.
Lauro
--- Ora. Tudo tem o seu primeiro passo. E agora é nossa vez. - -

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