domingo, 30 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - - 16 - -



MISTÉRIO
Em um domingo pela manhã, saiu de casa a senhora Racilva acompanhada do seu filho, Junior, e da amiga Kátia. Racilva tomou a benção aos seus pais e caminhou sem pressa em direção a um ponto da praia, bem distante de onde morava. Pelo horário ainda era cedo. Poucas pessoas na rua. Gente vinda da Igreja ou do mercado público, mercearias e até do posto de leite. Um vento frio sobrava constante, um garoto estava por perto oferecendo jornais do dia. Um cão passou depressa mesmo sem latir. Essa era a vida que se vivia em pura cidade, capital de um estado. Um ônibus vinha a transitar e a mulher pediu parada ao motorista.
Racilva
--- Vamos pegar esse carro! Depressa! - - chamou a amiga Kátia e puxou o seu filho pelo braço.
O ônibus seguiu caminho em direção da praia muito lá em baixo. Pessoas saiam da Igreja da Maternidade, algumas com véus em sua cabeça. Por acaso, alguém notava as mulheres idosas balbuciando algo que não se ouvia por acaso. Um carro desceu a ladeira da rua Nilo Peçanha e seguiu seu caminho.
Kátia
--- Um carro fúnebre!!! - - falou a moça se estremecendo toda.
Racilva
--- Com certeza ali vai um morto, provavelmente. Isso me lembra a morte de Jesus. Morto e crucificado. Algumas pessoas comentam que Jesus foi regatado da Cruz e escapou. Daí então levou uma existência secreta do sul da França e na Inglaterra. Outras ficaram convencidas que Jesus foi para a Índia e Cachemira onde viveu até aos 80 anos de idade. Hoje, com a ajuda de importantes historiadores e teólogos se examina essas teorias.
Kátia
--- É bem provável ser essa a verdade! - - falou tranquila
Racilva
--- Tem um, porém: para entender com Jesus depois da crucificação é preciso examinar fatos da vida dele. Mas, o que é um fato histórico? Qual é a prova? Quase tudo o que sabemos de Jesus vem dos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Mas, Mateus e João foram os únicos evangelistas que integravam o grupo dos doze discípulos, ou seja, os únicos que poderiam estar presentes aos eventos que descreveram. –
Kátia
--- É verdade! Os demais sumiram! - -
Nesse instante, o transporte coletivo chegou ao seu final pela avenida Getúlio Vargas notando-se a praia do Meio e os seus banhistas. As amigas desceram do ônibus junto com outras pessoas e mergulharam na descida da balaustrada para alcançar a casa de uma amiga moradora da praia. O vento frio soprava do baixio dos arrecifes do mar como se desse as boas vindas aos visitantes chegados da aldeia da cidade. Àquela hora da manhã, nada havia a temer de carro ou a pé. As belas moças que também desciam até juntarem-se a soberba praia sorriam a seu bel prazer das conversas animadas contadas e inventadas de casos amorosos ditos por alguém certa feita. Já em baixo, na residência de morada, perto do mar, chegou Racilva, o seu filho Junior, e a sua amiga Kátia a bater na porta da moradia de dona Thelma. Carros passavam às pressas entre pescadores, vendedores de peixe frito, transeuntes e bebedores de cachaça a cambalear para um lado e outro. Coisas comuns da vida da praia. Thelma chegou às pressas, muito alegre a cumprimentar a amiga de velhos tempos.
Thelma
--- Ora viva!!! Voce aqui? Vamos entrar. Cheguem! Peguem a cadeira. Puxe. Novidades? - -
Racilva cumprimento a amiga, apresentou Kátia e logo após procurou sentar puxando cadeiras para si e para Katia deixando o menino a solta. As conversas fluíram. Coisas amenas. Tecendo famílias e casos comuns de todo o sempre. Dia de domingo, gente, praia, olhares distantes, gente a passar, novidades, novidades, novidades.
Thelma
--- Conte-me. Com está a família? Sua mãe? - -apressada
Racilva
--- Normal. Aqui está uma amiga: Kátia. Ela, de vez em quando vem à praia. Hoje, comigo; - - sorriu
Thelma
--- Satisfação. - - disse a mulher
Kátia
--- Obrigada. Igualmente. Mora aqui? - - indagou
Thelma
--- Sim. Moramos. Eu, o marido e filhas. E você? - - sorriu
Kátia
---- Cidade. Próximo a Racilva. Quer dizer. Mais perto. Nem muito perto. Também nem muito longe. Mas, é na cidade. - - concluiu
Thelma
--- Ah, bom. Nós já moramos lá. Ultimamente, aqui. É a vida. - - sorriu e calou.
Racilva
--- Você não pára. É aqui e lá. - - sorriu
Thelma
--- O marido. Ele gosta mais da praia. Essa casa é nossa. A da cidade está alugada. É o vício do homem. - -
Racilva
--- Sei bem. O velho empacou naquela casa. Parece. - - sorriu
A conversa prolongou minutos a fio, horas sem fim com mulheres e homens a passar de um canto a outro daquela imensa praia. Tal fato nem sequer pode ser visto de dois meninos a correr em busca de algo desconhecido, perdido no além. Junior e um seu amigo de ultima hora queriam ver de perto algo que não sabiam ao certo. Era provável ser um monstro, talvez uma baleia ou uma caravela. Seguindo os indecifráveis passos, os garotos toparam com um padre, homem corpulento e carrancudo de meter medo nos olhos de alguém. Um deles, escapou. O de maior idade para os pequenos e ilustres ninguém. Junior ficou preso nas garras do velho padre. E por força das garras do austero padre nada pode fazer. Apenas se recolher ao solo.
Padre
--- Para onde vai assim? - - indagou com sua voz grossa o padre.
Junior nada podia fazer diante daquelas garras monstruosas a lhe prender de vez. Quis apenas chorar por ter tamanhas unhas a lhe sufocar por certo. No instante sem poder desgarrar, Junior apenas balbuciou.
Junior
--- Um monstro alí! Um monstro! Um monstro! - - falou surpreso
Padre
--- Monstro? É uma caravela! Onde tu moras? – perguntou.
Junior
--- Ali! Ali. O´! - - apontou a casa ao lado.
Padre
--- Ah, bom. Vamos para casa! Esse monstro é uma caravela. Não tem nada de monstro!
E arrastou o garoto até a dita casa, sempre preso pelo braço para não o deixar se largar. O menino, já então chorava ao ver as garras de sua mãe só a pensar, ao prendê-lo, por certo quando chegasse a casa onde estava a residir por pouco tempo do dia. Ao chegar a residência, o padre bateu palmas e logo apareceu a dona Thelma de forma curiosa.
Thelma
--- Padre? O senhor? E esse menino? É o meu? Não! De Racilva! - - alarmada
Racilva
--- Quem? O meu filho? - - correu para fora da casa.
Padre
--- É aqui mesmo? Ele estava na calçada com outro garoto, em busca de uma caravela do mar. - - adiantou sorrindo
Racilva
--- Caravela? Ô pestinha! Não se pode perder um minuto que o menino sai. Já pra dentro! - - gritou com o pequeno meio brava.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - - 15 - -



A CRIATURA
Jesus disse como superou a morte. A investigação desencadeou algo com a fé cristã. O que ela revelará pode impactar a fé de milhões de pessoas. Principalmente sobre os quarenta dias perdidos do Cristo. O novo Testamento da Bíblia, a fundação do cristianismo e seus vinte e sete livros culminam em dois eventos milagrosos no centro da fé cristã: a ressureição e a ascensão de Jesus Cristo. No Novo Testamento os quarenta dias perdidos começam com uma mulher, a primeira pessoa a encontrar Jesus Cristo ressuscitado.
Kátia
--- Por que uma mulher? - - indagou pensativa
Racilva
--- Isso é bem incomum. No tempo de Jesus as mulheres não podiam nem testemunhar num Tribunal. Não eram aceitas como testemunhas. Então você nunca as escolheria se estivesse planejando ter uma testemunha de um evento. A Bíblia identifica essa primeira testemunha como Maria Madalena, uma mulher de passado questionado. Maria Madalena é uma dessas mulheres míticas. Ela foi usada como uma tela na qual foram projetadas fantasias imensas durante dois mil anos. Ela é mais lembrada na imaginação cristã como “a prostituta arrependida”. Ela é a associada ao pecado sexual e a prostituição. Na língua inglesa, Madalena é sinônimo de “prostituição”. - - disse a mulher.
Kátia
--- Credo!!! – com assombro.
Racilva
--- E, claro, na lenda moderna Maria Madalena se torna amante e esposa de Jesus tendo um filho dele. Madalena é uma figura estranha, de certa forma, porque, tradicionalmente, as pessoas diziam que ela era uma prostituta. Mas, mesmo assim Jesus a escolheu. Por que Jesus faria isso? O conteúdo de um texto antigo descoberto no Egito no final do século XIX oferece uma nova perspectiva que ainda não obteve aceitação universal: o Evangelho de Maria Madalena. O retrato de Madalena distribui a mulher como líder da Igreja, íntima de Jesus e uma pessoa que tem uma sabedoria que está disponível para mais ninguém. –
Kátia
--- Eu seu que um discipulo disse que Jesus a amou a qualquer outra pessoa. - - dialogou.
Racilva
--- Pois sim. Uma vez foi o que Madalena desse a Pedro que faria uma declaração que Jesus fez a ela e não contou a mais ninguém. Pedro fica muito irritado e foi por isso que ela não está no Novo Testamento. A maior importância de Maria Madalena no Novo Testamento é que ela vem com Jesus da Galileia até Jerusalém no final de sua vida. E ela observa a crucificação. Ela é quem vai a tumba no terceiro dia e a encontra vazia. Ela percebe que Jesus não está no tumulo. Então, ela corre de volta contar aos discípulos que a tumba estava aberta. –
Kátia
--- Céus! E agora? - - alarmada.
Racilva
--- Isso, todo mundo já leu! O papel nesse drama é o de mensageira. Ela conta aos outros que a princípio não acreditam nela. Para os apóstolos traumatizados que estão escondidos das autoridades que crucificaram Jesus, a notícia é aterrorizante. Não há duvidas de que os apóstolos, como seguidores de Jesus. Estavam morrendo de medo. A terra onde Jesus nasceu e caminhou era árida e seca. Havia tempo em que chovia. A terra melhorava. Muitas coisas mudaram desde o dia que Jesus nasceu e cresceu. Mas nessa terra ainda podemos sentir a sua presença. Podemos conhecer o eco que Ele conheceu. - - relatou sombria
Kátia
--- Mas, não mudou tanto assim? - - quis saber.
Racilva
--- Com exceção dos seus últimos dias, Jesus passou a sua vida nas cidades e vilarejo do interior, em meio aos camponeses. Ele era um judeu e vivia como judeu. Jesus teve uma vida breve de pouco mais de trinta anos. Mas foi uma vida tão plena de sentido que até hoje ela é a referência pela qual medimos o próprio tempo. Sua vida tem sido fonte de inspiração para escultores, artistas e cineastas de todas as épocas e todas as partes do mundo. Ele foi um revolucionário judeu. Seu nome era Jesus. Mas era chamado por outros nomes. Rabi, por exemplo, ou Emanuel. Os cristãos acreditam que Jesus foi crucificado, morto, e que ao terceiro dia subiu ao Céu. –
Kátia
--- Mas dizem alguns que Ele não subiu! - -
Racilva
--- Então. Mas durante dois mil anos havia quem duvidasse dessa história bíblica. Alguns, morreram por expressar essas dúvidas. De Jerusalém às aldeias do sul da França. Da vastidão da distante Caxemira. Às exóticas Filipinas eu vou tentar solucionar esse mistério de dois mil anos de idade. Farei uma jornada levada pela pergunta: Jesus, realmente, morreu na Cruz? O Corpo de Cristo!
Kátia
--- Continue. –
Racilva
--- A saga do cristianismo registra não apenas o mais famoso nome de Cristo, mas também o acontecimento mais notável da história: a crucificação. Para alguns, o fato de que Jesus foi crucificado, morreu e ressuscitou pode ser uma verdade literal. Mas ao longo da história, sempre existiram os que fizeram perguntas embaraçosas, às vezes mesmo sendo cristãos. Só que um homem morreria depois de ser crucificado? –
Kátia
--- O que realmente aconteceu no sepulcro? –
Racilva
--- Bem. O que realmente aconteceu no sepulcro? Esse Jesus não subiu ao Céu, para onde ele foi? Para muitos cristãos essas perguntas podem minar os próprios alicerces da cristandade, além de ser extremamente controversos. O ponto mais crítico da história, aquele que todos os cristãos devem acreditar é a ideia de que Jesus se ergueu entre os mortos: a ressureição. A ressureição, na verdade, é a história básica no coração da cristandade, sem a qual não haveria o movimento. Agora, continuando tem uma declaração de que Jesus foi resgatado da Cruz e escapou. Ele e seus discipulo, incluindo Maria Madalena, seguiram para o sul da França. Há quem diga que Jesus sobreviveu e escapou para os reinos montanhosos da Cachemira onde viveu até os 80 anos de idade.
Kátia
--- Isso é possível. É mais possível do que subir ao Céu. - -
Racilva
---Pois sim. Para entender o que aconteceu com Jesus depois da crucificação é preciso primeiro examinar fatos da vida Dele. Porém. Mas o que sabemos de Jesus vem dos quatro evangelhos. No entanto, Mateus e João foram os únicos evangelistas que integravam o grupo dos doze discípulos. Os únicos que estavam presentes ao fato que descreveram. E esses evangelhos foram escritos entre 40 e 100 anos após a crucificação. Porém, ainda hoje, estudiosos não tem certeza quem os escreveu. Independentemente de quem escreveu os quatro evangelhos, a descrição da morte de Jesus está em todos eles.
Kátia
--- Também não existe outra versão? -
Racilva
--- Entre os judeus, não. E nem por povos distantes. Todos os anos, na pascoa, os cristãos das Filipinas reencenam a crucificam de Jesus. Os crucificados são voluntários. Agem desta forma porque creditam que isso irá ajuda-los a purgar seus pecados. Mesmo assim, outros acreditam que isso é uma lembrança o que aconteceu com Jesus. A crucificação era a pena mais cruel que os romanos podiam impor. E era aplicado somente em escravos ou nos casos de traição. Outro crime, havia estrangulamento. Um caso: os condenados a morte na Cruz, vem a morrer por sufocação. O peso do corpo, sem apoio, o condenado morre. Nas Filipinas, os condenados são retirados com uma hora. –
Kátia
--- O Diabo é que, quer! - - relatou a moça com brutal medo
Racilva
--- A morte por crucificação demora vários dias; A única forma de acelerar a morte, era quebrar as penas, impossibilitando de imediato que elas se tornassem uma maneira de aguentar o peso do condenado. Mas Jesus teria morrido após três horas. Há quem registre que o evangelho de Lucas registra a crucificação mais rápida. E Pilatos ficou cismado de que Jesus morresse tao depressa.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - - 14 - -



JESUS
Em um outro dia qualquer de uma semana depois Racilva foi até a Ribeira a procura de uma máquina de escrever não tanto nova em companhia de sua amiga Kátia Sobreira. A amizade era bastante nova. Mesmo assim, as duas já andavam de braços dados, de par em par, como as moças andavam pela rua sem dar importância a quem olhasse. Carros zoavam, carregadores de peixe passavam de um lado a outro, gazeteiro a oferecer jornal da última hora, mulher a vender tapioca, beiju e bolo preto. Um alvoroço total naquele bairro de mil invenções. Mundanas era o que estava pronta para receber seus inquietos fregueses até mesmo suados. Racilva procurava uma máquina de escrever em uma oficina na rua Frei Miguelinho, uma do centro da Ribeira. Depois de muito procurar na sua prateleira, Racilva alertou o homem.
Racilva
--- Eu quero essa. Não importa ser velha. - -
O feitor de máquinas buscou a terrível máquina velha e passou em uma embalagem, empacotou e despachou com uma cara sem vergonha. Racilva agradeceu pelo empenho e com Kátia saiu mundo a fora levando o pacote debaixo do braço. Em espaço de tempo Kátia pediu a máquina para ajudar a conduzir por certo minuto. A máquina pesava muito. À curta distância surgiu um casso de praça. Racilva pediu que o motorista parasse para pode embarcar as duas amigas com a máquina de Racilva. Após toma assento no carro de praça. A moça oriento ao motorista qual caminho devia seguir. A amiga Kátia, curiosa como sempre, olhava bazares, livrarias, Bancos e tudo mais até o carro dobrar as esquinas da Avenida Tavares de Lyra com a Rua Duque de Caxias para tomar novo rumo. Kátia observou a Matriz do Senhor dos Passos e fez questão de mostrar a sua amiga, Racilva. Essa olhou sem querer e respondeu de um assunto corriqueiro. Jesus!
Racilva
--- Isso me faz lembrar uma história de Jesus! Naqueles dias, houve um grande boato de que Jesus havia ressurgido dos mortos. E continua sendo um dos seus maiores mistérios. Há um vaco entre a sua ascensão e a sua ressureição.
Kátia
--- O que ele fez naqueles quarenta dias? - - indagou
Racilva
--- Eles não contam o que eu e você perguntaria. Por que Ele voltou? Naqueles quarenta dias aconteceu muito mais do que os Evangelhos nos contam. Ele disse como superou a morte. Jesus e seus quarenta dias perdidos. A ressurreição e a ascensão são o que nos dizem que Jesus é quem Ele diz ser. Não vale a pena ter uma fé cristã se essas coisas não aconteceram.
Kátia
--- E não é? - -
Racilva
--- Penso que não. Tem o Egito e a Índia, onde Ele morreu de morte natural, muitos anos depois. Ele era um homem briguento. Brigou muito. Mesmo na Índia, na Caxemira e em outros estados da Índia. Era muito briguento. Outras histórias da vida e do nascimento de Jesus são cheias de comentários. Quando você chega na ressureição, tudo é ligeiro. Não tem firulas. Não se conta uma história sobre isso. Continua o mistério. –
Kátia
--- E é mistério mesmo! Por que tanto segredo? –
Racilva
--- O Novo Testamento diz, claramente, que o que aconteceu nos quarenta dias não está incluído no Evangelho! Durante séculos, os descrentes perguntam: “como é possível que uma fé inteira seja baseada em tão pouca informação? No Novo Testamento, Jesus Cristo volta à vida e anda pela terra por quarenta dias. No final desses quarenta dias, Ele sobe ao Céu. Até mesmo para devotos cristãos, o período de quarenta dias pode ser um ponto cego. Apesar desses dias ser os mais profundos na Bíblia.
Kátia
--- Não vale a pena ter uma fé cristã e certas coisas não aconteceram. Tudo depende disso. - - falou.
Racilva
--- Correto. Tudo depende disso. Na imaginação, as pessoas vêm Ele voando da tumba, falando com algumas pessoas e, depois, indo para o Céu. Mas Ele teve com elas por quarenta dias. O filho de Deus tinha um corpo físico que podia ser tocado. Ele tinha ainda as marcas de pregos nas mãos, andando por aí, conversando e comendo com as pessoas, ensinando às pessoas durante semanas. Até mesmo para devotos cristãos, o período de quarenta dias pode ser um ponto cego, apesar desses dias serem os mais profundos na Bíblia. Toda via esses quarenta dias tem que se aceitar como uma forma de “mistério”. Mas as pessoas não voltam dos mortos. E é isso o que acontece.
Kátia
--- Uma questão óbvia é levantada: por que esses quarenta dias? - - indagou
Racilva
--- Pois é. Quarenta é um número evocativo na antiga tradição israelita. São quarenta anos no deserto. Jesus esteve quarenta dias no deserto. Isso tem um significado simbólico. Acho que isso é uma testemunha de que Ele ainda estava vivo e, depois, foi embora. Mas, além do Novo Testamento, há outras ferramentas e materiais que podem ajudar a esclarecer essas profundas crenças cristãs. Entre eles, o artefato mais referenciado e controverso da cristandade. O Sudário de Turim.
Kátia
--- Sudário? – indagou com cara azeda
Racilva
--- Sim. O Sudário de Turim é um pedaço de tecido de quatro metros e meio por um metro e dez que tem a imagem de um homem crucificado. A frente e o dorso. Há sangue nele. E acredita-se que esse foi o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo. Depois de uma década um artista em computação gráfica chegou às manchetes do mundo todo por aplicar a mais moderna tecnologia de informática à imagem do homem crucificado no antigo tecido. Se for real, ele é a testemunha de um evento impossível. E os eventos impossíveis não devem deixar rastros.
Kátia
--- Não devem deixar rastos! - - pensou alto com a cabeça abaixada.
Racilva
--- Sim. Mesmo assim, podem existir. É um possível registro da fé cristã. Mostra o corpo de Jesus Cristo no momento da sua ressurreição. Além do Sudário há outras possíveis fontes de informação sobre os quarenta dias. Fontes do Novo Testamento. Para alguns historiadores, a resposta é: Sim. Pastores, beduínos, nômades. Depois, arqueólogos começaram a encontrar urnas enterradas e passaram a descobrir rolos cuidadosamente escondidos dentro delas. O Evangelho de Maria, o Evangelhos de Tomé, o Evangelhos de Pedro. Eles foram encontrados em Jarros de barro que foram escondidos para que não se perdessem.
Kátia
--- Eu nunca ouvi falar nisso! - - disse mais
Racilva
--- Pois foi. O que é interessante mesmo é que existem outros Evangelho que não entraram no Novo Testamento. Nesses Evangelhos Jesus guardou os seus verdadeiros ensinamentos secretos para depois dele sumir do Egito. Algo real. O verdadeiro significado da salvação e da vida nesse mundo. Eles fazem parte dos quarenta dias que Jesus esteve com os seus discípulos. Os registros entre o nascimento e a morte de Jesus Cristo contam trinta e três anos no início do primeiro século depois de Cristo. No Novo Testamento, por quarenta dias depois de sua “morte”, Jesus apareceu, começando em Jerusalém e indo até o norte da Galileia. Jesus apareceu em vários momentos e em vários locais. Ele não se prendeu a uma área geográfica pequena. Ele podia se mover e aparecer em diferentes lugares em momentos diferentes para pessoas diferentes.
Kátia
--- Assim como em disco voador? - - quis saber
Racilva sorriu para poder continuar a contar sua história.
Racilva
--- Talvez. Mais ou menos. As tentativas de sua vida com encontros estranhos do cotidiano com o sobrenatural. Era comum pessoas a andar sem o reconhecerem e Ele reconhecer a todos. Parece cotidiano e extraordinário ao mesmo tempo. A ciência definiu o que é um acontecimento histórico. Ele precisa ter um observador. Na ressureição não havia um sequer. Mas, o Sudário é um documento único para visualizar a reapareçam de Jesus que não foi morto na Cruz. E, logo após o mostra como se vive como Ele reviveu, pois nunca morrera. Jesus Cristo volta à vida, tão somente.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - - 13 -


PASSEIO NO RIO
Um dia qualquer de verão, Racilva pensou bem e então resolveu dar uma volta do rio Potengi acompanhada do seu garoto Junior e de sua amiga Kátia além de demais pessoas. O passeio era em uma lancha do Cais que fazia essas travessias sempre aos domingos e dias feriados. A saída era do Cais até a praia da Redinha, do outro lado do rio. A zoada o motor do barco era o mais inquietante por fazer seu thuque-thuque, parecendo ter de afundar. As águas batiam no costado do barco e às vezes os mais afoitos molhavam suas mãos para brincar, certamente. Ao chegarem na baia da Redinha, cada um desceu por uma escada. Tinha os que saltavam direto para a beira da praia, gritando em alvoroço como gralhas esvoaçantes. Foi, assim então que teve início a viagem repleta de alegria. Na Redinha, para quem não conhecia, tinha o Mercado onde se vendia peixes, a Igreja de Pedra, o Trapiche do Mirante, o Mercado de Gingas, peixe fritos misturado na tapioca e óleo de dendê e a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes dentre outras coisas a mais. A Redinha era um local aprazível de brisa mansa a soprar a todo instante.
Kátia
--- Sinto frio. Essa brisa sopra a todo tempo. Não fôra o calor ameno do Sol desperto? - - falou se encolhendo toda.
Racilva
--- Aqui é sempre assim. No inverno é mais frio ainda. - - declarou.
Kátia
--- A meninada nem liga! - - sorriu contente.
Racilva
--- Redinha é uma praia aprazível. Sempre está assim. Em certas horas do dia, o sol esquenta mais a ponto de derreter. - - falou sorrindo
Kátia
--- Imagino! Cada qual com seu gosto. - - sorriu
Racilva
--- Tem dias, quando chove, o tempo esfria por demais. Sopra e quase ninguém aguenta. - -
Kátia
--- Imagino. Em Petrópolis não é tão frio assim. - - reclamou sorrindo
Racilva
--- É verdade. Difere muito da praia. - -
Uma pedra de tamanho grosseiro estava apoiada do lado de fora do Mercado. No local cabia quatro pessoas. Racilva procurou sentar na pedra junto com sua amiga Kátia soltando o garoto Junior a brincar com pedrinha da beira do rio que apanhava escavacando a terra. Para o menino era um divertimento sem igual. Sua mãe estava a sorrir com a brincadeira de Junior. A moça, Kátia também lembrava daquelas traquinagens de quando era pequena. A brincadeira fez lembrar Racilva de outras coisas de que ela se lembrava em tempos idos. E então, falou.
Racilva
– - - Eu lembro, agora, do meu pai. Eu ainda era mocinha, meus 15 anos ou menos. E ele costumava e costuma falar sobre esoterismo, ocultismo dentre outras. Meu pai, Muniz, é muito sábio. Certa vez ele me falou da Grande Fraternidade Branca e os Mestres Secretos do Mundo. Dizia ele como ainda diz que a história do esoterismo registra uma classe de ser humano que em todas as épocas tem sido uma minoria, formando um circulo quase desconhecido do resto da humanidade. - - alertou
Kátia
--- Ele estudou sobre isso? - - indagou a moça
Racilva
--- Sim. Ele tem vasta biblioteca! Esse povo adiantou-se tanto da evolução integral em relação às outras pessoas que conquistou o mais amplo grau de consciência possível do ser humano. São seres que, por terem se interessado por estudos especiais, atingiram o que se condicionou chamar de Iluminação. - - completou;
Kátia
--- Acredito nisso também. Conte-me mais! - - solicitou a moça
Racilva
--- Pois bem. Esses homens e mulheres fundiram sua mente limitada com a mente universal, cujo acesso descobriram dentro deles mesmo, introvertendo sua consciência e vivendo uma metanoia, cujo resultado foi a aparição de um novo ser renascido a partir do antigo. Eles conseguiram esse grau privilegiado de evolução através do estudo e da pratica das ciências ocultas ou ciências esotéricas. - -
Kátia
--- Na Universidade não se dá esses estudos. - - decepcionada.
Racilva
--- Há ensino dessa matéria na Universidade, sim. Pouca gente frequenta! Mas, conhecimento eles fizeram uma nova verdade. A quarta e mais elevada via de acesso a verdade. Essas pessoas atingiram a Iluminação, não no curto espaço de uma vida, mas através de centenas de vidas, encarnando-se sucessivamente e experimentando múltiplas experiencias. Passaram pela vida instintiva do tipo UM do ser humano. Pela vida puramente intelectual do tipo Dois e pela vida religiosa dogmática do tipo Três. - -
Kátia
--- Foi muito estudo, não foi? - - falou atônita
Racilva
--- Sim. Não só uma vida. Foram várias. Assim, eles atingiram o tipo Quatro ou estudo hermético. Então, com esses estudos tornaram-se perfeito, mostrando mesmo o atributo da onisciência. Esse estado supremo de consciência é chamado de consciência cósmica. Esse grau vem sendo testado ao longo da história. No hinduísmo essas ilustres pessoas são chamadas de “duas vezes nascido!”. O taoismos os chama de “imortais”. Já o budismo os conhece sob o nome de “aratu”. No judaísmo e islamismo são chamados de “profetas”. Assim como o cristianismo os conhecem com “santos”.
Kátia
--- Cada nome estranho! - - dialogou
Racilva
--- Varia com cada língua. Muitos povos indígenas também se referem a um tipo perfeito de um ser humano, chamando-o de “espirito guia”. Em algumas tradições antigas, como a grega e a romana, os chamavam de “deuses ou semideuses”. Cada credo, com algumas exceções, acha com apenas a sua tradição religiosa pode produzir um “iluminado”, não reconhecendo os Mestres de outras tradições. E nem todas aquelas que elas consideram como tais, o foram realmente. –
Kátia
--- Credo. Acho bem melhor ser católica! –
Racilva
--- É verdade. Daí que, seres humanos, verdadeiramente perversos, terem sido alçados a Santos por algumas religiões. Já o Ocultismo quando isento de dogmas e superstições, sabe exatamente quem são e como atua os seres verdadeiramente iluminados. Postulam que não se tratam de Deuses ou pessoas a parte da humanidade. Mas, homens e mulheres como todos os outros que conquistaram, contudo, antes dos outros, a meta mística estipulada para o ser humano encarnado. São os irmãos mais velhos da humanidade. –
Kátia
--- Acho que é verdade. –
Racilva
--- Várias denominações têm sido dadas pelas tradições místicas a essa classe de pessoas. Mestres, Mestres cósmicos, Mestres da Compaixão, adeptos, Marrátimas, Irmãos Sublimes, Vigilantes Silenciosos e muito mais. E movimentos recentes passaram a dominá-los de Mestres Ascencionados ou Mestres Ascensos. Independente do nome dado, todos esses Mestres foram alunos de uma escola Oculta ou Iniciática, tonando-se mais tarde os verdadeiros superiores desconhecidos de todas as Escolas Místicas legítimas.
Kátia
--- Sim senhora! Uma lição do maior quilate. –
Racilva sorriu para dizer logo após tem muita coisa para dizer. O Junior veio com um punhado de pedrinhas da beira do rio ponde depressa nas mãos de sua mãe. Kátia sorriu e viu partir a lancha já com bastante viajantes que estavam esperando à volta da embarcação. Um pescador levava em um balaio algo que podia ser pescado.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - 12 -


DOZE
SAGRAÇÃO
Deus não é um espírito nem uma coisa do outro mundo. Quem fala no “ai meu Deus”, essa pessoa pensa então em um ser físico. Muito embora se diga ser um ser impessoal, Ele não existe de maneira alguma. Quando houve a concepção de Jesus, esse Deus estava presente. Era a situação de união da carne e do esperma. Deus em um só. Isto é o que é o Deus. A união esperma e óvulo. Homem e mulher. Se fosse homem com homem ou mulher com mulher não existia “deus” porque não existira a vida. É nessa concepção que Racilva se detém nesse debate com a mulher, Alzira.
Racilva
--- Tem um detalhe: Tem a história de Jesus que foi traído por Judas e acabou crucificado. Morre na Cruz e três dias depois ele é ressuscitado e sobe ao Céu. Essa é a história oficial. Mas existem outras versões, tanto pelos judeus como pelo os mulçumanos, como pelos gnósticos, pelo os maçons, pelo os Templários e pelo os Essênios.
Alzira
--- Quem são os Essênios? - -
Racilva
--- É um povo do Oriente Médio, provavelmente semitas, e mantinha contato com a realidade mística. Eles eram encarados pelo povo judeu com uma seita ortodoxa. Eles viviam em cavernas, com roupas simples, trabalhavam muito em questão de cura e enxergavam a energia do corpo reequilibrando os sois energéticos. Eles eram ascetas. E é dito que no seu período de infância e adolescência de Jesus, ele passou com os Essênios. Ele foi Iniciado na Ordem dos Essênios, no Monte Carmelo, e lá ele recebeu esses ensinamentos de cura. E Ele era enxergado pelos Essênios como alguém superior, como o “escolhido”. Desde criança, Ele tinha muita facilidade para fazer as coisas que eram degraus avançados.
Alzira
--- Isso é fantástico! - - estremeceu
Racilva
--- Pois é. Tem um caso que um sacerdote do Templo interroga Jesus e a resposta que lhe deu deixou o sacerdote extasiado a indagar como Jesus sabe dessas coisas. Jesus então era menino. Não tinha ainda 30 anos de idade. Ele era um sábio da região. Seu preparo era muito avançado. Outra coisa que eu já falei anteriormente. Deus não é o Verbo. Quando Maria foi fecunda por José, é costume dizer que Deus estava ali. Ou seja, Deus estava observando a cena. Porém não esse Deus. Estava ali olhando a cena uma concepção de um homem e uma mulher. Não era um Deus propriamente dito. Estava na concepção um homem copulando a fêmea que recebia o óvulo do seu macho. Não tinha Deus coisa alguma. Essa é a questão.
Alzira
--- Quer dizer que existe Deus? - - espantada.
Racilva
--- Não. Não existe esse tal Deus. Existe o Universo. Isso é o que existe. Deus, não! Isso é da Babilônia, da Suméria. E então continua sendo feito até hoje. Na época dos Celta, o chefe da tribo encarnava um aspecto de “deus” que era chamado de Cernunno onde também era o “deus” da fertilidade, e a mulher encarnava uma outra deusa, Rosberta, que era o aspecto divino feminino. Ela era uma Rainha. Eles copulavam e dai toda a fertilidade da tribo era abençoada porque era através desse casamento sagrado formado entre os dois. Tem outra mais. Jesus depois de sacrificado na Cruz, continua na Terra. Ele não ascende ao Céu. Ele volta para o Egito e se torna um professor dos Essênios. Muito tempos passados Ele vai para Índia e lá, após os anos, é enterrado numa região da Caxemira. Certo? - - indagou com olhos fixos.
Alzira
--- Mas ele existiu mesmo? Ou é outra mentira? - - perguntou desconfiada
Racilva
--- Lá vem você! Jesus existiu de fato. Ele era casado e contado nas Bodas como prova as Escrituras. A Boda de Caná é o casamento de Jesus com Maria Madalena. Nesse ponto, disseram até que Maria era uma “prostituta”. Mas não era. Era uma mulher vinda das margens de um rio, o Magdala e acompanhava desde essa época a Jesus por onde ele andava. Esse negócio de prostitutas é uma balela. Maria esteve no Calvário quando Jesus foi sepultado vivo e foi a primeira mulher que viu Jesus quando esse voltou do Calvário. Isso é contado no Livro de Maria Madalena. Para se ter uma certeza, o vinagre usado em Jesus, era um líquido utilizado na época, preparado com Cannabis sativa. A pessoa que tomava o líquido entrava em determinado momento em um profundo sono, dando a impressão de estar morto. Era como o ópio. Isso ocorreu também com Jesus. Ele foi removido da Cruz por ordem de Pilatos que era seu amigo e jantou com ele antes dele ser crucificado, naturalmente! - - falou de uma só vez.
Alzira
--- Pilatos era amigo de Jesus? - - se espantou;
Racilva
--- Ora se! Amigos de carne e unha! (fazendo o gesto com dois dedos). Leia o livro de Madalena. E essa história continua. Madalena pega um barco com José de Arimateia após ser Jesus tratado dos ferimentos e foi para o sul da França, já com seus dois filhos, a menina e o menino que ela concebeu. E a menina ajuda a salvar por conta da grossa chuva que caía no mar e isso vira logo um milagre. Após esse incidente, Madalena fica com sua filha da França e José de Arimateia segue para a Inglaterra. A filha de Jesus tenha uma cor morena, queimada pelo Sol do Egito. Seu nome era Sara de Saint Clair. Ela era descendente de Benjamim. Ela era uma Sacerdotisa. Ela era uma Rainha. Tinha um conhecimento muito grande. Quando Madalena chegou à França foi muito admirada e logo após virou o culto a Madona Negra. No Brasil, Nossa Senhora Aparecia é a Madona Negra. - -
Alzira
--- Verdade? - -
Racilva
--- Todas as estátuas, representação da Virgem Negra, remetem ao culto da Madona Negra no Sul da França. Tem varias Igrejas no Sul da França onde se apresentam o culto a Madona Negra, várias cavernas onde ela é cultuada e, no final, ela morreu em uma caverna. Essa criança que foi com Madalena era uma menina que teria feito esses milagres, ela chamava-se Sara. Ela que deu origem ao culto a Santa Sara, também uma Santa Negra. Padroeira dos Ciganos. E tem a festa de Santa Clara em vários lugares do mundo. Seria ela a filha de Jesus.
Alzira
--- É incrível! –
Racilva
--- Agora vamos falar de José de Arimateia e do filho de Jesus. Eles foram para a Inglaterra. Quando eles chegaram na Inglaterra, José de Arimateia fundou a primeira Igreja em Glastonbury cidade do Condado de Sumerset. Foi o primeiro Templo ou Convento e criou esse menino na sua terra. Foi, sem dúvidas o Rei Artur com o passar dos anos. Ele era o Rei dos homens, filho de Jesus, o também Rei dos Homens. É tanto que na Cruz tinha a placa: Jesus Cristo Rei dos Judeus. Na lenda, tem uma Espada com formado de Cruz. Diz a história que os Cavaleiros do Templário seguiam à procura do Santo Graal. Ou seja, o Cristo mesmo já tendo morrido na Caxemira, Índia em anos passados.
Alzira
--- Credo! Por todo esse tempo? - -
Racilva
--- Todo esse tempo, sim senhora! Tem bastante livros sobre a história de Madalena. A história sobre o Priorado de Sião tem um ciclo sabre tudo aquilo. Sobre uma crença nessa história. Os Essênios, Jesus foi casado. Um Jesus Sumo Sacerdote. Maria Madalena como Sumo Sacerdotisa, a linhagem de Davi, Benjamim, Jesus sendo pai. Veja bem. Jesus teve cinco irmãos e duas irmãs. A sua mãe concebeu sete filhos, inclusive Jesus, sendo esse o primeiro do restante. Mas, para os ateus, Jesus nunca existiu. A única fonte da existência de Jesus é a Bíblia. Teve Josefo. Embora ele não falasse que Jesus era o Messias. Na verdade, Jesus era um agitador. O que Ele falava em público, ensinava o judaísmo de uma maneira muito fácil. Nesse extremo caso Ele era um agitador político. Ele andava com os Zelotes que eram os “terroristas” dessa época. Nem os Romanos, eles falavam de Jesus.
Alzira
--- Terrível! - -
Racilva
--- Terrível mesmo. Os romanos eram um grande exército contra o povo pequeno; Ele chegou no Templo, chutar, chicotear os cambistas e como todo criminoso na época, ele foi condenado a morrer na Cruz. Um adendo: as mulheres, na época, não tinham almas. Apenas os homens. Existiam cidades onde havia nove escravas para cada homem. Eram nove pessoas que não tinham alma para um que tinha alma. Nesse ponto as escravas começam a se converter para poder ir para o Céu. Pense! –

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - - 11


VIDA
Então, Racilva como que se vira uma página fez sua alocução de Jesus e a sua morte na Cruz. Para a jovem senhora tudo o que se informava era caso que nunca foi passado com se queria supor para os católicos e evangélicos ou crentes. O caso jamais teria fim porque o seu início não era assim, com certeza. Dos doze anos até seus trinta, faze em que se casou com Maria Madalena, de quem teve, logo no início, dois filhos: uma filha e um filho, conforme conta o “Evangelho Perdido” um achado de 1.500 anos e traduzido do Siríaco, língua próxima do aramaico (a língua de Jesus) Jesus Cristo foi alvo de uma tentativa foi assassínio quando tinha 20 anos. O livro, hoje, está no Museu Britânico desde 1847 obtido no antigo mosteiro de São Macário, no Egito.
Racilva
--- Vejam bem. Nesse novo livro tem, ainda, revelações sobre as ligações políticas de Jesus com o imperador romano Tiberius e com um dos seus principais generais, Sejanus. Teorias sobre o casamento de Jesus circularam há vários anos. No Livro o texto diz que Jesus declarou simplesmente: “Eis a minha mulher E ela pode ser minha discípula”. Entenderam agora? - - indagou com firmeza
Alzira
--- E porque a Igreja desmente isso? - - indagou
Racilva
--- Muito simples! Ela não quer mudar a forma! É melhor dizer que Jesus morreu mesmo. E pronto! - - relatou
Alzira
--- Quer que Jesus se casou com Maria Madalena? - - perguntou meio duvidosa
Racilva
---Eu sei que você não acredita. Mas, que ele foi casado com Maria Madalena, ora se foi. E de papel passado. Essa foi a linhagem secreta entre Jesus e Madalena. E teve filhos. Quatro ou cinco. Isso está nas escritas descobertas num quinto evangelho desaparecido, contando a história da vida de Jesus e que está escrito em Siríaco.
Alzira
--- Se esse quinto Evangelho diz isso, eu não duvido.
Racilva
--- Jesus, nesse tempo do começo, tinha um irmão mais novo que ele. Chamava-se Tiago. E Maria não era mais virgem. Essa “virgem” é uma concepção religiosa. E José era o pai. E isso foi no tempo do censo. José morava em Nazaré e Roma mandou fazer esse censo em Belém, uma cidade maior que Nazaré. Então durante o caminho, José procurou um lugar para se hospedar e encontro apenas um estábulo, e só. Estábulo é para se criar ovelha, gado, carneiro e até burros. Isso é que estabulo. Entendeu? - -
Alzira
--- Sim. Sim. Compreendo! - - relatou a mulher
Racilva
--- Pois bem. E alí Jesus nasceu em um estabulo, local que se deposita comida para as vacas, cavalos e outros animas. Dali em diante Jesus cresce e, com o tempo, a família foi para o Egito. Jesus, seus pais e seu irmão também já nascido. Era um caminho árduo e durou vários anos. Dali porque com o tempo Maria teve também Tiago. Ela, Maria, ainda curava enfermos, doentes de chagas as mais diversas. Gente pobre, esmolambado. Não tinha gente rica, nesse tempo, onde Maria ficou com a sua família. Está entendendo? –
--- Sim. Sim. Eu estou.
Racilva
--- Sei que, Jesus, já crescido, rumou do Egito para a Índia. E por lá ficou. Entrou em um mosteiro onde continuou seus estudos, estudou aquilo que os magos ensinavam. Conheceu os budistas. Não Buda, o príncipe. Ele fôra príncipe hindu, o Sidarta Gautama, pois já fazia 500 anos de sua morte. Embora, Jesus tomou lições sobre o budismo, ou seja, o Iluminado. Budismo significa iluminado. E demorou pela Índia até ser chamado para o casamento. A famosa Bodas de Caná, na Galileia. Aí ficou patente o seu milagre, o primeiro. Jesus mandou servir o vinho aos presentes. Todos falaram nesse vinho servido em seis talhas de pedra que o mestre-sala ficou maravilhado como o gosto do vinho. Na verdade, era água. Derramada a água, uma vez que se misturou com a borra pregada nas pedras ficou sendo o melhor vinho já servido. Viu isso agora?
Alzira
--- Quer dizer: não era água e sim vinho da melhor qualidade! - - falou a mulher, também glorificada como o milagre.
Racilva
--- Então? Mas essa Boda era o casamento de Jesus? Hum? Vê-se que passou um ano após sua chegada a Galileia. Nesse tempo, houve o casamento de Jesus, as Bodas, e o seu Batismo. Pelo menos se passou um ano entre as Bodas e o seu Batismo por João Batista. Não foi tudo na mesma hora. Levou tempo. Jesus da Índia, a volta para a Galileia, o batismo e a pregação em público.
Alzira
--- Ora, ora! Mas a Igreja não ensina isso. - - confabulou
Racilva
--- Não ensina. A Igreja, depois de muito tempo, transformou tudo em uma única festa da Epifania. A realização de três milagres, a adoração dos Magos e o Batismo de Cristo. O Batismo ocorreu trinta anos depois. Logo após, vieram as núpcias, um ano depois. Isso é a diferença. O Batismo e as núpcias ocorreram um ano após. Depois de suas núpcias veio a pregação em público com Jesus a procura dos discípulos até a seu sentenciamento no Calvários três anos após. A igreja faz tudo de uma só vez. Quanto ao matrimonio, esse teve início no útero de Maria, a sua mãe.
Alzira
--- Hum!!!. Por que? Só no útero? - - a mulher estranhou tanto descaso.
Racilva
--- A palavra grega para “semente” é algo que em outra língua se chama esperma. Essa palavra grega se aplica tanto à semente masculina quanto a semente feminina, que pode ser espermatozoide ou mesmo óvulo. O famoso texto de Gênesis diz que “a inimizade eu colocarei no meio de ti e no meio da mulher e no meio da tua semente e no meio da semente dela”. Esse texto deixa é que aquele que viria para salvar o seu povo seria literalmente descendente da mulher, fruto de seu óvulo. O Novo Testamento apresenta Jesus como sendo semente de Davi. Jesus não foi um embrião ou feto criado por Deus e implantado em Maria. Ele nasceu da fecundação do óvulo em ação sobrenatural. Jesus foi semente de Davi, de Abraão e de até de Eva. Entendeu? –
Alzira
--- Não. Creio que não. Estou mais confusa, então! Só quero saber se Ele era filhos de Deus! –
Racilva
--- Está bem. Está bem! Jesus é Deus! O certo é que Jesus manteve contato com os Essênios, um povo místico de uma seita judaica que existiu na Palestina, vivendo afastados da sociedade, concentrados no deserto e estudantes do Torá, as escrituras sagradas. Então, os Essênios viviam em cavernas, do jeito deles, com roupas simples, escreviam os seus ensinamentos em pergaminhos, trabalhavam na questão de curas e enxergavam as energias do corpo. Eles eram ascetas, quer dizer, dos prazeres mundanos. Jesus foi iniciado na Ordem dos Essênios e lá Ele recebeu os ensinamentos de cura e era enxergado pelos Essênios como o “escolhido”. –
Alzira
--- Bom. Agora estou gostando. Pelos Essênios! Muito bom! –
Racilva
---Pois é. Jesus, desde criança, tinha muita facilidade para conseguir fazer as coisas que eram de graus mais avançadas. Energia, cura. Quando Jesus voltou à Palestina, já fazia, como se diz: milagres porque Ele foi iniciado pelos Essênios. Ele estudou em todos os seus detalhes. No Templo, um sacerdote interroga a Jesus e o Mestre deu a resposta exata deixando os Sacerdotes de boca aberta com os detalhes proferidos. Ele estava com o ensinamento muito avançado da região. Dentro dos Essênios tinha um grau mais elevado que se chamava de “carpinteiro”. Como se tem na Maçonaria, Aprendiz, Companheiro e Mestre. E o Grau máximo era o Carpinteiro! E José, o pai de Jesus, era um “Carpinteiro”. Deu para entender? –
Alzira
--- Mais ou menos! Meu pai era Maçom, mas nunca falava nessas coisas! Carpinteiro! É bom saber dessas coisas. - - falou sem graça
José foi o Sumo Sacerdote Essênio e Maria, mãe de Jesus, foi a sua Sumo Sacerdotisa! Através do casamento sagrado de José e Maria, onde Deus estava presente no ato sexual para a geração de Jesus. Nesse ponto, Deus não é uma pessoa. Ele estava alí como sagrado. Deus, a sagração. Não veja a situação como de um olheiro. Deus é a concepção entre casamento sagrado que vai criar uma criança sagrada!

sábado, 15 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - 10


MORTE
Racilva não se conteve com a história da morte do gato. E, mais depressa, ela arrastou os pés, a andar mais que depressa, levando consigo o menino Junior e largando para trás sua mãe e dona Alzira, como quase a correr para ver se era verdade a história do gato. Chegando a estremecer de medo, a mulher andava e corria de rua a fora em busca de sua casa. Já estava chegando quando topou com um menino. Esse buscou a mulher com o seu menino e fez um sinal para que ela entendesse onde estava o gato.
Garoto
--- Está ali. Eu botei lá! - - apontou para um monte de lixo estocado junto ao muro de uma casa
O garoto correu para apanhar os restos mortas do gato e nesse instante Racilva gritou, alarmada.
Racilva
--- Espere, menino! Não pegue nesse gato. Deixe-o aí. Não bula. Não bula! - - falou com espanto
O menino retrocedeu, não tirando mais o restante do animal já morto. Então, chegara alí também as senhoras, Dona Cora e a sua amiga, Alzira. Outras pessoas também chegaram, curiosas, para ver mais de perto a questão do animal já morto, totalmente despedaçado. Os presentes falavam entre si da mera situação do bichano. A mãe de Racilva indagou sobre a questão do gato morto.
Cora
--- Ele está morto? - - espiou o animal, um pouco distante do monturo.
Alzira
--- Sim. Está. Não há nada a fazer. - - relatou cheia de dó.
Cora
--- É bem melhor enterrá-lo! Que achas? - - indagou com cuidado.
Alzira
--- Vamos ouvir a opinião de Racilva. - -
Racilva
--- Eu acho. Melhor enterrá-lo. Em outro local. - - as lágrimas rolaram por sua face.
Cora
--- Por que choras? - - indagou sua mãe
Alzira
--- Era o marido de Racilva. Ela soube na sala ao lado. Ela parece que casou comum gato, depois da morte de Caio! Ora vejam! - - decepcionada.
Cora
--- Um gato??? Nossa!!!...Mas, um gato?.... Essa, não! - - declarou assustada.
Alzira
--- Foi o que disse o Mago. Ele nem sabia. E disse mais: que o gato tinha morrido hoje de noite!
Cora
--- Eu estou perplexa! - - falou a companheira sem acreditar em tudo o que ouvira.
Após o sepultamento em um terreno no fundo do seu quintal de sua casa, na vila, Racilva voltou arrasada em ter que ela cumprir aquele compromisso macabro. Estavam ela e o garoto que encontrou o corpo esfacelado de animal doméstico. De fora, continuavam juntas, a conversar das situações melindrosas as senhoras Cora e Alzira. Ao notar a chegada de Racilva, dona Cora procurou silenciar juntamente com dona Alzira. E então perguntou à sua filha:
Cora
--- E então, filha minha? Sepultou lá dentro o corpo do gatinho? - -
Racilva
--- Sim. Sim. Tudo pronto. Meu pai foi ajudar. Não disse coisa alguma. Eu, também, nada falei.
Cora
--- Que Deus tenha piedade do gatinho! - - falou murmurando
Nesse ponto, dona Alzira falou algo inesperado por todos. Algo assim como em arroubo. Coisa sem nexo.
Alzira
--- Jesus é bem maior do que nós outros. - - falou murmurando.
Racilva
--- Jesus! Jesus! Quem foi Jesus? Qual o seu verdadeiro nome? É Jesus mesmo? Eu tenho outra concepção. Ele foi Deus que morreu na Cruz? Sim? Ora, ora! Esse Jesus nunca morreu, pelo menos na Cruz. Isso é balela! -
Cora
--- Cuidado! Você está falando sobre Jesus! - - reprovou a sua mãe.
Alzira
--- É mesmo! Credo! - - benzeu a face a mulher em sinal da Cruz.
Racilva
--- Muito bem. Vejam só. Teve um Jesus. Ele morreu na Cruz, mas, nem precisam falar. Pois ele nem morreu, pelo menos na Cruz. O sepulcro era mesmo um sepulcro. Ele foi posto para dentro por uma porta com uma pedra gigante e, logo, fecharam. Estavam presentes, do lado de fora as três Marias. A Maria mãe, a Maria irmã da Maria mãe e a Maria Madalena, esposa de Jesus. O Mestre era um homem casado. Sabem por que? Porque ele Era um Rabi, um chefe espiritual israelita, era, pelo menos, um homem casado. Por que? Para se ser rabi tem que se ser casado. E um pregador. Falar em público a uma multidão e não pescar dinheiro. Isso era ele. Porém O mataram. E ele desceu ao inferno ou a mansão dos mortos. Acontece que por trás desse Inferno, a catacumba, tinha uma outra porta ou passagem. Então, José de Arimateia, Nicodemos e outros mais retiram Jesus por essa outra abertura. José de Arimateia era amigo de Pôncio Pilatos e homem de grande riqueza, poder. Pilatos também tinha um tumulo alí perto do de José de Arimateia. Ele, Pilatos, acedeu ao pedido do seu amigo José e permitiu lavar Jesus para o enterro sendo retirado pela segunda porta logo após a sua, como se dizia, morte. José de Arimateia e os demais, inclusive Nicodemos, trataram dos ferimentos de Jesus e após longo tempo, Ele, o Cristo, retomou a sua faina de pregador por outros lugares, inclusive o Egito. Maria, a sua mãe, sempre O acompanhou nessa tarefa. Ela também era uma sacerdotisa igual ao seu filho. Maria curou doentes, chaguentos, e outros males quando Jesus era pequeno. E lhe ensinou também a curar os enfermos. E também quando Jesus estava de maior ou quase isso.
Cora
--- Eu, nunca ouvi falar nisso! - - disse a mulher um tanto abusada.
Alzira
--- Eu, pela primeira vez! - - relatou tristonha
Racilva
--- Pois escute mais. Jesus tinha um irmão, Tiago, mais novo do que o Mestre. O Virgem de Maria mãe é uma concepção religiosa. Ela não era virgem, de fato. José era o pai do segundo filho. O primeiro foi Jesus tido por um anjo ou mensageiro, no caso: de Deus. Quando cresceu, já estava com 12 anos ou mais de idade, Jesus seguiu do Egito para a Índia, onde percorreu todo o vasto território indiano. E ficou por aquele pais onde frequento a escola indiana onde viveu o primeiro Buda ou Iluminado, Siddharta Gautama e por ali ficou por seus 27 anos. A partir daí ele voltou à sua terra, em Nazaré, já como Messias ou Rei.
Cora
--- Um Rei. Tem até uma história de Jesus, Rei dos Judeus! - - curiosa
Racilva
--- Pois é. O Rei. E então Ele voltou e aos 30 anos se casou, chegou até ser tentado a desistir de tudo, como sendo filho de Deus. Mesmo assim, Ele abominou e findou sendo condenado. Daí então Jesus trouxe a ressureição da carne, ou seja, não está morto de verdade. E deu-se os encontros Dele com os Essênios, um povo do Oriente Médio, sendo provável “semitas” e que viviam como místicos. Eles eram encarados pelos Judeus como uma seita não ortodoxa.
Alzira
--- Eram uma seita? Curioso! - - ficou pasma
Racilva
--- Sim. Uma seita. No mundo, hoje em dia, tem várias seitas, inclusive protestante. Tem um caso de um Pastor que obrigou uma adepta a tirar as calcinhas para ele ver se na verdade ela estava grávida. –
Alzira
--- Céus! - - relatou a mulher, indignada

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

AMORES DE RACILVA - 09



NONO
A MOÇA DO TAXI
Pouco antes das sete horas da noite daquele dia Racilva seu filho pequeno, o Junior a sua mãe dona Cora a amiga Alzira seguira para assistir a sessão espírita um pouco apressadas, dada a hora das sete estar se aproximando do ponto. As mulheres conversavam, menos Racilva e o garoto que era cuidado por sua mãe temendo por espanto um carro em desespero transitar de imediato por algo inesperado. Ao se aproximarem do Centro, quase no final da rua, elas notaram a grande presença de pessoas. Homens, mulheres e crianças. O Junior nada notou de anormal, como costumava lembrar. Porém percebeu as presenças de gente que, um dia viveram e queria entrar, sem poder. Espíritos desencarnados.
Alzira
--- Parece cheia, a casa! - - falou murmurando
Cora
--- É sempre assim. Vamos! - - dialogou apressada.
Ao tomarem assento em uma das primeiras cadeiras onde havia logo perto um ventilador, as mulheres e a criança ficaram em silencio. Havia um barulho de pessoas arrastando os pés, procurando cadeiras outras, todas as pessoas faziam tudo no menor silêncio. Com um pouco mais de tempo, surgiu um senhor, o palestrante para dar início aos trabalhos daquela noite falaria sobre um caso muito estranho: a história de uma moça que se apartou desse mundo. Após uma longa exposição a respeito da desencarnada e sua passagem para outro mundo, o mundo dos espíritos, o expositor entrou na história da alma mais conhecida do cemitério local; A história de Leonor. Todos na assembleia de Centro ficaram em silêncio profundo.
Paulo – - expositor
--- A história de Leonor é bastante curiosa. Ela foi a óbito no ano de 1930, aos 16 anos de idade. Ainda hoje, as pessoas que visitam o túmulo de Leonor levam flores, perfumes e rosas como um espírito de doação, placa por uma graça alcançada e mesmo água. Essa virgem, por várias vezes pegou um carro de aluguel, peregrinou pela cidade até ao ponto de saltar quando chegou a sua casa, na qual, em vida, ela morava até o tempo de desencarnar. Ela viajou após ter morrido, certamente. Ainda hoje costuma fazer essas viagens mesmo tendo morrido há anos. Certa vez, um motorista de carros de aluguel teve que parar seu veiculo por conta de que uma moça toda de vestido branco fez pedido e entrou, sentando no banco do passageiro. O motorista do carro sentiu aquele perfume de acácia. A moça nada falou e apenas pediu para que o motorista seguir à frente. A jovem não conversava e manteve a cabeça abaixada. Após breve instante ao chegar próximo a um chalé a moça falou ser mesmo naquele local que iria saltar. O tempo passou e meia hora depois, o motorista bateu palmas a procura da moça que tinha vindo com ele em seu carro. Uma outra moça falou afirmando que tal fato isso já ocorrera por diversas vezes e relatou que o seu nome era Leonor, uma jovem falecida em 1930, muitos antes. O motorista, um tanto assombrado, agradeceu e se despediu e nada quis receber por pagamento. Apenas entrou em seu carro e deveras partiu tremendo muito. Esse é a história que me foi revelada para contar a todos os espíritas presentes a essa sessão.
Após essa parte do início da sessão espiritual, houve a segunda parte quando os adeptos do espiritismo foram chamados para um quarto nem tanto amplo. Nesse quarto, estava ali a senhora Racilva, não por acaso uma vez ter sido chamada para uma sessão de terapia. Sem perguntar por que, Racilva obedeceu ao chamado do Mestre. Ela adentrou ao quarto e em seguida se pôs a deitar em uma cama onde cabia apenas seu corpo. Aos lados esquerdo e direito se postaram quatro homens magos. Na frente da mesa um Mago vestido todo de branco em sessão de oráculo, com as mãos postas à sua boca, lhe dirigiu a palavra:
Mago
--- Que queres tu, Mulher? - - indagou o mago com voz solene.
Racilva
--- Eu vim saber do paradeiro do meu marido, morto há 4 anos após o casamento. - - respondeu-lhe Racilva, já adormecida em sono lento
Mago
--- O seu marido já voltou e depois desencarnou como um gato. Agora está adormecido por um pouco tempo. Essa é a verdade! - - disse o mago com paciência.
Racilva
--- Gato? – indagou de forma estranha.
Mago
--- Sim. Um gato. Voce teve esse gato até poucos instantes. Mas, ao atravessar a rua, um carro o atropelou e o animal teve morte instantânea. Ele continua na escada, adormecido! - -
Racilva
--- Mas eu tenho um gato que chegou em minha casa sem ser chamado. É um gato. Nem sei de onde veio. Vive me roçando a buscar comida. - - tentou explicar
Mago
--- Pois bem. Ele era o seu marido. E veio a morrer pela segunda vez. - - continuou
Racilva
--- Um gato? Coisa estranha! E morreu agora? - - indagou impaciente
Mago
--- Sim. Ele ainda está meio tonto como se quisesse entender o que lhe aconteceu de verdade. Mas, tudo vai dar certo. A senhora já conhecera esse moço? Ele era chamado por Caio, um aviador. Mesmo assim, em outras vidas por vocês passadas já estavam juntos de há muito. Lembra-se? - - indagou o Mago.
Racilva
--- Creio que não. Só vim conhecê-lo há alguns meses. E nos casamos no mesmo dia em que ele foi a óbito. Nem sequer eu mais lembrava totalmente. Caio. Esse era o seu nome. E como nós vivemos em outras vidas? - - indagou
Mago
--- Nós vivemos por muitas vidas. Seu nome era Augusta. E ele se chamava Claudio. E viveram por largo tempo na Itália. Houve guerras. Claudio morreu em pleno combate. - -
Racilva
--- Isso quer dizer vidas passadas? Estranho! Eu lembro de ter vivido em uma espécie de caverna, de ter sido uma escrava e melhor ainda de ter sido uma princesa. Mas não acreditava muito bem nesses casos. Para mim, eram sonhos. Eu lembro de ter três anos de idade e encontrar uma anciã que dizia ser minha avó. Mas, apenas eram sonhos. Na verdade, eu caminhava em uma rua quando estava com os meus sete anos e uma mulher me chamou para dizer ser ela ser minha bisavó. Eu nem liguei e sai na carreira de caninho a fora. Isso são vidas passadas? - - assustada
Mago
--- Sim. São vidas passadas! Você é muito rica em suas lembranças. Se a senhora quiser, vamos ter outras sessões para você relembrar o seu passado. Agora, essa sessão terminou. Eu conto até três e a senhora desperta de sono. –
O Mago contou até três e, em seguida, Racilva despertou sem nada mais recordar. A sair da sala onde estava Racilva ficou curiosa de não se lembrar de coisa alguma do que falou. Dona Alzira foi a mulher, por ser vidente, a ter permissão de entrar e ver todo o desenrolar da entrevista de forma hipnótica. E respondeu com vagar.
Alzira
--- Você fez uma regressão de suas vidas passadas em termos hipnóticos. Você se lembrou de campos, escravidão, de ter sido uma princesa e de se encontrar com uma anciã que disse ser sua bisavó. - -
Racilva
--- Eu disse tudo isso? Nossa! E disse ainda com respeito ao marido? E o que o Mago me disse?
Alzira
--- Ele falou o nome do homem ter sido Caio. Logo após o casamento na Igreja, você e Caio foram atropelados. Ele, de imediato, morreu. Você, sobreviveu.
Racilva
--- A senhora sabia disso? - - indagou.
Alzira
--- Não muito. Sabia que você era viúva. Sua mãe fez reservas de me contar os pormenores.
Racilva
--- E o que mais o Mago contou? - - curiosa
Alzira
--- Em um gato. O Mago disse que o gato era Caio. E, hoje, o gato morreu...atropelado. - - com temor

terça-feira, 11 de setembro de 2018

RACILVA - 08


SEGREDOS
Dona Alzira ficou em silencio. A mãe de Racilva nada falou. Racilva foi a única a falar naquele instante. Lembrou-se de Caio Dumont, e nada mais. Apenas lembrou os momentos felizes que passaram juntos, agarradinhos a um só tempo. Lembranças dos segredos vividos à dois. Praias, recantos inesquecíveis, locais furtivos, um cantinho de amor. Tantas lembranças contidas no pobre coração de amantes. O gato miou na janela. Racilva não deu importância. O menino, Junior, entrelaçou-se nas pernas da sua amada mãe. Ela, então, o beijou na testa. Ele ficou ali, como quem estava sonolento.
Alzira
--- Então, recordando Chiquinha, ela ficou sendo mal falada por ter vivido com esse homem, apesar do homem ter morrido, e foi ser prostituta na Capital. Então Chiquinha trás o fato de ser jovem, ser mulher e viver na Capital, cidade ainda bem pequena! E já deu um mal passo! Muito embora Chiquinha esteve com homens “coronéis”, esse tipo de coronel sem ser fardado. Era somente coronel por ter dinheiro. Ela frequentou as ruas apenas ruas das mulheres de vida livre.
Cora
--- Ah, eu sei. - - interpôs
Alzira
--- Essa população que vivia na marginalidade. A senhora sabe muito bem! Foi, então, que um rapaz se apaixonou pela Chiquinha. Seu nome era Nico. Assim como se conhecia o rapaz. Pelo modo, talvez fosse de origem italiana, igual a essa moça. - -
Racilva
--- Tem um Nico Fidenco por aí. Italiano, ele! Interessante! - - cismou
Alzira
--- É o que não falta! Bem! Chiquinha teve olhos de personagens zombeteiros e das moças da época. Com o passar do tempo, havia quem duvidasse existir entre os dois, ela, uma mulher da vida. Ele, o Nico, não conseguia se livrar do peso social de uma prostituta! –
Racilva
--- Afinal houve esse tempo que se a prostituta pode ser feliz ou não. – - discursou a senhora
Alzira
--- Mesmo assim, Chiquinha e Nico não viveram nunca mais com a sociedade. Houve um tempo que Chiquinha ficou só com suas tristezas e desencanto. Ela sentia uma saudade profunda sem Nico. Foi assim que começou a revolta em Nico por causa de seus pais. Eles não queriam Nico com Chiquinha. Então começou a discórdia. –
Racilva
--- Discórdia sempre houve. Vejam os gregos. Se limpavam com pedras! –
Dona Cora, caio na gargalhada!
Cora
--- Com pedras? Ora vejam só! - - gargalhou outra vez.
Racilva
--- Ora, mãe? E os romanos? Eles se limpavam com pedras em uma vara. –
Alzira
---- Aqui, no sertão, o povo se limpava com sabugo de milho! - - respondeu a cristã
Então é que houve gargalhadas da parte de Cora e de Racilva. Após algum tempo, Cora falou.
Cora
--- Eu me limpava muito, com sabugos! -- - gargalhou
Racilva
--- Tá vendo! Tá vendo! A senhora era viciada, não era? - - gargalhou
Cora
--- Não tinha outra coisa! - - e continuou a gargalhar
Após algum tempo Alzira continuo a falar.
Alzira
--- Pois bem. O abatimento do moço tornou-se rapidamente visível. Ele não era rico. Porém também não era pobre. Tinha seus vinténs. Em seu coração, a revolta crescia a cada dia, assim como a saudade. Então o homem resolveu voltar para junto de Chiquinha. Então, ele soube da gravidez da moça. Ela estava buchuda! - -
Cora
--- Nossa! E agora? - - a mulher tremeu de medo.
Racilva
--- Espera, mãe! Quer ver! - -
Alzira
--- Os dois resolveram pelo suicídio. Foi um romance proibido que a sociedade não aceitava jamais. E, nesse sentido, eles combinam a morte. E preparam a estricnina. Eles deixaram cartas assinadas a dois dizendo que haviam decididos pela morte. Nas cartas, ele, o Nico, queria ser sepultado ao lado da Chiquinha, - -
Racilva
--- Essa foi a triste e trágica historia de um romance. Uma história de um romance que abalou a cidade. Eu devia ter feito o mesmo! - - chorou copiosamente.
Cora
---- Espere! Mas, o que Umbral, Alzira! - - indagou assustada
Alzira
--- Umbral! Para o espiritismo, ocorre desde as religiões antigas, de uma semelhança do que a gente vive, neste mundo e do que ocorre no outro. Na Índia, por exemplo, havia dois infernos. O Inferno quente e o Inferno gelado. O Inferno da neve. O sofrimento do frio. O espiritismo, ele vai trazer uma inovação ao explicar como ocorre, como é o mundo espiritual, que não tem paralelo. As pessoas tentam a ler as evidencias equivalentes aqui, ou seja, um lugar que se for colocada, você vai sofrer muito. Entendes? - - indagou.
Cora
--- Hum! Parece que ainda não! Vamos à frente! Continue, por favor! - - relatou a mulher.
Alzira
--- A questão é que os “espíritos” demonstram que o mundo espiritual é muito diferente do que normalmente se imagina. Aqui, nesse mundo, nós estamos determinados pelo ambiente em que nós estamos presentes. Se tiver em um ambiente muito quente, não importa que seja, vai sofrer com o calor. O nosso organismo físico é igual para todos. Quando você vai para o mundo espiritual, as pessoas, normalmente não percebem, porque o corpo nosso nem percebem que morreu. Entendeu? -
Cora
--- Estou imaginando! Prossiga! - -
Alzira
--- Bem. Mas a realidade do mundo espiritual, é determinado pelo seguinte fato: o que você pensa e sente alteram as condições físicas do seu corpo espiritual. Do seu perispírito! O sentido é: quanto mais ligado as questões desse mundo, quanto mais as pessoas estiverem ligadas aos instintos, as paixões, as emoções, mais denso o perispírito fica. E quanto menos apegado, maior a sua capacidade de se tornar seu perispírito mais leve. Menos denso. E a essa densidade do perispírito vai determinar a qual local você vai estar associada. A qual local você tem sintonia. –
Cora
--- E como eu posso saber? - -
Alzira
----Hum! Então, a imaginação que se fez do mundo espiritual é, quando as pessoas morrem, muitas, vivenciando um apego muito grande, um remorso, um desejo de vingança. ...Sentimento desse é sentimento que nos aproxima da condição animal. E no mundo espiritual é ter um sentimento denso! Pesado. Nesse corpo denso, pesado, vai fazê-lo vivenciara um ambiente com outras pessoas na mesma condição. - -
Cora
--- Eu acho que vou mais ler sobre espiritismo! - - disse a mulher, angustiosa.
Alzira
--- Isso. Leia. E veja onde tem dúvidas! - - sorriu

RACILVA - 07


SÉTIMO
A VOLTA
À tarde daquele dia, passado o susto da manhã com a chegada do homem, Moura, vindo para ouvir o senhor Rafael por ter avistado uns seres extra-terrestre, Racilva ainda de cabeça por demais enfatuada nada progredia para ver se o negócio aplacava. Na janela, o gato a vislumbrar para outros animas da mesma espécie vagado pelo outro lado da rua. A mãe, dona Cora, a costurar para o grato, Junior, umas cuecas. E Junior a brincar com os seus dados. De repente, o gato se encurvou, todo arrepiado, mostrado as suas presas para um outro gato, deixado sair um forte miado! Dá sua máquina de costura, dona Cora, da sala onde estava pareceu ter visto algo a se mover no final do corredor da casa. Algo semelhante a um corpo de mulher.
Cora
--- Virgem Maria! Que é aquilo? - - indagou assustada.
Racilva
--- O gato! - - respondeu a filha
Cora
--- Que gato, que nada? É uma visagem! - - estremeceu de pavor.
Racilva
--- Visagem? Onde? Deixa-me ver! - - e se levantou bem rápido do assento da outra máquina de costura onde ela trabalhava também.
E foi para o interior da casa à procura de algo, como se fosse uma visagem. As duas andaram, para cima e para baixo, procurando uma visagem que, por acaso, apareceu tão de repente. Após breve instante Racilva procurou dizer se sua mãe não estaria enganada com essa aparição.
Cora
--- Que aparição, que nada! Eu vi o negócio! A coisa passou de repente, e pronto! - - relatou.
Racilva
--- Não duvido! É bom chamar dona Alzira para ela benzer a casa! - - falou cheia de susto.
Cora
--- Alzira! É bom chamar! Eu mesma vou logo mais à casa de Alzira! Vou chama-la! - - declarou.
A mulher chamou um carro de praça para ir, então, até a casa de dona Alzira, senhora de 50 anos, aproximadamente, e lá conversou com a senhora de tudo o que viu. E emtão pediu a sua ação de ir para fazer algo em sua residência, de modo a benzer a casa como um todo. A mulher, Alzira, ficou bastante preocupada com o que dona Cora relatou e logo se arrumou para poder ir até a casa de dona Cora fazer a benzedura total, levando ervas necessárias para cuidar do asseio.
Chegando à residência, Alzira sentiu tremendo calafrio e, de imediato, se benzeu tento jogado para fora aquele agouro insidioso. Com esse assustado tremor, Alzira rezou uma oração se benzendo toda, dos pés a cabeça, sem nada dizer a sua “comadre”, como Alzira chamava dona Cora. A mulher, Alzira, disse algo como se fosse uma prece ou algo assim. Em seguida, Alzira se limpou e logo em seguida buscou entrar na residência à qual lhe fora chama por sua dona. Dona Cora, curiosa, fez-lhe a pergunta de um modo baixo.
Cora
--- Era um “espírito”? - - indagou
Alzira
--- Tem muitos nessa residência! Muitos mesmos! Chega de dar calafrios! – disse a mulher.
Alzira adentro na residência acompanha com sua comadre, dona Cora, e logo à entrada, encontro a filha, Racilva, a quem cumprimento. E neto também, o Junior, a quem lhe fez carinhos coçado a cabeça e dizendo:
Alzira
--- Menino lindo! - - sorrindo logo após
Racilva acompanho dona Alzira e a sua mãe por causa do susto que lhe acometera por dona Cora ao dizer ter visto uma “coisa” no interior da cozinha. Por isso mesmo, a mulher ainda moça estava com tremendo pavor. Mesmo assim ficou calada, se agachado para pegar o seu filho, o Junior, ainda pequeno. A mulher, dona Alzira, já de meia idade, fez o que se destina a fazer por toda a residência, levando um tempo medonho para que tudo chegasse ao seu fim. Terminada a angustiosa aflição de ter que mandar para “os infernos”, Alzira chegou ao fim, totalmente suada por tamanho sacrifício. Após um tempo, a mulher falou.
Alzira
--- Creio que chegou ao fim. Mas, tomem cuidado! Eles podem voltar! - - e jogou fora as suas folhas secas de verdade. Dona Cora correu apressada e lhe pegou certa importância para dar a mulher.
Cora
--- Tome, por favor. Eu sei que não é dinheiro que venha lhe pagar. Mesmo assim, é o valor da passagem. - - falou temerosa.
Alzira
--- Eu não devia nem mesmo receber! Obrigada! Deus lhe pague! - - respondeu pesarosa
Cora
--- Tentou mais uma coisa a perguntar. É uma questão bem antiga, ocorrida nos meandros do século passado. Creio. A história de uma moça, chamada Chiquinha Gama ou coisa assim. A senhora tem conhecimento deste caso? - - indagou curiosa.
Alzira
--- Chiquinha! Eu sei de uma história de uma moça de nome Chiquinha. Não sei bem se é essa! É uma história bem antiga. Ela era uma moça nascida no interior do Estado. Será essa? - - indagou
Cora
--- Talvez. Por favor, conte-me, se for o caso dessa tal Chiquinha! - - falou curiosa.
Alzira
--- Eu não a conheci, de verdade. Porém ela viveu muito por aqui. Francisca Gama, a Chiquinha, ela era uma moça pobre, de 19 anos, era filha de um imigrante. Não sei se italiano. Ela saiu do interior e veio residir, aqui, na Capital e, por bem, se “perdeu”. Caiu da “vida”. Mesmo assim tinha alegria e formosura. Será essa? - - indagou ciente.
Cora
--- Parece ser essa! Ela era do interior. Caicó, talvez. Ou Açu, com certeza! - - detalhou!
Alzira
--- Provavelmente talvez Açu! Era uma cidade ainda pequena, naqueles idos! De namoro então, Chiquinha foi seduzida por um rapaz de nome Lima. Então, a rapariga tornou-se a inveja das moças de bem e da cobiça dos rapazes. Ora vejam! - - a mulher sorriu.
Racilva fez uma ilustrada gargalhada, e quem passava pela calçada à frente da ilustre casa se espantava e sorria sem nem saber por que estava sorrindo.
Cora
--- Conte mais! - - sorrindo
Alzira
--- Pois bem. E nesse ponto, Chiquinha fugiu de casa. Ela estava noiva. Mas o rapaz morreu, assim, tão depressa, que nem se saber por que. Morreu, simplesmente! –
Racilva
--- Ele morreu de verdade? - - indagou perplexa.
Alzira
--- Sim. Ele morreu. Ninguém sabe o porquê. Meramente morreu! - - declarou sisuda.
Cora
--- É assim. Hoje se morre por nada! - - confirmou
Racilva lembrou o seu marido e, certamente calou. Dona Alzira prestou bem atenção a Racilva e calou um pouco. Logo após, prosseguiu.
Alzira
--- Não se sabe quando se vive. Há crianças que já nascem mortas. Por que elas nascem? Talvez, o espiritismo tenha sua explicação, na verdade. Coincidência ou não, elas nascem já sem vida! E por que? Talvez essas crianças não queriam nascer nesse instante por um motivou ou outro! –
Cora
--- É muito complexo. Nascer e morrer! - - declarou pensativa
Racilva
--- Eu bem queria ter morrido durante o meu acidente! - - pensativa.

domingo, 9 de setembro de 2018

RACILVA - 06


SEGREDOS DE RACILVA
SEXTO
LÁGRIMAS
As moças, Kátia e Adda além do homem, Romeu, saíram apressada do Conservatório para a casa, muito embora, Kátia resolveu algo em meio do caminho. Por acaso, Kátia resolveu, logo, ir pela casa de outra mulher: Racilva. Era ela uma pessoa carente de informações atuais. Em outra ocasião, não precisava contar. Porém, logo agora, seria por demais importante. Adda nem se fez do rogada. Aquietou-se no banco do carro e nada fez para não despertar as emoções tiradas. Logo após, Kátia chegou a casa de Racilva e, com presa, lhe chamou, como se estivesse com brutal assombro.
Racilva
--- Espere, menina! Que assombro é esse? Conte-me agora e tudo enfim! - - quis saber.
Kátia
--- A revista mandou-me o homem e agora ele quer saber de tudo! Como eu começo, heim? – assustada
Racilva
--- Ora! Pelo início! Tudo como se deu! Conta o bla bla bla do drama! E pronto! - - explicou
Kátia
--- Mas eu não sei. Por favor, venha comigo! Favor!....as lágrimas romperam mais a denso.
Racilva
--- Agora? - - perguntou alarmada!
Kátia
--- Sim! Por favor! É importante! - - chorando falou.
Racilva
--- Diabo! Pois está! Dá um minuto! Falar com minha mãe! Ora sebo! - - entrou com pressa.
Em ligeiro instante, Racilva, Kátia, Adda e o homem Romeu de Moura estavam a descer do auto para dar entrada na casa de seu Rafael e família. Era sol quente de matar. Mulheres e homens a passar com pressa. Alguns buscava a mercearia, outros, o Mercado e uns poucos, apenas a passear ou vender cajus, mangas e pitombas, licores e até mesmo vinagres. Moura viu um deles a oferecer a uma dona de casa os seus produtos. Era então, costume a venda de casa em casa pelos vendedores. O pessoal entrou, com Adda à frente a chamar por quem estivesse por perto e logo se fez presente a sua mãe, dona Mariana, roupas simples, de uma única cor, quase cor de cinza.
Mariana
--- Quem é essa gente toda, minha Adda? - - assustada
Adda
Pessoal, essa é minha mãe! Eu não disse a ela porque eu não sabia que vinha esse pessoal todo!
Mariana
--- Ah, bom! Essa eu a conheço! Já esteve aqui, não foi? - - falou a Kátia.
Kátia
--- Sim, senhora! Sou eu mesma, de aquela noite! - - falou sorrindo
Mariana
--- E essa moça? - - perguntou por vez a Racilva.
Adda
--- Racilva! É a amiga de Kátia. E esse é o doutor Moura. Estudioso de assuntos de Discos! - -
Mariana
--- Discos? É Disco mesmo? - - quis saber
Moura
--- Sim, senhora. É um prazer conhecê-la. Mas são Discos Voadores ou UFOS, objetos que aparecem no Céu. E trazem gentes o que se chamam de “humanoides”! Seres humanos! - - declarou com certeza
Mariana
--- Ah bom! Queiram entrar. Fiquem à vontade! Rafael está aqui no quarto, ouvindo rádio! Vou chama-lo. Ele é quem conhece de certas coisas! - - declarou tremendo toda.
Todo o pessoal ficou sentado na sala, excerto a moça Adda que acompanhou sua mãe, Mariana. Ele quis acompanhar para evitar berreiro na ocasião. Tanto foi que Adda seguiu os passos de sua mãe para evitar questões de alvoroço. Na sala, ficaram Racilva e seu Moura. Os ficaram calados, apenas Moura a observar os quadros de antigas fotos de pessoas parentes da família, com certeza. O jornaleiro passou a oferecer jornais de dia. A doméstica entrou na casa e viu os dois – Racilva e Moura – mas nada indagou naquela ocasião. Deu um “bom dia” e nada mais. Andou depressa, com sacolas na mão, algo para o almoço e era tudo o que podia carregar. Racilva folheava uma revista dos tempos a procura de algo. Ela ouviu a voz de um carteiro em uma casa ao lado. E tudo era silêncio total. Um carro seguia para um local qualquer. Uma mendiga pedia esmola em alguma casa bem próxima. Era tudo o que podia se ouvir. Nessa ocasião apareceu seu Rafael com a sua filha ao lado.
Rafael
--- Bom dia. Eu já estava cochilado. É assim, mas o senhor quer saber o que? - - perguntou
Moura
--- Bom dia! Como estás? Eu vim aqui porque eu soube de uma história com o senhor e que por demais interessante! Bom dia mais uma vez, a todos. - - sorriu e calou
Rafael
--- Ah sim. É o caso dos espíritos ou coisa assim? Eu sei. Eu vi mais algumas vezes. Eles uns homens de média altura. Não falava nada. Apenas eles vinham até onde eu estava. E me olhavam com seriedade! Um deles me examinou. Algo nas costas. Só isso. Depois, sumiram como apareceram. Entendes? – - indagou
Moura
--- Ah sim. Mas, me conte mais. Esses deuses não perguntaram nada ao senhor? - - quis saber.
Rafael
--- Eles não são Deuses. Deus só existe um. Eles são criaturas vindas do espaço. Vindos de outros lugares. Eu indaguei a outras pessoas de seriedade, e eles me disseram que esses são serem humanoides, vindos do espaço. Muito além. De bem distante. - - confirmou
Moura
--- Mas o senhor se lembra de viu esses seres mais de uma vez? - - quis saber
Rafael
--- De quando em vez eles aparecem. Vem e vão embora. Não falam nada. Certa vez, um deles falou baixinho como um rato. Qui qui qui. Algo assim. Eu não entendia palavra alguma. Eles são estranhos. Como se fossem uns ratos. - - falou sério
Moura
--- Eles são de boa altura? - - quis saber
Rafael
---Nada. Eles são de média estatura. Pequenos como o senhor. De um metro e setenta, mais ou menos. Vestem umas roupas esquisitas, parecidas com um chambre cobrindo o corpo todo! Tem cabeça alongada e olhos grandes. Parece que é só isso. - - disse.
Moura
--- Eles aparecem e desaparecem, assim, de modo instantâneo? - - perguntou
Rafael
--- É o caso. Eles se desfragmentam em um instante! É como se o senhor estivesse vendo essa parede! Eles vêm e vão de forma instantânea. - - explicou
Moura
--- É uma situação caótica, senhor Rafael! –
Rafael
--- Prefiro nem lembrar. Eles são de um corpo branco ou cinza, com formato fantasmagórico.
Moura
--- Nós vamos esperar um tempo para ver se eles voltam a aparecer outra vez. O caso é anormal para os nossos dias.
E o dialogo continuou por mais uma hora com Rafael divagar sobre os seres do outro mundo.

RACILVA -


SEGREDOS DE RACILVA
QUINTO
ANGÚSTIA
Dias se passaram quando tudo estava quieto por assim dizer. O gazeteiro passava na rua e as entrava no beco para oferecer jornal aos de casa. Alguns aceitavam, outros não. Essa era a rotina constante. De repente, Racilva observou a sua amiga Kátia a chegar apresada como se estivesse exausta por demais. Com a mão no coração, a moça foi logo dizendo algo de pavor, para ela, de sobrenatural. Pediu um pouco de água, embora não estivesse com sede. Mesmo assim era uma forma de tranquilizar até certo ponto. Racilva buscou na geladeira ao lado, uma garrafa e lhe pôs para beber o conteúdo visto necessário. Kátia demorou um pouco, de cabeça abaixada como sinal de pensamento e logo após começou a conversar.
Kátia
--- Eu tenho uma amiga (chorando angustiosa) e toda a família para bem dizer. Ontem, aposta a aula, eu e minha amiga...Ela também estuda no Conservatório. Bem. Fomos, eu e outra estudante até à sua casa. - - parou de falar. As lágrimas voltearam sua face.
Racilva
--- Tudo bem! Acalme-se, por favor! Um pouco só! - - falou a seu modo delicado.
Kátia
--- Eu não consigo! (prantos no rosto) - - a moça abaixou-se a seu modo com a cabeça batendo nos joelhos
Racilva
--- Queira me desculpar. Quem é a moça? A que você fala? - - perguntou
Kátia
--- O seu nome? Adda! Você a conhece? - - indagou
Racilva
---- Adda! Adda! Creio que não! Nome estranho! É hebraico. “Aquela que prospera” creio eu.
Kátia
--- Seu pai é hebraico! Por isso ele batizou com o nome de Adda! Não é? - - indagou
Racilva
--- Pode ser. Esse mundo é pequeno! Meu nome é italiano, veja só! - - e sorriu
Kátia
--- Bem. Vamos lá. Chegamos à casa, todos estavam assistindo, ainda, o Rádio. Passava uma novela de muito gosto. Eu não assisto essa tal de novela. Mas a minha mãe faz gosto. Ela assiste demais. Meu pai, não! Ele prefere os jogos de futebol. - - disse a moça.
Racilva
--- Isso já é mania. Eu também rejeito ouvir novelas. Uma vez ou outra. Parece que é comum se ouvir essas novelas. Na Itália é uma praga. - - com asco
Kátia
--- Bem. Onde eu estava? Ah sim! Adda e eu entramos na sala e encontramos o pessoal a ouvir novela. Tudo bem! Mas em um dado instante. ... Já estávamos ambientados. Contudo faltava, apena, na sala, o senhor Rafael, pai de Adda. E foi aí que se ouviu um estarrecedor grito:” Socorro! Socorro! Socorro!”. Então todos nós corremos para um só lugar: o quarto onde estava o velho pai de Adda, o seu Rafael. Todos tremiam de medo! O velho, alarmado, olhava a parede onde se notou as figuras de uns seres já em desfragmentação, seguindo para o escuro. Eu vi esses seres. Eles não faziam nada de ruim. Apena se desfragmentaram e desapareceram de onde eles estavam. Sumiram! - - relatou com o maior medo.
Racilva
--- Céus!!! Eu já sabia desses seres. Eles vêm buscar amostras de algo no corpo humano das pessoas. São humanoides! Criaturas de uma cor aldosa! - - declarou
Kátia
--- Ave Maria! Eles são maus? O que querem de nós, afinal? - - perguntou alarmada.
Racilva
--- Tem, no Brasil, uma entidade que protege as cobaias humanas. Trata-se de uma entidade que faz a consulta às vítimas desses seres, os humanoides, e protege o paciente. São pessoas esclarecidas no assunto. Quando eles tomam conhecer essas tragédias com criaturas de cabeça como uma penda, a Associação vai a fundo até descobrir o que eles procuram. O clube é o Centro de Ufologia Brasileiro. - - falou com bastante calma.
Kátia
--- Certo! Tudo bem! Eu vou procurar essa Associação! De qualquer forma, obrigada! - - escutou.
Passaram-se os dias, imensos dias, inquietos dias. Kátia, então, procurou em ânsia encontrar o clube de ufogia por todo canto sem descobrir. Perguntava a moça a um e a outro sem verdadeiro êxito. Para a donzela já tornara uma loucura aquela missão enfadonha. Porém, a ninfa não desistia ao intento de encontra a sociedade, talvez secreta, para não dizer encantada. Uma vez, ao voltar para casa, ela teve êxito ao ver em um jornal de outra cidade uma matéria sobre os UFOS, algo para ela, fenomenal. Então, Kátia folheou a matéria de canto a canto e vibrou de emoção. Estava ali o que lhe faltava: a sociedade Ufológica. Então, Kátia correu em debanda para mostra em casa o que lhe faltava. Apesar da indiferença de todos, Kátia não se deu por vencida. Revoltada, a moça pegou a matéria e foi ate a casa de Racilva mostrar-lhe o que encontrou na banca de jornais há ligeiro instante.
Kátia
--- Veja, Racilva, o que encontrei! Isso não é uma magia? O pessoal da minha casa não deu importância. Mas, eu dei. Veja com cuidado!
Racilva
---Ufologia! Interessante! E aqui tem o endereço da entidade! Vamos ver e ler a matéria e é só escrever o caso para alguém da Sociedade. E esperar a resposta! - - lhe disse a dama.
A moça, Kátia, postou a carta e ficou no aguardo da então resposta da sua missiva ao Diretor da entidade. Passaram-se dia e nada respondia. Certa vez, Kátia, despreocupada, estava a estudar piano quando alguém veio até a sua sala e lhe deu um recado. Ela se voltou e de imediato, quis saber.
Kátia
--- Quem me procura? - - indagou.
Leopoldo
--- É um cidadão de meia idade. Talvez 50 anos. Pelo modo, veio de outro Estado. Não sei bem! Kátia
--- Está bem! Vou lá! Pelo modo eu já sei quem é! - - lembrou da carta.
Leopoldo saio e em seguida, Kátia, suspensa de contentamento, foi atender o senhor. Ele, esguio, era o homem que a esperava, tranquilo e calmo com qualquer um viajante. Kátia chegou mais perto e o cumprimentou, logo a falar. Houve trocas de saudação e logo o homem garboso se identificou.
Romeu
--- Bom dia, senhorita. O meu nome é Romeu de Moura. Desculpe-me o incômodo. Porém eu estou à sua procura por termos recebido uma missiva em que a senhorita descreve algo do seu interesse. Ufologia! - - e lhe mostro a cópia de uma carta
Kátia
--- Ah, sim! Sou eu mesma. Queira sentar aqui ao lado. Sim. Mas o caso se passou há alguns dias. Por sinal eu estava presente ao evento. Como de hábito eu postei essa missiva para os senhores. Acontece que o caso não se deu comigo, propriamente dito. Porém com uma outra pessoa, colega de classe. Adda, é o seu nome. O fato foi bastante curioso: seres de outro mundo. E quanto eu vi esses seres, eles já estavam se desfragmentando. Após esse instante, os seres sumiram de vez, por uma parede ou coisa assim. - - completou o caso
Romeu
--- Mas a senhorita viu mesmo esses seres? Ou não uma tênue ilusão? - - outra vez indagou
Kátia
--- Nada de ilusão! Foi toda gente que viu os seres na casa. Tem mais Adda, a minha colega de classe, e o pessoal de sua casa. Todo mundo viu os seres. O senhor quer ver o que eu reportei?
Romeu
--- Faz sentido. Podemos ir a casa com a sua amiga? - - indagou
Kátia
--- Sim. Podemos. Até porque a moça, Adda, está em aula aqui, agora! Vou chamá-la! - - a moça saiu ligeira e muito nervosa, então.
O homem, Romeu de Moura, se aquietou, a ficar sentado da cadeira do salão. Pessoas vinha e ia na entrada do Conservatório àquela hora do dia.

sábado, 8 de setembro de 2018


VULTOS
Era um dia de segunda feira, início de semana. Na Casa Espírita estava cheia de gente, a sua maior parte, doente mentais, pessoas assombradas, gente com cara feia e além desses, pessoas normais a trazer seus filhos. Dentre os tais, estavam Junior, sua mãe Racilva e a avó do menino, dona Cora. Ventiladores ligados para desfazer o calor no ambiente. Do lado de fora, os entes que participavam das preleções feitas pelos guias ou mestres que habitavam o Centro em seus dias de alta prece. Era o mundo todo por assim dizer. Nos assentos estava entre todos a mãe de Junior, a senhora Racilva, e a sua mãe, Cora. Ao lado da criança, um vulto. Era o senhor Caio. Para muitos, Caio não se apresentava. Ele era um espirito ou um ente espiritual Com certeza, ele estava no local para proteger o menino Junior, seu filho. Caio morreu em desastre de automóvel no dia do seu casamento com Racilva. A mulher ainda resistiu por algumas semanas. Então, Racilva recobrou a consciência e após vários dias se recompôs. Caio, não. Morreu e o seu espirito foi para o além. No salão de debates, ele, Caio, era o único a poder falar com seu filho. Com Racilva, ele nada falava por questões espirituais, certamente. Na Mesa, estavam os Mestres a falar da espiritualidade propriamente dita. Em certo momento, entre o salão de doutrinação estava os espíritos de luz, dentre os quais, o espirito de Sinfrônio, um mestre da espiritualidade vindo da Seara da paz, um ambiente todo tomado de paz. Nesse local da espiritualidade, as pessoas que já passaram dessa Terra, viviam em paz e harmonia. Tinham várias entidades. Algumas em recuperação. Outros, a dormir quieto. E doentes mentais, na Terra, que se postaram enraivecido no ambiente de tratamento. É a loucura total de alguém que praticou, se louco, as cenas horrendas em seus “inimigos” por ele açoitados. Ou ainda crimes de sedução por alguém praticado, até morte a sua infante juvenil. Casos de adultério em sequência por um homem doentio contra uma criança. Médicos surpreendidos fazendo sexo com um cadáver de mulher. Todos esses crimes seriam punidos em outra existência, e nada mais.
Caio
--- Ouvindo isso? – indagou o vulto ao garoto.
Junior
--- Sim. Mas, qual o homem está falando? - - perguntou quase em silencio.
Caio
--- É um mestre. Falando como vivem os que já viveram aqui. - -
Junior
--- Ah. Mas não nunca vi esses homens! - - relatou
Caio
--- Alguns você conhecer. Você em outra geração. Lembre-se. Você já viveu muitas vidas. Mesmo assim você nunca vai recordar plenamente. –
Junior
--- Eu vivi mesmo? Quando? Faz tempo? - - sequencia
Ouvindo esse murmurar da criança, a sua mãe lhe perguntou em voz sussurrante e delicada
Racilva
--- Com que eu falo, Junior? - - indagou cismada
Junior
--- Com esse homem. Ele falou que eu vivi, antes! - - murmurou o garoto
Racilva
--- Homem? Que homem! Não o estou vendo! Aí tem uma mulher! - - falou sério
Junior
--- Não é com a mulher. É com ele! Olhe! - - e apontou para a cadeira ao lado
Nesse momento a visão sumiu de modo imediato. E o garoto sequer notou o seu desaparecer
Racilva
--- Qual é esse homem? Vamos embora! Já para casa! - - zangou a mulher que se levantado do assento
A mãe de Racilva se espantou e se foi a pergunta.
Cora
--- Que está havendo com vocês. Senta aí. - - aborrecida
Racilva
--- Ora, mãe? É esse moleque! Vive dizendo coisas! - - tentou Racilva um tanto abusada.
Cora
--- Deixa-o comigo. Quando iniciar a outra sessão, a de Cura, vou ter com o Mestre Sinfrônio algo que explique. - - a mulher sentou-se junto a criança para proteja-la com maior amparo.
Após a primeira parte da sessão espírita veio, então, a segunda parte. Dona Cora se adiantou para falar um pouco, embora muito baixo, sobre a criança e o que ela já fizera de agora e de outras vezes. O mestre Sinfrônio ouviu bem, muito calmo, e disse que de aquele instante em diante o garoto teria que ser levado para um quarto outro, onde os grandes mestres teriam o trabalho de vê-lo falar, com certeza. Um dos Mestre foi até do garoto e lhe fez perguntas carinhosa e com muita prece de um encantamento. E o menino faz das perguntas as iguais questões como se houve algo que ninguém entenderia.
Junior
--- Ele não respondeu. Até parece que ele não veio. - - disse o garoto
A sessão perdurou por mais algum tempo sem nada se resolver de verdade. Ao seu final, terminada a sessão de cura, todos procuraram sair de vez. Um pouco mais tarde, Racilva, o menino Junior e a sua avó voltaram à casa, decepcionadas pelo que não conseguirão obter. Um gato de cor amarela estava deitado no solar do portão e ficou sempre no mesmo lugar. Quando viu Racilva, deu um miado dolente e carinhoso chega a assustar a mulher. O felino era apenas um gato e nada mais.
No dia seguinte, todos tinham acordado. O gato estava com seus miados, ronronado nas pernas de Racilva. Essa olhou séria para o felino e quis chuta-lo com seu pé. Porém desistiu do intento. Sorriu, apenas, pela coceira que ele causava. Racilva pegou uma nesga de queijo e deu ao gato.
Racilva
--- Tome bichano. É só o que tenho! - - se desculpou a moça.
Cora
--- De quem é esse gato? - - quis saber a mulher
Muniz
--- É somente um gato. Eles vivem andando por aí. Coisa comum de gato. - - falou o homem.
Racilva
--- Mas esse veio logo para aqui! - - e gargalhou
Junior
--- É o meu gatinho! - - saiu correndo da cadeira para pegar o felino.
E a festa continuava a cem por cem até que todas se levantaram dos seus assentos. Muniz foi para a repartição bancária, Racilva levou até à escola o menino peralta e a mãe de Racilva voltou a cosicar as coisas normais de casa. O gato deu um pulo para a janela, observou a rua, lambeou-se e então pulou para fora de casa. Com as horas do tempo, logo a mulher, dona Cora colocou um nome no bichano. Tratava-o por “Romeu” por ser um gato manso semelhante ao Romeu do romance de William Shakespeare. Logo, esse nome ficou sendo o primor da casa. O Romeu era lindo, de olhos azuis, pelos compridos e muito dócil e tranquilo.
Cora
--- Romeu! Onde anda o gato? - - perguntou à sua filha
Racilva
--- Está ali, na janela! - - correu abriu os olhos para se certificar
Cora
--- Romeu! Ora essa! Eu mesma possui um gato, ainda bem pequeno. Vivia nos meus pés! - -
Racilva
--- Gato é um animal cuidadoso com ele mesmo. Veja esse? - - dialogou.
Cora
--- Esse fica na janela olhando a rua. Às vezes some ou vai lá para dentro! - - cosicando com a máquina de costura.
Racilva
--- Eu não sei de onde ele veio! - - preocupada.