domingo, 14 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 14 -

- LAGOA -
- 14 -
VISAGEM
Marilu dormiu um pouco tarde, depois da meia noite. De início, a conversa foi total. Logo após, Lauro se despediu dos demais. O Senador já adormecera após leve conversa e sua esposa ficou mais tempo até a despedia convenceu. No dia seguinte era então o dia seguinte. Marilu ficou sozinha a pensar na sua terra natal, na mãe, no mercado, o que estaria fazendo quem vivia só. Os bêbados. Os bêbados. Inúmeras pessoas que Marilu conhecia muito. Os pescadores, os sacrificantes de gado, de bodes, de porcos. Ela nem sabia por que lembrar dos porcos. O dia já começara na Cidade. Marilu ouvia o canto dos vendedores de jornais. Os carros que passavam constantemente de um lado para outro. Lâmpadas ainda acesas na manhã serena a chamar o dia para se viver constante. Os cafés. Ah, os cafés da manhã a se sentar num terraço qualquer. Marilu pesava em tudo isso quando, de repente, viu uma sombra de alguém a passar de um lado para outro do quarto. Marilu se levantou de repente.
Marilu
--- Quem está aí? - - perguntou assustada.
Com medo terrível ela se levantou e correu para o quarto ao lado onde dormia o jovem Lauro agarrando o homem pelo robe de seda e cetim sem poder nem gritar, apenas dizer em forma de desespero
Marilu
--- Acorda! Acorda! Acorda! - - sacudindo para um lado e para outro ela, de pé na cama
Lauro acordou assustado temendo um negócio ruim. E após alguns segundos o homem se levantou como desesperado.
Lauro
--- Que foi? - - perguntou assustado.
Marilu
--- Um homem! Um homem! Acorda! - - continuava a sacudir o rapaz, desesperada.
Com os olhos bem abertos e olhando para um lado e para outro, ao desespero, ela, com o seu traje de seda, saia alongada e o seu coração a saltar.
Lauro
--- Homem? Que homem? Onde? - - perguntou aflito
Marilu
--- No meu quarto. Eu vi. Eu vi. Acorda! - - chamou brava.
Lauro
--- Espere. Não é um criado? - - quis saber
Marilu
--- Que criado que nada! Era uma assombração! Me ajude! Venha! Venha! - - alarmada
Lauro
--- Venha para onde? Vou fazer o que? - - perguntou assustado.
Marilu
--- Sei lá! Venha para ver o que vi!!! - - angustiada
E então, Lauro se levantou e saiu até o quarto emendado com o outro e lá entrou a olhar para um lado e para outro. Depois de alguns instantes ouviu de Marilu o que ela informou. Não tinha nada do quarto.
Lauro
--- Não tem nada aqui. Só o armário! Ele veio de onde? - - quis saber
Marilu
--- Do mesmo local que o senhor está. E saiu de um lado para outro. Nem esperou chegar a parede e desapareceu. - - disse tremendo de medo
Lauro
--- Você estava dormindo? - - indagou
Marilu
--- Não. Eu estava acordada como estou agora! - - relatou
Lauro
--- É danado! Visagem em Paris? - - indagou com dúvidas.
Marilu
--- Tem visagem em todo canto! Aparecer para mim, isso que é danado! - - alarmada
Lauro
--- É melhor não dizer a ninguém. Deixe eu investigar. Talvez esse hotel tenha sido construído há muito tempo. Deixa eu ver. O dia já está claro. - -
Marilu
--- Eu não fico mais aqui! - - tremendo
Lauro
--- Espere! Espere! Tenha calma! É o melhor. Se quiser, eu troco de quarto! - - declarou
Marilu
--- Eu durmo aonde? - - quis saber
Lauro
--- No meu. Eu venho para cá. - - destacou
Marilu
--- Não é perigoso? - - perguntou alarmada.
Lauro trocou de roupa enquanto Marilu lhe virou as costas com respeito. Porém não saiu de dentro do quanto onde estava, pois era o seu próprio quarto. Logo após Lauro chegou e indagou se Marilu queria sair
Marilu
--- Tá louco? Fico nada! Não entro mais nesse cômodo! Vou dormir nem que seja em um banco de praça! - - tremeu.
Lauro
--- Tolice! Vamos! - -
Marilu
--- Para onde? - - perguntou ainda assustada.
Lauro
--- Para a sela de baixo. Eu vou indagar algo ao gerente. - -
Marilu
--- Assim? - - perguntou mostrando o chambre que vestia.
Lauro
--- Desculpe-me. Vista-se, por favor. - - disse homem a sorrir.
Lago após, já vestida, Marilu caminhou com o jovem Lauro ainda tremendo de medo. Eles tomaram o elevador e, na saída. Lauro quis saber do gerente algo sobre a construção do prédio, se era antiga e coisa assim. O gerente, bem formal lhe disse algo que ele não entendia ao certo.
Lauro
--- Não é por nada. Coisa simples. Essa moça foi tomada de susto algo que ela não entendeu ao certo. Eu busco saber se algo no edifício é negativo? - -
Gerente
--- Com certeza não houve nada de anormal. Eu estou aqui há 5 anos e nunca ouvi relato semelhante. - -
Lauro
--- Acredito. Um prédio velho sempre assombra quem vem pela vez primeira. –
Gerente
--- Velho? Esse prédio é novo! - - disse o gerente
Lauro
--- Desculpe-me! Eu não quis ser grosseiro. Mas a cidade toda sobre o diabo. Esse não escapou da tragédia. Velho é o modo de falar. Queira desculpar. Eu vou falar com o Senador para saber se ele vai querer ficar nesse hotel. - -
Gerente
--- Com licença. Diga-lhe que o prédio foi um Convento de Frades. - - 


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