- CONVENTO -
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FRADES
Um convento de
Frades. Era então saber em que ano foi aquele hotel construído para os Frades.
Isso, deixou Lauro mais preocupado. Com certeza, Marilu se sentiu estranha
porque, falando em português o gerente do Hotel, mesmo assim não explicou
maiores detalhes sobre a construção do Mosteiro. Sabia-se que a França tinha
sido um verdadeiro Convento dos tempos remotos. Ao entrar no Hotel, quando
chegou, quase toda molhada, Marilu viu uma figura estranha que ela identificou
como sendo a imagem de Jesus Cristos, já morto em um espaço gótico. Ele estava
sendo carregado por dois homens. Era isso que a moça viu de repente e não deu
grande importância. Ela estava toda molhada por conta da chuva caída na ocasião
quando a moça entrava no Hotel e, por isso não fez maior constrangimento. A
imagem de Cristo estava guardada em baixo de uma capela onde tinham mais quatro
pessoas, provavelmente, Maria Santíssima e Madalena além dos outros dois amigos
de Cristo ainda insepulto. E isso, Marilu notou sem dar grande importância por
causa da tempestade que se avizinha. Passado o tempo, Marilu, já na manhã
seguinte, confabulou a Lauro.
Marilu
--- Aqui foi
um Convento? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Foi, o que
o Gerente informou. - - respondeu simplesmente
Marilu
--- Eu vi a
imagem de Cristo, quanto eu entrei, numa gruta aqui ao lado! - -
Lauro
--- Cristo?
Aqui tem tudo o que é Santo pelas casas, tabernas e altares. - -
Marilu
--- E tem
visagem também? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Visagem?
Por que a pergunta? Aqui foi o centro católico mais importante da Igreja.
Marilu
--- Como
assim? - - perguntou curiosa
Lauro
--- A França
foi o palco da morte de Joana D’Arc, a Donzela e de muitas outras mortes de
Frades, mulheres de idade avançada e inúmeros casos, isso no século XIV ou
menos. Porque a pergunta? - - curioso.
Marilu
--- Por nada.
Mas se aqui foi um velho Convento, nada pode negar que seja um lugar onde era a
residencia de Frades. - - aventou
Lauro
--- Então,
você quer dizer que a visagem que você teve tem alguma ligação com um passado
bem remoto do Convento? - - assustado
Marilu
--- Pode ser.
Eu, agora estou mais consciente do assombro. Esse assombro pode ter sido
acontecimento de anos passados. Vale apenas averiguar por esse lado. – destacou
Lauro
--- Vai haver,
hoje a abertura do Congresso
Internacional do Jornalismo, onde o meu pai é o presidente. Você, fica. A
transmissão é idioma português, pata o Brasil, Portugal e países da mesma
língua. Não há problemas. Eu vou verificar a origem desse Hotel. Minha mãe fica
com você para te orientar. Logo que eu descubra algo, eu volto. Está bem? - -
Marilu
--- Sim. Eu
fico. Mas, vou dormir em seu quarto. - - assustada.
Lauro
--- Está bem.
Vamos tomar café. Eu vou chamar o meu pai. - -
Com isso, os
dois saíram apressados para o quarto do velho Senador. O assuntou, ele nada
falou de antemão. Teria que ver algo mais distante. A História dos Conventos da
França.
Foi assim que
Lauro buscou informações nos livros existentes no Museu Nacional de História
Natural, da França, instituição de investigação científica do país. Antes
apenas um pobre museu, hoje já era algo imponente, soberbo até. Ali se
encontrava, em 1950 com cerca de 300 mil volumes, como o caso o Museu do Homem.
Chamada de Santo Oficio, a Inquisição da França, era formada pelos tribunais da
Igreja Católica. Esses tribunais julgavam e puniam pessoas acusadas de se
desviar de suas normas de conduta. O Santo Oficio teve início em 1231, quando o
Papa, preocupado com o crescimento das seitas religiosas, criou um órgão especial
para investigar os suspeitos de heresias. No entanto, Lauro queria descobrir a existência
de um mosteiro onde, hoje, era um Hotel. Sem desistir, o rapaz buscou em
diversos livros um Mosteiro, talvez não muito grande. Em certo tempo, Lauro viu
um Frade a passar por perto seguindo para uma porta ao lado. Então, ele chamou.
Lauro
--- Bom dia,
senhor. Pode-me informar algo sobre um convento que existiu em rua estreita conhecido
como Beco das Barrelas? - -quis saber
Frade
--- Beco das
Barrelas! Deixa-me ver. Ali existiu um Convento muito antigo, não sei nem a
data. Mas esse Convento foi demolido! Por que, senhor? - - curioso
Lauro
--- Por nada.
Eu queria apenas saber. Ele foi da época do Santo Oficio? - -
Frade
--- Santo
Ofício? Creio que não. Sei apenas que ele foi demolido nesse século. - -
Lauro
--- E nem
quanto tempo esteve aberto? - -
Frade
--- Isso,
também não sei. Acho que a demolição foi por conta de um outro Convento, mais
adiante que o Prior encontrou, sendo bem melhor que o anterior. - -
Lauro
--- Tem
certeza do que me falou? - -
Frade
--- Absoluta!
Querendo, é só ir no Convento dos Capuchinhos. É lá perto. - - e fez menção
como sendo em uma subida.
Lauro
--- Está bem.
Convento dos Capuchinhos! Anotei! Obrigado, senhor Frade. - - sorriu.
O Frade, já
idoso, caminhou quase que cambaleando, com seu hábito acinzentado a pisar o chão.
Lauro, perplexo, ainda o olhou, vendo seu porte encurvado e um homem dos 80
anos. Aquele Frade era um homem bem antigo, Lauro supôs.
No auditório onde
começara as palestras sobre o jornalismo, estava igualmente a moça Marilu em
companhia da senhora Lindalva, esposa do Senador, presidente da cerimonia, sentada
na cadeira de luxo junta aos demais ouvintes, alguns jornalistas, a ouvir a
preleção acolhida feita por um dos participantes do Congresso. Vez por outra, a moça se virava a procura de
Lauro, que não surgia. A mãe do rapaz ficou inquieta com tanto remexido da
moça.
Lindalva
--- Que
buscas? Lauro? Ele vem logo. - - falou a mulher
Marilu
--- Mas é a
demora! - - relatou preocupada.
Lindalva
--- Olha bem
se ele não se perdeu pelo caminho! Cidade apertada! - - falou a mulher
Marilu
--- Apertada?
Ele conhece Paris de cabo a rabo. - - falou extada
Lindalva
--- Mas tem
ladrões às pampas! - - disse a mulher
Marilu
--- Ladrões?
Ai meu Deus! Ele não tem nem arma! - -
Lindalva
sorriu.
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