terça-feira, 16 de maio de 2017

SONHOS DE MARILU - 15 -

- CONVENTO -
- 15 -
FRADES

Um convento de Frades. Era então saber em que ano foi aquele hotel construído para os Frades. Isso, deixou Lauro mais preocupado. Com certeza, Marilu se sentiu estranha porque, falando em português o gerente do Hotel, mesmo assim não explicou maiores detalhes sobre a construção do Mosteiro. Sabia-se que a França tinha sido um verdadeiro Convento dos tempos remotos. Ao entrar no Hotel, quando chegou, quase toda molhada, Marilu viu uma figura estranha que ela identificou como sendo a imagem de Jesus Cristos, já morto em um espaço gótico. Ele estava sendo carregado por dois homens. Era isso que a moça viu de repente e não deu grande importância. Ela estava toda molhada por conta da chuva caída na ocasião quando a moça entrava no Hotel e, por isso não fez maior constrangimento. A imagem de Cristo estava guardada em baixo de uma capela onde tinham mais quatro pessoas, provavelmente, Maria Santíssima e Madalena além dos outros dois amigos de Cristo ainda insepulto. E isso, Marilu notou sem dar grande importância por causa da tempestade que se avizinha. Passado o tempo, Marilu, já na manhã seguinte, confabulou a Lauro.
Marilu
--- Aqui foi um Convento? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Foi, o que o Gerente informou. - - respondeu simplesmente
Marilu
--- Eu vi a imagem de Cristo, quanto eu entrei, numa gruta aqui ao lado! - -
Lauro
--- Cristo? Aqui tem tudo o que é Santo pelas casas, tabernas e altares. - -  
Marilu
--- E tem visagem também? - - quis saber assustada.
Lauro
--- Visagem? Por que a pergunta? Aqui foi o centro católico mais importante da Igreja.
Marilu
--- Como assim? - - perguntou curiosa
Lauro
--- A França foi o palco da morte de Joana D’Arc, a Donzela e de muitas outras mortes de Frades, mulheres de idade avançada e inúmeros casos, isso no século XIV ou menos. Porque a pergunta? - - curioso.
Marilu
--- Por nada. Mas se aqui foi um velho Convento, nada pode negar que seja um lugar onde era a residencia de Frades.  - - aventou
Lauro
--- Então, você quer dizer que a visagem que você teve tem alguma ligação com um passado bem remoto do Convento? - - assustado  
Marilu
--- Pode ser. Eu, agora estou mais consciente do assombro. Esse assombro pode ter sido acontecimento de anos passados. Vale apenas averiguar por esse lado. – destacou
Lauro
--- Vai haver, hoje a abertura do Congresso Internacional do Jornalismo, onde o meu pai é o presidente. Você, fica. A transmissão é idioma português, pata o Brasil, Portugal e países da mesma língua. Não há problemas. Eu vou verificar a origem desse Hotel. Minha mãe fica com você para te orientar. Logo que eu descubra algo, eu volto. Está bem? - -
Marilu
--- Sim. Eu fico. Mas, vou dormir em seu quarto. - - assustada.
Lauro
--- Está bem. Vamos tomar café. Eu vou chamar o meu pai. - -
Com isso, os dois saíram apressados para o quarto do velho Senador. O assuntou, ele nada falou de antemão. Teria que ver algo mais distante. A História dos Conventos da França.
Foi assim que Lauro buscou informações nos livros existentes no Museu Nacional de História Natural, da França, instituição de investigação científica do país. Antes apenas um pobre museu, hoje já era algo imponente, soberbo até. Ali se encontrava, em 1950 com cerca de 300 mil volumes, como o caso o Museu do Homem. Chamada de Santo Oficio, a Inquisição da França, era formada pelos tribunais da Igreja Católica. Esses tribunais julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de suas normas de conduta. O Santo Oficio teve início em 1231, quando o Papa, preocupado com o crescimento das seitas religiosas, criou um órgão especial para investigar os suspeitos de heresias. No entanto, Lauro queria descobrir a existência de um mosteiro onde, hoje, era um Hotel. Sem desistir, o rapaz buscou em diversos livros um Mosteiro, talvez não muito grande. Em certo tempo, Lauro viu um Frade a passar por perto seguindo para uma porta ao lado. Então, ele chamou.
Lauro
--- Bom dia, senhor. Pode-me informar algo sobre um convento que existiu em rua estreita conhecido como Beco das Barrelas? - -quis saber
Frade
--- Beco das Barrelas! Deixa-me ver. Ali existiu um Convento muito antigo, não sei nem a data. Mas esse Convento foi demolido! Por que, senhor? - - curioso
Lauro
--- Por nada. Eu queria apenas saber. Ele foi da época do Santo Oficio? - -
Frade
--- Santo Ofício? Creio que não. Sei apenas que ele foi demolido nesse século. - -
Lauro
--- E nem quanto tempo esteve aberto? - -
Frade
--- Isso, também não sei. Acho que a demolição foi por conta de um outro Convento, mais adiante que o Prior encontrou, sendo bem melhor que o anterior. - -
Lauro
--- Tem certeza do que me falou? - -
Frade
--- Absoluta! Querendo, é só ir no Convento dos Capuchinhos. É lá perto. - - e fez menção como sendo em uma subida.
Lauro
--- Está bem. Convento dos Capuchinhos! Anotei! Obrigado, senhor Frade. - - sorriu.
O Frade, já idoso, caminhou quase que cambaleando, com seu hábito acinzentado a pisar o chão. Lauro, perplexo, ainda o olhou, vendo seu porte encurvado e um homem dos 80 anos. Aquele Frade era um homem bem antigo, Lauro supôs.
No auditório onde começara as palestras sobre o jornalismo, estava igualmente a moça Marilu em companhia da senhora Lindalva, esposa do Senador, presidente da cerimonia, sentada na cadeira de luxo junta aos demais ouvintes, alguns jornalistas, a ouvir a preleção acolhida feita por um dos participantes do Congresso.  Vez por outra, a moça se virava a procura de Lauro, que não surgia. A mãe do rapaz ficou inquieta com tanto remexido da moça.
Lindalva
--- Que buscas? Lauro? Ele vem logo. - - falou a mulher
Marilu
--- Mas é a demora! - - relatou preocupada.
Lindalva
--- Olha bem se ele não se perdeu pelo caminho! Cidade apertada! - - falou a mulher
Marilu
--- Apertada? Ele conhece Paris de cabo a rabo. - - falou extada
Lindalva
--- Mas tem ladrões às pampas! - - disse a mulher
Marilu
--- Ladrões? Ai meu Deus! Ele não tem nem arma! - -
Lindalva sorriu.

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