terça-feira, 29 de agosto de 2017

GRANDES DEUSES - 26 -

CINEMA
26
A VOLTA

Após perambular por parte de Rennes le Château, conhecendo a Basílica de Santa Madalena por dentro e por fora, bebendo cerveja quente ao paladar de cada um, vendo os demônios de boca e olhos abertos, a Basílica de Nossa Senhora construída em um local pagão no topo de uma colina pelo século XIV, a Ordem dos Cavaleiros Templários  baseado no Templo de Jerusalém, a Montanha de Bugarach, parte do misterioso Rennes le Château, as Ruinas do Castelo de Coustaussa, com Rennes le Château ao fundo, magnifico em seu mistério, um edifício antigo de guardar relíquias, casas de padres, residências antigas, Andorra velha, shop, pontes sobre casas, e restaurantes modernos em becos antigos. Essa era a parte distinta de Rennes le Château. Após tudo isso, o casal rumou para Paris onde bancas com coisas diversas se tinhas a mostra para fazer negócio. Lojas de presentes, mercado de coisas antigas, autos e ônibus a passar, mulheres elegantes a atravessar as ruas, gente a beber Coca Cola, bares nas praças dos Inocentes, homens a beber vinho antigo em um bar, tráfegos de carros já modernos entre retratos de Mary Pickford a anunciar um novo programa de cinema. Era Paris renascendo após a guerra. E Marilu estava de volta ao presente com suas belas roupas. Cinema, Teatros entre shows de cantores antigos e novos. Quinze dias de estava no pais das flores e a volta ao Brasil.
De volta ao Rio era a mesmice de sempre. Lauro foi de imediato tomar a benção de seus pais e Marilu ver a cidade de gente pobre com roupas de gente rica a atravessar as ruas. Em uma vista de repente a moça olhou a imagem de um cinema com anuncio de novos filmes. Refletido um pouco, Marilu procurou se aguentar ao ver o cartaz. E pensou, de imediato do Tirol. Correu a lembrança antiga de fazer um cinema em Natal. Um Cine Tirol.
Marilu
--- Que tal? Na parte desocupada do prédio, um edifício se ergue. Uma casa de Cinema. Parece que estou vendo. Os letreiros com nomes de filmes de estreias. E o Cine Tirol. Que achas? –
Lauro cocou a cabeça e de imediato pensou em despesas.
Lauro
--- Isso custa caro. E já tem lá cinema maior. –
Marilu
--- Lá vem você despejar água fria em caldo quente. Pois eu vou fazer, custe o que custar! - - aborrecida
Lauro
--- Não é isso. –
E o velho senador foi à pergunta.
Senador
--- O que está havendo, meninos? - - sorridente
Marilu
--- É o seguinte, Senador. Eu estou pensado em construir um Cinema do lado da Rádio, um pátio desocupado. Em vi, na França, um filme que mostra Maria Madalena, o seu esposo Jesus e o filho de ambos. Parece incrível, mas foi pintado por Leonardo Da Vinci. É um filme magnifico. Aqui não vem e eu não sei por que. Como esse, tem outas criações maravilhosas. Eu perguntei a Lauro, e ele discordou. Imagine só? - - falou irritada.
Senador
--- Meu filho já está ficando velho. Vamos lá. Compre as máquinas, cadeiras e o que for necessário e comece a obra. Uma renda a mais é o que vale. O nome é? - -
Marilu
--- Penso eu em Cine Tirol. Posso fazer? - - inquieta
Senador
--- Ora! Você é a dona do prédio. Se tem rádio, tem cinema. Eu empresto meu empenho. - -
Após esse desabafo, houve a solidariedade entre marido e esposa. Dias depois, eles estavam em Natal. Lauro cuidado do Jornal e Marilu, da emissora. Houve vaga na direção e Marilu convido Emma para a secretaria da Emissora. De resto, tudo estava muito bem. A emissora entrava do ar as 05.00 horas da manhã e continuava até a 01 hora da madrugada. O Redator chefe era um rapaz de 30 anos de idade. Seu nome era Carlos Rodrigues. E tinham mais o elenco de rádio teatro e das equipes esportivas subordinadas a José Santiago. Nomes de fama a todo tempo se agrupavam. Para variar, as quintas-feiras, 09 horas da noite, tinha o Canto da Estrela com as mais expoentes do caste artístico. As 10 horas da noite – quando não tinha jornada esportiva, era o Grande Jornal da Noite que podia ser apresentado logo após o esporte. De qualquer forma era uma hora de notícias vindas pela agencia UPI.
Certo dia, Marilu estava tentando encontrar os representantes das empresas de cinema, em Natal e foi até a um escritório de uma das divulgadoras indagar como fazia para entrar em contato com certa pessoa, representante de filmes. Então, ficou sabendo de três representantes existentes. Um deles era magro de alto. Ela ficou sabendo para se alugar um filme o lucro obtido era de 30 por cento. O restante ficava para ser dividido entre a empresa divulgadora e a agencia de aluguel, pois tinha as despesas com os gastos entre prefeitura e governo federal. A conversa durou pouco tempo, ficado sabendo o gerente da firma que a moça pretendia fazer um Cinema de classe como já havia tomado ciência no Rio de Janeiro.
Marilu
--- O cinema pertence ao Grupo O Estado. Estamos a finalizar os arranjos e dentro de pouco tempo estaremos abrindo a nossa sala.
Gerente
--- Queremos parabeniza-la. Creio eu que não haverá dificuldade para tal, sendo o Senador um alto proprietário. Conheço-o bem.
E o tempo passou. O Cinema estava pronto ou quase pronto, melhor dizendo. Luzes por dentro e por fora. Um salão permanecia em declive. No fim, uma Tela coberta por uma cortina de seda refletindo cores diversas. Um palco. Um andar superior. Os projetores. Verdadeiro encanto. Propaganda sobre a inauguração marcada para breve. Havia equipamento de ar condicionado em toda a sala. Na entrada, programas de filmes. O de inauguração era um filme sobre Jesus na Caxemira, e só. O vai e vem de operários era intenso. Marilu ouvia palavras de cumprimentos.
Marilu
--- Tá, tá, tá. Obrigada! - - respondia
No cartaz da frente, um espaço para pôr o nome do filme do dia ou mesmo da semana, se fosse o caso de um filme passar mais tempo. Enquanto os operários lixavam e aplicavam tintas verdes claras nos murais, Marilu, de longe olhava como se faziam os retoques. Após um tempo a moça entrava na emissora vendo a programação do dia e como estava. Um rapaz passava vexado com uns boletins de notícias.
Olavo
--- Um navio naufragou na costa de Belém! Tem mortes! - - relatou com pressa.
E entrou na cabine de locução procurando o locutor do horário. Ele entregou o noticiário o voltou apressado para o setor de notícias. Marilu e ficou à espera do locutor ler a notícia extraordinária. Após lida a notícia, Marilu relatou ser preciso mais detalhes.
Marilu
--- É bom acompanhar o fato. A Rádio de Belém tem mais informação! - -  e voltou ao escritório
No escritório procurou Emma para dizer ter que sair
Marilu
--- Vou até ao Jornal falar com Lauro. Peça meu carro! - - relatou  

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