CINEMA
26
A VOLTA
Após perambular por parte de
Rennes le Château, conhecendo a Basílica de Santa Madalena por dentro e por
fora, bebendo cerveja quente ao paladar de cada um, vendo os demônios de boca e
olhos abertos, a Basílica de Nossa Senhora construída em um local pagão no topo
de uma colina pelo século XIV, a Ordem dos Cavaleiros Templários baseado no Templo de Jerusalém, a Montanha de
Bugarach, parte do misterioso Rennes le Château, as Ruinas do Castelo de
Coustaussa, com Rennes le Château ao fundo, magnifico em seu mistério, um
edifício antigo de guardar relíquias, casas de padres, residências antigas,
Andorra velha, shop, pontes sobre casas, e restaurantes modernos em becos
antigos. Essa era a parte distinta de Rennes le Château. Após tudo isso, o
casal rumou para Paris onde bancas com coisas diversas se tinhas a mostra para
fazer negócio. Lojas de presentes, mercado de coisas antigas, autos e ônibus a
passar, mulheres elegantes a atravessar as ruas, gente a beber Coca Cola, bares
nas praças dos Inocentes, homens a beber vinho antigo em um bar, tráfegos de
carros já modernos entre retratos de Mary Pickford a anunciar um novo programa
de cinema. Era Paris renascendo após a guerra. E Marilu estava de volta ao
presente com suas belas roupas. Cinema, Teatros entre shows de cantores antigos
e novos. Quinze dias de estava no pais das flores e a volta ao Brasil.
De volta ao Rio era a mesmice de
sempre. Lauro foi de imediato tomar a benção de seus pais e Marilu ver a cidade
de gente pobre com roupas de gente rica a atravessar as ruas. Em uma vista de
repente a moça olhou a imagem de um cinema com anuncio de novos filmes.
Refletido um pouco, Marilu procurou se aguentar ao ver o cartaz. E pensou, de
imediato do Tirol. Correu a lembrança antiga de fazer um cinema em Natal. Um
Cine Tirol.
Marilu
--- Que tal? Na parte desocupada
do prédio, um edifício se ergue. Uma casa de Cinema. Parece que estou vendo. Os
letreiros com nomes de filmes de estreias. E o Cine Tirol. Que achas? –
Lauro cocou a cabeça e de
imediato pensou em despesas.
Lauro
--- Isso custa caro. E já tem lá
cinema maior. –
Marilu
--- Lá vem você despejar água
fria em caldo quente. Pois eu vou fazer, custe o que custar! - - aborrecida
Lauro
--- Não é isso. –
E o velho senador foi à pergunta.
Senador
--- O que está havendo, meninos?
- - sorridente
Marilu
--- É o seguinte, Senador. Eu
estou pensado em construir um Cinema do lado da Rádio, um pátio desocupado. Em
vi, na França, um filme que mostra Maria Madalena, o seu esposo Jesus e o filho
de ambos. Parece incrível, mas foi pintado por Leonardo Da Vinci. É um filme
magnifico. Aqui não vem e eu não sei por que. Como esse, tem outas criações
maravilhosas. Eu perguntei a Lauro, e ele discordou. Imagine só? - - falou
irritada.
Senador
--- Meu filho já está ficando
velho. Vamos lá. Compre as máquinas, cadeiras e o que for necessário e comece a
obra. Uma renda a mais é o que vale. O nome é? - -
Marilu
--- Penso eu em Cine Tirol. Posso
fazer? - - inquieta
Senador
--- Ora! Você é a dona do prédio.
Se tem rádio, tem cinema. Eu empresto meu empenho. - -
Após esse desabafo, houve a
solidariedade entre marido e esposa. Dias depois, eles estavam em Natal. Lauro
cuidado do Jornal e Marilu, da emissora. Houve vaga na direção e Marilu convido
Emma para a secretaria da Emissora. De resto, tudo estava muito bem. A emissora
entrava do ar as 05.00 horas da manhã e continuava até a 01 hora da madrugada.
O Redator chefe era um rapaz de 30 anos de idade. Seu nome era Carlos
Rodrigues. E tinham mais o elenco de rádio teatro e das equipes esportivas
subordinadas a José Santiago. Nomes de fama a todo tempo se agrupavam. Para
variar, as quintas-feiras, 09 horas da noite, tinha o Canto da Estrela com as
mais expoentes do caste artístico. As 10 horas da noite – quando não tinha
jornada esportiva, era o Grande Jornal da Noite que podia ser apresentado logo
após o esporte. De qualquer forma era uma hora de notícias vindas pela agencia
UPI.
Certo dia, Marilu estava tentando
encontrar os representantes das empresas de cinema, em Natal e foi até a um
escritório de uma das divulgadoras indagar como fazia para entrar em contato
com certa pessoa, representante de filmes. Então, ficou sabendo de três
representantes existentes. Um deles era magro de alto. Ela ficou sabendo para
se alugar um filme o lucro obtido era de 30 por cento. O restante ficava para
ser dividido entre a empresa divulgadora e a agencia de aluguel, pois tinha as
despesas com os gastos entre prefeitura e governo federal. A conversa durou
pouco tempo, ficado sabendo o gerente da firma que a moça pretendia fazer um
Cinema de classe como já havia tomado ciência no Rio de Janeiro.
Marilu
--- O cinema pertence ao Grupo O
Estado. Estamos a finalizar os arranjos e dentro de pouco tempo estaremos
abrindo a nossa sala.
Gerente
--- Queremos parabeniza-la. Creio
eu que não haverá dificuldade para tal, sendo o Senador um alto proprietário.
Conheço-o bem.
E o tempo passou. O Cinema estava
pronto ou quase pronto, melhor dizendo. Luzes por dentro e por fora. Um salão
permanecia em declive. No fim, uma Tela coberta por uma cortina de seda
refletindo cores diversas. Um palco. Um andar superior. Os projetores.
Verdadeiro encanto. Propaganda sobre a inauguração marcada para breve. Havia
equipamento de ar condicionado em toda a sala. Na entrada, programas de filmes.
O de inauguração era um filme sobre Jesus na Caxemira, e só. O vai e vem de
operários era intenso. Marilu ouvia palavras de cumprimentos.
Marilu
--- Tá, tá, tá. Obrigada! - -
respondia
No cartaz da frente, um espaço
para pôr o nome do filme do dia ou mesmo da semana, se fosse o caso de um filme
passar mais tempo. Enquanto os operários lixavam e aplicavam tintas verdes
claras nos murais, Marilu, de longe olhava como se faziam os retoques. Após um
tempo a moça entrava na emissora vendo a programação do dia e como estava. Um
rapaz passava vexado com uns boletins de notícias.
Olavo
--- Um navio naufragou na costa
de Belém! Tem mortes! - - relatou com pressa.
E entrou na cabine de locução
procurando o locutor do horário. Ele entregou o noticiário o voltou apressado
para o setor de notícias. Marilu e ficou à espera do locutor ler a notícia
extraordinária. Após lida a notícia, Marilu relatou ser preciso mais detalhes.
Marilu
--- É bom acompanhar o fato. A
Rádio de Belém tem mais informação! - -
e voltou ao escritório
No escritório procurou Emma para
dizer ter que sair
Marilu
--- Vou até ao Jornal falar com
Lauro. Peça meu carro! - - relatou
Nenhum comentário:
Postar um comentário