- MOISÉS -
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MOISÉS
Moisés não existiu. Ele teve o
nome de Sargão e foi um Rei conhecido também como o Grande, o “Verdadeiro Rei’,
célebre por suas conquistas das cidades-estado sumérias. O vasto império de
Sargão se estendeu de Elam ou Elão ao mar Mediterrâneo, incluindo toda a
Mesopotâmia incluindo partes da Anatólia. A história do nascimento e da
infância de Sargão é listado na “Lenda de Sargão”, um texto sumério. O seu pai
foi La’Ibum. Antes de ser um Rei, ele, Sargão foi serviçal a Rainha Ur-Zababa.
Quando moço, Sargão foi convidado pela Rainha para ir até os seus aposentos,
para discutir um sonho que este havia tido, que envolvia um favor da deusa
Inanna e o afogamento de Ur-Zababa pela deusa. Profundamente assustada,
Ur-Zababa ordena que Sargão seja assassinado pelas mãos de Belis-Tikal, o
ferreiro mor. Porém Inanna consegue impedir, exigindo que Sargão parta para além
dos seus portões. Tempos depois, o próprio Sargão declarou ter sido sua mãe uma
alta sacerdotisa que lhe concebeu e em segredo lhe pariu. Para evitar de sua
morte, ela colocou em um cesto de junco e selou com betume. Quando recém-nascido,
Sargão foi colocado no rio e então, adiante, um homem de nome Akki vendo o
cesto a boiar, trouxe até a margem, retirou o bebê, e o criou como filho.
Joelma
--- Mas essa é a história de
Moises!!! - - declarou atônita
Laura
--- Moisés não existiu. Sargão, o
Rei, foi ele quem existiu. Filho de uma alta sacerdotisa, o Rei Sargão, quando
recém-nascido, foi colocado num cesto de junco e largado no rio. Ele não
conheceu o seu pai. Mas os irmãos do seu pai amavam as montanhas. Sargão nasceu
na cidade de Azupiranu, que se situa às margens do rio Eufrates. “Minha mãe,
alta sacerdotisa, me concebeu, em segredo me pariu”, relatou o próprio Rei,
quando já era adulto. A imagem de Sargão como um indesejado sendo colocado para
flutuar num rio lembra a narrativa mais conhecida do nascimento de Moisés, um
profeta judeu. - - destacou a mestra.
Joelma
--- Mas Moisés existiu ou não? -
- quis saber
Laura
--- Não existiu. Com o passar do
tempo, quando se confeccionou a Bíblia judaica, por 40 autores, entre os anos
de 1500 e 450 antes de Cristo, se colocou Moisés como seu autor. A Suméria já
havia escrito as suas tábuas cuneiformes a 3500 anos antes. Portanto, há uma
enorme diferença de datas entre os Sumérios e os Judeus. Por isso, Moisés com
diz a Bíblia, não existiu. O que existiu, na verdade, foi o Rei Sargão. Com
isso, Moisés era Sargão. - -
Joelma
--- E a fuga do Egito? - -
indagou bem astuta.
Laura
--- De Moisés? Isso é outra
história! É uma forma de poder contar a vida de Sargão de outro modo. Veja bem.
Não houve Deus e sim, Deuses, Senhores do Espaço. Anu ou An era o deus do Céu,
entre os Sumérios. Ele era filho de Anshar e Ki-shar. Anshar era o deus do
horizonte celeste. E Ki-shar era a deusa do horizonte terreno. Ambos foram o
segundo casal a nascer da união de Tiamat e Apsu. Tiamat é uma deusa associada
ao oceano e Apsu, sua parte masculina, era associado a água doce. Na maioria
das vezes, Tiamat é descrita como uma serpente marinha ou a um dragão. Mas em
nenhum texto foi encontrado nos quais contenham uma associação clara a essas
criaturas. - -
Joelma
--- Estou mais confusa! Mas não
se falou em Moisés. Conte-me, por favor. - -
Laura
--- Espere. Espere. Tem muito
tempo ainda. Para se falar em Moisés temos que se falar em Sargão. Aqui,
estamos a abordar o fogo que o seu Moisés foi falar com ele. Veja bem. Fogo
quer dizer o Sol. E Anu era o deus Sol. Ele era o deus mais venerável e velho
entre os Anunnakis. Era um deus cultuado em toda a Suméria, havendo santuários
seus espalhados por todas as cidades do País. Quando Sargão – veja que está aí
o seu Moisés – já eleito Rei da Acádia, domina a baixa Mesopotâmia, ele adota
muitos deuses sumérios. E a Acádia era um império semita. Por isso Sargão era
Moisés na visão semita. - -
Joelma
--- Que confusão! Moisés, Sargão!
Em que devo acreditar agora? - -
Laura
--- Depende da senhora. Se quiser
acreditar em Moisés, acredite. Ou, do contrário, acredite em Sargão. Só tem um
adendo: acreditar em Moisés é o mesmo que acreditar no povo judeu. E Sargão era
sumério desde o seu nascimento com cesto e tudo. Tem mais. - - sorriu.
Joelma
--- Lá vem bomba! Quais? - -
indagou de olhar aberto.
Laura
--- A “Lista de Reis Sumérios”
relata: “Em Acádia, Sargão, cujo pai era um jardineiro”, o copeiro de
Ur-Zababa, se tornou Rei, o Rei de Acádia, que construiu Agade ou Acádia. A
alegação de que Sargão teria sido fundador original de Acade foi questionada
com a descoberta de uma inscrição que menciona o local, datada do primeiro ano
de Enshakushanna. Sargão teria sido a
inspiração para a figura de Nimrod. Esse Nimrod foi chamado assim por ter
incitado todo mundo a se rebelar contra a sua Soberania. Nimrode quer dizer “rebelar”.
O Livro de Crônicas afirma que Sargão teria construído a Babilônia “diante de
Acade”. Babilônia é a capital da antiga Suméria e Acádia, no sul da Mesopotâmia.
Sargão foi casado com Tashlultum. - - adiantou.
Joelma
--- Só isso que ele fez? - -
perguntou
Laura – de olhos bem abertos.
--- Só isso? Só isso? É tudo que
a senhora sabe dizer. Só isso? - - exasperada
Joelma
--- Desculpe. Não fiz por mal! -
- voltou para si.
Laura
--- Olha, menina! Uma criança é
retirada do mar, cresce, torna-se Rei, governa um verdadeiro império indo de um
ponto a outro do Mediterrâneo e vem a senhora dizer “só isso”? Não. Não foi só
isso. Teve mais. Muito mais! - - inquietou-se.
Joelma se pôs deitada em sua
cadeira escolar como estando a ser humilhada com toda essa repreensão. A classe
toda silenciou. A Mestra, após alguns segundos, resolveu continuar.
Laura
--- Bem. Agora lá vai bomba
mesmo. Sargão, após assumir o poder em Kish, logo atacou Uruk. Essa foi a
cidade antiga da Suméria, sendo chamada após de Babilônia, situada a leste do
rio Eufrates, numa região pantanosa. O próprio nome moderno Iraque é derivado
de Uruk. Então, Uruk foi uma das mais antigas e importantes cidades da
Babilônia. A cidade teve uma importante história: os seus jardins suspensos.
Subiu ao Céu transformada em Pomba, após. Babilônia em Sumério, foi uma cidade
da região homônima, na Mesopotâmia, situada nas margens do rio Eufrates. Hoje, existem
apenas ruinas, no Norte em que se erguia o império.
Aluna
--- Hoje, a cidade acabou de vez?
- -
Laura
--- Sim. Mas, outras cidades
surgiram. Mas, ainda em Uruk, Sargão conquistou e demoliu suas célebres
muralhas. A cidade era governada por Lugal-Zage-Si, de Umma. O Rei foi expulso
com todo o seu exército sendo perseguido e preso. O próprio Lugalzagesi foi capturado
e trazido a Nipur. Sargão inscreveu no pedestal de uma estátua: “Numa coleira
de cão até os portões de Enlil”. Enlil é o Senhor das Tempestades. O Rei Sargão
saiu em perseguição dos seus inimigos até a cidade de Ur antes de se deslocar
até Lagash, no Golfo Pérsico, e daí até Umma. O Rei de Acádia fez um gesto
simbólico de lavar suas armas no Mar Inferior (o Golfo Pérsico) para mostrar
que havia conquistado o território da Suméria em sua totalidade. Algo mais? - - indagou.
Joelma
--- Desculpe-me senhora. Eu não
fiz por mal ao me referir ao Rei Sargão. Desculpe-me. - - falou com ternura.
Laura
--- Não tem importância. Mas a
história de Moisés ainda não terminou. Na verdade, ele era o Rei Sargão. Tem
ainda mais a contar. Por hoje, chega. A aula findou. - - e sorriu.
Aluno
--- Obá! É hora da xepa! - -
sorriu e decidiu partir
Os demais estudantes também
partiram. Apenas alguns – uns quatro ou cinco – ficaram a rodear a Mestra
querendo saber algo mais.
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