- OS PERSAS -
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OS PERSAS -
Segunda-feira.
A cidade ainda estava dormindo. Marilu esperava, em sua casa, a chegada de
Janilce. Ambas seguiriam para o trabalho. O Jorna do Estado. Na rua, começava o
movimento do vai e vem. Pessoas indo à bodega. Gente a trabalhar logo cedo. A
mãe de Marilu havia saído bem cedo quando a rua era um deserto. A moça só ouvia
um espirar de um velho, morador de uma casa acanhada há pouca distância da sua.
Um espirado e uma tosse rouca. Na certa, era asma aquele tossido. O velho
estava acordado desde muito cedo, antes do sol nascer, Marilu atinou.
Marilu
--- Coitado!
Doença braba! O dia todo é assim! - - lamentou
Nesse ponto,
Janilce, sua companheira de luta, se acercou. E disse-lhe.
Janilce
--- Demorei? -
- sorriu
Marilu
--- Em cima da
hora. Vamos pegar o ônibus para não se atrasar um pouco. - - declarou
Janilce
--- Vai
chover. Olha as nuvens! - - e apontou para o Céu.
Já em viagem,
as moças começaram a trocar opiniões. Marilu lembrou de uma matéria lida no dia
anterior. E ficou a pensar, com o dedo na boca.
Marilu
--- Você sabe
algo sobre os Persas? - - perguntou
Janilce
--- Povo
antigo. Eu já estudei. Eles viveram há 330 anos antes de Cristo. – - alertou.
Marilu
--- Pois é.
Começou com a Macedônia. Os soldados conquistaram o império persa e invadiram Persépolis,
sua espetacular capital.
Janilce
--- O conquistador
era Alexandre, o Grande admirador dos Grandes Reis Persas. - -
Marilu
--- E depois,
logo ao entardecer, a celebração grega degenerava em risos e bêbados. –
Janilce
--- Ao
amanhecer, Persópolis, joia da Coroa do Império persa, com seus palácios
inigualáveis, fora incendiada. Mais de 2.500 depois, as enormes torres colocais
foram testemunho das elevadas alturas que esse esquecido Império já atingiu.
Marilu
--- Verdade.
Ao lembrar a Pérsia, me vem à mente o seu luxo, rica tapeçaria, seus lindos
carpetes e o gato gordo persa chamado Otis. O Rei chamado Ciro, o Grande, que
acreditava no valor da religião e da cultura. Por volta de 4 ml anos antes de
Cristo, duas tribos nômades instalaram -se em solo do Iran, fértil mais muito
quente. Os Medes ao norte e os persas ao sul. As tribos nômades estavam mais
interessadas em sobreviver do que em conquistar terras.
Janilce
--- E tiveram
que aprender a lavrar o solo iraniano. Seu significado é “Meu irmão é excelso.
Ilustre” também.
Marilu
--- Isso
mesmo. Os iranianos queriam ter uma fonte de água. Os primeiros persas tiveram
que encontrar uma fonte de água. E o mais importante era como levar essa água
para garantir a plantação e matar a sede do povo.
Janilce
--- Parece que
estou vendo o nosso Nordeste. A falta de água. Cacimbas. E não ter nem um tico
de água. - - decepção
Marilu
--- Realmente.
Aqui, é seca aloprada. Bem! Voltando a história. O mais provável foram os rios.
A Pérsia brotou meio do nada num terreno hostil e acidentado. Há três mil anos
antes de Cristo, persas nômades percorriam o platô iraniano, desolado e árido.
Encontrar água significava viajar longas distancias. Mas eles tiveram a sorte
de estarem com os morganes, pessoas que encontravam água o subsolo medindo
apenas com uma pedra amarrada em um cordão. –
Janilce
--- Cordão?
Era como se fazia para encontrar água com um gancho de pau? - - admirada
Marilu
--- Isso mesmo.
Usando nada de cinzeis de pedra, os morganes construíram a primeira pedra
angular. Um inovador sistema de canais de irrigação subterrâneo chamado mesmo
de “canais”. Eles usaram a gravidade para explorar a topografia natural de sua
terra e trouxeram a água até o Golfo persa.
Janilce
---
Interessante. Não sabia disso. - - comentou
Marilu
---
Interessante mesmo. Dois mil antes dos lendários aquedutos de Roma, os persas
canalizavam imensos volumes de água por longas distancias em climas quentes e
secos. Cyro, o Grande, chegou ao poder em 559 antes de Cristo. Foi o início da
Dinastia cujo reinado mudaria o curso da história. Em 554 antes de Cristo, Ciro
havia esmagado todos os rivais e se tornado líder inconteste da Pérsia.
Faltava, agora, conquistar o mundo.
Janilce
--- E foi
assim que ele laçou a primeira capital da Pérsia? - - quis saber mais.
Marilu
--- Sim.
Pasárgada! Hoje, localizada no Iran. Ciro foi um construtor inovador. A arte e
a arquitetura de Pasárgada resultaram em influencias tão diversas quanto a da
Síria, Egito e Ásia menor há milhares de quilômetros. Hoje, 2.500 anos depois,
são ruinas o que restam da primeira radiante capital da cidade persa. Os
paraísos de Pasárgada, como os seus jardins, verdadeiros paraísos, todos
entalhados de calcário, inspiraram os mais soberbos jardins do mundo.
Janilce
---
Maravilhoso, isso! - -delirando
Marilu
--- Mas, Ciro
era um Rei muito diferente. Ele se recusava a escravizar seus súditos, um
conceito revolucionário, no mundo antigo. Sua morte veio em combate no ano 530
antes de Cristo. Quando Ciro morreu o império persa tinha três capitais:
Babilônia, Susa e Ecbatana. Mas ele escolheu ser sepultado na cidade que criara:
Pasárgada. Um túmulo simples, de onze metros de altura. Mundo do Imperador
mergulhou no caos.
Janilce
--- Como é que
pode? É como se diz: Rei morto. Rei posto. - - lamentando
Marilu
--- É, mas não
foi assim. O nome Pasárgada, vem do
Grego: Paraíso. Contudo, o futuro da
Pérsia era incerto. Rivais e pretendente ao trono lutavam pelo poder. Até que
um primo distante de Ciro, um General brilhante ascendeu ao trono. Quando a
poeira assentou, o Império estava seguro em suas mãos. Seu nome era Darius. Ele
se tornara o maior do Reis persas e um dos maiores construtores de todos os
tempos.
Janilce
--- Enfim, o
começo do recomeço! - - lembrou
Marilu
--- Darius
começou construindo a velha capital de Susa com grandes palácios novos
revestidos de cerâmica. A magnificência da capital, Susa, é até mencionada na
Bíblia judaica. Mas, o Rei da Pérsia teria uma capital cerimonial. Para tanto
ele lançou um projeto de construção mais ambicioso do mundo antigo. Ela ficaria
conhecida como Persépolis ou Cidade Persa, em grego. Persépolis era um desafio
de uma engenharia colossal, com paredes de mais de vinte metros de altura por
dez de espessura. Persépolis seria o poder e da gloria do Império persa.
Janilce
--- Um colosso
entre as maravilhas do mundo antigo. - - com orgulho
Marilu
--- Um colosso
e tanto.
O ônibus
chegou ao seu final de linha. As moças, então, saltaram para ir ao tranalho.
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