- O DEMÔNIO -
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O DEMÔNIO -
Marilu estava,
agora, em sua nova e importante missão. Ela era Chefe de Redação do Jornal do
Estado onde, um dia, ela começara como simples repórter. E estava indo tudo
muito bem sem percalços, nem vexames. Apenas, uma vez ela mandou para o
interior a repórter Janilce ao interior do Estado fazer matéria sobre a
tenebrosa seca que se fazia em todo o sertão. Caicó era a cidade de maior
aflição apesar de ter um açude. Um outro era Acari, também com açude de grande
monta. E por fim, Assú, outro com um bom volume de água. Afora a capital, havia
falta de água em amplos municípios. A mudança era constante com gente vinda do
interior para a capital. E assim, a Capital tomava conta desse mundo. Com
aflição, Janilce tomava conta dos matutos, pedintes de toda sorte. Meninos
andando nus, adultos de roupas em trapos. Tudo mais era uma tragédia. Já na
volta. Janilce ouviu uma conversa de arrepiar. Um relato assustador ocorrido em
uma vila do interior.
Certo dia,
houve uma desavença em uma casa de taipa onde uma moça chamada Isa, como que
assustada com o sacrifício da vida, passou a xingar o dia todo o demônio.
Isa
--- Essa
desgraça pelada! Só tem água nas fazendas dos ricos! Aqui, nem pinga o diabo de
uma chuva! - - irritada
Enfim, ficou
falando essa palavra durante todo o dia. E à noite, ela viu a desgraça.
Noite, ainda
cedo, Isa escutou uma gritaria. Ela pensou que fossem meninos. No entanto, o
último carro ou calhambeque, atropelou uma mulher com o seu aleijo incômodo
segurando uma garrafa de vidro negro na mão. Isa frequentava terreiros de
umbanda e recebia espírito de uma “mulher” que lhe dava conselhos. Nessa noite,
ouviu a voz da entidade que o que vinha de frente passaria por Isa, em
instantes.
Entidade
--- Cuidado! A
mulher aleijada vai passar aqui. Ela foi atropelada no caminho. Não lhe dê
atenção. Mantenha a cabeça abaixada quando a mulher chegar! - - disse a voz.
Isa continuou
seu caminho e a “pessoa” corria célere, mancando, apesar de ser atingida pelo cabriolé.
E gritava palavras obscenas para Isa
Demônio
---
Desgraçada! Venha me ver! Chegue! - - enquanto dizia soltava um cheiro de
carniça
Sua voz era
impregnada de ódio. A visão chamava.
Demônio
--- Sua
desgraçada! Você não queria me ver? Agora, olha para mim, sua vagabunda! –
Gritava o
Demônio falando coisas mais chocantes.
Era de gelar a
espinha! Isa baixou a cabeça e continuava a observar pelo canto do olho. Porém
a voz da entidade lhe disse:
Entidade
--- Não corre!
Continua andando! Não olhe para trás! Vá em frente! - -
Isa continuou
a percorrer seu caminho com o Diabo a xingar com toda sua fúria até que
atravessou em um ponto e o Demônio sumiu. Essa história um matutou ao seguir a
pé para buscar toneis de águas em longe distância.
Janilce
--- Mulher! Eu
fiquei temerosa! Como se conta uma coisa dessa? - - perguntou
Marilu
--- É isso
mesmo! O Demônio existe! - - lembrou
Janilce
--- Eu imagino
a moça, Isa! - - tremendo de medo
Marilu
--- Eu conheço
uma moça que é evangélica. E todos os seus irmãos na casa onde ela mora, são perturbados.
E por vez ou outra, uma irmã da moça por nome de Nina começa a sorrir de forma
diferente. Gargalhadas, chutes em algo que só a irmã podia ver. E, depois,
emudece. Outro dia, a sua irmã, de repente ficou diferente. A mocinha ficou e
se postou bastante diferente.
Janilce
--- Adoidada!
- - lembrou
Marilu
--- Isso. E
começou a gritar para debaixo da cama! “Sai. Sai daí. Você que ela se mate? Ela
não vai se matar. Sai, peste ruim”. A irmã gritava! Parecia que a outra irmã
perecia que estava carregando algo pela gola da camisa.
Janilce
--- E Nina não
via ninguém? – - perguntou
Marilu
--- Não via
nada. Certa vez, Nina chamou pelo seu pai quando a irmã caiu no chão. Ela caiu e arrastou consigo várias cadeiras
da casa. Certa vez, o pai de Nina morreu e sua morte foi muito estranha. A sua irmã começou a agir de forma estranha.
A irmão se encolheu em um cantou da pia de lavar louças e falou.
Menina
--- O pai veio
aqui! - -
Marilu
--- Mas Nina
insistiu que seu pai estava na rua. Diante da insistência de sua irmã, Nina
ficou apavorada até que a Polícia passou o fone dizendo que o velho tinha
morrido da rua de um ataque cardíaco. - -
Janilce
--- Nossa! - -
pois a mão na boca
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