- HOSPITAL -
- 01 -
PRINCIPIO -
Era noite. Talvez pouco além da
meia noite. Joelma tinha ido dormir há pouco além das onze horas da noite. Ela
estava assistindo um programa de TV, porém lhe deu sono. Quando Joelma
despertou, era aquela hora mesmo. A moça se levantou da poltrona e saiu para o
seu quarto. Por um pouco ela ouviu a sua mãe que já estava dormido junto com
seu pai e um irmão naquela humilde casa de apenas dois quartos. A casa era
pequena, com seus cômodos, a sala de visita ou de entrada, a sala de jantar num
local onde havia ratos e baratas, e um banheiro dentro da casa com uma fossa.
Joelma tinha dois irmãos. Um deles estava naquela hora do Quartel do Exército
onde tirava serviço. Portanto, naquela noite ele não estava em sua casa. E o
menor, garoto de 16 anos chamado José, já estava dormindo no cômodo onde
dormiam os seus pais. O irmão do meio, Jorge Araújo conhecido por Silva, pois
era o seu sobrenome, trocava as roupas e dormia no quarto da sua irmã mais
velha. Como naquela noite estava de Serviço, ele não devia vir para casa antes
das 8 horas da manhã do dia seguinte.
Naquela noite, Joelma (Araújo da
Silva) tão logo se deitou na cama tipo Patente, uma cama para uma só pessoa,
adormeceu, como já estava dormindo, talvez sonhado, na sala de entrada da casa
onde assistia TV. Naquela altura, Joelma não tinha namorado, apesar da sua
beleza. Quando muito, Joelma arranjava uma sua paquera quando estava em uma
festa num salão de baile da cidade. A cidade era, certamente, pequena. Mercado,
uma escola de 1º Grau, um Posto de Atendimento Médico, que à noite sempre
estava fechado, um posto de Gasolina, uma casa bancária e pequenas lojas
dispostas em uma rua a mais atraente da cidade e um Cemitério antigo com os
seus túmulos, alguns em desastre fincado na saída ou entrada da cidade. A
residência de Joelma ficava mais para dentro onde não havia iluminação urbana.
Ou se havia, as lâmpadas estavam sempre apagadas por um defeito qualquer. A
habitação tinha uma varanda na frente e muito malconservada. Dois pés de paus,
com certeza de algodão, era tudo o que havia de moderno. Quando alguém buscava
encontrar a residência, se não soubesse, devia perguntar onde morava a moça de
nome Joelma de seu Jorge. De imediato alguém ensinava.
Moço
--- Alí. Está vendo aquele pé de
pau? É lá, pois! - -
Quem indagasse onde ficava o
terreno de fulano de tal sempre recebia como resposta:
Alguém
--- Prus lados do Cemitério. Já
nas quebradas perto (ou depois) da ponte. - -
A resposta era dada de acordo com
a pessoa. Indo ou vindo para o centro.
A humilde casa de Joelma tinha
uma antena de TV montada em um cano de ferro, desses que se usava para puxar
água do serviço da Prefeitura, bem alto, talvez de oito metros ou mais. E,
naquele tempo já estava quebrada, pois sua haste já não suportava por muito
tempo. Com isso, a imagem da TV ficava vagando como uma bailarina no tablado. Então, por fim, Joelma findava adormecendo por
vários minutos. Quando a moça entrou no seu quarto, acendeu a luz para ver se
tinha alguma barata sobre a sua cama e sacudiu o lençol para cima e para baixo.
Ainda olhou com precisão e disse:
Joelma
--- Baratas imundas! - - e calou
deitando-se a seguir
E logo adormeceu de vez tendo
desligado a luz elétrica do seu quarto. Já dormia há um bom tempo quando, de
repente acordou assustada com uma batida na porta de entrada. Ela calou de
momento e após um tempo verificou se o seu irmão havia retornado ainda cedo do
Serviço Militar. Procurou ver no seu relógio de pulso para ver as horas e teve
a impressão de ser pouco além da meia noite. Não houve novas pancadas. Um gato
miou e ela concluiu ter sido o animal a fazer o alarme. Com isso, Joelma
procurou conciliar o sono. No quarto vizinho todo era calmo. Da rua nenhum
ruído a não ser o gato ainda a miar. No instante temeroso ela viu uma figura
passar ligeiramente. Joelma pensou no irmão mais novo, o José.
De olhos esbugalhados, toda
coberta com o lençol, apenas com o olhar deveras atento, ela ficou aguardando a
volta do seu irmão. Após algum tempo, o sono foi mais forte e, assim, Joelma
adormeceu. A moça entrou em um profundo sonho quando, por mais de 2 horas teve
um sono onde ela podia notar estar em uma repartição do Governo, ao que
parecia, e observava um homem vestindo um jaleco branco de médico se aproxima
de repente e pergunta com pressa:
Médico
--- Onde é o necrotério? Onde é o
necrotério? Onde é o necrotério? - - falando muito apressado
A moça não sabia responder pois
sequer ignorava onde estava, temendo quem sabe, ser em um Hospital, talvez. Por
isso nada falou. E o médico, correndo mesmo, seguiu o seu caminho até dobrar em
um provável corredor logo adiante. Devagar, passando por todos os quartos,
Joelma chegou, então ao mesmo labirinto que o médico dobrara e logo notou um
apartamento onde estava a meia porta uma jovem moça da mesma idade que ela, a
olhar para dentro do quarto onde estava sob um dormitório o corpo de uma
senhora de idade avançada. No estado em que estava a velha senhora, Joelma
atinou já haver chegado a óbito. Uma enfermeira cuidava da anciã tendo um pouco
atrás um homem também já idoso, sem nada fazer, apenas com as suas mãos para
traz a verificar tudo e por tudo do que era feito. Joelma sentiu vontade de
chamar pela a sua companheira do tempo de aulas, mas conteve. A moça à sua
frente era conhecida pelo nome de Alda e, certamente estava naquele local por
conta de verificar a mulher morta, não querendo atrapalhar o serviço feito pela
enfermeira. Por sua vez, Joelma estava por trás e procurou não incomodar com
receio de atrapalhar o serviço. O tempo era passado por longos minutos.
Uma atmosfera muito pesada se
fazia sentir do recinto e Joelma viu passar de repente, dois homens com uma
maca e de imediato entraram no quarto onde estava a provável a provável mulher
já sem vida. Joelma se afastou um pouco para que os homens passassem. Eram eles
dois maqueiros, certamente e entravam no recinto para levar o cadáver da anciã.
Na sua atitude de não se voltar para o outro ângulo, assim ficou a senhorita
Alda. Apenas se afastou um pouco para dar passagem aos maqueiros. Pelo lado de
fora do apartamento, tinha-se a impressão de que o peso era enorme para a senhorita
Joelma e não permitia sequer a moça se acercar de um lado e para outro. Um ar
morno soprava do interior do fim do corredor como se seguisse vindo de baixo do
terreno onde era construído o Hospital. Esse vento morno deu calafrios em
Joelma chega a ter a moça se encolhido com as mãos postas sobre seu busto. Com
um movimento estranho, Joelma sentiu por sequencia o movimento a se mover em câmara
lenta. Em um momento os maqueiros levantaram a morta e logo saíram como se
procurassem o necrotério. Nesse instante, a moça Alda, sumiu de vez. E no
interior do quarto, nada havia de concreto. Nem mesmo o velho homem.
De repente, a jovem saiu daquele
lugar e se encontrava então em um outro local onde estavam pessoas todas elas
de idade avançadas. Homens e mulheres. Os seus trajes eram todos de um só
padrão como se fossem brancos. Na frente e do lado de fora do Hospital, um
pouco além de onde estavam os pacientes, havia uma espécie de Conforto Médico,
uma sala onde os médicos ingeriam seus cafés, tagarelavam e sorriam enquanto
estavam alí fora. Era um local comum para os senhores médicos. A moça então
resolveu ir até o local com certeza para ver se estava o médico que com ela
falara há alguns minutos antes. E saiu devagar até o local. Porém o Conforto
estava fechado. Não havia ninguém em seu local. Ela lembrou no necrotério e se
voltou para ir até esse tal necrotério. Após rodopiar por vários locais, Joelma
se encontrou com o assistente de enfermagem então a ele indagou;
Joelma
--- Por favor, senhor. Onde fica
o necrotério do Hospital? - -
O homem respondeu
Assistente
--- Por trás do Hospital. - - e
fez com a mão dando noção do necrotério
Por um largo momento Joelma
buscou encontrar o necrotério e apenas enxergou muitas árvores de um lado e de
outro. Morgue não havia em nenhum local. Havia frutas. Muitas frutas. Ela se
lembra de bananas. Mas haviam outras frutas. Um casal conversava sobre o
misterioso caso de um assassinato ocorrido na manhã daquele dia – isso, apesar
de ser noite ainda quando a moça dormia -.
Mulher
--- O infeliz assassinou a própria
mulher!!! - - dizia a senhora a um assustado homem.
A moça olhou para ver se avistava
a mulher que falava. E a mulher estava com seu vestido parecendo branco falando
com o homem. Esse homem, Joelma não chegou a notar, mas, ao que parecia, devia ser
um médico, pois o cheiro de éter envolvia todo o espaço. Em certo instante,
Joelma terminou de sonhar e de vez, acordou. Meio dormindo ela refletiu.
Joelma
--- Alda! Aquela moça era a minha
amiga Alda! E a velha era a sua avó, com certeza. - -
Ela ficou a lembrar para alcançar
os detalhes. Com certeza, a anciã havia morrido naquela noite.
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