segunda-feira, 19 de outubro de 2015

LUTA ARMADA - 55 -

- TERRORISTAS -
- 55 -
SEGREDOS -

Eram mais das dez horas da noite e Isis Fernandes estava pensativa a olhar para a tela do computador vendo as imagens passar iguais a pirilampos. Para a virgem nada daquilo tinha tanta importância. Era a lembrança dos dias passados em Natal e fazer tapiocas, bolos e café para oferecer aos banhistas. Ela estava a esperar a sua amiga á a bastante tempo quando noto a presença de um cidadão ao seu lado. E começou a conversar com o senhor as loucuras de uma mocinha a fazer aqueles bolos. Ela lembrou de ter sentido um calafrio da espinha e em seguida veio o desmaio. Nada se lembrava do que estava vendo naquela oportunidade. Foi isso o que Isis lembrou enquanto o computador seguia seu compasso. Nesse momento se acercou da moça, noiva por sinal, a bela amiga, Moema, irmão do seu noivo Ênio Monroe.
Moema
--- Olá! Dormindo? - -
Isis
--- Ave Maria! Que susto! - - respondeu com estremecimento.
Moema sorriu e se desculpou. Em seguida a moça notou no computador a figura impressionante do General Newton Araújo de Oliveira e Cruz, o conhecido General do SNI. Então indagou.
Moema
--- Esse é o General Newton Cruz? - -
Isis
--- Sim. Estou postando aqui, agora. - -
Moema
--- Oba! Vamos ouvi-lo. - -
Isis
--- Você o conhece? - -
Moema
--- Sim. Bastante. O general “Linha Dura”. Ele estava a serviço no SNI quando recebeu a notícia de que um grupo de militares estava preparando uma bomba para explodir do Riocentro, a 1º de Maio. Ele estava em Brasília e seria impossível chegar ao Rio de Janeiro naquele momento.
Isis
--- E como foi que o General ficou sabendo dessa bomba? - -
Moema
--- Outro militar do Exército. Ele, o Militar, foi quem avisou. O militar estava no DOI do Primeiro Exército e procurou saber o que se estava fazendo àquela hora, no Rio. O certo é que o Militar se assustou por ter visto um grupo reunido a preparar o artefato. Nisso, o militar ficou alarmado. Então o militar falou para os militares que não fizesse aquilo, mesmo explodindo perto do Riocentro. - -
Isis
--- E então? Eles explodiram? - -
Moema
--- Espere! Mas claro! E então o militar telefonou para o General Newton Cruz alertando para o fato e nada podia ser feito. A bomba que era para atirar das imediações do Riocentro, explodiu antes do tempo.  O artefato explodiu do colo do sargento causando a sua morte. O capitão nada sofreu, pois estava fora.
Isis
--- Que horror! - - falou com precisão.
Moema
--- Isso ocorreu no dia 1º de Maio de 1981. A bomba explodiu antes do tempo, dentro do carro. O sargento morreu na hora. O capitão ficou ferido. Outra bomba foi jogada por outro grupo perto da casa de força, perto do Riocentro. O Chefe do SNI a quem o general Newton Cruz era subordinado era o General Otávio Medeiros. O general Medeiros tomou conhecimento do ocorrido já na manhã do dia seguinte. - -
Isis
--- E teve outro atentado nesse mesmo dia? - -
Moema
--- Tempos depois, o General Newton Cruz obteve a informação de que havia, no DOI, um grupo organizado a tentar algo semelhante: explodir bombas! Nesse momento, o General saiu de suas funções e foi até ao Rio de Janeiros e se encontrou com um tenente e um sargento quando conversou sobre outros atentados. E ele não seria responsável do que ocorresse. Os militares foram advertidos de que eles estiveram com o General Newton Cruz e se ocorresse qualquer coisa parecida com o ocorrido, ele mesmo os denunciaria. - -
Isis
--- E o General fez algum documento sobre esse assunto, mesmo no SNI? –
Moema
--- Não. Não. Porque se fizesse tal documento ele estaria sendo falso aos dois militares que com eles o General falou. De qualquer forma, os possíveis atentados deveriam ocorrer pelos idos de 1981, o que não houve mais.- -
Isis
--- Os civis tinham medo do General - - sorriu
Moema
--- O medo facilita o comprimento da missão. Se a cara feia faz o efeito, bem-dita casa feia. Ocorreu um caso. A TV Globo divulgou chamadas para uma matéria onde alertava: “O General Newton Cruz persegue e agride jornalista”! Foi um incidento ocorrido em Brasília quando o General tentava explicar o que estava acontecendo. E então o repórter tentava forçar a resposta até o ponto do General se aborrecer com tamanha ostentação quando mandou “calar a boca” o mesmo repórter. - -
Isis
--- Qual problema o repórter causou? - -
Moema
--- Ele aproximou o gravador do rosto do General fazendo então o comandante naquele instante de sentir agredido.  O repórter chegou a desligar o microfone e teve que sair para gravar sua conversa afirmando que o General Newton Cruz o havia agredido. Então o General que foi acusado de ter agredido perante o público o repórter exigiu, que ele se desculpasse perante todos os demais jornalistas e outras pessoas. - - gargalhou
Isis
--- Teve o caso de uns carros! Como foi isso? - - sorriu
Moema
--- Então. Foi um princípio de autoridade. Nesse tempo, estava proibida passeata. Não podia haver carreata. E o General se assustou com um punhado de carros a buzinar insistentes de farol acesso até chegar a Esplanada dos Ministérios e Newton Cruz se sentiu desprestigiado em seu Gabinete. Isso é princípio de autoridade. E ele saiu para frente dos veículos vestindo fardamento de passeio, com seu bastão de Comando que é apetrecho do uniforme e se posicionou em frente da carreata. Então, os motoristas viram que alí estava um General. E todos desligaram as buzinas e apagaram os faróis dos seus veículos, com certeza, amedrontados. - -
Isis
--- Verdade! Alí estava um General. - - enfatizou
Moema
--- Simples por demais. Uma outra carreata se aproximou e o General ordenou que a tropa do Exército prendesse a todos porque os manifestantes gritavam lemas de ordem: “O Povo Unido Jamais será Vencido”! Ele afirmou. “Eu sou povo também”. E os manifestantes foram levados para a prisão. - -
Isis
--- Verdade! O homem era macho mesmo. - - sorriu





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