- GALAXIA -
- 02 -
ENCONTRO -
Na manhã do dia seguinte à virgem
Joelma resolveu procurar a sua ex-colega de grupo escolar, o Grupo Escolar
“Carlos Gomes” para saber como estava a moça e se não havia nenhum assunto a
informar. Então, foi à Prefeitura da Cidade de Montanhas para saber das
novidades. Ao chegar ao próprio municipal e indagar por Alda, foi tomada de
surpresa. O homem da segurança cientificou que Alda não tinha vindo ao
trabalho. E Joelma indagou se havia algo a impedir a tal falta. O homem declarou:
Segurança
--- Dona Alda foi a um enterro de
sua avó. - -
Joelma
--- Enterro? A mulher morreu? - -
indagou assustada.
Segurança
--- Sim! Há dias a velha estava
internada no Hospital. - -
Joelma
--- Caramba! Eu não sabia! Quer
dizer: até hoje. Mas, eu agradeço por sua atenção. Agora, vou ver se pego uma
parte do sepultamento. - -
Segurança
--- Eu não sei se será possível.
A velha foi ser enterrada no cemitério do município de Pedro Velho, onde ela
nasceu. - -
Joelma
--- Ah. Bom. Então não será possível.
Ela, a anciã tem parentes lá? - - quis saber.
Segurança
--- Tem os pais, avós e no
próprio marido. O velho faleceu há anos. - -
Joelma
--- O homem? Como era ele? - -
Segurança
--- Não sei dizer. Nunca vi uma
foto do velho. Sei apenas que morreu. - -
Joelma
--- Está bem. Obrigada. Eu espero
que ela volte ao serviço tão logo possível. - -
Com isso, Joelma saiu pensativa.
Não saberia explicar o sonho tido durante àquela noite e o falecimento da avó
de Alda. Tudo era muito complicado. Até mesmo o tal médico passando pelo
corredor em busca de uma morgue. Logo após, sumiu. Com esse dilema Joelma pegou
o caminho de volta. Era manhã, dia claro de sol. A sua cidade era pequena ou
mais ou menos pequena. Não muito grande. Uma cidade do interior. Carros: bem
poucos. Ônibus: nem um. Apenas os transportes de linha às vezes passando,
vindos de outras cidades do interior. Ao
passar pela Igreja Matriz de São João fincada na rua do mesmo nome, a moça
lembrou de rezar como penitencia pela alma da avó de Alda. Silêncio que se fazia no templo era por
demais sossegado para os entes que ali estavam, igualmente a rezar. O ajudante
do Templo passou apressado em direção à rua. Nada falou com ninguém. Talvez por
respeito aos crentes. Uma mulher já anciã, se soergueu do seu assento e se
benzeu antes de sair. Pelo aspecto, a anciã balbuciava alguma reza por entes
queridos e já entregues a Deus. Com um espaço curto, Joelma se benzeu e saiu da
Igreja.
Ao sair do Templo Religioso a
moça notou a presença de várias pessoas transitando para um lado e para outro
como estivessem fazendo suas compras e vendas de artigos domésticos, caso muito
peculiar desse fazer. Um armazém de farinha de mandioca estava aberto e o
vendedor oferecendo o produto a um certo comprador. E outros armazéns também
estavam ponde à venda os seus artigos como se fazia todos os dias, menos aos
domingos e feriados. Para deixar a Igreja, a jovem tinha que descer cerca de
oito batentes e nesse momento, um rapaz passou por um lado levando em baixo do
braço um monte de livros. Com o vento a soprar, alguns livros foram ao canhão e
o rapaz procurou apanhar os mais próximos. E assim fez. A moça, Joelma, olhou
em torno e observou um que o rapaz não tivera a oportunidade de notar. De
imediato, a moça correu e pegou o livro meio groso para entregar ao rapaz.
Porém, não teve tempo, uma vez que o moço já havia saído.
De imediato, a jovem Joelma
procurou por todos os lados o rapaz, porém não o encontrou. Mesmo indagando as
pessoas que passavam no local onde estava erguida a Igreja, essas disseram não
saber de rapaz algum.
Transeunte
--- Não vi. Quem era? Seu irmão?
- -
Joelma
--- Não. Não. Era um rapaz de
seus 20 anos. Ele deixou cair um livro
de suas mãos. - -
Transeunte
--- Livro? Deve ser alguém da
escola. - -
Joelma
--- Pode ser. Só eu indo até ao colégio. –
E dizendo isso, saiu correndo
para ver se encontrava o bem-dito rapaz. A Escola ficava próxima de onde a moça
estava e seguiu direto ao local. Ao chegar à escola Joelma perguntou por um
rapaz de seus 20 anos, deixara cair um volume ao transitar próximo a Igreja
Matriz da Cidade. Mesmo assim ninguém se lembrava de tal moço e nem se era
estudante da Escola. Em classe estavam todos os escolares. Talvez ele fosse
aluno de algum colégio pouco mais distante. Mesmo assim, a moça não foi além.
Ela pegou o livro o qual tinha escrito da capa O UNIVERSO. Apesar de ser leiga
no assunto, Joelma julgou interessante folhear a brochura. E assim, o fez.
Após chegar em sua casa, beber um
pouco de água e cumprir outras obrigações sanitárias, a moça foi ver de perto o
que discorria aquele livro. E teve início a leitura. De início, a moça matutou
um pouco no que o livro declarava. O compêndio discursava sobre o Universo em
sua maior profundidade. Dessa forma Joelma folheou as páginas seguinte e voltou
a ler o que estava escrito. E a meditar, por consequência. Era um tema por
demais interessante. Devagar, Joelma foi vendo as letras e figuras impressas no
tal alfarrábio. Ao relatar entre tudo o que nós humanos aprendemos estaria
errado, nisso a moça de assustou.
Joelma
--- Como? Será? Não creio! - - aduziu
a moça.
E a história prosseguiu. As
regras a experiência humana estão todas incompletas. Até mesmo a Bíblia está
desatenta para o que informa, Adão e Eva não existiram como a Bíblia nos faz acreditar.
Esse par de gente é apenas uma sugestão. Não, uma exatidão. Deus e Satanás são
figuras de retóricas. Nada há de verdade no seu significado.
Joelma
--- Credo! E como é que os padres
mentem? - - falou baixinho.
Houve um tempo em que a palavra
“Universo” significava tudo o que existe. Isto é. A Terra, o Sol, a Lua, os
planetas e as estrelas. Mesmo as longínquas. As mais distantes. Quem estava na
Terra não poderia saber que estamos em uma galáxia. Até que alguém descobriu se
estar vivendo não apenas da Terra. Mas em uma galáxia. E além dessa galáxia
existem muito mais outras e que se bem afirmar, então, ser o Universo. Existem
galáxias menores e maiores do a que vivemos na atualidade. E assim, existem
muito mais Universos além do que habitamos. Existem Universos a transitar em
nossos meios. Mesmo assim, nós não enxergamos. São tantos os Universos de que
se pode chamar de Multiverso com bilhões de outras Terras.
Joelma
--- Outra? Mas, como? Não dá para
entender! - - argumentou.
E continuou a ler a brochura,
mesmo apesar da descrença. A presença de mais um Universo, de um tudo, parecia
impossível. Mesmo assim, se formos além do nosso Sol, muito além da Via Láctea
e além mesmo de outras galáxias distantes, depois do fim do Universo que
podemos observar então vamos descobrir que existem mais, muito mais. E que o
nosso universo não está sozinho. Outros Universos, na verdade, existem. Na
verdade, outros Universos estão nascendo o tempo todo. Nós estamos vivendo em
um mar de Universos em multiplicação. O Multiverso.
Joelma
--- Tá! Esse eu não creio! Nem
morta! - -
E foleou mais uma vez a brochura
sempre a lembrar de ser aquele um livro para loucos. E com isso, ela desistiu
de ler por enquanto até ir para a cozinha preparar o almoço. Naquele dia, a sua
mãe estava cumprindo as obrigações de faxineira em casas de família e o seu pai
continuava a fincar madeiras no campo. O filho do meio havia chegado, todo
suado e com a roupa para lavar de todo. O mais novo ainda não voltara da
escola.
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