- SANTA SOFIA -
- 03 -
CATEDRAL -
A Catedral de Santa Sofia é um
monumento histórico do país. Quem viaja a Kiev tem que visitar a Catedral, não
raro apenas por curiosidade. Por dentro. Cerca de mil imagens da Santa. A
estrutura tem cinco naves, cinco absides e, de maneira bastante surpreendente
tratando-se de arquitetura bizantina, 13 cúpulas. O mosaico da Catedral de
Santa Sofia de Kiev vem do século XI. Ao sair de Santa Sofia se atravessa uma
bonita porta de bronze de século II a.C., e sobre ela há outro belo mosaico do
século X que representa a Constantino, o Grande. A Imperatriz Irene, em um
mosaico de Santa Sofia. Sob a cúpula está um afresco da Catedral, do século XI.
Olga observou tudo e ficou extasiada.
Olga
--- Algo maravilhoso! - relatou.
Um Sacerdote alto e magro saiu da
Catedral. A batina batia no chão. Na cabeça um Capelo. O sacerdote amparou com
sua mão para evitar que o vento o levasse. Um bom dia, foi breve. Na Catedral,
unas pessoas a rezar. Um garoto apagava as luzes das velas do sagrado santuário.
Tudo era calmo no interior da Catedral. Nem um ruído sequer. Um sacerdote saiu
apressado do confessionário enquanto uma idosa saia, caminhando lenta para um
banco da Catedral. Malusha observou o sacerdote a caminhar e de nada falou.
Apenas notou o sacerdote. Olga estava ajoelhada, cabisbaixa, rezando com pura
contrição. Nesse instante, entra no recinto o maestro Irap Orel, em silencio.
Ele cumprimentou a jovem Malusha apenas com um aceno e nada falou. A Catedral
de Santa Sofia era um encanto. O professor Irap observou com muita calma todo
aquele acervo sem falar coisa alguma. Em instante, a pianista, com um pouco fez
as suas orações e se levantou a olhar por uma vez mais a nave e se benzeu
contrita. A imagem de Santa Sofia parecia ter ouvido as orações invocadas
naquele instante pela moça.
Ao sair do bando, Olga se
ajoelhou para o Sacrário e se voltou para ver a figura do maestro Irap e o
cumprimentou em silêncio. O bonde passou em sua rota e Olga apenas olhou. O
maestro falou logo após entre o barulho dos carros.
Irap
--- Bom dia. Eu estive vendo todo
aquele manuscrito e gostei bastante. Não sei se o mesmo se deu a você. - -
Olga
--- Eu também fiz alguns acertos.
Notei que aquele manuscrito não foi feito para piano. - -
Irap
--- Certamente. Bandura. Era
instrumento bem usado. Mesmo assim, se pode fazer para piano.
Olga ficou pensativa.
No dia seguinte, pela manhã,
Olga, já desperta, como todo o serviço feito, então foi ao piano para ver o que
podia fazer de imediato ou mesmo por longo tempo. Pensou Olga no Bandura, desde
os tempos remotos dos antigos povos da Ucrânia na sua pré-história, passando
pelo surgimento do primeiro Estado eslavo oriental na região, os primeiros
casos de assentamento humano recuando à 6.450 a.C, veio então à memória as
quimeras recordações. O território ucraniano começou a ser habitado há cerca de
44 mil anos e acredita-se que a região seja o lar da domesticação de cavalos.
Esse nome- Ucrânia – significa “fronteira”.
A Ucrânia faz fronteira com a Rússia. Na Idade Média, a nação se tornou um polo
cultural dos eslavos tendo o Kiev como sua sede. No meio dessa turbulência,
Olga chamou a atenção da amiga Malusha.
Olga
--- Olha aqui. Esse pais é antigo mesmo. E os instrumentos
musicais? - - pesquisou desorientada
Malusha
--- O piano foi criado pelo
inventor italiano Bartolomeu Cristofori por volta de 1700. Com isso veja quanto
tempo tem os instrumentos mais antigos? - -
Olga
--- Exemplo: Acordeom! Criado na Finlândia por volta de 2.700 antes
Cristo.
Nesse instante, o telefone tocou
na banquinha ao lado do piano. Olga, de imediato, atendeu. Era a sua irmã,
Helena. Após breve conversa, a irmã falou que ela e a serviçal estavam no
aeroporto de Kiev e se Olga podia ir apanhá-la.
Olga
--- Mas já? - - indagou surpresa.
Helena
--- Já. E você tem compromissos
para os próximos dias. Eu estou cansada! Qual o Hotel? - -
Olga
--- Espere que eu chego já. - -
vexada.
Olga chamou Malusha e ambas
seguiram para o aeroporto de Kiev. O movimento era intenso àquela hora bem cedo
da manhã. O movimento de aviões, carros e gentes chegava a ser um algo
sobrenatural. Após alguns instantes, bagagens despachadas, passaportes
revisados as moças rumaram para o hotel. Manhã de sol e nem sombra de chuva. Helena
sabia falar as línguas estrangeiras como Inglês, francês, italiano, um pouco de
russo e alemão. Nesse momento, ela estudava o japonês. Ao passar pelo centro da
cidade, Helena observou admirada a praça no centro de Kiev e além disse
pinturas de gatos, árvores, a cidade em si bem movimentada, a praça da
Liberdade e a Ópera de Ucrânia, em Kiev. Até ficou de boca aberta com a mostra
de prédios das ruas.
Helena
--- Que coisa! Esses prédios têm
para além de mil anos. - - estupefata
Malusha
--- Bem mais que isso. Bem mais!
- - relatou
Helena
--- Não me diga isso! Mais de mil
anos? - - espantada
Malusha
--- Kiev tem uma oferta cultural
riquíssima, variada e muito competente em muitas disciplinas. A tradição, o
ensino, a dignificação das profissões artísticas tudo isso é um primor. Tem
ruas repletas de Palácios e Catedrais. Ruas de atrações turísticas. Albergues,
galerias de arte, cafés. Pequenos teatros, lojas de artesanatos e antiguidades.
E as moças continuaram a passear
em volta a cidade até chegar ao edifício onde Olga estava hospedada. Tão logo
chegaram ao apartamento, as moças foram ao banheiro, uma de cada vez, e logo
após conversaram enquanto tomavam café. Helena se sentiu satisfeita após passar
14 horas de viagem aérea entre São Paulo, BR e Kiev na Ucrânia.
Helena
--- Quase não chega. - - sorriu.
Olga
--- E após esse tempo, agora você
vai trabalhar. Eu tenho um caso a resolver. Habitação! Pode ser em área central
de Kiev. Eu acredito que por mais um tempo Malusha vai nos deixar. Por enquanto
ela vem aguentando. Porém, isso é por pouco tempo. Não é Malusha? - -
Malusha
--- Eu mesma não sei. Mas, o Itamaraty
pode me querer de volta a qualquer dia. - - sorriu
Olga
--- É o que eu pensava. Então, se
formos perder você, o que há de fazer? Nada! Agora, eu já tenho vocês, Helena e
Josefina. Já somos três, além de Malusha. Eu vi, nos jornais, casas para alugar.
Eu posso ver uma dessas casas. Que achas, Malusha? - -
Malusha
--- Isso é bom. De qualquer modo,
eu posso ajudar nas minhas horas vagas. - -
Olga
--- Então, vamos à luta! - -
E as moças continuaram a
pesquisar as casas para alugar e com o tempo, Malusha se desligou voltando aos
seus serviços. Olga, pela manhã, conversava com o professor sobre os arranjos
musicais, Helena fazia contato e Josefina começava a fazer seus afazeres. Com
pouco tempo, Olga conseguiu alugar uma casa de moradia e tudo se dava certo. Alugar
um automóvel em Kiev era coisa fácil além de barato. Podia-se fazer curtas
viagens e pagava-se uma quantia por mês. Olga possuía a carteira com validade
internacional e o comércio, como supermercados, eram próximos da residência
onde as irmãs passaram a residir. Com o passar do tempo, falar a língua era tão
fácil como falar francês, inglês ou mesmo italiano. O mundo tornava-se um
poliglota. Quem não podia falar na língua nativa russa, podia falar também no
francês. Isso foi bem fácil para a moça Josefina, uma linda mulher de se
enganar a qualquer um a sua origem. Casar com uma menina brasileira é tão fácil
como com uma ucraniana. Mulher inteligente e bonita. A maior parte das mulheres
ucranianas são cristãs.
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