- CORONEL -
- 25 -
SUSPENSE -
Gastão ficou refletindo do que
poderia ocorrer com toda essa celeuma. Isso seria um vendaval iminente a
ocorrer de um modo ou de outro a qualquer momento ou mesmo naquele instante.
Pessoas ricas e de maior alcance, isso ele sabia que havia. Ricaços que não se
podia duvidar. Havia mandantes de assalto a carro forte, Bancos ou mesmo de
empresas internacionais feitoras de empreendimentos lucrativos de cunho
mundial. O avô era descente de Italiano. Alguma coisa de se preocupar. E tinha
gente no Senado com muita força capaz de acabá-lo em instantes. Lordes por
assim falar. Nesse instante, Gastão indagou:
Gastão
--- Meu avô está se sentindo
preocupado? - - indagou com dúvidas.
Coronel
--- Para mim, ele não disse nada.
Apenas que a família tinha inimigos ferrenhos. - -
Gastão
--- Mas essa família mora aqui? -
- indagou
Coronel
--- Ele não falou muito. Ele não
diz nada. - - calou.
Gastão
--- E ele tem medo de quem? - -
indagou
Coronel
--- Bem. O que eu sei a custo de
muito sacrifício é que o pai dele, o meu avô, pertenceu por algum tempo ao
serviço de Czar Nicolau II. Antes da Revolução que depôs, sacrificou e pôs fogo
nos cadáveres de Czar e da família, inclusive da filha dada como desaparecida.
A Anastácia. O velho conseguiu fugir com a família. Inclusive meu pai e ficou
por anos desaparecido. E ainda hoje meio pai está camuflado. Mas, no Senado
daqui, hoje, já tem gente fuzilando os seus inimigos do tempo da Iº Guerra. Eu
creio que ele está temeroso com essa gente. - -
Gastão
--- Há qualquer informe sobre
atos terroristas? - -
Coronel
--- Sim. Assalto a Bancos,
principalmente, sem contar com o roubo de carros novos. Eles, bandidos estão
ligados a uma rede de assaltantes. O meu avô já se armou para qualquer ação.
Ele e os seus capangas. Além do mais tem
orientado a mim para seguir o mesmo exemplo. Na sua fazenda, todos os jagunços
andam armados. E se alguém bate na frente ou atrás do sítio, tem que se
identificar. É por isso que eu vim aqui, agora. - -
Gastão
--- Estou entendendo. Meu bisavô
já morreu. Meu avô está velho demais. Sobra o senhor, seus filhos e mesmo eu. -
-
Coronel
--- Isso mesmo! Um dos meus
filhos, seu irmão, trabalha no Congresso. Por lá ele fica sabendo do que ocorre.
Gente grossa! Muito grossa! É a questão. O movimento da Rússia e mesmo da
Alemanha, está tomando fôlego, agora. Na Rússia, eles mandam, covardemente,
liquidar os antigos russos do tempo do Czar. - - falou baixo
Tempos passados, o Coronel deixou
o AP do filho e de sua mulher Ada, rumando em seu carro dirigido por um
capanga. Os dois saíram para um hotel no centro da cidade onde se hospedavam
gente de fina classe e alguns de seus convidados. Gente diversa a passar para
um lado e para outro, casas de comércio a fazer bons negócios, bancas de
revistas, camelôs, vendedores de coisas miúdas. Era o mundo a si agitar. O
Coronel saltou do seu carro e caminhou com presa para o interior do Hotel. O
capanga movia o carro para bem estacioná-lo. Uma mulher chamava o seu filho
menor para junto enquanto caminhava. De repente, um estampido. Tiro mortal
atingindo as costas do coronel que de baque, foi ao chão. O atirador correu
para longe. O capanga do Coronel, alarmado, ouviu o estampido. De imediato correu
em busca do facínora. E deu-lhe um disparo com sua arma atingindo-lhe as
costas. Viu o bandido a cair de bruços. E chegou mais perto dando-lhe mais
disparo até a vítima estar bem morto. O povo, na rua, a correr apavorado.
Mulher
--- Tiros? Corra, menino!!! - -
gritava uma mulher.
Gerente
--- Fechem es postas!! Fechem as
portas! Fechem as portas! - - - gritava
o gerente da loja a ordenas os caixeiros
O tumulto se formou em um
instante. Um corre-corre enlouquecido do povo se bater com outras pessoas. No
interior do Hotel, alguém alarmado gritou.
Hóspede
--- Tiros? Quem foi? - - indagou alguém
desnorteado com o impacto das balas.
Garçom
--- Na frente do Hotel. - - disse
isso e correu para a entrada do prédio
Outras pessoas chegaram primeiro.
Cada qual que quisesse entender o que fora feito naquele instante. De volta, o
jagunço. Esse procurou ouvir algum do Coronel. Moribundo, o homem disse-lhe
algo quase inteligível
Coronel
--- O deputado!!! O deputado!!! -
- e deitou a cabeça ao solo. Estava morto o homem.
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