sexta-feira, 28 de março de 2014

A IDADE DA RAZÃO - CINCO -

- Greta Garbo -
- 05 -
PSICOSE
Os dias passaram e com eles a tormenta. O médico Walter Nardelli voltou a seu consultório onde mantinha s melhores atendimentos com a sua burguesa freguesia. Ele atendia não mais de cinco pessoas pela tarde. A manhã era outro especialista. Em uma tarde de Sol, surgiu em seu consultório uma bela e jovem paciente. Ela era Gilda Nolasco, dezoito anos de idade. A moça deixou todos se consultarem ficou para o ultimo lugar. Ao entrar no gabinete, Gilda fez os cumprimentos e apenas calou. O tempo era de estio. A moça pediu não deixar qualquer pessoa ter acesso ao local. Era uma consulta talvez demorada. O medico obedeceu ao temor da consulente. E deu ordens para a atendente sair. Então, ficaram os dois. O silêncio percorreu todo o ambiente. Após tão longo mutismo, o médico falou:
Nardelli:
--- Então. Quer dizer algo? – perguntou.
A moça olhou para o médico e entrou em novo silencio. Por fim, Gilda falou em murmúrio.
Gilda:
--- Eu ainda sou virgem. Mas, não tenho anseio em ficar com um homem. – declarou
O medico suspirou aliviado por ter quebrado o silencio de Gilda. E então falou:
Nardelli:
--- Mas isso não é problema. Deixa chegar a hora de ter um namorado.
Gilda:
--- Não é isso. Eu cumpro as minhas necessidades comigo mesmo. – falou a tremer.
Nardelli:
--- E  que tem demais com isso? – indagou.
Gilda:
--- Eu prefiro fazer sozinha. – e mostrou os dedos da mão. Depois os recolheu depressa.
Nardelli:
--- Sozinha? –
Gilda:
--- Sim. Mas penso. Eu penso em fazer com alguém. – relatou.
Gilda Nolasco calou por certo período e ficou a pensar, chutando seu pé em direção ao birô do médico sem, contudo bater. Apenas de leve chutava para não bater no birô. Ouvia-se batidas no interior do prédio onde existia o consultório do médico. Gilda olhou para o médico e relatou enfim o que ainda tinha a falar.
Gilda:
--- A Igreja reprime por motivos morais a pratica do ato. Na antiguidade as moças usavam cinto de castidade. No século passado a Igreja estampava como doença. Perda de apetite, vômitos, tosse. O Padre dizia que isso levava ao Inferno. – falou murmurando.
Nardelli:
--- Isso o que? – indagou o médico.
Ela calou no um bom período. E depois voltou a dizer:
Gilda:
--- Isso. Esse ato. Prática. Ato sexual. – falou por fim.
Nardelli:
--- E você o que acha? – perguntou.
Ela calou novamente. Após algum tempo Gilda falou:
Gilda:
--- Normal.  Na Grécia é um ato sexual normal. Egito é prática coletiva. Os Maias praticavam esse ato. – falou
O médico calou por um instante e ficou a bater com os dedos das mãos uns contra o outro em forma de oração elevando até a sua boca. Nardelli olhava um pouco descrente para a moça por não entender tanta ignorância sobre o sexo. Em seguida, após alguns instantes ele então falou de modo carinhoso.
Nardelli:
--- Como voce chama esses atos? – indagou.
A moça olhou para o medico de cabeça um pouco curva e a chutar sem tocar o birô. Então, com surpresa, falou.
Gilda:
--- A meu ver, é siririca. Os adultos a chamam de masturbação. Onanismo. Onã. Isso assim. Para os homens, termo é diferente. – ela confessou.
Nardelli:
--- E como é? – indagou sabendo.
Gilda:
--- Punheta. – o calor subiu a sua face
Nardelli.
--- Mas tudo a mesma coisa. – falou com as mãos postas à boca.
Gilda:
--- Sim. Eu sei. E para a mulher: Esfregação. E assim vai. – sorriu um pouco.
O tempo passava lento e os dois – médico e consulente – continuavam a dialogar as razoes do destino de Gilda Nolasco. Então, o doutor então falou como quem fosse alheio ao tema.
Nardelli:
--- Na Grécia: como é feito o sexo?
Gilda:
--- Na Grécia? Bastante normal. As mulheres usam um pênis artificial. É chamado de “ólisbos”. As danças eróticas são participadas pelas prostitutas de luxo. E entre nós, podemos ver as mulheres ou damas da noite, no Brasil, fazendo de igual forma. – completou.
Nardelli ficou extasiado com tanta certeza da virgem moça. E então indagou à virgem:
Nardelli:
--- Onde voce viu isso no Brasil? – perguntou com as mãos entre o queixo.
Gilda ficou atenta à questão para então responder sem arrogância:
Gilda:
--- Em qualquer lupanar da cidade. E elas não fazem as escondidas. Fazem mesmo às claras. São presidentes, convidados especiais, diplomatas. Todo esse pessoal que pode pagar. De outro lado, nos lupanares menos elegantes, as mulheres também fazem seus atos e costumes. Tem de tudo. Charuto, cerveja, vinhos. O que o senhor desejar fazer com as damas. – falou sem entusiasmo
Nardelli:
--- Eu não entendi o charuto! Como é que se faz? – indagou
Gilda olhou para o medico e com instantes sorriu:
Gilda:
--- Eu não acredito! Uma dama soca o charuto em sua vagina. São mais de 50 charutos que a mulher soca por dia. E isso porque os machos gostam de charutos molhados com os órgãos sexuais da mulher. E se for ninfeta, ele pagam muito mais. As velhonas, essas não se ligam, pois apenas as mocinhas tem esse hábito de seduzir. – relatou.

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