domingo, 20 de março de 2016

LAGO AZUL - 42 -

- O HOMEM -
- 42 -
APOCALIPSE -

Após dias o médico, doutor Saul Lister estava a conversar naquele início de noite com a professora Gilda Leal sobre a declaração do camponês a ser prestada dentro de mais alguns dias. Para o doutor Lister aquele fato seria da maior importância. A imprensa já fora convidada, como rádios e jornais da cidade tendo a vez representantes de Recife, João Pessoa e Fortaleza. Havia uma troca de impressões em saber onde morava o camponês Bernardo. Isso gerou um tumulto pela negativa da informação. Foi preferido negar qualquer assunto a respeito. No caso de se saber melhor pelo lado da imprensa era preferível se alojar o camponês em uma estância mais ao largo da capital. Mesmo assim, o negócio continuou sendo feito em caldo morno. E nesse ponto Lister procurava conversa com a senhora Gilda.
Lister
--- Parece que está tudo correndo bem.
Gilda
--- Todo cuidado é pouco.
Lister
--- Eu sei. Agora tem algo que não me sai do pensamento: a questão que Bernardo quer falar.
Gilda
--- Apocalipse? - -
Lister
--- Isso mesmo. Por que ele teima com isso? - -
Gilda
--- Por ser um assunto angustiante. Ele quer ouvir a opinião dos presentes sobre o Diabo em ação. –
Lister
--- Suas visões inspiraram e amedrontaram durante dois mil anos. Muitos vêm nas páginas do Apocalipse uma série fantástica de previsões. O aquecimento global, o desastre nuclear de uma Usina e até mesmo a Guerra no Oriente Médio. Não há no mundo um campo mais perfeito de que este. - -
Gilda
--- E alguns acreditam que o livro é um guia para um dos maiores enigmas de todo. A data do fim do mundo. Será que o Apocalipse contém esse segredo? - -
Lister
--- Novos indícios revelaram que a chave deste mistério deste último livro da Bíblia está nas areias da atual Turquia. E o número infame da Besta pode não ser 666. Para entender o Apocalipse precisamos saber quem o escreveu e onde. Aproximadamente 60 anos após a morte de Jesus uma coleção de pergaminhos foi entregue à pequena comunidade cristã, em Éfeso, na Ásia Menor, na atual Turquia. Os pergaminhos continham o que agora é conhecido como o Apocalipse, o Livro da Revelação. O nome do autor estava lá: João. - -
Gilda
--- Segundo a tradição, foi o discípulo João, pescador e filho de Zebedeu, autor do Evangelho de João, quem cuidou de Maria, mãe de Jesus após a crucificação do seu filho.
Lister
--- Mas, no Livro, João nunca se descreve como discípulo de Jesus. Nem escreve como se o tivesse conhecido. Agora, novos métodos científicos podem ajudar a solucionar a questão sobre que foi o verdadeiro autor. O que mais caracteriza os autores não são aquelas palavras especiais, consideradas favoritas. Mas a frequência com que usam palavras muitos comuns. Duas dessas palavras comuns foram “mais” e “ter”. Enquanto o evangelho de João não aprecia muito ele empregando menos de a média. Por sendo um simples teste de estatística se consegue reunis esses 99 testes de uma forma em que se pode discrimina-los. - -
Gilda
--- E se pode entender que o quarto Evangelho e o Apocalipse eram coisas distintas.
Lister
--- É extremamente improvável que os dois Livros tenham sido escritos pelo mesmo autor. Sendo assim, tudo indica que João, o discípulo, não escreveu o Apocalipse. Há outras pistas no Livro que indiquem o seu autor. João se dirige ao seu público de um modo direto. Ele dia: “Eu, João, seu irmão” como se fosse alguém que os conhecesse e que eles reconheceriam. - -
Gilda
--- O Apocalipse começa com uma série de sete epistolas paras a Igrejas localizadas na Ásia Menor ou no sudoeste da Turquia. Cada epístola é dirigida a uma única Igreja parabenizando-as por suas virtudes ou admoestando por suas falhas. Então, conclui se que João conhecia essas Igrejas e havia estado presente nelas. - -
Lister
--- Há uma outra indicação de que João estava escrevendo a uma congregação. O Apocalipse de João significa Revelação. Descreve as visões distintas de Anjos e Monstros. A epistola que deve ter sido ditada a um escriba não é uma correspondência de rotina enviada a uma Igreja cristã. João tem algo importante a dizer e usa a imaginação de sua plateia para ajudar a expor suas ideias
Gilda
--- É importante lembrar que o Apocalipse é escrito para ser ouvido. João abençoa que ouve as palavras da profecia assim como aquele que a lê presumivelmente em voz alta para uma plateia.
Lister
--- Havia uma necessidade aparente de que o Apocalipse fosse escrito para os ouvidos e não para os olhos. A maioria das antigas comunidades cristã tinha algumas pessoas alfabetizadas. E elas, provavelmente, eram líderes daquela Comunidade. Mas a maioria era analfabeta. Isso refletia à sociedade em geral. - -
Gilda
--- E quase certo que João fosse um homem de autoridade na Igreja, escrevendo para o seu rebanho na Ásia Menor. O Dragão de sete cabeças e os Quatro Cavaleiros apavorantes são imagens incomuns. Mesmo para os padrões do Século Primeiro. O que fez João recorrer a imagens tão medonhas para transmitir suas mensagens? - -
Lister
--- Para entender o verdadeiro significado do Livro precisamos voltar as suas raízes. João escreveu o Apocalipse na Ilha de Pátimos, perto da costa turca, naquela época sob o controle do império romano. Se João estava sofrendo em Pátimos, seria ele um prisioneiro dos romanos?
Gilda
--- Ele esteve em uma caverna onde prosseguia com as suas visões. Ele apoiava a cabeça em um local na parede e até se segurava em uma espécie de poste parasse erguer. João esteve na caverna como exilado por sua crença cristã. –
Lister
--- Embora não haja um indício arqueológico de uma prisão romana a localização da ilha sugere que servia a um proposito militar. Pátimos pode ter sido uma de uma série de Ilhas Fortalezas que defendiam um importante porto marítimo de Miletos a 65 km dali, no Continente. Era um lugar ideal para confinar exilados. - -
Gilda
--- Mas, se João estava no exilio parece estranho que ele tivesse liberdade para encontrar uma caverna, ter visões, anota-las e, depois enviar as suas Igrejas no Continente.
Lister
--- Essa talvez fosse a forma de Roma exilar os encrenqueiros. Quando as autoridades romanas mandavam alguém para o exilio, a pessoa tinha uma certa liberdade. Ela não ficava numa prisão. Somente não lhe era permitido em certas regiões. Ou então era obrigado a restringir seus movimentos a apenas uma Ilha. Mas ela podia manter correspondência através de intermediários que navegavam entre a Ilha e o Continente. De modo que João pode ter mantido contato com as Igrejas. - -
Gilda
--- Mas João estava revoltado? - -
Lister
--- Com certeza. Os maus tratos nos prisioneiros. O fato é que no século Primeiro as autoridades romanas perseguiam sistematicamente os cristãos por todo o Império. Acredita-se que a violência começou cerca de 20 anos antes do Apocalipse ser escrito sob o reinado do Imperador Nero, em 64 depois de Cristo. Nero culpava os cristãos pelo o incêndio trágico e catastrófico que devastou a Cidade naquele ano. Alguns cristãos foram crucificados. Nero utilizou os corpos como tochas para iluminar o caminho até a Cidade. Foi uma experiência tao devastadora que as lembranças de Nero marcaram as primeiras comunidades cristãs. - -
Gilda
--- A maioria dos Acadêmicos concorda que Nero perseguia os Cristãos.
Lister
--- Mas o Apocalipse não foi escrito sob Nero. Foi datado por volta de 90 depois de Cristo. No Reinado do Imperador Domiciano. Indicio no próprio livro parece indicar que Domiciano era bem menos brutal que Nero. Se o Apocalipse sido motivado pela perseguição à Comunidade de João, era de se esperar que ele citasse uma serie de mártires elo nome. Na verdade, o Livro da Revelação menciona apenas um: Antipas, que morreu por causa de seu testemunho de fé. Embora João mencione a morte do mártir Antipas, então há indícios de que o Imperador Domiciano não tenha o sague de tantos cristãos em suas mãos. –
Gilda
--- Certamente. É como ocorreu agora na II Guerra quando as tropas desembarcaram na Normandia apenas para morrer. Quanta tristeza. Uma chacina implacável.
Lister
--- Realmente. A Guerra só traz misérias.

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