segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

SUPLÍCIO DE UM MISTÉRIO - 20 -

- ENERGIA -
- 20 -
LUZ -

Quase uma semana passou. Era domingo. Na fazenda era dia. Um cavaleiro vindo de fora, as pressas, logo foi dizendo que a energia havia chegado, pelo menos em Macaíba, cidade de onde ele estava chegando. Todo suado, cavalo bufando pela correria feita, querendo relinchar e nada podia fazer. O cavaleiro tem tapinhas na cernelha do animal para acalmá-lo. Seu chapéu de couro, o homem retirou da cabeça. E deu como certa a notícia.
Gastão
--- Agora? - - indagou com as mãos nos quadris.
Jacó
--- Faz pouco tempo. Logo que chegou, eu montei e sacudi para cá. - -
Gastão
--- Ponha a energia da rua, Ada. - - disse o homem
A mulher entrou dentro de casa e mando desligar o gerador para ver se a energia também chegara na fazenda.
Tiana
--- Luz? - - perguntou espantada
Ada
--- Veja se tem. Desligue o gerador e ligue a corrente da rua. - - falou a mulher
Tiana
--- Dá choque? - - perguntou assustada
Ada
--- Que choque? Ligue essa bosta. - - disse a mulher.
E a luz se fez. Gritaria em toda casa grande. A luz chegou. Vivas! Era a alegria total. E Gastão ficou aturdido pela falta de água no apartamento em Petrópolis, àquela altura. Recomendou que a esposa arrumasse a troçada e esperasse algum tempo, dois dias, no máximo para ter certeza de que a água também voltara. Nessa semana, as torneiras ficaram secas nas casas e muita gente teve que buscar o líquido, em bairros distantes. Com as torneiras gorgorejando, homens, mulheres, crianças buscavam água em pontos mais distante. A Empresa fez perfuração de poços tubulares para atender as necessidades de toda gente. Mesmo assim, homens e mulheres ainda estavam a conduzir a água dos poços.
Segunda-feira. Gastão seguiu direto para o seu AP, moendo do seu velho novo carro enquanto Ada rumou para a Universidade em seu novo carro. Aliás, o carro já estava até desgastado por seu tempo de uso. Mas, não deixava de ser um bom automóvel. A babá Tiana ficou no sítio tomando conta do menino Aldo. De manhã, bem cedo, ela foi buscar um copo de leite para o garroto beber. Depois, o café com bolo entre outras frituras. Maria era a cozinheira chefe. Ele, Aldo, se lembrava da menina Marina, porém nada comentava sobre o negócio. Nem ninguém sabia do atrevimento dos dois, Marina e Aldo. Ficou uma coisa pela outra. Ele viu por mais uma vez a menina chegar a casa, e mesmo assim, nada ele falou. Ambos eram calados. Na segunda feira, Corina chegou a casa, puxando a menina Marina pelo braço. Nesse ponto, Marina nada falou dom o garoto. Ficou sisuda e o menino, calado ficou. A menina apenas ficou grudada na saia da avó, mesmo assim olhando para Aldo, com a mão na boca.
Tiana
--- Quer leite? - - perguntou a menina.
Ela respondeu que não, fazendo apenas com a cabeça. A sua avó, olhou e disse.
Corina
--- Toma leite. Saco vazio não fica de pé, menina! - - disse isso com um puxavante.
Marina
--- Quero não. Minha barriga está cheia. - -
Corina
--- Cheia? Tu comesses o que? - - embrutecida
Marina
--- Café com pão. - -
Corina
--- Tá! Pão enche barriga de ninguém? Toma o leite e vai brincar com suas bonecas. - - e se soltou da menina.
Em segundos, a menina foi para o batente da porta de trás e Tiana chegou com um copo de leite para a garota beber dizendo apenas.
Tiana
--- Tome o leite. Faz bem. Eu tomei inda agora. Todo mundo tomou. Tome você. - - manso
A menina dessa vez não rejeitou. Bebeu um copo de leite dos grandes. Fez isso vagarosamente. Voltando a mesa, Tiana fez um aceno para avó da menina dizendo que a garota bebeu o leite. Devagar, Aldo se aproximou da porta e procurou sentar. Ele olhou para Marina, e nada falou. Brincou com um graveto. No quintal estavam os vaqueiros ainda tirando o leite das vacas. Aldo apenas observou. Já estava de bucho cheio do leite que bebeu em instantes. Nesse ponto, brincando com o graveto, ele indagou à menina
Aldo
--- Vamos brincar? - -
A menina nem olhou e deu de volta se levantando de repente indo até a cozinha. Por lá, pegou os pratos que ainda faltava lavar e, por certo, lambuzou, como se estivesse lavando de verdade. Aldo saiu devagar para o seu quarto de dormir.
Na terça-feira a turma toda voltou para o seu Apartamento. E a vida continuou sem motivos. A água que faltara, essa voltou às torneiras das casas. Ada já cumpria a missão de olhar as estrelas quando a noite caía. Tiana agasalhava o menino na hora de dormir. O homem Gastão, já sem cachimbo, ouvia as notícias da TV. Os automóveis voavam por rua inteira. Uma carta chegara as mãos de Gastão. Era do Governador ou de algum auxiliar em nome do Governador. Ele observou o conteúdo. E logo chamou Ada para ler também.
Ada
--- Convite? Ah não posso! Nem morta! Ajeite-se! - - reclamou
Gastão
--- Mas isso é mais que um convite. É uma ordem. Está assinado pela sua autoridade. - - disse ele com a testa franzida.
Ada
--- Mas eu não vou. Tenho estudos além dessa merda de observar as estrelas. - - abusada.
Gastão
--- Escute, amor: é apenas uma semana. Você verá coisas raras. Não custa nada. Vamos! - -
Ada
--- Já disse não! O que eu vou ver lá node você vai? - - abusada
Gastão
--- É a Áustria. É uma exposição de uma moça daqui de Natal. Semíramis. Eu vou representado o Estado. Você vai! Não tem nem conversa! - - garantiu
Ada
--- Semíramis? A amante do Reitor? - - perguntou
Gastão
--- Isso eu não sei. Eu vou representando o senhor Governador. - - disse já meio trancado
Ada
--- Eu sei quem é a peça. Bonitona! Vá ver que ela tem machos por lá. - - declarou
Gastão
--- Se tem, isso não me interessa. Eu quero que você vá também. - -
Ada
--- Isso de esquentou as orelhas! O Reitor vai também? - - pesquisou enciumada.
Gastão
--- Deve ir. Eles não são casados? - -
Ada
--- Juntos!!! Eles são amigados! Olha aí, ó! - - e fez uma parelha com os dedos

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