Angelina Jolie
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O FOGO
Alguns
dias se passaram. A situação não mudara para a virgem Norma Balistiero. Ela
estava trabalhando. E então era a nova funcionária do gabinete do doutor
Augusto Novais. O homem, para Norma, era um “esquisito” ou estranho. Vivia
enfurnado em seu gabinete no outro compartimento da sala. Em outra sala, por
assim definir. O escritório era dividido em salas. A de Augusto Novais parecia
um grande túmulo feito somente para o chefe. A virgem não tinha o direito de poder
entrar naquele faustoso espaço todo trancado de não se notar coisa alguma. Apenas o auxiliar direto do homem, Sócrates,
tinha acesso ao estranho local. Para a virgem era um mistério o que se passava
dentro do lugar. Quem sabe ali era a decidida a verdadeira sorte dos mortos. Ou
dos vivos. Homem baixo, gordo, voz diferente dos demais, sapatos sem saltos
como se fosse sandálias, calças compridas e nunca usava paletó. Apenas uma
camisa presa para dentro da calça atada por um cinturão de cor marrom. Era costume
desse senhor quase sempre escarrar. Um serviçal colhia aquele vômito de quando
em quando e despejava em uma latrina no fim do gabinete. O serviçal era calado
como se fosse um mudo. Seu nome: Juvenal.
Apelido: Manga Rosa. Sempre que era
necessário o chefe o chamava:
Augusto:
---
Manga Rosa! – era a voz gasguita e
alta do chefe a chamar Juvenal para algum serviço.
E
o homem de quase cinquenta anos ou mais se levantava do seu acanhado canto de
se sentar para ir atender ao berro do chefe. Um birô com uma gaveta em baixo de
tudo cheia de papel picado, de tamanho variado. Eram os papeis de fazer
cálculo.
Norma:
---
Nojentesa! – era o que pensava a moça quando um dia percebeu o monte de papéis
e o cesto de escarrar do seu chefe.
Com
o passar dos dias, Norma foi se habituando com esses traumas e inertes loucuras.
Livros espalhados pelo chão, alguns de capas diversas e de orientações
sedutoras e sofismais. Por exemplo: um livro sobre o Inferno: - O Eterno Abismo da Morte. A virgem notou tal livro quando teve de
procurar em uma pilha de velhos jornais um trazendo notícia sobre assunto
qualquer do qual ela precisava para entremear matéria de outras datas. Ao
remexer nas folhagens de jornais lhe caiu às mãos esse tomo de características
estonteantes. Algo sobre o Eterno, o Invulgar, a Besta, o Demônio ou algo em
tal sentido. De imediato Norma recolheu suas mãos temerosa como se estivesse
sendo atacada por uma enorme e malévola serpente. Com cuidado, a virgem aos
poucos foi revendo o volumoso e enigmático livro talvez cheio de importantes e
timoratos contextos. Cruzes, ambientes sombrios, túmulos entre tenras árvores
de ciprestes formando tudo isso em um ambiente lúgubre e assombroso. A luz da
lua entremeada de tremenda escuridão sepulcral. Entre estonteantes vitrais, a
catedral do mal. O abismo mortal. Enigmáticas figuras apareciam com suas bocas
abertas a mostrar as suas malévolas presas em carcomida e hedionda máscara.
Aquele era o mortal Inferno no
eterno abismo de esgotamento, cheio de ruínas e iniquidades. O sepulcral
inferno era o responsável pelos os maiores pavores da brutal realidade. Anjos
caídos em deformadas cores era o magnifico e estonteante horror. Tortura,
sofrimento e dor por seu total enigmático desconhecido. Fogo escaldante a
produzir as chamas e as ameaçadoras hostis nuvens onde nenhuma alma seria capaz
de escapar para outro local nem tanto desprezível e nevoento do mundo enganoso.
Para alguns, o Inferno não só é real como pode ser encontrado nos seus
malévolos ambientes onde habitam. Cavernas escuras com fogos ardentes no seu
interior entre as inimigas florestas do mal em torpor de um enigmático termo.
Esse é o Inferno, um verdadeiro lago de extremosas chamas em um deserto estonteante
de lamentos inacabáveis. Local plenamente remoto como antigas entradas para o
sepulcral e desmaiado ambiente infernal onde a escuridão sepulta os doentios
mortos.
Há
milhares de anos e em culturas diversificadas os vivos entendem ser o inferno
abaixo dos seus próprios pés. Existem seis entradas para o Inferno por todo o
Globo terrestre e os vivos não tem escapatória como evitar. Ele é o lugar para
a punição eterna. A tentativa de se buscar as entradas de cada um dos Infernos
demoníacos repletas de estranhas e malévolas figuras entre escuridão aberrante
é o sonho irreal de se pôr os pés quando vivo em fantástico poder a entrar outro
mundo. Essas são as entradas para o submundo sendo essas a qual não há defesa
possível. Os portões do Inferno são vistos apenas nos lugares áridos como os
desertos e vulcões onde nenhum ser humano poderá jamais entrar sem a permissão
do Demônio. Quem chegou bem perto revelou histórias impressionantes. Esqueletos
são encontrados como prova de quem vai, não volta jamais. Eles ficam sepultados
em locais sóbrios e de fumo ardente. Eles, enfim, se parecem com o abismo, um
corpo sem fim causando a sessão desesperadora e aterrorizante das almas dos
quais um dia foram para nunca mais voltar.
Cada
local e cada lenda apresenta visões assustadoras e semelhantes do sofrido e
doentio portal entre elementos do submundo. Enfim, essa é a questão crucial e
derradeira: o que aguarda a cada ser o ter de passar pelos portões para o
Inferno. Em Xabalba, próximo a Masaya, na Nicarágua, coração do País, há o
imenso abismo na Terra. É um vulcão chamado Masaya. Porém há séculos ele é
conhecido por um nome mais sinistro: Boca
do Inferno. A dimensão do Masaya é inacreditável. É um gigantesco abismo,
uma rachadura na Terra. A imaginação é fértil: para onde esse buraco leva. Por
milhares de anos o Masaya vem exalando uma fumaça assustadora e pode ser vista
há quilometro de distância. Um gás tóxico que se eleva e se curva como se fosse
uma criatura viva. No topo da cratera imensa há uma cruz, uma indicação da
história profana de Masaya. Por séculos, histórias sombrias de mortes e
sacrifícios humanos cercaram o hediondo e misterioso vulcão.
Nesse
instante, a virgem Norma estremeceu de pavor. Um frio arrebatador lhe desceu
pelo corpo como se fosse uma febre momentânea a lhe acudir sobremaneira. Ela
ficou em êxtase por um breve período tal qual tudo o que lera se tornasse
realidade. A sua cabeça rodou como um pião e ela temeu desmaiar de ânsia. O que
Norma estava a ler, era como se fosse verdadeiro. Uma nuvem pairou no Céu e se
dissipou de vez. Maquinas de jornal batiam como de costume e com isso ela
também estremeceu. Uma porta se abriu arrebatadora e Norma voltou a tremer. Com
espasmo a virgem se virou para olhar e observou a figura esguia de seu chefe de
escritório. Sócrates sorriu e indagou se ela havia encontrado o jornal. Norma
não sou o que falar. Tudo em sua mente era nebuloso e turvo. A virgem apenas
olhava para Sócrates e nada podia raciocinar. Um tremor angustiante lhe assomou
o corpo. Porém uma luz tênue e acariciante lhe agitou a mente e assim, no
estertor da vida e da morte ela raciocinou aos poucos. E falou:
Norma:
---
Esse? – perguntou ainda pálida de susto.
Sócrates:
---
Esse mesmo! Mas. ...Você está bem? -
indagou surpreso.
Norma;
---
Sim. Foi apenas um susto. A porta bateu com ímpeto! – respondeu com a cara de
quem faz riso.
Sócrates:
---
Ah. Sim. Essa porta faz medo mesmo. – relatou sorrindo. E viu o livro Inferno
entreaberto. Mesmo assim não teceu comentários.
O
Livro Inferno ficou no seu local um
pouco entreaberto e a moça procurou guarda-lo de vez com todo o cuidado. Ela
mesma não sabia o que fazer. Mesmo assim, procurou manter o tomo sob guarda e
nada mais. A preocupação era ela voltar a ler o que começara, uma vez ter
notado importância demais no opúsculo com um gosto de desgaste por seu uso. Na
sequência a virgem retornou ao seu escritório onde a máquina de escrever lhe
esperava, silenciosa e guardiã dos velhos sonhos de outrora. Era a máquina um
ataúde mudo. Como sempre fora no passar das quimeras.
À
noite ou madrugada, um sonho acudiu Norma em seu puro leito de alcova. Algo
delirante e infernal e lúgubre. Uma série de cavernas de lavas escaldantes
cheias de horrendos temores. A virgem suava frio pois estava a penetrar na boca
da Terra. Realmente um sonho assustador. Entre os canais de lavas a virgem
consegue chega a boca de um ermo e tenebroso Inferno onde cadáveres desembocam
para o fundo do imenso chão. Chamas tétricas buscam alimentar os seus incestos
vis. O fogo assumia proporções alarmantes e temerosas. Ondas de calor tragava
os mortos-vivos com toda a fúria escaldante. Aquela era, sem dúvidas, as chamas
mortais da Boca do Inferno. Há milhares de séculos aquela era a boca onde os
divos funestos devoravam a carne das suas vítimas quando mortas. Aquela era a
entrada sagrada para o mundo real dos fenecidos. Os apavorantes Deuses viventes
das cavernas do Inferno vomitam sangue extraído das suas putrefatas e
horrorosas vítimas. A virgem teve a oportunidade de ver de perto os rituais
supremos da sinistra morte. Eram aqueles sacrifícios humanos dos inomináveis
terráqueos onde eram jogados em baixo da cratera. Crianças, mulheres e homens
eram sacrificados a um único tempo. Os que descessem jamais voltaram à vida
terrena. Esse portal do inferno estava descrito nos livros sagrados do tempo
tal qual um abismo sem fim e suas chamas cruéis encobriam o Sol. Era ali o
próprio Inferno e algo demoníaco comandava as tristes verdades cruéis. O horror
satânico brotava por todo lado do abismo monstruoso. Naquele local estava
vivendo para todo o sempre a figura de Satanás. Quando a virgem olhou para o
Demônio soltou um extasiante grito de horror. Nesse instante, Norma, sem que
nem mais assombrada e suada despertou.
Aquele
antro infernal havia sido preparado pelo Demônio e seus anjos, conforme está
escrito nos livros sagrados do tempo anterior a Gilgamésh. Satanás, ao cair do
Céu levou um terço dos seus Exércitos de anjos, arcanjos, querubins e serafins.
E para isso o Inferno na verdade, fora cientificamente preparado. Satanás era
um dos Deuses do Céu vindo da nave espacial em uma Noite Sinistra acompanhado
pelos Anunnakis os Deuses da Iniciação da humanidade na Terra. Tais Divindades
tem o decifrar de “aqueles de sangue real”. Foram eles os criadores da raça
nesse obscuro planeta.
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