Jennifer Lawrence
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- APARIÇÕES -
Acima do horror tétrico a virgem Norma ainda falou de momentos
crucias quando nem por sonho acordara. Eram verdadeiros fantasmas aqueles
apavorantes seres aparecendo de um gigante vulcão cheio de lavas capaz de
tragar vivas as criaturas indefesas e trôpegas em busca do infernal destino.
Entre tais seres a virgem era capaz de vera figura do garoto Francisco a
suplicar clemencia em proteção do seu infeliz destino. Macabras figuras plenas
de odiosidade e terror sangravam as suas enigmáticas vítimas ao descer às
profundezas do abismo da destruição eterna em um profundo lago de chamas.
Norma:
--- Era um passado assustador e cruel. Um horror inimaginável. Os
corpos eram arrastados para o fundo abismal. Uma destruição fantástica. Um
aniquilamento total. – relatou a moça cheia de temor e espanto
O jovem Sócrates estremeceu de horror com o contar do enigmático
sonho da virgem. Algo de sepulcral tornava-se uma realidade diabólica.
Acontecimentos cruéis e monstruosos. Algo fantástico e nebuloso. Enfim, o jovem
despertou para a realidade e voltou a conversar.
Sócrates:
--- Contudo. ... E o ser que se diz ser o seu filho? – indagou
preocupado.
Norma parecia dormir apesar de atormentada. Vagou pelo espaço para
depois relatar.
Norma:
--- Eu sei que tive um câncer aos 20 anos. Eu fui atendida em um
hospital – não sei aonde e nem por quem. E sei bem, que os médicos me deram
pouca chance de vida. Eu digo isso porque em outros sonhos eu tive essa
informação. Com eu era de menor, não liguei muito ao fato. Hoje estou mais
alerta. Isto quer dizer que eu vivi em outra existência. E nesse tempo foi o
meu aborto, com certeza. É o que suponho. – falou em lágrimas.
Sócrates:
--- O espírito do seu filho está junto agora. É por isso que a
senhorita está chorando. Ele chora. Essa sua vida foi de muitas gerações
anteriores. Não foi logo em sequência. Quem me fala é o meu mentor. – salientou
nervoso.
Norma:
--- Entendo. Entendo. Tem uma floresta perto de onde eu morava
naquele tempo. Agora eu não sei em qual lugar. Tinha uma estrada longa. Casas
velhas. Névoa. Muita névoa. Eu vi isso em uma espécie de visão. Mas eu não
estava mais em meu corpo. Acompanhava uma charrete usada como ambulância. A charrete era puxada a cavalos. Seis cavalos.
A minha família tinha posses. Não sei dizer. Mas era família rica. O meu pai
era um Nobre. Eu me lembro de cavalos. Às vezes eu corria a cavalos. –
destacou.
Sócrates:
--- Lord Thomas Connor Ryan! – respondeu uma voz.
Norma:
--- Quem falou? – perguntou sobressaltada.
Sócrates:
--- Um Mestre. Ele está falando. A senhorita estava na Inglaterra.
Idade Média. A senhorita estava com 21 anos. Um câncer no útero. Problema de
uma vida anterior. A senhorita era casada de poucos meses. Já chegou sem vida
ao hospital. – falou o rapaz ouvindo o Mensageiro da Paz.
Norma ficou pasma com a grandiosidade do conhecedor de sua
história. Quanto mais ela ouvia muito mais impressionada ela ficava. O
pensamento mais forte era saber como o Mensageiro podia saber de todo o seu
passado. Era a primeira vez que Norma conhecia a sua vida anterior. Então a
virgem ainda quis saber:
Norma:
--- O meu pai é separado de minha mãe. E onde está vivendo esse
homem agora? – dirigiu a pergunta ao Mensageiro.
Sócrates se encheu de energia para ter a possibilidade de
responder a questão em um curto prazo de tempo. E com poucos instantes,
respondeu.
Mensageiro:
--- O homem que tu perguntas é o teu atual pai. Ele vive como
caminhoneiro. Agora, o teu pai anterior, ele está a teu lado! – respondeu o
Mensageiro
A virgem se estremeceu de súbito e procurou perceber alguém que
fosse o seu passado fraternal pai. Porém não avistou esse homem, outrora um
Lord. Cheio de cismas voltou a querer saber:
Norma:
--- Onde? Aqui não vejo nem alma. – falou a moça com imenso susto.
Mensageiro:
--- Tu verás! Tu verás. Agora, não é possível. Mas tarde. Quando
fores dormir. – declarou o Mensageiro e se evaporou de vez.
Sócrates despertou do êxtase e perguntou à virgem o que sucedera.
Ele estava como sonolento e cheio de temor. A virgem relatou o ocorrido
adiantando ser à noite o crucial encontro com o seu pai anterior, Lord Thomas
Connor Ryan.
Norma;
--- Ele esteve aqui comigo! – relatou a moça cheia de temor.
Sócrates:
--- É assim a vida. Quem procura, acha. Eu indago agora: a
senhorita não pensa ir ao Centro? – perguntou com uma cara sisuda.
Norma:
--- Hoje? – indagou surpresa.
À noite, o Centro estava repleto de gente. Uns com aleijo, outros
gritando, alguns se retorcendo todo, uma mulher a dormir. Entre outras
estranhas pessoas onde nenhum mostrava sinal de sossego ou quietude. Após a
dissertação do Evangelho houve uma pausa. Apagaram-se as luzes da sala e o povo
caminho para receber os passes, de acordo com as suas necessidades. Uma mulher
era levada por dois acompanhantes, sinal de que ela era paraplégica e utilizava
inclusive uma cadeira de rodas. Um rapaz fazia convulsões com a sua cabeça, um
instante para cima e para baixo. Um rapaz andava com os seus quadris no chão.
Era todo o desatino dos viventes.
Logo mais tarde, quando Norma se acolheu em seus aposentos para
então dormir, ela pensava em conhecer o seu antigo pai. Levou um longo tempo
para a virgem conciliar o sono. Por mais que se remexesse na humilde cama, o
sono era um sacrifício. Após um longo período, a virgem adormeceu. E sonho com
algo lúgubre. Ferramentas diversas espalhadas pelo chão da casa onde pensava
estar. Ainda, uma escada demostrando ali ser uma casa funerária. Uma energia
intensa sacudiu todo o seu inanimado corpo. Por mais que se sacudisse na cama,
não havia um local para, consciente, despertar de fato. Era ela como uma jovem
mulher a estar em um confuso cemitério onde os cadáveres dormiam os seus eternos
sonos. O mais grave de tudo: ela não tinha local para onde caminhar. Era um
passado mórbido o que estava Norma a enxergar. A um certo instante, Norma
avistou um cemitério com suas catacumbas semiabertas. Então era enfim tudo
náusea. Macabras figuras asquerosas
passeavam sonolentas vestindo suas roupas em trapos, umas agarradas às outras
nos expostos locais tumulares. Era a morte entre os vivos. E, de repente, uma
voz soturna ecoou:
Defunto:
--- Norma! Eu estou aqui ao teu lado! – disse o morto coma sua
pesada voz.
Norma:
--- Quem? – ela se voltou de repente para o cadáver.
Defunto:
--- Eu. Lord Thomas Connor Ryan. O teu pai. – falou tristonho o
cadáver.
Norma:
--- Meu pai? – indagou plenamente assustada.
A efígie do ser apenas sorriu lhe querendo ditar ser ele um
ex-Lord pois aonde estava aquele título de nada lhe servia. Suas roupas eram
rotas e o ente aparentava estar em uma pobreza extrema, algo como alguém já sem
nada mais a importar. Ele era apenas cansado e doente de esgotamento sem eras.
A tez era sombria e os seus cabelos da cabeça eram tão ralos como uma nuvem ou
uma árvore desfolhada e expirada.
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