domingo, 4 de janeiro de 2015

SUSPEITA - 06 -


- Marion Cotillard -

- 06 -

IMPASSE

O impasse se deu nesse instante. Os médicos examinavam o cadáver para fornecer o certificado de causa mortis. Ao abrir o defunto se chegaram ao clímax.  O corpo não tinha coração. Em nenhum lugar, havia o vestígio de algum coração. Os legistas buscaram veias e artérias sem nada encontrar. A certa altura, os médicos concluíram não haver sangue no morto. No entanto, ele era mesmo um defunto de carne e osso. Porém, sem sangue e coração. O cérebro do morto não tinha veias.
Médico:
---Louco!!! Esse homem era um louco!!! Louco!!! – relatava cheio de tormentos.
Auxiliar:
--- E por onde corria o sangue? – perguntou desnorteado
Médico:
--- Que sangue? Isso era um bicho! E não tem nem coração! Um demônio! – alertava
Auxiliar:
--- E o que é que se faz com ele? – perguntou cheio de dúvidas
Médico
--- Heim? Manda para o inferno! Louco! Isso era um louco! – era o que, sem meios, afirmava
Auxiliar
--- E se for mandado para a Faculdade de Medicina? – indagou perplexo.
Médico:
--- O que? Eles vão achar graça da minha cara! Mandar o corpo sem coração! Loucura! – afirmava
Auxiliar
--- Mas, doutor! E se enterrar o cadáver sem uma descrição de que morreu? – indagou
Médico:
--- Ora! Se diz que por morte sem causa ou qualquer coisa! – falou já misterioso.
Auxiliar.
--- Certo. Certo. Mas se alguém já viu esse cadáver e ele não é tão misterioso assim. Apenas o corpo não tem coração. E então? Com se explica? – fomentou.
E o Médico Legista ficou na dúvida. Seria melhor mandar para a Faculdade de Medicina? Sim ou não? O legista coçou a cabeça e ficou sério para poder falar. Se empertigou e decidiu.
Médico
--- Mande o caixão. – disse o médico.
Auxiliar:
--- Como? – indagou
Médico
--- Digo! Mande o cadáver! – resolveu
Auxiliar:
--- Prá onde? – perguntou
Médico:
--- Para o necrotério! Quero dizer! Para a Faculdade! – falou sem modéstia.
O auxiliar sorriu e empacotou o tal defunto, a dizer:
Auxiliar:
--- Vamos lá colega! Você agora vai ser executado pelos doutores de carne e ossos! – sorriu
E o cadáver foi empacotado, sem sombras de dúvidas, e conduzido no “Caveirão”, o veículo que levava os mortos, para a Faculdade de Medicina. Em certos momentos, quando o “caveirão” já estava no hospital, ouviu-se um ruído estrondoso. Era um barulho assombroso parecendo umas correntes se arrastando pelo corredor do necrotério. O caixão era de metal, provavelmente de alumínio para empatar escorrer salmoura de algum morto. E foi assim que se fez quando o cadáver chegou ao hospital, onde era a Faculdade de Medicina. Os agentes que conduziam o esquife notaram algo e pensaram em outra coisa. Mas, de repente, algo assustou os agentes de serviços gerais. Alguma coisa bateu tão forte que derrubou o caixão. Apavorados com aquele sinal, os dois homens largaram tudo e correram para fora do necrotério a gritar alarmados.
Então, chegou gente para ver o sucedido e encontrou o caixão imóvel sem nenhum sinal de algo anormal. E quem viu, apenas indagou;
ASG
--- Que houve? – perguntou o outro agente.
Cansados pela carreira que deram os agentes apenas disseram.
Agente
--- Esse morto está vivo!!! – alertou com bastante susto.
ASG
--- Vivo? E quem deixou o caixão aqui? – perguntou temeroso
Agente
--- Foi o negro do ITEP. Mas o cadáver bateu com força na porta de caixão! – relatou alarmado.
O senhor do hospital ficou temeroso em mandar abrir o niquelado caixão. Depois de alguns segundos então, ordenou.
ASG;
--- Abra o caixão. Vamos ver o que aconteceu! – disse o homem com toda sapiência
Agente;
--- Mas, senhor, logo a gente? – indagou com bastante temor
ASG
--- Abra! Depressa! Quer deixar o defunto morrer? – disse altivo
Agente
--- Defunto? Mas o defunto está morto mesmo. Só que, de repente, ele ficou vivo! – relatou espantado
ASG
--- Pois abra! Eu estou ordenando! – fez voz firme
Os dois agentes gerais, então, foram ao esquife e, com a chave mestra, destorceram a tampa. De repente, um estridente alarme. O caixão estava vazio. E nem sombra de cadáver. O ASG ao verificar, quase desmaia. Apenas indagou:
ASG
--- Que? Onde está o morto? – foi o que disse o agente mor.
Nesse igual instante, os dois outros agentes meteram o pé a correr em demasiada pressa a gritar pelo assombro notado. O agente mor ao ver o caixão vazio, também não sabia o que fazer. E gritava para os dois foragidos do terror.
ASG:
--- Voltem aqui, seus monstros!!! Voltem aqui! – e correu em debandada atrás dos dois homens.
O caso for terminar na mesa do diretor do Hospital. Os agentes, temerosos com o ocorrido, apenas disseram que o ataúde do ITEP não tinha nada de especial. Eles, apenas, sentiram um puxão na porta do caixão e, de repente, abandonaram quando sentiram o enorme bater. Eles disseram com todo pavor.
Diretor:
--- Não tem cabimento! Bater na porta do caixão e não ter nada?  - argumentou alterado
ASG
--- Isso, senhor. Como pode um defunto sair do caixão dentro do necrotério? – formulou
Diretor
--- E quem mais viu esse desconforto? – indagou ainda exaltado.
ASG:
--- Apenas os dois homens que carregavam o defunto. Ou seja: o caixão. – relatou constrangido
O diretor do Hospital ficou a duvidar de tal história e mandou chamar o médico do ITEP para relatar a verdade.


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