sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O ALÉM - 25 -

- MUNDO DE ÁGUA -
- 25 -

MUNDO DE ÁGUA -

Em um mundo de água o maior desafio que as plantas enfrentam é permanecer boiando. Elas não podem afundar na água. Se estiverem bexigas cheias de gás, possam permanecer estáveis. E a água-marinha extra-sedna poderia servir de alimento para animais.
Joelma
--- Como seria a aparência desses animais? - - indagou curiosa
Laura
--- Há algumas hipóteses. Pode-se ter algumas ideias baseadas na Física. Qualquer espécie em um ambiente aquático orbitando uma outra estrela necessita de propulsão. E em consequência precisa de um desenho hidrodinâmico. O sistema de propulsão seria de nadadeiras. E precisa coletar nutrientes além de precisar de algo como uma boca. E, provavelmente, dependeria da visão. Portanto teria uma estrutura com um animal nosso. Então podemos ter uma ideia, embora um tanto geocêntrica, de que a vida extra-sedna pode ter algumas propriedades que lembram aquelas da vida aqui em Sedna. - -
Joelma
--- Os alienígenas poderiam ser parecidos com isso? - - indagou preocupada
Laura
--- Eles parecem um pouco familiares. Esse fenômeno e chamado de evolução convergente. Por exemplo: temos dois animais – e mostra os animais -  se parecem muito um com o outro. Eles parecem porcos-espinho. Mas só o animal que eu mostro aqui, é um porco-espinho. E esse outro animal é totalmente distinto – mostra o outro – do ponto de vista evolutivo. Ele é um tenaquip. Ele é um parente mais próximo do elefante, do que o porco-espinho. E esse é um belo exemplo de como a evolução quando se depara com um problema fundamental de sobrevivência fazendo duas espécies de linhagens evolutivas diferentes convergirem para a mesma solução.
Joelma
--- Incrível! Como é que pode?
Laura
--- Existe outro planeta capaz de ter vida alienígena. Já sabemos que existem centenas de mundo alienígenas ao longo das galáxias distantes. Porém o que a ciência procura encontrar é um planeta do tamanho parecido com Sedna. Isso porque um planeta do tamanho de Sedna tem as melhores chances de ter Oceanos e Continentes. E hoje já existem mais de 1.000 planetas em potencial. Um desses planetas orbitava a estrela Koi. Ele tem, aproximadamente, o tamanho de uma Sedna e meia. Menor que o planeta coberto por água. Pequeno suficiente para ser rochoso. Mas há um problema: esse planeta não orbita uma estrela como o nosso Sol. Mas um tipo diferente de estrela. Uma estrela anã.
Joelma
--- Nós temos uma estrela média. E isso é uma mentira. O Sol não é uma estrela média. A maioria das estrelas na galáxia tem muito menos massa e emitem menos energia que o Sol. - -
Laura
--- O nosso Sol tem coloração amarela, tem muita massa e é muito grande. Comparadas a ele, as anãs de pouca massa são minúsculas. Elas têm entre dez e vinte por cento de tamanho entre dez e vinte por cento da massa e emitem um milésimo da energia que o Sol emite. Essa estrela conhecida também como anã vermelha emite tao pouca energia que se pensou ser o planeta frio demais. Mas ao contrário, ele tem uma temperatura certa. - -
Joelma
--- Como assim? - - indagou meio incerta.
Laura
--- Estrelas desse tipo emitem muito menos vou que o nosso sol. Para extrair a mesma quantidade de energia de uma fogueira menor é preciso se chegar mais perto. Ainda é uma zona habitável. Se, pelo menos se chegar, mais perto dessa estrela, perdemos calor de água.
Joelma
--- Mas, ficar perto demais de uma estrela, pode criar uma situação estranha. A estrela exerce mais força gravitacional no lado próximo do planeta. É uma força sutil que pode fazer com que o lado do planeta fique sempre voltado para a estrela. - -
Laura
--- A ciência chama isso de acoplamento de maré. Esse mundo pode ter um lado iluminado que sempre fica quente. E um lado sombrio que sempre fica frio. A princípio isso poderia tornar impossível a vida no Planeta, já que não havia atmosfera para sustenta-lo. Quando se concebe um planeta em acoplamento de maré, mesmo em uma zona habitável, se nota que o seu lado sombrio seja muito frio. Tão frio, que a atmosfera condensaria completamente. Todo o dióxido de carbono que, normalmente, fica na atmosfera, estaria congelado, formando uma gigantesca camada polar do lado sombrio. –
Joelma
--- E é possível? - - perguntou temerosa
Laura
--- Temos aqui um pedaço de dióxido de carbono – e mostrou -. Então eu pego o dióxido de carbono e faço certa composição com o meu computador de atmosfera alienígena simulando a atmosfera na anã vermelha e tenho o seguinte resultado. O que você vê, agora, é um mapa da temperatura na tela da superfície. O centro do mapa está o ponto que esperamos encontrar as temperaturas mais altas. Esta diferença entre o lado quente e o lado frio do planeta tem profundos efeitos na atmosfera. No lado sombrio o ar esfria e desce se espalhando pelo planeta. Isso cria uma corrente de vento que percorre a superfície até o lado quente. Aí o ar esquenta e sobe para o lado frio. Por isso, se esse planeta tiver atmosfera, terá um sistema permanente de ventos planetários.
Joelma
--- Colossal. - - relatou a moça
Laura
--- Esse vento reduz a diferença de temperatura e evita que a atmosfera congele. O que significa que o planeta pode ser habitável, com atmosfera estável e clima ameno. Provavelmente o melhor lugar para se viver é a região de transição para o lado noturno. Na região de crepúsculo onde a temperatura fica em mais ou menos saudável. É um bom lugar para comprar terreno. - -
E toda classe sorriu com o exemplo dado.
Laura
--- Viver na zona de crepúsculo seria muito estranho. Estaríamos em uma área de penumbra permanente sob um Sol que nunca se põe. Nesse mundo que o Sol não se move, é quente demais sob o sol e frio demais no escuro. A zona habitável talvez seja somente essa região do pôr do sol perpetuou. Então, olhando para o Céu veríamos apenas uma anã vermelha. Seria muito mais vermelha do que o Sol visto do Sedna. Qualquer vida vegetal vista nesse planeta teria que estar adaptada a um pôr do Sol vermelho sem fim.
Estudante
--- Assim, as plantas nesse hemisfério terão uma com negra? - -
Laura
--- Isso. Quando mais escuro o pigmento, mais luz visível ela absorve. Sendo pretas, as plantas aproveitariam ao máximo a energia do seu fraco Sol. Pode ser ficar mais fácil para as plantas lidar com a situação porque o sol não se move pelo céu. Elas podem simplesmente direcionar as folhas na direção do sol, como um painel solar. - -
Joelma
--- Mas, se existem plantas nesse mundo, poderiam existir animais? - - indagou surpresa.
Laura
--- Aqui em Sedna conhecemos animais que se alimentam por filtragem. Esses animais filtram partículas de grandes animais que a água manda até eles. Em um planeta como esse podemos estratégias similares em seu meio. Baleias em terra seriam de maior vantagem. Até mesmo comer o vento. Ficar parado não seria um grande problema para essas baleias desde que não houvesse predadores. Mas poderia haver um perigo que poderia ser fatal: erupções solares. Pode ser uma estrela muito ativa. Tipicamente ela é muito menos intensa que o Sol, mas pode ter explosões com grandes erupções. Um organismo exposto a essa radiação receberia grandes quantidades de Raio X e também de luz ultravioleta.
Joelma
--- E o que pensar sobre o lado sombrio? - - quis saber
Laura
--- Bem. Essa continuação fica para a próxima aula. - - sorriu


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