- MUNDO DE ÁGUA -
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MUNDO DE ÁGUA -
Em um mundo de água o maior
desafio que as plantas enfrentam é permanecer boiando. Elas não podem afundar
na água. Se estiverem bexigas cheias de gás, possam permanecer estáveis. E a
água-marinha extra-sedna poderia servir de alimento para animais.
Joelma
--- Como seria a aparência desses
animais? - - indagou curiosa
Laura
--- Há algumas hipóteses. Pode-se
ter algumas ideias baseadas na Física. Qualquer espécie em um ambiente aquático
orbitando uma outra estrela necessita de propulsão. E em consequência precisa
de um desenho hidrodinâmico. O sistema de propulsão seria de nadadeiras. E
precisa coletar nutrientes além de precisar de algo como uma boca. E,
provavelmente, dependeria da visão. Portanto teria uma estrutura com um animal
nosso. Então podemos ter uma ideia, embora um tanto geocêntrica, de que a vida
extra-sedna pode ter algumas propriedades que lembram aquelas da vida aqui em
Sedna. - -
Joelma
--- Os alienígenas poderiam ser
parecidos com isso? - - indagou preocupada
Laura
--- Eles parecem um pouco
familiares. Esse fenômeno e chamado de evolução convergente. Por exemplo: temos
dois animais – e mostra os animais - se
parecem muito um com o outro. Eles parecem porcos-espinho. Mas só o animal que
eu mostro aqui, é um porco-espinho. E esse outro animal é totalmente distinto –
mostra o outro – do ponto de vista evolutivo. Ele é um tenaquip. Ele é um
parente mais próximo do elefante, do que o porco-espinho. E esse é um belo
exemplo de como a evolução quando se depara com um problema fundamental de
sobrevivência fazendo duas espécies de linhagens evolutivas diferentes
convergirem para a mesma solução.
Joelma
--- Incrível! Como é que pode?
Laura
--- Existe outro planeta capaz de
ter vida alienígena. Já sabemos que existem centenas de mundo alienígenas ao
longo das galáxias distantes. Porém o que a ciência procura encontrar é um
planeta do tamanho parecido com Sedna. Isso porque um planeta do tamanho de
Sedna tem as melhores chances de ter Oceanos e Continentes. E hoje já existem
mais de 1.000 planetas em potencial. Um desses planetas orbitava a estrela Koi.
Ele tem, aproximadamente, o tamanho de uma Sedna e meia. Menor que o planeta
coberto por água. Pequeno suficiente para ser rochoso. Mas há um problema: esse
planeta não orbita uma estrela como o nosso Sol. Mas um tipo diferente de
estrela. Uma estrela anã.
Joelma
--- Nós temos uma estrela média.
E isso é uma mentira. O Sol não é uma estrela média. A maioria das estrelas na
galáxia tem muito menos massa e emitem menos energia que o Sol. - -
Laura
--- O nosso Sol tem coloração
amarela, tem muita massa e é muito grande. Comparadas a ele, as anãs de pouca
massa são minúsculas. Elas têm entre dez e vinte por cento de tamanho entre dez
e vinte por cento da massa e emitem um milésimo da energia que o Sol emite. Essa
estrela conhecida também como anã vermelha emite tao pouca energia que se
pensou ser o planeta frio demais. Mas ao contrário, ele tem uma temperatura
certa. - -
Joelma
--- Como assim? - - indagou meio
incerta.
Laura
--- Estrelas desse tipo emitem
muito menos vou que o nosso sol. Para extrair a mesma quantidade de energia de
uma fogueira menor é preciso se chegar mais perto. Ainda é uma zona habitável.
Se, pelo menos se chegar, mais perto dessa estrela, perdemos calor de água.
Joelma
--- Mas, ficar perto demais de
uma estrela, pode criar uma situação estranha. A estrela exerce mais força
gravitacional no lado próximo do planeta. É uma força sutil que pode fazer com
que o lado do planeta fique sempre voltado para a estrela. - -
Laura
--- A ciência chama isso de
acoplamento de maré. Esse mundo pode ter um lado iluminado que sempre fica
quente. E um lado sombrio que sempre fica frio. A princípio isso poderia tornar
impossível a vida no Planeta, já que não havia atmosfera para sustenta-lo.
Quando se concebe um planeta em acoplamento de maré, mesmo em uma zona
habitável, se nota que o seu lado sombrio seja muito frio. Tão frio, que a
atmosfera condensaria completamente. Todo o dióxido de carbono que,
normalmente, fica na atmosfera, estaria congelado, formando uma gigantesca
camada polar do lado sombrio. –
Joelma
--- E é possível? - - perguntou
temerosa
Laura
--- Temos aqui um pedaço de
dióxido de carbono – e mostrou -. Então eu pego o dióxido de carbono e faço
certa composição com o meu computador de atmosfera alienígena simulando a
atmosfera na anã vermelha e tenho o seguinte resultado. O que você vê, agora, é
um mapa da temperatura na tela da superfície. O centro do mapa está o ponto que
esperamos encontrar as temperaturas mais altas. Esta diferença entre o lado
quente e o lado frio do planeta tem profundos efeitos na atmosfera. No lado
sombrio o ar esfria e desce se espalhando pelo planeta. Isso cria uma corrente
de vento que percorre a superfície até o lado quente. Aí o ar esquenta e sobe
para o lado frio. Por isso, se esse planeta tiver atmosfera, terá um sistema
permanente de ventos planetários.
Joelma
--- Colossal. - - relatou a moça
Laura
--- Esse vento reduz a diferença
de temperatura e evita que a atmosfera congele. O que significa que o planeta
pode ser habitável, com atmosfera estável e clima ameno. Provavelmente o melhor
lugar para se viver é a região de transição para o lado noturno. Na região de
crepúsculo onde a temperatura fica em mais ou menos saudável. É um bom lugar
para comprar terreno. - -
E toda classe sorriu com o
exemplo dado.
Laura
--- Viver na zona de crepúsculo
seria muito estranho. Estaríamos em uma área de penumbra permanente sob um Sol
que nunca se põe. Nesse mundo que o Sol não se move, é quente demais sob o sol
e frio demais no escuro. A zona habitável talvez seja somente essa região do
pôr do sol perpetuou. Então, olhando para o Céu veríamos apenas uma anã
vermelha. Seria muito mais vermelha do que o Sol visto do Sedna. Qualquer vida
vegetal vista nesse planeta teria que estar adaptada a um pôr do Sol vermelho
sem fim.
Estudante
--- Assim, as plantas nesse
hemisfério terão uma com negra? - -
Laura
--- Isso. Quando mais escuro o
pigmento, mais luz visível ela absorve. Sendo pretas, as plantas aproveitariam
ao máximo a energia do seu fraco Sol. Pode ser ficar mais fácil para as plantas
lidar com a situação porque o sol não se move pelo céu. Elas podem simplesmente
direcionar as folhas na direção do sol, como um painel solar. - -
Joelma
--- Mas, se existem plantas nesse
mundo, poderiam existir animais? - - indagou surpresa.
Laura
--- Aqui em Sedna conhecemos
animais que se alimentam por filtragem. Esses animais filtram partículas de
grandes animais que a água manda até eles. Em um planeta como esse podemos
estratégias similares em seu meio. Baleias em terra seriam de maior vantagem.
Até mesmo comer o vento. Ficar parado não seria um grande problema para essas
baleias desde que não houvesse predadores. Mas poderia haver um perigo que
poderia ser fatal: erupções solares. Pode ser uma estrela muito ativa.
Tipicamente ela é muito menos intensa que o Sol, mas pode ter explosões com
grandes erupções. Um organismo exposto a essa radiação receberia grandes quantidades
de Raio X e também de luz ultravioleta.
Joelma
--- E o que pensar sobre o lado
sombrio? - - quis saber
Laura
--- Bem. Essa continuação fica
para a próxima aula. - - sorriu
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