segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O ALÉM - 30 -

- RIO EUFRATES -
- 30 -

BAZARES -

Quando a professora Laura entrou na classe do auditório naquela manhã de estio encontrou uma turma exaltada a comentar a situação dos Sumérios, um povo chegado a milênios nessa terra e começando a fazer serviços os quais o ser humano ainda não sabia, se é que, de fato, existiam homens na Terra. Era um tumulto inquieto quando a professora teve de mandar fazer silencio, pois era a hora de começar a aula. E, então, a mestra começou a discorrer sobre as ruas das Velhas Cidades de Bagdá, os visitantes a mergulhar nas águas do rio Tigre, multidões alegres a estar por todos os lados, os bazares coloridos mostrando seu talento para o comércio antigo. A herança sumeriana a estar por toda a parte. Os mercados têm vendido as mesmas variedades de frutas e legumes há milhares de anos. No frio das arcadas se pode comprar romãs do norte do Iraque e o iogurte que os mesopotâmicos foram especialmente afeiçoados. Nas esquinas existem jarros de barro com água potável. As contas de água na superfície do frasco e na evaporação mantém a água dentro de uma invenção suméria de 5.000 anos.
Aluno
--- Mas quem foram esses Sumérios? - - indagou um aluno meio desligado
Laura
--- De onde eles vieram? Seria a outra questão. Nos planaltos férteis da Anatólia, vários milhares de quilômetros da Mesopotâmia a Suméria foi descoberta pelos arqueólogos o que tornou possível saber para onde essa população começou a se expandir e encontrar essa nova civilização. Um trigo Einkorn que cresce selvagem em todo o deserto da Turquia veio dessa terra.
Estudante
--- Mas isso é antigo? - -
Laura
--- Muito antigo. Mas do que você pensa. Tão antigo como a Terra. As pessoas têm vivido nessa região fértil no cruzamento das rotas de migração desde o tempo imemoriais. Tribos de caçadores encontraram tudo aqui que eles precisavam para a sua sobrevivência. Os curdos mantêm as tradições antigas. Todos os dias as mulheres cozinham em um pequeno fogareiro o seu trigo que faz a dieta básica de toda a família.
Escolar
--- Isso não é costume? Em minha casa se come feijão diariamente. - -
Estudante
--- E na minha tem cuscuz seco de fazer dó! - - e gargalhou.
Laura
--- É possível. Cada povo tem seu costume. Mas, por lá é costume se trafegar em carroça puxada a cavalo por estrada afora. Vamos olhar. – - e a professora mostro a carroça puxada a cavalo em uma tela de tamanho médio. -. Tem também a pescaria como se faz no Nordeste do Brasil.
Joelma
--- Isso é bom demais. - - e sorriu.
Laura
--- São costumes de cidades do interior. Bem. Vejamos. Em 1958 arqueólogos descobriram as ruínas de 9.000 anos atrás da aldeia de Çayonu. 3.500 anos antes da Suméria os homens se instalaram nesta terra fértil. Eles ainda fazem cerâmica como faziam milênios. Suas casas tinham paredes de tijolos de barro seco sobre fundações de pedra. Um dia o povo de Çayonu fez uma descoberta que mudaria o mundo.
Aluno
--- A bomba atômica? - - aclamou o aluno com amplo sorriso
Laura
--- Não senhor. Por favor, quieto. - - respondeu a mestra um pouco irada - - Quando esta descoberta foi feita cerca de 15.000 anos antes de Cristo na região montanhosa onde o Eufrates flui para a Síria, quando uma situação muito incomum surgiu de que o trigo cresce selvagem por toda a serra, permitindo que as pessoas se estabeleçam em um só lugar, era algo totalmente novo. Quando descobriram que o trigo produzia sementes que eles poderiam usar e acima de tudo que podiam render o armazenamento de alimentos tornou-se muito mais importante. –
Joelma
--- Esse trigo que nós hoje comemos? - -
Laura
--- Sim. Exatamente. Isso quer dizer em vez de olhar para o alimento dentro de três dias para matar um animal, as pessoas podiam armazenar comida por várias semanas ou meses. Entendeu bem o caso? - -
Joelma
--- Parece que sim. Em lugar de matar um animal, se fosse o caso, tinha guardado por meses esses alimentos, no caso o trigo.
Laura
--- Isso. Isso. A partir de então a vida das pessoas mudou. Então, o povo guardaria o alimento por mais tempo. Daí então se começou a usar as ferramentas. Nascia então a agricultura. Os Sumérios começaram a escrita em pedra - - e projetou na tela - - o carro, a roda, as embarcações e até mesmo as cidades. Vasos de alabastro de um metro de altura retrata a gratidão dos sumérios para com a natureza. Isso também expressa o seu temor religioso. Uma procissão de homens oferecia aos deuses no santuário de Inanna, a deusa do Céu e da Terra, a colheita que havia sido propiciada naquele tempo. - -
Joelma
--- E os Sumérios tinham deuses? - - indagou surpresa
Laura
--- Sim. O humano sempre tem um deus. Os peregrinos são recebidos pelo sumo sacerdote em suas vestes. E graças a esses sucessos na agricultura, a população cresceu. Os primeiros grupos começaram a colonizar a terra ao longo dos rios e todo o caminho até a grande planície da Mesopotâmia. Essa tábua - - e mostrou na tela - - de argila mostra um dispositivo para obter semeadura mais econômica. O segredo dos sumérios consistia em domar suas fontes imprevisíveis da água. Na Mesopotâmia, o equilíbrio entre o homem e a natureza poderia facilmente ficar contra o homem. Para assumir o controle de sua água, os sumérios inventaram a roda. E cavaram centenas de quilômetros de canais de irrigação, reservatórios e barragens. Certos? Alguma questão? - -
Joelma
--- A irrigação foi o sustentáculo da civilização dos Sumérios? - - quis saber
Laura
--- Sim. Subjugando as águas turbulentas dos rios Tigre e Eufrates. Eles transformaram o poder da natureza para o seu próprio uso. Os agricultores colheram os melhores benéficos com culturas abundantes de centenas de milhares de hectares de terra adubada. Em algumas áreas trigo, painço e cevada foram colhidas duas vezes por ano. Nos oásis ao longo dos canais de irrigação, milhões de palmeiras cresceram tanto quanto os olhos podiam ver.
Joelma
--- E quem ensinou isso aos Sumérios? - - quis saber
Laura
--- Quem ensinou? O tempo. Hoje, isso é o mesmo quando os rios Tigre e Eufrates se fundem para formar um único corpo de água a formar o Shatt-al-Arab. Em cada lado do Shatt-al-Arab uma província agrícola prospera graças à água abundante dos dois grandes rios. Barcaças só podem alcançar o coração deste labirinto de capim alto. Os sumérios construíram vilas de pescadores neste ponto.
Aluno
--- Foi aí que nasceu Jesus? - -
Laura
--- Não senhor. Ele nasceu em outra parte do Oriente Médio. - -
Aluno
--- E nesse local também tinha peixe? - -
Laura
--- Peixe tem em todo o redor do mundo. Até em meu planeta. ---
Aluno
--- Ora bolas. Não acerto uma. - -

Nenhum comentário:

Postar um comentário