- O FIM DO MUNDO -
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- O FIM DO MUNDO -
O dia seguinte a aula começou,
como sempre, dentro do horário previsto. Samanta estava feliz da vida sorrindo
para um e para outro. O mini projetor de slide já estava montado na parte baixa
do palco. A senhora Kytzia, tradutora de Samanta, estava a averiguar os
detalhes do projetor e orientava o técnico como executar a missão. A menina
Samanta estava ao lado a observar com atenção como funcionava aquele mecanismo.
Com suas mãozinhas para trás ela era alegria total. O professor Prada apenas
indagou a mestra Kytzia.
Prada:
--- Pronto? – indagou a pontar o
projetor.
Kytzia
--- Quase. Apenas detalhes. –
discorreu
Prada chamou a menina para
dialogar com a mente os pormenores do assunto. A menina disse sim, naquela hora
cheia de estudantes a ocupar o auditório do Teatro. O professor Arquimedes
estava a postos bem ao lado da mestra Nízia Alcântara discutindo sobre o enervante
assunto daquela ocasião, por demais saltitante.
Por fim, a menina Samanta tomou a postos seu lugar com uma régua à sua
pequena mão. A professora Kytzia se aproximou e fez sinal de estar tudo pronto
ao professor Prada. Esse olhou para o seu colega Nicodemos e passou-lhe a
palavra. Nicodemos então falou aos alunos presentes no auditório.
Nicodemos:
--- Senhores professores e
estudantes de Astronomia. Coube-me fazer, hoje, a apresentação do evento a ser
discorrido pela estudante Samanta Leporace no conceito o Fim do Mundo ou o Fim
do Universo. É uma questão sobremaneira delicada e qualquer que for o seu
final, vale a pena refletir. Com a palavra, a expoente do dia, Samanta
Leporace. Eu tenho a declarar que, nós não tivemos nenhuma aparte com esse tema.
Os acertos são da nossa conferencista. Obrigado. – e se afastou.
E a menina de 10 anos agradeceu
ao se aproximar do meio do palco. Houve uma salva de palmas enquanto Samanta
agradecia com seu bom humor. Em seguida, deu início a preleção;
Samanta:
--- Bom dia a todos e em especial
a minha mestra, professora Isis Kytzia. Bom dia também aos Mestres e em
especial, ao professor Vicente Prada. Também não deixo de cumprimentar as
demais mestras e mestres aqui presentes. Hoje, o tema é um pouco difícil, pois
se refere a Universo ou mesmo o sem fim. A questão é que uma batalha ocorre nos
confins do espaço. E seu resultado será terrível. É uma questão muito simples:
a morte do Universo. A questão é que o seu fim vai ocorrer daqui há bilhões de
anos, para a alegria de todos. – sorriu -.
Os presentes ao auditório também
se tranquilizaram, esboçando seus sorrisos.
Samanta:
--- Mas, quando acontecer, não
haverá escapatória. Descobrir como o nosso Universo vai morrer é um desafio que
astrofísicos do Mundo todo estão enfrentando. Eles estão enfrentando
equipamento de alta tecnologia para o Céu para desvendar o segredo de nosso
destino. As possibilidades são assustadoras. Em uma delas, a gravidade fará o
Universo contrair-se. Algo parecido com o ar escapando de um balão – e apontou
o slide – inflável. O Universo voltaria ao seu tamanho original. Esse seria o
chamado Big Grant. A matéria se destruiria a si mesmo. Seria bem dramático.
Outra possibilidade seria o Big Chill. O Universo se expandiria até que as
fornalhas nucleares que fornecem energia para as estrelas se extinguissem. O
Universo ficaria frio e morreria. Essa possibilidade é a mais cruel. E, então,
poderia haver um final mais espetacular onde tudo seria destruído, até o último
dos átomos. – e mostrou com a sua régua as fotos tiradas do Universo – O
Universo continuaria se expandir, mas num ritmo acelerado. E, na verdade, esse
ritmo seria tão rápido que nem a estrutura tempo-espaço conseguiria manter o
Universo unido. De qualquer maneira, o fim seria uma conclusão dramática.
Alguma pergunta? – indagou a expositora.
Acadêmico:
--- E como tudo isso começou? –
pergunta um estudante.
A menina sorriu a passou a
responder:
Samanta:
--- Como isso começou? Muito bem.
O mistério a ser resolvido no Observatório Monte Wilson com uma visão
panorâmica de Pasadena, na Califórnia. Em 1929, quando analisava o Céu através
do maior telescópio do mundo naquela época, Edwin Hubble, fez uma descoberta: o
Universo estava se expandindo. – imagens de Hubble e do telescópio -. A
descoberta de Hubble mostrou-nos um novo quadro do Universo: de que ele era um
ambiente dinâmico e que estava evoluindo. De que estava mudando com o tempo. E
que era diferente do quadro que as pessoas tinham da Cosmologia. – concluiu.
Estudante:
--- Antes de Hubble se pensava
que o Universo era um ambiente estático? – indagou
Samanta:
--- Estático e imutável. A
descoberta de Hubble de que o Universo está se expandindo significou que ele
teve um ponto de partida. Um começo. – interrompeu.
Estudante
--- E se voltássemos no tempo, no
ponto em que começamos? – indagou
Samanta:
--- Foi daí que veio a ideia de
quando o Universo surgiu. O tal chamado Big Bang. Aquela fração de segundo em
que o Universo e todas as coisas nasceram de uma explosão de um ponto menor do
que um átomo. – testemunhou.
Estudante:
--- Mas a senhora não disse já
outro assunto e que o Universo não tinha surgido? – indagou
A classe toda gargalhou. E
Samanta prosseguiu.
Samanta:
--- Espera lá. Nós chegaremos
nesse tema. Não se vá com a carroça na frente dos bois. – sorriu – Há um
conceito errado mas muito comum entre as pessoas sobre o chamado Big Bang. Isso
é o que podemos chamar de um ponto no espaço onde o big Bang ocorreu. Mas, na
verdade, é de nós pensarmos no Big Bang numa criação simultânea no espaço como
um todo que continua se expandir até hoje. Entende? – indagou sorrindo.
Estudante:
--- A senhora me deixa confuso.
A menina sorriu e continuou a
exposição.
Samanta:
--- Bem. Se o Universo está se
expandindo os cientistas precisam considerar que ele vai parar de se expandir
em algum ponto. A pergunta é: como?
– refletiu – A resposta mais óbvia envolve a gravidade. O que sobe tem que descer. As estrelas e as galáxias e
tudo mais mudariam de direção. O Universo passaria pelo que a ciência chama de
Big Grant. Isso é o que aconteceria. O
Universo seria chamado para dentro do seu início. – expôs
Arquimedes:
--- Com a sua permissão, minha
pequena Mestra. – ele se dirigiu a Samanta – Ouso falar que o Universo tem o
seu próprio pulso, sua própria energia e está se expandindo. Mas haverá um
ponto em que o Universo irá parar de se expandir. Então ele será atraído de
volta, puxado pela forçada gravidade. Obrigado. – externou o professor
Prada:
--- Muda de cenário. O Universo
poderia retornar a seu estado original antes o Big Band preparando o terreno
para uma eterna gangorra de criação e destruição. – completou
Uma salva de palmas se ouviu de
todo o auditório repleto de estudantes, repórteres, professores de Astronomia,
Física, Química e demais matérias e gente de da própria Universidade. O
entusiasmo cobriu por completo o ambiente. Não se podia mais divisar um único
aluno, pois todos estavam entusiasmados com a pequena Samanta Leporace. O
próprio pai, Manoel Leporace a correr ao palco se abraçou com a filha a chorar
entusiasmado por tudo o que ouvira naquele estado de ânsia.
Manoel:
--- Minha filha! Minha filha!
Minha filha! – corava em virtuosas lágrimas.
Samanta:
--- Não chore meu pai. Isso é
apenas o início. – fez ver a criança.
E Samanta prosseguiu após alguns
minutos
Samanta
--- Mas, a teoria do Big Grant
esbarra num ponto: A ciência descobriu que houve alguma forma de energia que o Universo
não pudesse ser destruído. E assim veio a questão de como Universo teve início
e qual será o seu fim – concluiu.
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