segunda-feira, 2 de março de 2015

MISTÉRIO - 16 -

- CISNE -
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ESTRELAS
Após a frenética batucada por parte dos estudantes, a aula voltou ao normal, no dia seguinte, com a participação de Paulo Rocha e os alunos dos Cursos Superiores, a convite do professor Prada para, quando, convocados formularem questões à pequena Samanta, dez anos e vasto conhecer. Com havia interrompido o tema na Astronomia, a menina procurou prosseguir com a incontínua aula. Na conferência, havia um mine projetor de slide a pedido da menina Samanta colocado abaixo do palco e com uma tela acima onde se podia observar as figuras.  E foi assim que sucedeu. Após a conversa do professor Prada, deu-se início a explanação.
Samanta:
--- Bom dia. Vamos continuar com o tema de ontem. Há pequenas coleções de estrelas que formam padrões óbvios chamadas “Asterismos”. Estão ai a “little dieter” e a “bigter dieter”. A bigter dieter é composta das estrelas mais brilhantes da Ursa Maior. Desculpe-me. Eu estou falando assim para os estudantes de Astronomia. Alguns dos demais acadêmicos podem não estar entendendo com a devida precisão. Bem. A Ursa Maior tem 71 estrelas visíveis. A Bigter Dieter é conhecida por sua semelhança com uma concha de cozinha. A Bigter Dieter é, provavelmente, o objeto mais fácil de achar no Céu, mesmo que não se conheça mais nada. Embora seja um Asterismo tão familiar – podemos ver no quadro em exposição que se pôs hoje para ilustrar a aula. Olhe bem para o quadro – a Bigter Dieter ainda é cheia de surpresas. – e apontou a menina com uma régua – A segunda estrela no cabo da concha, a Mizar, parece um único ponto de luz. Mas, o olhar mais atento revela que são cinco estrelas chamejantes. Cigno ou Cisne tem 79 estrelas visíveis. Uma estrela chamada Deneb, é uma Usina de energia termo nuclear que forma a cauda do Cisne. Com 200 vezes o diâmetro do nosso Sol e 250 mil vezes mais brilhante, Deneb é um dos maiores exemplos de uma estrela branca super gigante. – e apontou a estrela branca no quadro -. É uma estrela numa fase de evolução bastante incomum. Existem poucas estrelas iguais a essa. E não passam muito tempo da vida em condições de luminosidade tão forte. – explicou.
Prada:
--- As super gigantes brancas são raras porque a estrela está em transição de super gigante vermelha a azul. Uma fase que dura, apenas, alguns milhões de anos. – falou o professor dando a vez de Samanta continuar.
Samanta:
--- Muito bem. Obrigada. Isso pode parecer muito tempo, segundo os padrões humanos. Mas para uma estrela é menos de UM por cento de sua vida. Para uma constelação batizada com o nome de uma ave tão graciosa – Cisne – carrega cicatrizes de um passado violento. Um buraco negro aberto chamado Cisne X 1 ocupa o coração do Cisne. Ele é um buraco negro de massa sólida. Oito virgula sete vezes a massa do nosso sol que está em órbita de outra estrela. Cisne X 1 foi o primeiro buraco negro a ser registrado. Alguma questão? – indagou sorrindo.
Um professor ali presente fez observação para os seus alunos. Era o professor Arquimedes.
Arquimedes:
--- Folgo em poder estar presente a essa aula tão brilhante. Ouso ditar, com a vossa permissão, o seguinte: Detectamos Cigno X 1, não tanto por causa do buraco negro, porque é preto e muito difícil de ver. Mas, por causa do seu efeito na companheira, que é uma estrela gigante. O buraco negro está lentamente devorando a companheira. E, com o tempo, isso vai acontecer. – explicou
A menina agradeceu a participação do professor e pediu permissão para prosseguir.
Samanta:
--- Muito obrigada pela intervenção. Posso prosseguir? – sorriu – Muito bem. Como ouvimos do Mestre, e quando isso acontecer, uma constelação vai perder uma estrela e nossa percepção no firmamento noturno vai mudar para sempre. O firmamento noturno está constantemente mudando. Em cada constelação, estrelas nascem enquanto outras são engolidas pelos buracos negros. Cada explosão de uma super nova, cada estrela exótica e nebulosa tem uma coisa em comum: são todas identificadas pela constelação na qual estão localizadas. Mas, mesmo de inventar os super possantes telescópios para vê-las, as constelações serviam a uma finalidade importante. Levavam as pessoas o noticiário noturno que elas – as pessoas – não ousavam ignorar.
Prada:
--- Era uma questão de vida e morte. Os Céus noturnos são um calendário. Foi a primeiríssima invenção científica do homem. O Calendário nos Céus. – relatou pedindo licença. E logo depois colocou Samanta a continuar.
Samanta:
--- O nascer e o pôr do Sol, as fazes da Lua, o aparecimento e desaparecimento sazonal das estrelas dá para ver que existe, realmente, uma ordem no mundo. E se há, realmente, uma ordem nos Céus é útil para antecipar o que vai acontecer, na Terra. É uma ferramenta de sobrevivência. Quando se olha para os Céus se veem grupos de estrelas que estão ligadas a eventos importantes que nos alertam para agir de certo modo ou ir em cada direção, onde plantar e colher. Além de ver o padrão das estrelas mudar com as estações, os antigos fizeram outra observação fundamental: o dossel estrelar variável dava forma ao Mundo. Viajantes em longos percursos para o sul, por exemplo, na Grécia, começaram a ver constelações diferentes de qualquer uma que fosse visível em sua terra natal. Então, isso indica movimento de superfície curva. A perspectiva muda. Hoje, nós entendemos a forma da Terra e o suceder das estações. Mas as constelações não perderam a sua utilidade. Em vez de revelar segredos sobre a Terra, elas nos ajudam a compreender as estrelas. Como países, as constelações dividem os Céus em territórios. E, embora, o firmamento seja infinito, podemos ver somente uma amostra de estrelas antes que nossa visão seja boqueada por poeira e distância.
Arquimedes:
--- Permita-me explicar, sim? – se dirigiu a Samanta.
Samanta:
--- Pois não. Seja bem-vindo. – sorriu
Arquimedes:
--- Complementando o que advoga a nobre colega Samanta tenho a declarar que Centauro tem 101 estrelas visíveis. Duas delas, Alfa e Beta são as estrelas mais brilhantes em nosso firmamento. Em Centauro está a Alfa Centauro, a estrela mais próxima da Terra depois do nosso Sol. E um olhar mais atento revela que Alfa Centauro, na verdade, é um sistema estrelar triplo. Não é raro que as estrelas dividam o palco com uma duas coestrelas em sua órbita. Aliás, essa é a regra. – e apontou para o mapa feito pelo mine projetor de slide armado no palco.
A menina ficou entusiasmada por ter o mestre conhecedor de todas as matérias explanadas. E efusivamente agradeceu reconhecida.
Samanta:
--- Obrigada ao senhor Mestre. – sorriu delicada. E relatou: – Enquanto nosso sol faz a sua viagem solitária pelo espaço, as estrelas Ómega e Centauri nunca ficam sem companhia. Ómega Centauri é o maior agrupamento estelar da nossa galáxia. Essas estrelas, intimamente ligadas, tem órbitas diferentes, complicadas. Mas, mesmo assim, conseguem se movimentar como um único grupo. Muitos astrônomos suspeitam que possa ser o centro de uma galáxia que foi engolida, consumida pela Via Láctea, quando caiu nela. Isso acontece com bastante frequência porque grandes galáxias são canibais e comem as pequenas galáxias. A Ómega Centauri, por exemplo, pode ser o que restou de um desses processos. – e apontou o mapa com a régua a galáxia citada.
Prada:
--- Ótimo. Ótimo. A menina vai mais além do que eu sei. – sorriu –
Samanta:
--- Obrigada meu ilustre mestre. Tenho a declarar que a luz de Alfa Centauri leva cerca de 4,2 anos para chegar até nós. Mas, quando olhamos Alfa Centauri estamos vendo uma luz que 16 mil anos. Isso é a indicação da verdadeira dimensão de Centauro que mostra também que uma constelação existe somente olhos de nossa mente. E que cada estrela suplica para ser explorada. – concluiu a sua explanação.
Os aplausos foram ouvidos por toda a dimensão da plateia alí reunida no auditório do salão de apresentações do magnifico Teatro da Universidade.  E a cada momento, se percebendo que a menina a sorrir ficada vez mais arrebatadora, ainda mais se ouviu o espocar dos incontidos aplausos como nunca se havia feito diante de uma precoce aluna sobre a tal matéria. Após um tempo de ovações o professor Arquimedes se deleitou com o seu confrade, professor Prada a indagar como foi que o Mestre descobriu aquela importante menina.
Prada:
--- Não fui eu. Foram estes professores. – e mostrou os demais mestres. – Eu, apenas tenho seguido a minha intuição de pesquisar com maior acuidade pessoas que se mostram capaz de desenvolver assuntou por demais obscuros. – sorriu o professor experimentando um pouco de suco com saborosas empadas.
Arquimedes:
--- Imagino. Essa garota vai longe! – sorriu para Samanta a segurar em seu colo.
A menina sorriu entusiasmada pela estima dispensa ao seu pronunciamento. E alegou, ainda.
Samanta:
--- E ainda tem mais: O Universo vai morrer! – gargalhou como nunca.  

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