- CISNE -
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ESTRELAS
Após a frenética batucada por
parte dos estudantes, a aula voltou ao normal, no dia seguinte, com a
participação de Paulo Rocha e os alunos dos Cursos Superiores, a convite do
professor Prada para, quando, convocados formularem questões à pequena Samanta,
dez anos e vasto conhecer. Com havia interrompido o tema na Astronomia, a
menina procurou prosseguir com a incontínua aula. Na conferência, havia um mine
projetor de slide a pedido da menina Samanta colocado abaixo do palco e com uma
tela acima onde se podia observar as figuras. E foi assim que sucedeu. Após a conversa do
professor Prada, deu-se início a explanação.
Samanta:
--- Bom dia. Vamos continuar com
o tema de ontem. Há pequenas coleções de estrelas que formam padrões óbvios
chamadas “Asterismos”. Estão ai a “little dieter” e a “bigter dieter”. A bigter
dieter é composta das estrelas mais brilhantes da Ursa Maior. Desculpe-me. Eu
estou falando assim para os estudantes de Astronomia. Alguns dos demais
acadêmicos podem não estar entendendo com a devida precisão. Bem. A Ursa Maior
tem 71 estrelas visíveis. A Bigter Dieter é conhecida por sua semelhança
com uma concha de cozinha. A Bigter Dieter é, provavelmente, o objeto mais
fácil de achar no Céu, mesmo que não se conheça mais nada. Embora seja um Asterismo
tão familiar – podemos ver no quadro em exposição que se pôs hoje para ilustrar
a aula. Olhe bem para o quadro – a Bigter
Dieter ainda é cheia de surpresas. – e apontou a menina com uma régua – A
segunda estrela no cabo da concha, a Mizar,
parece um único ponto de luz. Mas, o olhar mais atento revela que são cinco estrelas
chamejantes. Cigno ou Cisne tem 79 estrelas visíveis. Uma estrela chamada
Deneb, é uma Usina de energia termo nuclear que forma a cauda do Cisne. Com 200
vezes o diâmetro do nosso Sol e 250 mil vezes mais brilhante, Deneb é um dos
maiores exemplos de uma estrela branca super gigante. – e apontou a estrela
branca no quadro -. É uma estrela numa fase de evolução bastante incomum.
Existem poucas estrelas iguais a essa. E não passam muito tempo da vida em
condições de luminosidade tão forte. – explicou.
Prada:
--- As super gigantes brancas são
raras porque a estrela está em transição de super gigante vermelha a azul. Uma
fase que dura, apenas, alguns milhões de anos. – falou o professor dando a vez
de Samanta continuar.
Samanta:
--- Muito bem. Obrigada. Isso
pode parecer muito tempo, segundo os padrões humanos. Mas para uma estrela é
menos de UM por cento de sua vida. Para uma constelação batizada com o nome de
uma ave tão graciosa – Cisne – carrega cicatrizes de um passado violento. Um
buraco negro aberto chamado Cisne X 1
ocupa o coração do Cisne. Ele é um buraco negro de massa sólida. Oito virgula
sete vezes a massa do nosso sol que está em órbita de outra estrela. Cisne X 1
foi o primeiro buraco negro a ser registrado. Alguma questão? – indagou
sorrindo.
Um professor ali presente fez
observação para os seus alunos. Era o professor Arquimedes.
Arquimedes:
--- Folgo em poder estar presente
a essa aula tão brilhante. Ouso ditar, com a vossa permissão, o seguinte:
Detectamos Cigno X 1, não tanto por
causa do buraco negro, porque é preto e muito difícil de ver. Mas, por causa do
seu efeito na companheira, que é uma estrela gigante. O buraco negro está
lentamente devorando a companheira. E, com o tempo, isso vai acontecer. –
explicou
A menina agradeceu a participação
do professor e pediu permissão para prosseguir.
Samanta:
--- Muito obrigada pela
intervenção. Posso prosseguir? – sorriu – Muito bem. Como ouvimos do Mestre, e
quando isso acontecer, uma constelação vai perder uma estrela e nossa percepção
no firmamento noturno vai mudar para sempre. O firmamento noturno está
constantemente mudando. Em cada constelação, estrelas nascem enquanto outras
são engolidas pelos buracos negros. Cada explosão de uma super nova, cada
estrela exótica e nebulosa tem uma coisa em comum: são todas identificadas pela
constelação na qual estão localizadas. Mas, mesmo de inventar os super
possantes telescópios para vê-las, as constelações serviam a uma finalidade importante.
Levavam as pessoas o noticiário noturno que elas – as pessoas – não ousavam
ignorar.
Prada:
--- Era uma questão de vida e
morte. Os Céus noturnos são um calendário. Foi a primeiríssima invenção
científica do homem. O Calendário nos Céus. – relatou pedindo licença. E logo
depois colocou Samanta a continuar.
Samanta:
--- O nascer e o pôr do Sol, as
fazes da Lua, o aparecimento e desaparecimento sazonal das estrelas dá para ver
que existe, realmente, uma ordem no mundo. E se há, realmente, uma ordem nos
Céus é útil para antecipar o que vai acontecer, na Terra. É uma ferramenta de
sobrevivência. Quando se olha para os Céus se veem grupos de estrelas que estão
ligadas a eventos importantes que nos alertam para agir de certo modo ou ir em
cada direção, onde plantar e colher. Além de ver o padrão das estrelas mudar
com as estações, os antigos fizeram outra observação fundamental: o dossel
estrelar variável dava forma ao Mundo. Viajantes em longos percursos para o
sul, por exemplo, na Grécia, começaram a ver constelações diferentes de
qualquer uma que fosse visível em sua terra natal. Então, isso indica movimento
de superfície curva. A perspectiva muda. Hoje, nós entendemos a forma da Terra
e o suceder das estações. Mas as constelações não perderam a sua utilidade. Em
vez de revelar segredos sobre a Terra, elas nos ajudam a compreender as
estrelas. Como países, as constelações dividem os Céus em territórios. E,
embora, o firmamento seja infinito, podemos ver somente uma amostra de estrelas
antes que nossa visão seja boqueada por poeira e distância.
Arquimedes:
--- Permita-me explicar, sim? – se
dirigiu a Samanta.
Samanta:
--- Pois não. Seja bem-vindo. –
sorriu
Arquimedes:
--- Complementando o que advoga a
nobre colega Samanta tenho a declarar que Centauro tem 101 estrelas visíveis.
Duas delas, Alfa e Beta são as estrelas mais brilhantes em nosso firmamento. Em
Centauro está a Alfa Centauro, a estrela mais próxima da Terra depois do nosso
Sol. E um olhar mais atento revela que Alfa Centauro, na verdade, é um sistema
estrelar triplo. Não é raro que as estrelas dividam o palco com uma duas
coestrelas em sua órbita. Aliás, essa é a regra. – e apontou para o mapa feito
pelo mine projetor de slide armado no palco.
A menina ficou entusiasmada por
ter o mestre conhecedor de todas as matérias explanadas. E efusivamente
agradeceu reconhecida.
Samanta:
--- Obrigada ao senhor Mestre. –
sorriu delicada. E relatou: – Enquanto nosso sol faz a sua viagem solitária
pelo espaço, as estrelas Ómega e Centauri nunca ficam sem companhia. Ómega
Centauri é o maior agrupamento estelar da nossa galáxia. Essas estrelas,
intimamente ligadas, tem órbitas diferentes, complicadas. Mas, mesmo assim,
conseguem se movimentar como um único grupo. Muitos astrônomos suspeitam que
possa ser o centro de uma galáxia que foi engolida, consumida pela Via Láctea,
quando caiu nela. Isso acontece com bastante frequência porque grandes galáxias
são canibais e comem as pequenas galáxias. A Ómega Centauri, por exemplo, pode
ser o que restou de um desses processos. – e apontou o mapa com a régua a
galáxia citada.
Prada:
--- Ótimo. Ótimo. A menina vai
mais além do que eu sei. – sorriu –
Samanta:
--- Obrigada meu ilustre mestre.
Tenho a declarar que a luz de Alfa Centauri leva cerca de 4,2 anos para chegar
até nós. Mas, quando olhamos Alfa Centauri estamos vendo uma luz que 16 mil
anos. Isso é a indicação da verdadeira dimensão de Centauro que mostra também
que uma constelação existe somente olhos de nossa mente. E que cada estrela
suplica para ser explorada. – concluiu a sua explanação.
Os aplausos foram ouvidos por
toda a dimensão da plateia alí reunida no auditório do salão de apresentações
do magnifico Teatro da Universidade. E a
cada momento, se percebendo que a menina a sorrir ficada vez mais arrebatadora,
ainda mais se ouviu o espocar dos incontidos aplausos como nunca se havia feito
diante de uma precoce aluna sobre a tal matéria. Após um tempo de ovações o
professor Arquimedes se deleitou com o seu confrade, professor Prada a indagar
como foi que o Mestre descobriu aquela importante menina.
Prada:
--- Não fui eu. Foram estes
professores. – e mostrou os demais mestres. – Eu, apenas tenho seguido a minha
intuição de pesquisar com maior acuidade pessoas que se mostram capaz de
desenvolver assuntou por demais obscuros. – sorriu o professor experimentando
um pouco de suco com saborosas empadas.
Arquimedes:
--- Imagino. Essa garota vai
longe! – sorriu para Samanta a segurar em seu colo.
A menina sorriu entusiasmada pela
estima dispensa ao seu pronunciamento. E alegou, ainda.
Samanta:
--- E ainda tem mais: O Universo
vai morrer! – gargalhou como nunca.
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