- EXPLOSÃO -
- 21 -
ESTRELAS
Na continuação de sua exposição
do Universo, a garota Samanta Leporace, após ter sido apresentada pelos
professores para aquela aula, fez uma pausa no programa já traçado para aqueles
dias. E foi assim que ela iniciou a palestra.
Samanta:
--- Com a permissão de todos aqui
presentes, eu, hoje, vou retroagir um pouco. Estou ciente de não atropelar a
programação já elaborada. Pois bem. Nós vamos falar sobre as estrelas. Elas são
enormes, quentes e estão em toda parte. As estrelas dominam o Universo. O nosso
destino está ligado ao destino das estrelas. Com violência e explosões épicas,
elas enchem o Universo com poeira estelar, a matéria prima da vida. Cada átomo
do seu ou mesmo do meu corpo foi produzido do núcleo ardente de uma estrela. As
estrelas fazem o nosso Universo funcionar. Toda a vida começa aqui – pontou
para a tela -. O Céu noturno é repleto de estrelas. Só na nossa galáxia há mais
de 100 bilhões de estrelas. E há mais de 100 bilhões no Universo observável. Há
mais estrelas no Céu do que grãos de areia da Terra. Todas as estrelas são
poderosas criando matéria básica de tudo o que existe no Universo. Inclusive
nós. A maioria está tão distante que não sabemos quase nada sobre elas. Mas, há
uma estrela que está bem perto. E virtualmente o que sabemos sobre as estrelas
aprendemos com esse vizinho. A luz Solar que nos ilumina aqui e nos aquece
todos os dias não é nada do que luz estelar. Porque o nosso sol não é nada se
não uma estrela, como todas as outras. Mesmo visto da Terra, o Sol é tão poderoso
que sua luz é capaz de nos cegar. Ele é uma bola de gás superaquecido que
ilumina o nosso sistema solar há 4 bilhões e 600 milhões de anos e que domina
toda a vida sobre e sob a Terra. Questão? – indagou.
Professor Prada pediu licença
para expor e, com certeza, teve permissão.
Prada:
--- O Sol está há 150 milhões de
quilômetros de distância. O que significa que, na verdade, ele é imenso.
Caberia um milhão de Terras dentro do Sol. Obrigado. – e voltou ao seu lugar.
Samanta:
--- Um milhão e 400 mil quilômetros
de diâmetros. E mesmo assim, o nosso Sol é minúsculo comparado as estrelas
realmente grandes, no Universo. Eta Carinae: Mais de cinco milhões de vezes
maior que o nosso sol. E ainda existe esse monstro: VY Canis Majoris. A maior
estrela já descoberta: um bilhão de vezes maior do que o nosso Sol. Estrelas
que emitem luzes de cores diferentes que vão do vermelho, ao amarelo e ao azul.
Algumas vivem sozinhas. – aponta a tela -. Outras vivem em pares, orbitando uma
a outra. Essas estrelas se juntam em galáxias gigantescas. Verdadeiras cidades
compostas de bilhões de estrelas. Cada estrela é única. Mas todas elas começam
a vida da mesma forma, com nuvens de poeira e gás chamadas de nebulosas. Com
bilhões de quilômetros de extensão, elas flutuam pelo espaço tomando formas
espetaculares. A Nebulosa da Chama – e aponta a tela -. A Nebulosa da Cabeça do
Cavalo. A Nebulosa de Órion. Cada nebulosa é uma maternidade onde milhões de
novas estrelas nascem. Mas esse nascimento não pode ser visto. Questões? –
indaga.
Fala a professora Nízia
Alcântara.
Nízia:
--- Com a sua permissão minha
linda mestra. Eu tenho a falar que as faces mais cruciais de uma Nebulosa não
estão à mostra como nascem. Mas as suas faces escuras. As partes escuras têm
áreas de gás e poeira que é o mais importante acontecem em termos da formação
de estrelas. Obrigada. – e sorriu.
Samanta:
--- Não há de que. – sorriu -. As
nuvens de poeira são tão grossas que os telescópios normais não conseguem
enxergar lá dentro. – interrompe por ver a professora pedir mas um adendo.
Nízia:
--- Não há nada mais importante
para nós do que as estrelas. Mas durante muito tempo a formação delas
permaneceu um mistério. Nós não conseguimos observa-la. Isto é: não conseguimos
ver os primeiros momentos de uma estrela. Obrigada. – sorriu.
Samanta:
--- Disponha: Pois bem. Em 2004,
a NASA lançou o telescópio espacial Spitzer para desvendar o segredo do nosso
Universo. O Spitzer é um telescópio infravermelho. Ele só enxerga calor. O
calor atravessa a grossa poeira das nebulosas permitindo o Spitzer ver nascendo
em seu interior as estrelas. Estas imagens incríveis – e aponta à tela onde são
projetadas – captam os primeiros momentos da vida de uma estrela quando bolsa
de gás de hidrogênio começa a se aquecer. Prossiga. – apontou para a professora
Nízia.
Nízia:
--- Com sua permissão. Até as
pequenas partículas de gás de poeira começam a brilhar. A área que estava
totalmente escura – e aponta com uma régua – agora ficam melhores de se
avistar. Nós conseguimos ver os primeiros momentos da formação das estrelas.
Para que uma estrela se forme basta haver hidrogênio, gravidade e gás.
Obrigada. – sorriu.
Samanta:
--- À vontade. Bem. A gravidade
joga a poeira e o gás no redemoinho gigantesco. A gravidade une a matéria. E
quando você aglutina a matéria e comprime coisas em espaços menores, ela
necessariamente estar perto. É uma maneira química de comprimir uma coisa e a
temperatura sobe. Durante centenas de milhares de anos a nuvem vai ficando mais
densa e forma um disco giratório imenso, maior de que todo o nosso sistema
solar. A gravidade comprime o gás formando uma bola superquente e superdensa. A
pressão aumenta até que enormes jatos de gás explodem em seu centro. – o
mostrou na tela a explosão – Questão? –
O professor Nicodemos pediu permissão.
E lhe concedida.
Nicodemos:
--- Obrigado. Isso nos mostra
como o processo de formação de uma estrela é violento. Essa estrela tem muitos
anos luz de cumprimento. Algo literalmente acelera o material bem depressa em
uma forma inimaginável. Obrigado. – falou
Samanta:
Pode dispor. – e sorriu – A
gravidade mantém a pressão, comprimento a pressão de gás e poeira que se chocam
uma com as outras, gerando cada vez mais calor. Nos próximos 500 anos a jovem
estrela ficará menor, mais brilhante e mais quente. A temperatura, em seu
núcleo, poderá chegar a 15 milhões de graus. Quando a temperatura atinge esse
valor inimaginável, os átomos de gás começam a se fundir gerando uma quantidade
imensa de energia. E dessa forma, nasce uma estrela. Ela brilhará durante
bilhões o mesmo trilhões de anos. Estrelas que vivem quantidades gigantescas de
calor e luz durante bilhões de anos. Até o início do século XX ninguém fazia
ideia de que era esse combustível. Questões? – indagou
Um professor do auditório pediu a
vez o que de imediato foi concedida.
Professor:
--- A grande questão da Física na
virada do século passado era o que gerava a energia das estrelas. Bastava olhar
para o alto e alguém dizer que havia uma falha gigantesca no nosso
conhecimento. Para desvendar o segredo das estrelas nós precisávamos de um novo
motor. De uma fonte fabulosa de energia capaz de suprir uma estrela durante
bilhões de anos. Mas as estrelas eram capazes de utilizar a energia dentro dos
átomos. De certa forma a matéria que compõe o nosso corpo é a energia
concentrada. Energia condensada. Energia que se condensou dentro dos átomos que
formam o nosso Universo. Obrigado.
E a professora menina sorriu se
curvando e agradecendo. E prosseguiu.
Samanta:
--- E foi possível liberar essa
energia comprimindo os átomos. Isso se chama “Fusão”, a mesma força que dá
energia às estrelas. É incrível perceber que a física das minúsculas partículas
subatômicas é a mesma física que determina a estrutura e a natureza das
estrelas. E então foi possível para poder se liberar a energia dentro de um
átomo. Agora, a ciência tenta simular a fonte de energia de uma estrela para
controlar a força de Fusão em laboratório. Na Inglaterra há uma máquina – a
Tokamak - onde átomos de hidrogênio se repelem naturalmente. Para comprimir
átomos de hidrogênio o Tokamak acelera a mais de cento e sessenta milhões de
graus. A essa temperatura os átomos de hidrogênios se movem com tanta rapidez
que acabam colidindo uns com os outros. – completou e deu a vez ao professor
Prada
Prada:
--- Se você os aquece: calor é
movimento. O movimento de partículas aquecidas é suficiente para vencer a força
de repulsão. Quando tudo dá certo, o resultado da usina mais poderosa do
Universo: a Fusão Nuclear. Viajando há 1 mil e 600 quilômetros por segundo, os
átomos de hidrogênio colidem e se fundem criando um novo elemento: o hélio. –
concluiu.
Uma salva de palmas ecoou por
todo o recinto do auditório do Teatro com os estudantes entusiasmados a vibrar
de tanta emoção. E no seu final, a menina Samanta Leporace correu o palco para
agradecer a afirmação do seu mestre. A sala em peso aplaudiu a menina Samanta.
Eles estavam agradecidos por ter recebido tanta louvação a um único instante.
Cadernos de notas esvoaçaram pelo ar.
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