terça-feira, 10 de março de 2015

MISTÉRIO - 21 -

- EXPLOSÃO -
- 21 -
ESTRELAS

Na continuação de sua exposição do Universo, a garota Samanta Leporace, após ter sido apresentada pelos professores para aquela aula, fez uma pausa no programa já traçado para aqueles dias. E foi assim que ela iniciou a palestra.
Samanta:
--- Com a permissão de todos aqui presentes, eu, hoje, vou retroagir um pouco. Estou ciente de não atropelar a programação já elaborada. Pois bem. Nós vamos falar sobre as estrelas. Elas são enormes, quentes e estão em toda parte. As estrelas dominam o Universo. O nosso destino está ligado ao destino das estrelas. Com violência e explosões épicas, elas enchem o Universo com poeira estelar, a matéria prima da vida. Cada átomo do seu ou mesmo do meu corpo foi produzido do núcleo ardente de uma estrela. As estrelas fazem o nosso Universo funcionar. Toda a vida começa aqui – pontou para a tela -. O Céu noturno é repleto de estrelas. Só na nossa galáxia há mais de 100 bilhões de estrelas. E há mais de 100 bilhões no Universo observável. Há mais estrelas no Céu do que grãos de areia da Terra. Todas as estrelas são poderosas criando matéria básica de tudo o que existe no Universo. Inclusive nós. A maioria está tão distante que não sabemos quase nada sobre elas. Mas, há uma estrela que está bem perto. E virtualmente o que sabemos sobre as estrelas aprendemos com esse vizinho. A luz Solar que nos ilumina aqui e nos aquece todos os dias não é nada do que luz estelar. Porque o nosso sol não é nada se não uma estrela, como todas as outras. Mesmo visto da Terra, o Sol é tão poderoso que sua luz é capaz de nos cegar. Ele é uma bola de gás superaquecido que ilumina o nosso sistema solar há 4 bilhões e 600 milhões de anos e que domina toda a vida sobre e sob a Terra. Questão? – indagou.
Professor Prada pediu licença para expor e, com certeza, teve permissão.
Prada:
--- O Sol está há 150 milhões de quilômetros de distância. O que significa que, na verdade, ele é imenso. Caberia um milhão de Terras dentro do Sol. Obrigado. – e voltou ao seu lugar.
Samanta:
--- Um milhão e 400 mil quilômetros de diâmetros. E mesmo assim, o nosso Sol é minúsculo comparado as estrelas realmente grandes, no Universo. Eta Carinae: Mais de cinco milhões de vezes maior que o nosso sol. E ainda existe esse monstro: VY Canis Majoris. A maior estrela já descoberta: um bilhão de vezes maior do que o nosso Sol. Estrelas que emitem luzes de cores diferentes que vão do vermelho, ao amarelo e ao azul. Algumas vivem sozinhas. – aponta a tela -. Outras vivem em pares, orbitando uma a outra. Essas estrelas se juntam em galáxias gigantescas. Verdadeiras cidades compostas de bilhões de estrelas. Cada estrela é única. Mas todas elas começam a vida da mesma forma, com nuvens de poeira e gás chamadas de nebulosas. Com bilhões de quilômetros de extensão, elas flutuam pelo espaço tomando formas espetaculares. A Nebulosa da Chama – e aponta a tela -. A Nebulosa da Cabeça do Cavalo. A Nebulosa de Órion. Cada nebulosa é uma maternidade onde milhões de novas estrelas nascem. Mas esse nascimento não pode ser visto. Questões? – indaga.
Fala a professora Nízia Alcântara.
Nízia:
--- Com a sua permissão minha linda mestra. Eu tenho a falar que as faces mais cruciais de uma Nebulosa não estão à mostra como nascem. Mas as suas faces escuras. As partes escuras têm áreas de gás e poeira que é o mais importante acontecem em termos da formação de estrelas. Obrigada. – e sorriu.
Samanta:
--- Não há de que. – sorriu -. As nuvens de poeira são tão grossas que os telescópios normais não conseguem enxergar lá dentro. – interrompe por ver a professora pedir mas um adendo.
Nízia:
--- Não há nada mais importante para nós do que as estrelas. Mas durante muito tempo a formação delas permaneceu um mistério. Nós não conseguimos observa-la. Isto é: não conseguimos ver os primeiros momentos de uma estrela. Obrigada. – sorriu.
Samanta:
--- Disponha: Pois bem. Em 2004, a NASA lançou o telescópio espacial Spitzer para desvendar o segredo do nosso Universo. O Spitzer é um telescópio infravermelho. Ele só enxerga calor. O calor atravessa a grossa poeira das nebulosas permitindo o Spitzer ver nascendo em seu interior as estrelas. Estas imagens incríveis – e aponta à tela onde são projetadas – captam os primeiros momentos da vida de uma estrela quando bolsa de gás de hidrogênio começa a se aquecer. Prossiga. – apontou para a professora Nízia.
Nízia:
--- Com sua permissão. Até as pequenas partículas de gás de poeira começam a brilhar. A área que estava totalmente escura – e aponta com uma régua – agora ficam melhores de se avistar. Nós conseguimos ver os primeiros momentos da formação das estrelas. Para que uma estrela se forme basta haver hidrogênio, gravidade e gás. Obrigada. – sorriu.
Samanta:
--- À vontade. Bem. A gravidade joga a poeira e o gás no redemoinho gigantesco. A gravidade une a matéria. E quando você aglutina a matéria e comprime coisas em espaços menores, ela necessariamente estar perto. É uma maneira química de comprimir uma coisa e a temperatura sobe. Durante centenas de milhares de anos a nuvem vai ficando mais densa e forma um disco giratório imenso, maior de que todo o nosso sistema solar. A gravidade comprime o gás formando uma bola superquente e superdensa. A pressão aumenta até que enormes jatos de gás explodem em seu centro. – o mostrou na tela a explosão – Questão? –
O professor Nicodemos pediu permissão. E lhe concedida.
Nicodemos:
--- Obrigado. Isso nos mostra como o processo de formação de uma estrela é violento. Essa estrela tem muitos anos luz de cumprimento. Algo literalmente acelera o material bem depressa em uma forma inimaginável. Obrigado. – falou
Samanta:


Pode dispor. – e sorriu – A gravidade mantém a pressão, comprimento a pressão de gás e poeira que se chocam uma com as outras, gerando cada vez mais calor. Nos próximos 500 anos a jovem estrela ficará menor, mais brilhante e mais quente. A temperatura, em seu núcleo, poderá chegar a 15 milhões de graus. Quando a temperatura atinge esse valor inimaginável, os átomos de gás começam a se fundir gerando uma quantidade imensa de energia. E dessa forma, nasce uma estrela. Ela brilhará durante bilhões o mesmo trilhões de anos. Estrelas que vivem quantidades gigantescas de calor e luz durante bilhões de anos. Até o início do século XX ninguém fazia ideia de que era esse combustível. Questões? – indagou
Um professor do auditório pediu a vez o que de imediato foi concedida.
Professor:
--- A grande questão da Física na virada do século passado era o que gerava a energia das estrelas. Bastava olhar para o alto e alguém dizer que havia uma falha gigantesca no nosso conhecimento. Para desvendar o segredo das estrelas nós precisávamos de um novo motor. De uma fonte fabulosa de energia capaz de suprir uma estrela durante bilhões de anos. Mas as estrelas eram capazes de utilizar a energia dentro dos átomos. De certa forma a matéria que compõe o nosso corpo é a energia concentrada. Energia condensada. Energia que se condensou dentro dos átomos que formam o nosso Universo. Obrigado.
E a professora menina sorriu se curvando e agradecendo. E prosseguiu.
Samanta:
--- E foi possível liberar essa energia comprimindo os átomos. Isso se chama “Fusão”, a mesma força que dá energia às estrelas. É incrível perceber que a física das minúsculas partículas subatômicas é a mesma física que determina a estrutura e a natureza das estrelas. E então foi possível para poder se liberar a energia dentro de um átomo. Agora, a ciência tenta simular a fonte de energia de uma estrela para controlar a força de Fusão em laboratório. Na Inglaterra há uma máquina – a Tokamak - onde átomos de hidrogênio se repelem naturalmente. Para comprimir átomos de hidrogênio o Tokamak acelera a mais de cento e sessenta milhões de graus. A essa temperatura os átomos de hidrogênios se movem com tanta rapidez que acabam colidindo uns com os outros. – completou e deu a vez ao professor Prada
Prada:
--- Se você os aquece: calor é movimento. O movimento de partículas aquecidas é suficiente para vencer a força de repulsão. Quando tudo dá certo, o resultado da usina mais poderosa do Universo: a Fusão Nuclear. Viajando há 1 mil e 600 quilômetros por segundo, os átomos de hidrogênio colidem e se fundem criando um novo elemento: o hélio. – concluiu.
Uma salva de palmas ecoou por todo o recinto do auditório do Teatro com os estudantes entusiasmados a vibrar de tanta emoção. E no seu final, a menina Samanta Leporace correu o palco para agradecer a afirmação do seu mestre. A sala em peso aplaudiu a menina Samanta. Eles estavam agradecidos por ter recebido tanta louvação a um único instante. Cadernos de notas esvoaçaram pelo ar.  

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