sábado, 7 de março de 2015

MISTÉRIO - 19 -

- UNIVERSO -
- 19 -
- ESFERA -
Paulo Rocha foi o escolhido para apontar Samanta Leporace naquela outra manhã. Ele era o presidente do Diretório Estudantil. E foi assim que ele, quase estonteante, se referiu a inocente menina de dez anos a estar a fazer palestras sobre o Universo.
Paulo
--- Bom dia mestres e amigos alunos. Hoje eu estou incumbido de fazer a apresentação dessa menina que há vários dias tem descrito as formas e normas do nosso Universo. Pois, não tenho nada a declarar, a não ser de relatar que o que Samanta tem a dizer é do seu próprio conhecer. Portanto, eis a conferencista. – falou o jovem
Samanta se levantou da sua cadeira e cumprimentou, sorrindo, os grandes mestres e a jovem plateia de estudantes e pessoas. O mini projetor estava ligado com imagens sacudidas na tela. O técnico esperava a ordem da professora Isis Kytzia. Essa ficava pronta para dar início a fala de Samanta sobre o Universo.
Samanta:
--- Bom dia a todos. Hoje eu vou diferenciar um pouco sobre as minhas impressões – sorriu -. Eu quero dizer que por trás da nossa realidade cotidiana existe um Mundo fascinante onde tudo o que compreendemos sobre o Universo está errado. É preciso subverter a experiência humana. Nunca vemos a experiência dos acontecimentos na ordem inversa. De acordo com a lei da Física, isso pode acontecer. Temos que ir além do cosmos. O Multiverso. Houve um tempo em que a palavra Universo significava tudo o que existe. Tudo! A noção de mais de um Universo, mais de um tudo parecia impossível. Mas, talvez, se pudéssemos ir além do nosso sistema solar, além da Via Látea, além mesmo de outras galáxias distantes, depois do fim do Universo que podemos observar descobriríamos que existe mais. Muito mais! É que o nosso Universo não está sozinho. Outros Universos existem.  Na verdade, outros Universos nascem o tempo todo. Agora mesmo. Estamos vivendo em um crescente mar de Universos em multiplicação: o Multiverso!!!
Se fosse possível visitar todos os Universos veríamos que alguns deles podem ter propriedades básicas da natureza tão diferentes que a matéria, como conhecemos, não existiria. Outros têm galáxias, estrelas, até mesmo planetas bastante familiares. Apenas, com algumas incríveis diferenças. Como há um número infinito de Universo no Multiverso, existe algum lugar que tudo é idêntico ao nosso. Com pequenos detalhes. Alguma questão? – sorriu ao perguntar.
Professor:
--- É possível. Mas se o Multiverso é, de fato, infinito, algum deles terá que se confrontar com muitas possibilidades que são difíceis de imaginar. – dialogou
Segundo professor:
--- Haverá lugar onde existe um outro personagem que se parece comigo. Porém, na realidade, não é o mesmo eu. Existem outros lugares que existem pessoas que pensam exatamente como eu, apesar de algumas pequenas diferenças. – sorriu.
Samanta;
--- Isto é ciência? É parte da metafísica? É só filosofia? Religião? Os físicos não fazer essas perguntas. Eles apenas dizem: vamos seguir a lógica. E a lógica parece levar a isso. Por mais exótico e estranho que o Multiverso possa parecer, um número cada maior de cientistas acredita que ele pode ser o último passo de uma série de reformas radicais na nossa visão sobre o Cosmos. Isso quer dizer: houve um tempo em acreditamos que a Terra estava no centro do Universo. E todo o resto girava em torno de nós. Então surgiram cientistas como Galileu e Copérnico a mostrar que o Sol, não a Terra, estava no centro do nosso sistema solar. E nosso sistema solar será um pequeno bairro na periferia diante de uma galáxia gigantesca. A nossa galáxia é uma em meio a centenas de bilhões de galáxias que compõem nosso Universo. Questões? – indagou.
Prada:
--- A ideia de Multiverso pode ser parecida. Pode apenas ser preciso de uma mudança drástica na nossa perspectiva do Cosmo. – acrescentou.
Nicodemos:
--- Por outro lado, alguns cientistas acreditam que o Multiverso não passa de um beco sem saída para a Física. – falou por sua vez.
Samanta:
--- Já tem cientista, agora, contestando a existência de Deus. Afirma-se que não foi Deus que criou o homem. – sorriu –
Cientista:
--- Eu fico muito desconfortado com a ideia de Multiverso. Para virar ciência sólida precisa se desenvolver muito ainda. – contestou
Padre:
--- Ele existe. Do mesmo modo que os anjos podem existir. – ironizou
Cientista 2
--- Precisamos fazer nossas apostas. E, acredito que agora, o Multiverso poder ser uma aposta muito boa. – enfatizou.
Prada:
--- O Multiverso é real. Daqui há cem anos ninguém vai duvidar.
Samanta:
--- De onde veio essa ideia? Quais são as provas? Várias descobertas impressionantes sugerem que, realmente, podemos ser parte de um Multiverso. A primeira dessas descobertas tem a ver com a teoria bem aceita sobre a origem do Universo; o tal do Big Bang. De acordo com essa teoria, nosso Universo começou a uns 14 bilhões de anos com uma explosão muito violenta. Ao longo de bilhões de anos, o Universo esfriou e se aglutinou permitindo a formação de estrelas, planetas e galáxias. Com o resultado dessa explosão, o Universo continuou expandindo até hoje. Mas ao se passar a história do Universo ao contrário, até o começo de tudo, veríamos que a teoria do Big Bang não diz nada sobre o que arremessou tudo para fora. Alguma questão? – indagou.
Prada:
--- O nome da teoria Big Bang ou Grande Explosão é uma coisa que ela deixa de fora é que causou a explosão. Não diz nada sobre o que explodiu ou o que aconteceu antes da explosão. –
Samanta:
--- E então? Qual foi o combustível dessa explosão violenta? Que força pode ter arremessado tudo para fora? A busca pelas respostas colocou os cientistas cara a cara com o Multiverso. A trabalho inesperadamente ajudou a criar as bases para a ideia de um Multiverso. E foi colocada então a taxa de expansão do Universo. E então, foi descoberto, no começo extremo do Universo a gravidade podia atuar ao contrário. Ao invés de aproximar os objetos, essa gravidade repulsiva afastaria tudo de si, causando a grande expansão. Perguntas? – sorriu para os mestres.
Nicodemos:
--- Eu estou apenas ouvindo. – sorriu.
Samanta:
--- Então se descobriu uma gravidade repulsiva e foi lançada uma luz sobre o comecinho do Big Bang. Descrita matematicamente, essa força era tão poderosa que poderia pegar um espaço tão pequeno quanto o de uma molécula e expandir para o tamanho da Via Láctea em menos de um bilionésimo, de um bilionésimo deum piscar de olhos. Depois dessa curta explosão para fora o espaço continuaria expandir. Mais devagar e esfriaria, permitindo que estrelas e galáxias se formassem, como na teoria do Big Bang. Questões? – indagou sorrindo
Prada:
--- Esse estudo se chamou de “Inflação”. Descobriu-se como o Universo se expandiu. – explicou
Samanta:
--- Isso mesmo. A poderosa gravidade repulsiva da Inflação era o Bang do Big Bang. Os cientistas perceberam que, se a teoria estivesse correta, eles deveriam encontrar evidências no Céu noturno. Era como se pudesse apagar o Sol e remover todas as estrelas. As se olhar, veríamos no resto da energia que sobrou no espaço uma luminosidade morna em todo o Universo. Esse mar de radiação é chamado de “Radiação Cósmica de Fundo”. São os últimos vestígios de calor do próprio Big Bang. A teoria prevê que a Inflação violenta de espaço durante a Inflação deixaria uma marca nessa radiação. Essas impressões digitais –e apontou para a tela – formariam um padrão preciso de variações de temperatura – pedaços um pouco mais frios. Outros um pouco mais quentes. Questão? – indagou
Nicodemos:
--- Espero que for preciso navegar para o Multiverso. – declarou o mestre enrolando cabelo da cabeça.
Toda turma que estava no auditório do Teatro caiu numa gargalhada alarmante.
Samanta:
--- Espere. Calma. Tenha paciência que nós chegaremos lá. – sorriu a pequena mestra


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