- ASTEROIDE -
- O JORNAL -
- 01 -
Otacílio Macedo passou à vista em
todo o Jornal para ver se havia algum erro tipográfico. Porém nada notou.
Estava tudo em ordem, desde a última página do segundo caderno à primeira
página. O negócio era rodar como um todo. O homem verificou a hora, e já era
tempo de fazer a impressão. Ele guardou o jornal no seu gabinete e deu ordem de
impressão ao rapaz da gráfica. O negócio era por demais estupendo. A principal
matéria ficou para a terceira página com uma chamada na primeira. O caso por
demais impressionante era o acidente com um avião Boeing atingido por um poderoso
meteoro vindo do espaço vazio. O impacto ocorreu às duas horas da tarde,
momento de chegada do Senador Eduardo Arruda expoente principal no rolo da
ocorrência de malversação de verbas orçamentárias do Governo Federal. O caso do
asteroide gigante foi, de fato, surpreendente. O bólido rasgou a atmosfera e
foi de encontro com a imensa nave e colidiu em cheio com o aparelho. O impacto
foi tão estrondoso sendo ouvido em vários pontos do território potiguar e
vizinhança. O Boeing tinha uma capacidade de 144 passageiros além de sete
tripulantes, inclusive o Comandante. O aviso foi tardio e o asteroide era
iminente com o impacto do avião ainda bem distante de tocar o solo. Na verdade,
foi algo de assombroso. Tudo começou como se nada tivesse previsto. Os
jornalistas, fotógrafos, cineastas estavam atentos desde ao meio dia a esperar
do desembarque do Senador Eduardo Arruda, vulto de real importância diante do
rumoroso caso de desviou de verbas públicas e a questão da Petrobrás. O fotógrafo
Armando Souto estava a perambular pelo pátio do aeroporto fazendo fotos sem
maior importância. Ao verificar a hora no seu relógio, o fotografo observou um
imenso bólido chamejante vindo em direção do parelho Boeing já visível e
perseguiu o engenho fazendo fotos continuas como a ditar.
Armando:
--- Vai bater! Vai bater! Vai
bater! – falava baixo o fotografo a acompanhar o esteroide e em seguida, o
Boeing.
Era um meteoro gigante do tamanho
de 50 metros, universalmente luminoso, 30 vezes maior que a explosão de uma
bomba atômica como a de Hiroshima, no Japão. Ele veio para explodir contra o
Boeing em um estado de minutos. Um
ensurdecedor estrondo varreu o campo em menos de três minutos. O clarão iluminou
o Céu pondo em risco toda a população em um raio de 200 quilômetros de distância.
Um verdadeiro clamor apocalíptico. O Boeing foi atingido pelo meio e se transformou
em verdadeiro destroço. Distante ainda do local do impacto, estava o Aeroporto
Internacional. E foi sacudido pelo espetacular rugido. No campo de pouso de
aviões os circunstantes diante do espetacular rugido caíram amedrontados. O
clarão formado no Céu provocou uma nuvem de um pesadelo. O pessoal que estava à
espera do voou de desembarque, assustado correu para todos os lados.
Mulher:
--- Que é isso? – gritou
alarmada.
Homem:
--- Cuidado! Um furacão! –
gritava atônito.
Meninos e moças corriam para
qualquer lado. As vidraças se estilhaçavam como folha de papel. No pátio, dois
helicópteros viraram para qualquer lado. As esteiras de embarque e desembarque
ruíram para o chão. Os repórteres corriam a todo custo a procurar local mais
seguro.
Marlene:
--- Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai
meu Deus! – gritava a jornalista a correr e a cair atropelando o povo em debandada.
As sirenas do Aeroporto agitavam
em questões de minutos para acautelar as visitas. A torre de controlo, de
imediato, perdeu os seus contatos. A nuvem açoitava do Céu arremessando para
baixo tudo o que podia se mexer. Um pesadelo total causado pelo meteoro a rugir
a Terra. Em sua posição, estava o fotografo a registrar as cenas
impressionantes vindas do Céu como se nada ocorresse perto do rapaz. Armando
Souto procurava divisar os pedaços do Boeing a ser ainda visível e o clarão
esfuziante do monstro vindo do Céu. Era um clarão sem par aquele do bombástico
acidente. Houve falta de energia elétrica em todo o aeroporto e em municípios
vizinhos ao do parque de embarque. Um jornalista se enfurnou em baixo de umas
caixas de mercadorias temeroso com o terror a se acercar. Os carros de som, dos
partidos de oposição, viraram em cambalhotas e os seus ocupantes corriam
amedrontados antes mesmo de se aproximar do cataclismo. Esse fenômeno raro
ainda estava por vir ao centro do pânico.
Ouvia-se o ensurdecedor barulho
vindo do Céu amarelo por conta do nevoeiro provocado para luz do asteroide.
Rapaz:
--- É um monstro! – gritava
alarmado um passageiro.
E o jovem Armando Souto buscava
por todo o recanto a sua companheira de oficio Marlene Santos para seguir
viagem em busca de maiores detalhes do acidente fatal.
Armando:
--- Vamos! Vamos! Logo! – gritava
o rapaz a buscar a jornalista.
Marlene:
--- Vamos pra onde? Tá tudo
escuro! – gritava a jornalista.
Armando:
--- Chame o motorista! Vamos! –
gritava enquanto manuseava as suas máquinas.
O certo é que, de imediato,
Armando, a correr constante, buscou o carro de reportagem e se virou em busca
da tragédia. A luz ofuscante do meteoro deixou de imediato o campo de pouso
completamente, salvo pela claridade solar. Passando por sobre vidraças
estilhaçadas o rapaz correu em medo em busca de uma saída, a ultrapassar os
alarmados guerrilheiros e pegando o chão por entre os escombros da caída
posteação no meio do caminho. O veículo subiu pela encosta da rodovia
ultrapassando veículos outros já derreados. Catolé, o motorista, seguia firme
por caminho e indagava:
Catolé:
--- Pra onde nós vamos? – indagou
estonteado.
Armando:
--- Qualquer caminho. Paramirim!
– e focava a luz amarelada sacudida pelo asteroide já um tanto sumido.
Marlene:
--- E o senador Arruda? –
perguntou estarrecida.
Aramando:
--- Sei lá! Morreu! Todos
morreram no impacto da bólide. – falou apressado
Marlene
--- Não diga isso? – disse
enfezada.
Armando:
--- E eu digo o que? Foi para o
Céu? – e apontou o nevoeiro com o astro do asteroide.
Marlene:
--- Bruto! Você podia ser mais
atencioso! Para onde nós estamos indo? – indagou com raiva.
Armando:
--- Atencioso o que? Quer que eu
diga o que? Morreram todos! Nem a alma! – focou o Céu o rapaz vendo se a chama
ardente aplacava.
E Catolé corria célere buscando
caminho mais próximo de Parnamirim. Os outros veículos nem saíam do seu local.
Catolé estava exausto para poder chegar com pressa ao seu destino. Carros que
vinha para o Aeroporto Internacional se atrapalhavam de qualquer modo. Alguns
com gente a gritar:
Garota:
--- Um corisco! Eu vi um corisco!
– reclamou a garota.
Homem
--- Que corisco sinhá estupida! É
um negócio doo Céu! – reclamou exasperado.
Mulher:
--- Eu vi um avião! – reclamou
meio estonteada.
Rapaz:
--- O chão está ficando escuro! –
alertou com temor.
Moça:
--- É o fim do mundo! – gritou a
moça alarmada.
E nem por isso, Catolé se
importava. A questão era chegar a pista para Parnamirim. Por seu tuno, Armando
continuava a fazer as fotos para descobrir algo de anormal. O caso tomou um
tanto impotente.
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