segunda-feira, 15 de outubro de 2018

SEGREDOS DE RACILVA - - 22 - -


PASSADO
Passaram-se dias, Racilva ainda pensava na garota que veio de Céu. Certa tarde, ela foi a casa de uma amiga de nome Ana para trocar impressões da vida. A casa era mais ou menos distante da sua casa, na Avenida Floriano Peixoto bem próxima a Rua Trairi, pelo lado esquerdo de quem segue em direção ao seu final. Logo que entrou na casa, um cão latiu com bastante força, parecendo querer avançar. De imediato, um rapaz se aproximou e disse que não precisava ter medo pois o cão estava amarrado. Ela sorriu e viu chegar a porta da casa a dona da casa, Ana Junqueira e a sua filha menor, Luciana. Era quatro horas da tarde e gente a passar, indo e voltando, carros buzinando, um vendedor de cuscuz entre mais coisas como o Palácios dos Esportes Djalma Maranhão com suas palmeiras gigantes e os seus postes magníficos de cinco metros de comprimento com um lume em cima em forma de bola. Entre outros assuntos veio um de forma espantosa. A história de um rapaz de seus 28 anos. Racilva contou uma história macabra, um vulto que metia medo em qualquer ser.
Racilva
--- Vou te contar. É uma história macabra. Dona Alzira, a minha conhecida, me contou sem pedir segredos. O caso é de terror. Um rapaz tinha em seu pai, um homem bastante sério. O marido de sua mãe trabalhava no interior do Estado. Eles moravam em uma casa modesta, pertencente ao dono das terras. Quando meu pai aceitou o convite de trabalhar com o fazendeiro, ele nem bateu pestana. Logo foi com seu carro um pouco velho. O sítio era entre três outros sítios. Era o sitio uma coisa enorme. Tinha que se atravessar um portão para chegar a morada do fazendeiro.
Ana
--- E era longe assim? - - indagou
Racilva
--- Longe? Era o fim do mundo. Longe demais! Bota longe nisso! - - sem conversa.
Ana
--- Conte mais, por favor. - - falou Ana
Racilva
--- A casa ficava em cima de um barranco e tinha de um lado um barracão onde se guardava os tratores e as máquinas que os trabalhadores usavam para cuidar do serviço. Em frente a casa tinha uma represa que separava os três sítios. Era um lugar bonito para ver. Mas, só no primeiro momento. Com as viagens do pai de moço, ele e a imã passavam mais tempo em companhia de sua mãe. Como o sítio ficava mais próximo da cidade, uma outra tia sempre ia visitar e ficar com as pessoas. A mãe do rapaz e a sua irmã além da própria mãe. - -
Ana
--- Mas não era tao longe? - - indagou com espanto
Racilva
--- Não. Não. Não era muito longe. Pois bem. Uma das visitas, a prima do moço, gostava muito de brincar com o sobrenatural. E em uma carta noite, o moço, sua prima e sua irmã resolveram brincar com o jogo do copo. Sabe? Comunicação com os espíritos. Então eles, os três, foram sentar em cima do poço que ficava no quintal de trás da casa, dando para a porta da cozinha onde a tia e a mãe do rapaz faziam alianças, por volta das 10 horas da noite. Eles faziam numa tabua com as letras e os números – tabuleiro de Ouija - uma vez que eles não tinham Internet. De posse de um copo começaram a comunicação. A prima do rapaz, sempre escandalosa, já começou fazendo brincadeiras: gritando: “tem algum espírito aqui?”. - -
Ana
--- Nossa! Ela nem sabia com quem se metia!!! - - arrepiando-se
Racilva
--- Pois é. A meninota fingiu uma possessão. O moço mando a prima parar e levar a coisa a sério porque o que se estava fazendo era algo perigoso. Então, o rapaz começou as perguntas de forma educada, assim: “tem algum espírito aqui que deseja estrar em contato conosco? – E nada. O rapaz continuou a chamar a despeito da garota ter ficado impaciente. Então os cachorros começaram a latir em cima de um barranco, perto de um pé de amoras quando a sua irmã declarou: “lá vem”. A turma ficou assustada e assim, o rapaz indagou novamente: “Pode dar um sinal? Só queremos saber se vocês realmente existem?” Então a mãe do rapaz gritou com força: “Tá pronto!”. Quase que o rapaz e suas parentas tiveram um “treco”. Mas a turma entrou para fazer refeição. - -
Ana gargalhou com terrível história do rapaz. Foi coisa de desmanchar qualquer medo.
Ana
--- Que coisa! - - gargalhou!
Racilva
--- Voce achou interessante? Pois bem. Aí foi que o pesadelo começou. Um certo dia a tia do rapaz voltou à casa da sua irmã trazendo a sua filha e o tio do rapaz. Ela foi fazer uma lasanha à noite. Ele, o rapaz, e sua irmã e a sua prima saíram para brincar no cercado. O tio do rapaz era motorista de caminhão e não tinha carro. Começou seu trabalho em um ônibus alugado para apanhar os outros operários dos sítios. Era uma espécie de uma Van escolar e foi com a família com um ônibus da turma, da família mesmo deixando estacionado na frente da casa da sua cunhada. Então o rapaz resolveu brincar no ônibus com sua irmã e a sobrinha. E lá dentro do carro eles decidiram brincar de “Olhos Famintos”. Eles resolvem, na brincadeira, que dois ficariam dentro do carro e um se passaria pela ‘coisa’, tentando assustar os que já estavam dentro do ônibus. –
Ana
--- Quero ver só no que vai dar. - - sorriu.
Luciana
--- Ô mãe! Pera! - - disse a menina que somente escutava a história.
Racilva sorriu e então continuou.
Racilva
--- Pois bem. Então eles começaram a brincadeira. E quem ficava do lado de fora pulava nas janelas tentando assustar quem estava dentro do carro. O sítio era bem escuro e a luz da ária era muito fraca. Com isso o clima ficava em clima de terror. No entanto as duas meninas sentiram vontade de ir ao banheiro e pediram para o rapaz, ainda muito jovem, esperá-las fora da Van. O garoto ficou sentado na cadeira do motorista olhando para o Céu uma vez que, no sítio, as estrelas ficavam lindas e o Céu, fantástico. Parecia até desenhado. Até que o garoto – (menino de 10 anos) – ouviu um barulho vindo do barracão como se tivesse caído uma enxada. O menino não ligou muito pois pensou que tivesse sido os cachorros que passaram perto e derrubado.
Luciana
--- Ave Maria!!! Quer ver? - - falou a menina, pouco assombrada e com a mão no coração
Racilva
--- Espere. Outra o menino ouviu outra coisa a cair. O menino começou a descer devagar do ônibus a olhar em direção ao barracão, começando a se aproximar, chegando perto da enxada que estava mesmo no chão e chamou por Hole, o cão que estaria por perto, porém ele não apareceu. O garoto começou a sentir falta das duas meninas. Então ele resolveu i para a sua casa, perto do barracão. E quando caminhava em direção a sua casa, a enxada caiu novamente e obrigou o menino olhar para trás. Então, ele viu uma ‘coisa’ negra, mais ou menos do seu tamanho, com um formato humano, porém com um dos olhos, vermelhos. Não dava para ver feição nenhuma. Somente o olho brilhando. Foi tudo o tipo de relance. Uns três segundos. E a coisa saiu, correndo. E o garoto também meteu o pé na bunda. Correu assombrado e direção a sua casa, gritando por sua mãe. O menino, conforme Dona Alzira, entrou super-apavorado e lá dentro, no interior da casa, contando à sua mãe as demais o que havia acontecido. Como o esperado, ninguém acreditou no menino. E a sua prima, que estava lá dentro, também até que tirou sarro da cara o menino dizendo que ele estava tentando assustá-los.
Luciana
--- Que coisa! As garotas nem acreditaram no menino? - - indagou preocupada
Racilva
--- Então? Praticamente as meninas o ignoraram. Algum tempo se passou, a mãe do menino ficou grávida novamente, teve outra filhinha e a família se mudou de casa. O homem, pai do menino, encontrou um emprego melhor, também de caminhoneiro. O menino, já rapaz nunca tirou aquilo de sua memória. Disse dona Alzira que, em uma época, quando o rapaz já estava com os 14 anos o rapaz ficou sozinho, em casa, por uma noite, uma vez que os seus pais tinham ido para a casa da tia do rapaz então ele ficou jogado vídeo game. Era por volta das duas horas da manhã quando o garoto ouviu um barulho do lado de fora da casa, como se uma vassoura tivesse caído. Porém o garoto ignorou o fato e continuou jogando. Aí, novamente o novo barulho. Então ele pensou: “Ah não! De novo, não!”. O garoto se levantou e caminhou em direção à porta que dava para o quintal da casa.
Luciana
--- Ai meu Deus! Uma vassoura outra vez? - - sorriu a mocinha.
Racilva
--- Pois é. Mesmo assim, antes, ele resolveu olhar pela janela e viu, realmente, que era uma vassoura e um rodinho que estava no chão. Ele abriu a porta e foi em direção a eles. Após os levantar do chão e voltar em direção à casa, aconteceu a mesma coisa daquela vez: tornaram a cair. Ele se virou lentamente e viu a “coisa” de novo. Só que era um pouco maior. Praticamente tinha crescido o mesmo que o rapaz. E ainda aquele olho vermelho, cintilado na escuridão. O garoto permaneceu firme e a ‘coisa’ olhou para cima e apontando para algo. Consequentemente o garoto também olhou. Porém a única coisa que rapaz divisou, era a Lua Cheia. Quando o garoto abaixou a cabeça de novo, Ana, a coisa estava bem próxima de mim.
Ana
--- Que loucura! - - falou a mulher
Racilva
--- Mesmo assim a única coisa que dava para ver era o seu olho vermelho brilhante. A coisa atravessou o garoto e sumiu. O garoto sentiu-se mal, se tremendo todo, entrou em sua casa, desligou o seu aparelho de vídeo e se deitou. Uma dor de cabeça lhe acudiu de forma insuportável e a garoto ‘apagou’ de vez. Somente no dia seguinte ele acordou com os seus pais batendo no portão, loucamente, e resolveu não falara nada pois da outra vez ficaram tirando chacota do moço. Agora, já faz anos, ele não segue mais comentar e se sente sempre observado por algo estranho. O olho vermelho sempre o persegue por todos os recantos da vida.

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