domingo, 21 de outubro de 2018

SEGREDOS DE RACILVA - - 25 -



ENTIDADE
Era um sábado pela manhã. Eu Muniz, pai de Racilva estava em casa lendo uma revista de casos do outro mundo. Nesse ponto, chegou Racilva após um rápido passeio com o seu filho Junior, passeando em volta do parque existente por todo o caminho. O menino penetro em sua casa nem obedecendo a sua mãe para que devesse cuidado nas roseiras arrumadas em cantos especiais da moradia. Do jeito que vinha, o menino embrenhou-se por casa a dentro. O senhor Muniz estava lendo as revistas e viu o menino a entrar, e gritou em instante.
Muniz
--- Abenção? - - com atenção ao garoto
Racilva
--- Nem ligou. Com certeza está se mijando! - - gracejou
Muniz
--- Cora está lá dentro. Ela cuida do garoto! - - sorriu.
Racilva
--- Revista nova? - - perguntou ao pai.
Muniz
--- Nem nova, nem velha. Tem artigos que impressionam. Um aqui é de assombrar moças. Quer ler?
Racilva
--- Leia o senhor que eu escuto. - -
Muniz
--- Leia você mesma. - - concluiu o idoso
Racilva
--- Entao, eu leio. Por favor. Deixa-me ver. - - relatou
Racilva
--- O homem ficou como estava sentado, coçando a cabeça como se tivesse tirando piolhou e se escorou na cadeira antiga coberta de couro de bezerro. E Racilva começou a ler em voz quase alta para o seu pai ouvir bem. Foi um caso ocorrido em Natal, pelo que diz a narrativa, disse a moça. A moça que contou a história morava em um apartamento de aluguel, um local muito bom, em companhia de seus pais. O apartamento era uma morada perfeita, se não fosse o que viria a acontecer. – - Racilva perguntou a seu pai se estava ouvido. Esse disse que sim
Muniz
--- Sim. Continue. - - respondeu o homem.
Racilva
--- Pois bem. Numa tarde qualquer ela, a moça, saiu com sua mãe visitar a Denise, uma amiga que morava na parte alta do bairro em frente ao da moça, vamos dizer Sandra. Da casa de Denise podia se ver o apartamento de Sandra assim como grande parte da cidade. Na hora que Sandra resolveu sair para o seu apartamento, a moça deu a costumeira olhada na vista quando a moça notou no seu apartamento que a luz do seu quarto estava acesa e notou o contorno de um homem que olhava pela janela aberta. Por um instante Sandra julgou ser o seu pai que trabalhava fora da cidade e que poderia ter vindo em casa pegar algo antes da próxima viagem. - - ouviu bem meu pai? Indagou a moça.
Muniz
--- Sim. Sim. Continue. - - respondeu seu Muniz.
Racilva
--- Então! Sandra mostrou a cena para a sua mãe e na mesma hora ela pediu a Sandra que confirmasse se era ele mesmo quem estava lá. Ela fez a ligação perguntado se era o seu pai que estava no seu apartamento e como resposta o pai responde que não. Ele, o pai, naquela hora estava a serviço em uma cidade próxima. Sandra, sua mãe e os demais ficaram muito assustados, uma vez que a moça ao sair trancou à chave quando saiu do apartamento e até mesmo cadeados das janelas estavam escondidas em um local seguro e ninguém mais tinha acesso a casa. Como não tinha certeza do que se tratava, ladrão ou não, Sandra e a sua mãe decidiram não chamar a polícia. Então eles foram na cara e na coragem para saber o que raio o que estava a acontecer dentro do apartamento. - - ouviu pai?
Muniz
--- Sim. Ouvi. Continue. - - declarou o velho.
Racilva
--- Hum! Eram cinco. A Denise; a sua filha, Rosa; e o seu neto, Diego. A mãe de Sandra, dona Edite, e a própria senhorita Sandra. Elas se armaram de facões, uma foice e uma barra de ferro que estava na garagem e então todas entraram. E dentro do apartamento elas reviraram tudo. Por baixo das camas, dentro dos armários, guarda-roupas e em cada canto em que pudesse se encontrar uma pessoa. A casa estava do jeito que Sandra deixou. Tudo trancado, luzes apagadas e todo resto em seu devido lugar. Com o seu pai estava fora Denise se ofereceu para passar a noite com essa família. E por medo, dormiram, todas, no mesmo quarto. A mulher, Denise, tinha fobia de ambientes fechados. Então. nesse dia, dormiram com a porta destrancada, simplesmente aberta. Desta forma, a cabeceira da cama improvisada onde Denise estava, era virada em direção da porta da cozinha. - - e Racilva viu seu pai dormindo. Então chamou mexendo em sua cadeira. O homem se assustou e disse.
Muniz
--- Não estou dormindo. Vá. Continue! - - e se voltou a balançar em sua cadeira.
Racilva
--- Hum! Quando o dia amanheceu Sandra se deparou com uma Denise muito assombrada. A mulher disse nunca ter passado por um aperto tão grande. Logo depois que Sandra adormeceu, Denise teve uma sensação muito ruim e a olhar para o corredor, viu um homem negro, alto, vestido de vermelho e preto, adentrar a porta da cozinha, sem abri-la e veio direto em sua direção. Ela contou ter perdido as forças. E a única coisa que teve em mente foi rezar e pedir socorro a Deus. Quanto mais rezava, mais a entidade ria e debochava do desespero dela, desaparecendo no ar com uma gargalhada ao se aproximar da cama onde Denise se abrigava. - - Racilva olhou o pai a dormir. Nem ligou
O homem roncava feito um porco. Racilva nada fez para desperta-lo. E seguiu lendo.
Racilva
--- Algum tempo depois, Marcia, a irmã de Denise, que é médium, procurou Sandra para conversar sobre o ocorrido. Segundo ela, a culpa era da senhora dona do prédio que queria desocupar todos os apartamentos afim de alugá-los por valores mais altos. Mas por questão de contratos a mulher não podia pedir às famílias que se mudassem. Então recorria as almas para ajuda-las a resolver essa situação. O que ela não sabia era que estava mexendo com entidades muito mais pesadas do que almas sofrendo por falta de oração. E nem fazia ideia da dimensão que a coisa tomou. Pessoas próximas da dona do prédio comentavam seus hábitos estanhos de incomodar as almas para tudo. Mas nunca se pensava que a mulher fazia algo do tipo contra a família de Sandra e Denise. –
O menino Junior chegou na sala e apontou para o rosto do seu avô a roncar feito um porto. Racilva sorriu e pediu que o deixasse dormir. Junior voltou para a cozinha.
Racilva
--- Essa época foi um período ruim na vida das três famílias que lá moravam. Por algum motivo, os mais afetados eram os membros mais novos de cada uma delas. Sandra, sua mãe e seu pai se mudaram do apartamento. Mesmo assim a moça teve uma depressão não se livrou até momentos seguidos, passando noites em claro, vivendo perturbada e quando conseguia dormir, tinha pesadelos pavorosos. Falavam palavras para Sandra descrever. A sua mãe também presenciou alguns fenômenos e eram quase sempre nos momentos que rezava. Era como algo se sentisse incomodado com as orações que a mulher Edite fazia. Ainda hoje ela fala sempre lembrar com um grande pesar e agradece pela paz que tem nessa vida atual. –
Muniz
--- Terminou? Como se deu? - - indagou acordando de vez.
Racilva
--- O senhor não ouviu? - -
Muniz
--- An. Eu dormi mesmo. Estava com sono. Achou que vou tomar banho! –
Racilva
--- Isso! É bem melhor. –
Kátia bateu à grade do portão e fez-se entrar sem mais nem menos. Olhava em várias direções e sorria como uma andorinha. Racilva suspendeu a vista e, delicadamente findou por sorrir. Um passo e um abraço apertado. Uma pergunta e outra resposta.
Kátia
--- Eu vim do sebo. Gente pouca. Nove horas. Que mais? - - sorriu.
Racilva
--- Muito cedo. Podia ser 12 horas. - - retribuiu o sorriso.

AMORES DE RACILVA

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