BEIJO FURTIVO
- 03 -
O TEMPO -
Noite passada Anita estava na sessão da casa espirita ouvindo
a exposição de um médium sobre Escola Moral. Ela já estava bastante confusa
alembrar dos desacertos de sua vida então presente. Na noite passada ela sonhou
algo estranho que lhe revoltou a alma. Não entedia bem ou quase nada do que
sonhara, a não ser uns sacolejos nos seus pais dados por mãos misteriosas. Além
disso, um beijo furtivo dado por um rapaz – ela não tinha certeza de quem fora –
mas logo a frente Anita foi à frente à procura de sua irmã que não existia na
vida real. A sua irmã estava a cuidar de um filho recém-nascido que sua irmã
acabara de ter. Era uma casa em fase de construção, porém o garoto já era
crescido para uma criança de nascimento recente. O beijo recebido lhe deixou
estonteada. Ao que parecia ser, fora o marido de sua irmã. Nesse ponto Anita se
sentiu lisonjeada em vez de ficar enojada. A sensação de alguém que lhe pegou
pelos pês, foi algo aterrador. Tudo isso ocorreu durante à noite e ela, ao
despertar sentiu calafrios chegando a dizer.
Anita
--- Estou com dor de cabeça. - - falou a sua mãe
Odete
--- Tome um analgésico. Noite mal dormida. Tem goteira na
cama? - - indagou sua mãe
Anita
--- Não percebi. Choveu durante à noite? Nem percebi. - -
relatou de forma simples
Odete
--- Uns chuviscos. Eu fui até a cama puxar o lençol sobre ti.
Nem lembro de ter acordado você. - -
Forçado as têmporas, Anita indagou.
Anita
--- Tem algum analgésico? Estou de regras. - - disse
lamentando
Odete
--- Um ponto a mais. Isso passa. Regras, regras, regras. Um
horror. - - relatou a mulher a procura o medicamento na parte da estante onde
se guardava todo tipo de trambolhos.
Logo após, Anita foi à repartição do Governo cuidar de tudo o
que fazia. À noite estava no Centro a procura de um milagre. Naquela noite e
naquela hora Anita sabia que milagre não havia. Portanto, calou. E um médium
continuou a falar mostrando o que se busca na casa espírita como a solução dos
problemas de cada qual tal a informação dos médiuns em favor do desamparado de
momento. Como exemplo, um Hospital Escola. A propósito, ao se frequentar uma
sessão se deixa para um lado as carências furtivas dos interesses domésticos
como assisti uma novela, num jogo de futebol que acontece naquele dia entre
outros propósitos. Enfim, Anita escutou a tudo no maior silencio. Um silêncio
até mesmo sepulcral. Após a pregação houve a hora dos passes e em seguida a
conversa com o Médium. Naquela sublime hora Anita procurou meditar sobre e que
mais lhe atormentava. E, então, falou.
Anita
--- Eu não sei por que essa confusão em minha mente. Hoje, eu
sonhei com uma porção de tolices. Eu estava em um emprego bem diferente. O meu
chefe era um homem de porte avantajado. Ele trouxe me um monte de papeis para
que eu datilografasse uma parte sobre um negócio que estava ou ia haver em uma
outra capital. E eu fiz o que ele mandou. Na verdade, era um caso importante. E
após fazer eu o apresentei. Ele, malcriadamente, rasgou tudo e pôs do lixo.
Confesso que aquilo me causou revoltou. Porem eu não reclamei. - -
Médium
--- Muito bem. Você tem ideia de quem seria o espirito? ---
Anita
--- Eu? Como? Nunca. Eu jamais vi tal criatura. - -
Médium
--- Bem. Nós temos diferenças em sonhos. Alguns são
transtornos psicológicos. Mas temos sonhos irreais. Outros, perturbadores. Mas
todos são sonhos. Pessoas queridas que nos aparece, outras vezes, pessoas que
nós tivemos desagrados. Às vezes, pessoas daqui da Terra a quem nós sonhamos e
ela vem com toda sua arrogância apesar de ser um tipo afável. São muitos os
sonhos. Variam de acordo com a nossa percepção do mundo e da vida.
Anita
--- Para bem lembrar, esse homem que eu tive em sonho, na
verdade, ele existe. Um senhor gorducho e que, de vez em quando, ele entra da
repartição. Eu não o conheço. Porem ele me causa antipatia só por vê-lo. Agora
forcei a memória e o recordei. –
Médium
--- Muito bem. Mas nem sempre é a mesma pessoa. Ela assume a
posição de determinada pessoa, porém para buscar uma outra forma. Um caso é o
de sonhar com pessoas que já morreram. Por várias vezes nós sonhamos com
pessoas que não existiram nesse mundo. Isso pode ser uma intuição ou apenas um
caso que nos leva muito além. Quem sabe, um tio que viveu muitos anos. Uma
bisavó que está em busca de auxílio. É caso muito sério.
Anita
--- Mas, este homem rasgara todo o conteúdo que eu acabara de
fazer! - - disse a moça
Médium
--- O sonho expressa o nosso inconsciente pessoal e nossas
lembranças de nossas recordações de vidas já existidas em outras gerações em um
passado remoto. Certas pessoas lembram de sonhos onde vivem em uma casa de
barro. E tem filho. Mas, na verdade, tudo isso não passa de um sonho. Buscando
de seu conteúdo mais denso, se vai encontrar respostas de ocorrências de que
essa pessoa viveu em outra existência em uma vila de gente pobre em outro país
onde moradores eram todos de gente pobre. Isso, apenas através de um sonho se
pode recordar.
Anita
--- Muito certo. Mas não tem nada a ver com esse meu sonho
dessa madrugada. - -
Médium
--- Num caso especifico de um sonho, como o seu, nota-se algo
peculiar. No seu sonho há de se convir que os personagens escolhidos por você,
eles abrem um leque mais profundo do que você se lembra. Esse personagem pode
ser um alguém de um passado distante transportada para uma outra realidade. Um
homem gordo. Por que ele não é magro? Essa é uma questão a ser discutida. Não.
Mas ele é gordo. E o que você diz. Quantas vezes você sonhou com uma pessoa
gorda? - -
Anita
--- Não sei. Talvez ele tenha aparecido em outras
oportunidades. Mesmo assim, esse gordo era bem diferente. Mas delicado. É como
penso. - -
Médium
--- Você supõe que ele veio outras vezes? Varias? Muitas
vezes? - -
Anita
--- Sim. Todas as vezes. Penso eu. Não sei. - - aturdida
Médium
--- Vamos recorda mais. O seu pai é gordo? - -
Anita
--- Não. Mas tem um amigo gordo. Pançudo. Igual a o homem do
meu sonho. - - relatou
Médium
--- Só um amigo do seu pai é gordo? Ou apenas esse? - -
Anita
--- Tem vários. Mas esse é gordo. O pessoal chama ele de Baleia.
- -
Médium
--- E você gosta, como quero dizer, gosta por se falar, dessa
Baleia? - -
Anita
--- Para falar a verdade. Eu nem gosto dele. O homem parece
que está andando sempre para a traz em vez de andar para frente. Os seus
quartos ficam para dentro e os ombros são como uma corcunda. É um horror. - -
declarou
Médium
--- Você tem tio ou outro parente que tenha postura de gente
gorda? - -
Anita
--- Na verdade, eu não tenho tios. Nem gordos de finos.
Parece que foram feitos em uma forma. Todos os parentes conhecidos são todos de
um só tamanho e secura. Mas minha mãe teve um irmão que era diferente dos
demais. Era um tanto pançudo. Esse morreu num acidente de carro. Ele entrou com
seu carro em uma avenida quando foi atingido por outro carro que vinha em sentido
contrário. Ele morreu na hora. Não deu tempo nem a ambulância chegar. É o que
recordo. - -
Médium
--- Esse foi o único gordo em sua família? - -
Anita
--- Que eu me lembre, sim. A não outros mais da minha extensa
família que eu não conheço. Minha família é grande. Muita gente. Se for contar
tem gente a morar em todos os Estados. Muita gente mesmo. - -
Médium
--- Você não se lembra de mais nenhum caso assim de gente
gorda? - -
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