quinta-feira, 21 de julho de 2016

O TEMPO DE ANITA - 06 -

ESPÍRITO
- 06 -

SENTIMENTO -

Na sessão espírita daquela noite, alguns dias após desde a última palestra ouvida por Anita, um Médium fora convidado a falar sobre vários assuntos que se prendia ao espiritismo. A sala estava repleta e os ventiladores davam pouca causa ao calor no meio ambiente a fazer nas horas noturnas daquele dia. Uma professora, logo de início, formulou sua palestra sobre a essência da alma para toda aquela plateia por sinal, obediente e silenciosa. A mestra enfatizou o caso de diversos feitos de incorporação na última sessão havida dias antes no mesmo ambiente. A mestra falou por sinal que as atividades passadas foram feitas na penumbra o que dificultou um pouco se enxergar na sua totalidade. Mas nem por isso houve sinal do transbordamento de amor no coração da mestra espiritual. Em sua palestra o sentimento era indescritível. Foi um momento transformador. E a palestra teve sequência até o ponto de Anita, já no final, falar com seu Médium. E foi assim o sucedido
Anita.
--- Boa noite, Mestre. A palestra de hoje foi emocionante. Eu não vim na última semana. Estive adoentada. Mas, elas por elas, fiquei curada. Uma coisa me preocupa. Sonhos, sonhos, sonhos. Eu gostaria de entender, não como o doutor Freud. Mas por minha vontade. Eu tive um sonho quase como um pesadelo. Certa noite, eu estava quase dormindo quando algo me acordou de supetão. Uma vez de um homem chegou ao meu lado e indagou o porquê de eu tratar a minha mãe por “velha”. Aquilo me assombrou. Eu sei que eu trato assim, mas não é por maldade. Mas, essa voz de um homem que eu imagino ser corpulento, vir me acordar por causa desse chamado? Nossa! Eu não tive sequer palavras para o ser. –
Médium
--- Um senhor, com certeza idoso. Isso explica muita coisa. Pode ser o seu avô ou bisavô. Alguem da família que não gosta que chame a mãe de você de apenas “velha”. Passando o tempo, não para você que não tem o mesmo tempo, mas para o espirito que não gosta de se chame de “velha” uma mulher ainda moça. Pode ser o tio. Qualquer um dos seus parentes de antigas vidas. Era o momento de você perguntar quem era aquele que estava ali. Não tenha medo. No plano espiritual temos muitos amigos. Alguns mais distantes. Pessoas que já desencarnaram há muito tempo. Hoje, ele voltou para perguntar a você porque chama de velha a sua mãe. - -
Anita
--- Que susto! O senhor tem cada explicação! Vai ao fim da minha existência. Como é que pode? - -
Médium
--- Não raro a acontece com todos nós. Os espíritos existem, naturalmente. Um espirito é um ser como nós, apenas desencarnado e posto em outro local. Às vezes, esses espíritos perambulam por outros caminhos, Universos até, porem sempre voltam ao nosso lado onde se sentem mais à vontade. Esse seu espírito é um dos mais próximos. Se você me permitir eu posso até mesmo falar com ele aqui e agora.
Anita
--- O senhor? Como pode? - - assustada
Médium
--- As viagens astrais sempre voltam quando nós queremos. E se você quiser, pode procurar que encontra o seu ente. Um tio, ou tia, um irmão de outras épocas até mesmo seu bisavô que já está desencarnado há um bom tempo. Esses seus parentes sempre voltam para o seu convívio quando você menos espera. Um amigo de outros tempos em um passado distante está tão perto de você como não se pode nem mesmo imaginar.
Anita
--- Como o senhor faz para chama-lo? - - com cuidado e precaução
Médium
--- Eu não o chamo. Ele está aqui, agora, sempre a teu lado. Você não consegue vê-lo. Mas ele está bem próximo. Tenho a certa do que eu digo. Se você o aceitas pode até ceder para que ele se incorpore em você justamente.
Anita
--- Em mim? Eu aceitar? Como ele vem? - - assustada.
Médium
--- Pelo processo da projeção. Aceite-o e ele te dirá o que você quer ouvir o que ele sabe.
E Anita se deixou a ceder o apelo feito pelo Médium. Seu corpo parece ter levitado e ao seu lado um espirito se acoplo tão de imediato. Parecia até um ente querido vindo de muitas outras existências. E assim, o espirito falou
Anita em processo de projeção
--- “Desculpe-me antecipadamente a esse pedido muito sincero por vir a ti falar nesse plano físico. Eu estou tendo essa possibilidade de falar com você, Anita, para ter o cuidado de ti dizer algo que ainda não sabes. Eu te desejo boa noite. Eu quero que me ouças. Sempre eu venho com você, Anita, ao Centro. Você já então não me vê. Mas eu estou aqui a teu lado. Há muito tempo nós nos encontramos em outros espaços em que vivestes. Eu sou o teu ente que não me conheces por ter eu tua lembrança apenas as coisas vão dessa existência. Em certo tempo vivestes antes dessa existência e morastes em um espaço bem distante do qual habitas agora. Eu sou o tem parente mais próximo. Junto com aquela que agora venha a ser a tua mãe, eras apenas tu uma outra irmã. Vivíamos em outro processo. Nós éramos parentes e vivemos durante muito tempo. Eu, sua mãe atual que era a tua irmã, e você. Tu não lembras como hoje estas em outro novo plano. Mas és, na verdade, a irmã querida de tua mãe e eu sou o seu sobrinho dileto. Hoje, como através de um espelho, te vejo. Nesse mesmo instante, ao meu lado está outro ente que seria por sina o teu avô. Nós estamos todos juntos, aqui, até o dia que mereçamos voltar para a vida em outro corpo. Quando quiseres escreva-nos que nós o recebemos com todo o carinho”. - -
E Anita recobrou a sua memora nesse estado evolutivo. Então o Médium falou a Anita para ter certeza de que ela acordara.
Médium
--- Torne, Anita. Um, dois, três. - -
Então, a moça recobrou as suas lembranças. E de um suspiro acordou como se estivesse a dormir.
Anita
--- Eu lembro de tudo o que esse espírito falou. Ele é o meu primo. Minha mãe já foi a minha irmã. Nossa! Como é que pode?  - - sorrio
Médium
--- Em nossas vidas pretéritas nós somos irmãos, pai, ou outros entes queridos. A reencarnação é um dos pilares do espiritismo. Nascemos e renascemos para novas vidas, novas escolhas, novas oportunidades.  As missões que nós temos são o que mais vibram. A reencarnação é uma lei da natureza, como é a gravidade. São nossas diversas variantes. A reencarnação está presente em todos nós. Então, nós somos de ontem e nada sabemos. Esse “ontem” é de gerações passadas. O Espiritemos faz com que nós continuemos a desenvolver. –
Anita
--- Então, eu não preciso ser de hoje ou de amanhã? Eu já posso dizer que sou mesmo de ontem? E nem preciso saber como eu sou da Índia ou de outro mundo? – - com espanto
Médium
--- Justamente. O espiritismo continua a nos fazer de uma forma lógica para nos desenvolver. São várias reencarnações. Para que haja a evolução do espirito é necessário ele vir várias vezes ao plano físico porque esse processo todo de melhoria do espirito, o progresso que os espíritos necessitam alcançar é concretizado realmente no corpo físico. A Terra é uma escola. Aqui, é um projeto parcial de evolução.
Anita
--- Por que a gente vive tão pouco tempo. 50, 60 e mesmo 100 anos? - - indagou
Médium
--- Veja bem. Tem espirito que desencarnam antes do seu nascimento. Ou mesmo quando criança. E sendo apenas bem moço. Eles se desencarnam. Muitas vezes não é por vontade própria. Outras, por uma enfermidade qualquer. Mas tem espirito que chegam mesmo a mais de 100 anos. Isso por que não se evolui de uma vez só. Mas por etapas. E aí é que está a reencarnação de pessoas. Há instantes em que em uma viajem de ônibus ou de trem o carro emborca e causa a morte de centenas de pessoas. E nesse acidente escapa apenas uma criança. Por que isso acontece? Porque são juntadas várias pessoas que perdem a vida e apenas uma criança escapa. Já observou isso? - -
Anita
--- Eu lembro agora de uma guerra. Milhões de seres morrem. E desses milhões escapam dois ou três. E ninguém se importa com isso. - - pensativa
Médium
--- A seleção dos seres. Quando há mortes em grande escala, por certo está havendo uma seleção de seres. Não se morre de graça. Há algum motivo. As pessoas desencarnam com um projeto reencarnatório objetivando algo de um ser. Veja a morte de peixes. Eles morrem em cardumes. Não só os peixes. Mas as tartarugas e animais silvestres. São animais. Porém são criaturas. Como os animais, morrem também as pessoas em grande escala. As pessoas se sentem injustiçadas porque eles têm de morrer. Milhares de seres morrem em um espaço bem curto e se vai encontrar milhares de anos depois.
Anita
--- Não sei por que! - -
Médium
--- A seleção das espécies. Isso ocorre porque existe a reencarnação. Ela existe para que se compreenda a dinâmica existencial que não se justifica apenas no tumulo. Quanto seres humanos morrem no oceano? Milhares de milhares. Quando se coloca a reencarnação s entendemos o porquê existimos e para que existimos.
Anita
--- Eu não aceito esse tipo de morte! Não aceito mesmo! –
Médium
--- Mas, você não morre. Veja o seu primo. Ele não morreu. Ele está vivo. Apenas desencarnou. A morte é apenas um desenlace do corpo físico. 

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