sábado, 23 de julho de 2016

O TEMPO DE ANITA - 07 -

ESPÍRITO
- 07 -
ENCARNAÇÃO -

Há poderes entre os espíritos desencarnados. Há entre eles subordinação e autoridade. Os espíritos têm uns sobre os outros, o grau surpreendente como se fosse aqui na Terra um Governador e o outro, um serviçal. Essa autoridade se dá por uma ascendente moral irresistível. O homem poderoso que esteve na Terra não tem maior disposição quando passa para o além. Na vida em que os espíritos se vão, eles obedecem às ordens de acordo com os méritos obtidos. As diferentes ordens determinam os méritos dos espíritos e, sendo assim, o que é mais elevado quando na Terra, ao ir para o além atinge em menor categoria dependendo do que fez quando esteve perambulando por este mundo. Por isso, não há espirito de ordem superior quando morre ou espirito de ordem interior.
Anita
--- Eu posso ter sido uma rainha ou uma escrava? - -
Médium
--- Vai depender muito do que você fez. Na verdade, não importa o que fizestes. Eu posso ser, um dia, um escravo. E chego aqui como um lorde. O que se faz, na Terra, não tem a menor importância. No além, as coisas viram a cabeça para um lado ou para outro. Você veja bem. Um homem, aqui na Terra, parece ser um imperador. Contudo, mais tarde, ainda quando em vida, empobrece de fazer dó. É isso. E na espiritualidade é mais, como se diz, brutal. Não importa quem você tenha sido. Isso, não quer dizer que é um pagamento. É apenas o que vem a ser.  
Anita
--- E tive um sonho que eu morava na Índia, o que parece. Sei bem que tinha um rio e diversas pessoas. Mulheres a lavar roupa. Em certa ocasião, uma mulher, parece que ela era a minha mãe, pegou-se pelo braço e puxou-me para fora dizendo um punhado de insultos e mandou-me embora para a minha casa.
Médium
--- Às vezes nós sonhamos de termos vidas passadas em locais diferentes. Há diferentes ordens na vida espiritual. Outra coisa. Na espiritualidade nós somos apenas espíritos e nada mais. Não temos carnes como se pensa. Algo posso adiantar. O demônio não existe. Existe sim, um espírito que nós chamamos do espírito do mal. Esse espírito, se nós o chamamos por demônio, prontamente ele atende, porque para ele tanto faz chama demônio como por outro nome. Tem certos casos onde as pessoas ouvem vozes, distinguem vultos e assim por diante. Isso já vem em passado bem antigo. Uma certa vez, uma moça, recentemente casada, tem o seu marido espirita cujos pais são pessoas de terreiro de baixo espiritismo, ou seja, são macumbeiros, esse tipo de espiritismo baixo. Na casa do sogro da moça existe um barracão onde se cuida “santos”, se faz trabalho de macumba, se ler búzios entre outros deveres. E um certo período essa moça morou na mesma casa, quando ainda ela era namorada. Certa vez, a moça após sair do banho por volta das sete horas da noite, com a toalha enrolada no cabelo e entrou em seu quarto. Quando essa moça entrou, divisou uma criatura toda vestida de branco passando pela janela. Então, a moça distinguiu que o ser não era de carne e osso, ou seja, desse mundo. Enfim, aquele vulto era afinal um espírito. E ao contar essa história à sua futura sogra, ela, a moça ouviu da mulher o relato que na sua casa muitos espíritos andam por alí. Umas, são espirito de luz. Outras, apenas querem perturbar. Apenas que a moça nunca veja uma alma de costa. Porque quando a pessoa vê uma alma de costa, fica tao apavorada, que muitas vezes, morre. Porque as almas têm a parte de trás toda furada, como se fosse uma peneira. Por isso a moça deu graça pelo fato de nunca chegou a ver uma alma pelas costas. –
Anita
--- Nossa Mãe. Nunca ouvi falar nisso. Eu quase morro! - - relatou
Médium
--- Casos muitos mais perigosos que esses ocorrem em vários pontos da Terra. Casos de horror, terror. Casos malignos onde uma pessoa aparece e se enterra em outra. Casos do mal onde um ser quer se apoderar de outro. Uma criança é uma porta para um ser e ninguém pode defender essa criança. Certa vez, uma senhora e seus três filhos, sendo uma menina de seus 12 anos e uma porta aberta para algo desconhecido, que a atormenta a qualquer instante, vivem um drama cruel.
Anita
--- Como assim? A menina ouve barulhos?
Médium
--- Mais do que isso. Muito mais. Em profundo silencio, algo desconhecido fala com a menina, quase moça. Algo que luta para destruir a família e luta para destruir o que é mais sagrado. Entre o mundo que nós vemos e as coisas que teremos existem portas. Quando elas se abrem, os pesadelos se tornam realidades. São verdadeiras “aparições”. Uma possessão maléfica.
Anita
--- Ave Maria! Nem me conte! - - falou temerosa.
Médium
--- Tem medo? Pois não tenha. Espere e veras. Em uma cidade do interior o povo que habita se treme de medo por saber que ali existem fantasmas e demônios. Os primeiros exploradores que viveram ali batizaram o local como senda do diabo. Histórias que os pioneiros contam de apavorantes encontros sobrenaturais. Cemitérios em ruinas, logo por todo o canto, a aversão sem piedade. Hoje em dia os habitantes falam de assombrações aterrorizantes. Um dia desses, uma mãe solteira, dona Maria, cuidava dos seus filhos, inclusive a filha doente que não falava e nem se locomovia. Para sair de casa, a mulher tinha que levar a filha nas costas.
Anita
--- Que horror! - - falou estremecida.
Médium
--- A menina, Joana, sofre de um grave problema de nascença sendo preciso leva-la nas costas. Para falar, a mocinha se movia com expressões faciais. Ela e seus filhos moravam em uma casa a três anos. Por vezes a mocinha parecia olhar para alguém em algum ponto da casa. Sorria, porém nada falava. Apenas apontava para um alguém que a sua mãe não distinguia. Era como que alguém se escondia através da parece porque a pessoa surgia quando reaparecia. A mãe da menina pensava que fossem “anjos”.  Certa vez, Maria é apresentada a um homem chamado Pedro. Um homem com um bom senso de humor. E ele também gostava da mulher. Logo se apaixonou por ela. Poucas semanas depois Maria convida Pedro para ir a sua casa. O homem, Pedro, sentiu uma sensação estranha ao chegar aquela casa. Algo como um campo aberto para poder entrar em um armário. Pedro foi apresentado às crianças e Joana até que se deu bem com a visita do estranho.
Anita
--- Ainda bem. Nada mal. - - sorrio
Médium
--- A menina olhou para Pedro e sorrio. Em seguida, em outra sala, Pedro relatou a Maria ter estudado a paranormalidade e sentia espíritos no interior da casa. Alguma coisa sobrenatural naquele ambiente. E Maria compreendeu sabendo que o homem estava falando com coisas com que Joana, a sua filha, se comunicava. Ele disse ser algo de coisa ruim e que a família corra algum tipo de risco. Alguns dias depois, de manhã cedo Maria se assustou com o pandemônio que estava na sala. E ao indagar com a menino mais nove, ele disse ter sido um garoto de cabelos loiros.
Anita
--- Virgem. Mais uma alma? - - inquieta
Médium
--- E o menino disse que o garoto espalhou tudo e que não gosta de brincar com ele. Dias depois, a filha mais nova, Mabel, pela madrugada chegou e acordou a sua mãe alegando ter um garoto sem seu quarto. Um garoto loiro e ela não queria a sua presença. Maria procurou o garoto e apesar de ter informado, a mulher nada notou. Com o passar das semanas Maria e Pedro ficaram mais íntimos com o homem chegando a ficar uma figura paterna para os filhos da mulher ainda nova. Em uma ocasião, manhã bem cedo, quando todos tomavam o desjejum à mesa, uma figura estranha de um menino surgiu na janela da casa e sumiu de repente. A família se apresou em ver quem era e nada encontro de fato. - -
Anita
--- Ai meu Deus! Mais um fantasma? - - indagou com temor
Médium
--- Na verdade, Pedro acreditava ser um ser espiritual e buscou um Tabuleiro de Ouija com letras, números e outros símbolos para comunicação com seres do outro mundo. Um idioma perfeito para se comunicar com os espíritos dos mortos tentando encontrar alguma mensagem enviada. O homem colocou as mãos no Tabuleiro e indagou quem estava naquela casa. A resposta de imediato apareceu na Tabua. Com o nome de Francisco esse espirito queria apenas a Joana, a mocinha doente. Pedro continuou a indagar o que ele – o espírito – queria com a Joana, e não houve resposta a indagação.
Anita
--- Ainda bem! E o que o homem fez depois? - - indagou assustada
Médium
--- Então, o rapaz continuou a indagar se havia mais alguém. E então veio a resposta de um nome diferente dizendo ser se chamar Antero. Esse espírito reclamou a posse de sua filha que havia sido abortada quando ainda estava por nascer. Então, naquela hora a criança já havia nascido e era a filha Joana de Maria. Por conseguinte Pedro ficou bastante nervoso. Uma batida em baixo do chão fez a mesa estremecer por completo e nada podia explicar aquele terremoto infernal. Copos com água balançaram como algo sobrenatural com uma ação impossível para amedrontar a Pedro e Maria. Era algo alarmante até que o homem tocou fogo no Tabuleiro de Ouija acabando com a ação nefasta desse ser imperioso.
Anita
--- Ainda bem! E depois? Que houve? - - perguntou atemorizada
Médium
--- Depois? Depois? Nada. Alguns dias depois surgiram pegadas pelo corredor. As marcas eram de um tamanho desigual as mãos dos filhos de Maria e não havia uma explicação racional para o que avistara. Maria e Pedro acreditava que a entidade que havia falado com eles ainda estava na casa. Assim Pedro buscou uma ajuda de uma investigadora local que era uma mulher capaz de decifrar os destinos da paranormalidade. O casal foi orientado a jogar faria ou talco para ter certeza de quem a pisaram ao passar naquele local. E ele fizeram assim. Mas, na manhã seguinte estava escrito o nome de Neuma! –


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