ESPÍRITO
- 07 -
ENCARNAÇÃO -
Há poderes entre os espíritos desencarnados. Há entre eles
subordinação e autoridade. Os espíritos têm uns sobre os outros, o grau
surpreendente como se fosse aqui na Terra um Governador e o outro, um serviçal.
Essa autoridade se dá por uma ascendente moral irresistível. O homem poderoso
que esteve na Terra não tem maior disposição quando passa para o além. Na vida
em que os espíritos se vão, eles obedecem às ordens de acordo com os méritos
obtidos. As diferentes ordens determinam os méritos dos espíritos e, sendo
assim, o que é mais elevado quando na Terra, ao ir para o além atinge em menor
categoria dependendo do que fez quando esteve perambulando por este mundo. Por
isso, não há espirito de ordem superior quando morre ou espirito de ordem
interior.
Anita
--- Eu posso ter sido uma rainha ou uma escrava? - -
Médium
--- Vai depender muito do que você fez. Na verdade, não
importa o que fizestes. Eu posso ser, um dia, um escravo. E chego aqui como um
lorde. O que se faz, na Terra, não tem a menor importância. No além, as coisas
viram a cabeça para um lado ou para outro. Você veja bem. Um homem, aqui na
Terra, parece ser um imperador. Contudo, mais tarde, ainda quando em vida,
empobrece de fazer dó. É isso. E na espiritualidade é mais, como se diz,
brutal. Não importa quem você tenha sido. Isso, não quer dizer que é um pagamento.
É apenas o que vem a ser.
Anita
--- E tive um sonho que eu morava na Índia, o que parece. Sei
bem que tinha um rio e diversas pessoas. Mulheres a lavar roupa. Em certa
ocasião, uma mulher, parece que ela era a minha mãe, pegou-se pelo braço e
puxou-me para fora dizendo um punhado de insultos e mandou-me embora para a
minha casa.
Médium
--- Às vezes nós sonhamos de termos vidas passadas em locais
diferentes. Há diferentes ordens na vida espiritual. Outra coisa. Na
espiritualidade nós somos apenas espíritos e nada mais. Não temos carnes como
se pensa. Algo posso adiantar. O demônio não existe. Existe sim, um espírito
que nós chamamos do espírito do mal. Esse espírito, se nós o chamamos por
demônio, prontamente ele atende, porque para ele tanto faz chama demônio como
por outro nome. Tem certos casos onde as pessoas ouvem vozes, distinguem vultos
e assim por diante. Isso já vem em passado bem antigo. Uma certa vez, uma moça,
recentemente casada, tem o seu marido espirita cujos pais são pessoas de
terreiro de baixo espiritismo, ou seja, são macumbeiros, esse tipo de
espiritismo baixo. Na casa do sogro da moça existe um barracão onde se cuida “santos”,
se faz trabalho de macumba, se ler búzios entre outros deveres. E um certo
período essa moça morou na mesma casa, quando ainda ela era namorada. Certa
vez, a moça após sair do banho por volta das sete horas da noite, com a toalha
enrolada no cabelo e entrou em seu quarto. Quando essa moça entrou, divisou uma
criatura toda vestida de branco passando pela janela. Então, a moça distinguiu
que o ser não era de carne e osso, ou seja, desse mundo. Enfim, aquele vulto
era afinal um espírito. E ao contar essa história à sua futura sogra, ela, a
moça ouviu da mulher o relato que na sua casa muitos espíritos andam por alí.
Umas, são espirito de luz. Outras, apenas querem perturbar. Apenas que a moça
nunca veja uma alma de costa. Porque quando a pessoa vê uma alma de costa, fica
tao apavorada, que muitas vezes, morre. Porque as almas têm a parte de trás
toda furada, como se fosse uma peneira. Por isso a moça deu graça pelo fato de
nunca chegou a ver uma alma pelas costas. –
Anita
--- Nossa Mãe. Nunca ouvi falar nisso. Eu quase morro! - -
relatou
Médium
--- Casos muitos mais perigosos que esses ocorrem em vários
pontos da Terra. Casos de horror, terror. Casos malignos onde uma pessoa
aparece e se enterra em outra. Casos do mal onde um ser quer se apoderar de outro.
Uma criança é uma porta para um ser e ninguém pode defender essa criança. Certa
vez, uma senhora e seus três filhos, sendo uma menina de seus 12 anos e uma
porta aberta para algo desconhecido, que a atormenta a qualquer instante, vivem
um drama cruel.
Anita
--- Como assim? A menina ouve barulhos?
Médium
--- Mais do que isso. Muito mais. Em profundo silencio, algo
desconhecido fala com a menina, quase moça. Algo que luta para destruir a
família e luta para destruir o que é mais sagrado. Entre o mundo que nós vemos
e as coisas que teremos existem portas. Quando elas se abrem, os pesadelos se
tornam realidades. São verdadeiras “aparições”. Uma possessão maléfica.
Anita
--- Ave Maria! Nem me conte! - - falou temerosa.
Médium
--- Tem medo? Pois não tenha. Espere e veras. Em uma cidade
do interior o povo que habita se treme de medo por saber que ali existem
fantasmas e demônios. Os primeiros exploradores que viveram ali batizaram o
local como senda do diabo. Histórias que os pioneiros contam de apavorantes
encontros sobrenaturais. Cemitérios em ruinas, logo por todo o canto, a aversão
sem piedade. Hoje em dia os habitantes falam de assombrações aterrorizantes. Um
dia desses, uma mãe solteira, dona Maria, cuidava dos seus filhos, inclusive a
filha doente que não falava e nem se locomovia. Para sair de casa, a mulher
tinha que levar a filha nas costas.
Anita
--- Que horror! - - falou estremecida.
Médium
--- A menina, Joana, sofre de um grave problema de nascença
sendo preciso leva-la nas costas. Para falar, a mocinha se movia com expressões
faciais. Ela e seus filhos moravam em uma casa a três anos. Por vezes a mocinha
parecia olhar para alguém em algum ponto da casa. Sorria, porém nada falava.
Apenas apontava para um alguém que a sua mãe não distinguia. Era como que
alguém se escondia através da parece porque a pessoa surgia quando reaparecia.
A mãe da menina pensava que fossem “anjos”. Certa vez, Maria é apresentada a um homem
chamado Pedro. Um homem com um bom senso de humor. E ele também gostava da
mulher. Logo se apaixonou por ela. Poucas semanas depois Maria convida Pedro
para ir a sua casa. O homem, Pedro, sentiu uma sensação estranha ao chegar
aquela casa. Algo como um campo aberto para poder entrar em um armário. Pedro
foi apresentado às crianças e Joana até que se deu bem com a visita do
estranho.
Anita
--- Ainda bem. Nada mal. - - sorrio
Médium
--- A menina olhou para Pedro e sorrio. Em seguida, em outra
sala, Pedro relatou a Maria ter estudado a paranormalidade e sentia espíritos
no interior da casa. Alguma coisa sobrenatural naquele ambiente. E Maria
compreendeu sabendo que o homem estava falando com coisas com que Joana, a sua
filha, se comunicava. Ele disse ser algo de coisa ruim e que a família corra
algum tipo de risco. Alguns dias depois, de manhã cedo Maria se assustou com o
pandemônio que estava na sala. E ao indagar com a menino mais nove, ele disse
ter sido um garoto de cabelos loiros.
Anita
--- Virgem. Mais uma alma? - - inquieta
Médium
--- E o menino disse que o garoto espalhou tudo e que não
gosta de brincar com ele. Dias depois, a filha mais nova, Mabel, pela madrugada
chegou e acordou a sua mãe alegando ter um garoto sem seu quarto. Um garoto
loiro e ela não queria a sua presença. Maria procurou o garoto e apesar de ter
informado, a mulher nada notou. Com o passar das semanas Maria e Pedro ficaram
mais íntimos com o homem chegando a ficar uma figura paterna para os filhos da
mulher ainda nova. Em uma ocasião, manhã bem cedo, quando todos tomavam o
desjejum à mesa, uma figura estranha de um menino surgiu na janela da casa e
sumiu de repente. A família se apresou em ver quem era e nada encontro de fato.
- -
Anita
--- Ai meu Deus! Mais um fantasma? - - indagou com temor
Médium
--- Na verdade, Pedro acreditava ser um ser espiritual e
buscou um Tabuleiro de Ouija com letras, números e outros símbolos para
comunicação com seres do outro mundo. Um idioma perfeito para se comunicar com
os espíritos dos mortos tentando encontrar alguma mensagem enviada. O homem
colocou as mãos no Tabuleiro e indagou quem estava naquela casa. A resposta de
imediato apareceu na Tabua. Com o nome de Francisco esse espirito queria apenas
a Joana, a mocinha doente. Pedro continuou a indagar o que ele – o espírito – queria
com a Joana, e não houve resposta a indagação.
Anita
--- Ainda bem! E o que o homem fez depois? - - indagou
assustada
Médium
--- Então, o rapaz continuou a indagar se havia mais alguém.
E então veio a resposta de um nome diferente dizendo ser se chamar Antero. Esse
espírito reclamou a posse de sua filha que havia sido abortada quando ainda
estava por nascer. Então, naquela hora a criança já havia nascido e era a filha
Joana de Maria. Por conseguinte Pedro ficou bastante nervoso. Uma batida em
baixo do chão fez a mesa estremecer por completo e nada podia explicar aquele
terremoto infernal. Copos com água balançaram como algo sobrenatural com uma
ação impossível para amedrontar a Pedro e Maria. Era algo alarmante até que o
homem tocou fogo no Tabuleiro de Ouija acabando com a ação nefasta desse ser
imperioso.
Anita
--- Ainda bem! E depois? Que houve? - - perguntou atemorizada
Médium
--- Depois? Depois? Nada. Alguns dias depois surgiram pegadas
pelo corredor. As marcas eram de um tamanho desigual as mãos dos filhos de
Maria e não havia uma explicação racional para o que avistara. Maria e Pedro
acreditava que a entidade que havia falado com eles ainda estava na casa. Assim
Pedro buscou uma ajuda de uma investigadora local que era uma mulher capaz de
decifrar os destinos da paranormalidade. O casal foi orientado a jogar faria ou
talco para ter certeza de quem a pisaram ao passar naquele local. E ele fizeram
assim. Mas, na manhã seguinte estava escrito o nome de Neuma! –
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