- TEMPO -
- 02 -
ANTES
Tão logo os demais acolheram o
professor Prada iniciaram o diálogo sobre o caso da menina Samanta como tudo
ocorreu. Ela morava em um sitio longe de qualquer cidade, juntamente com seus
pais. Ocorreu certa feita o desaparecimento de Samanta sem se saber a causa. O
seu pai a procurou em vão sem poder encontra-la sequer. A terra onde vivia Samanta
era vasta. Muito vasta. Do tamanho a não se saber ao certo. Mesmo assim, Manoel
Leporace e a sua mulher, Maria de Jesus com o apoio dos vaqueiros da fazenda se
mobilizaram a procura da pequena por todo canto possível. Mesmo assim, nada foi
conseguido. Eram passados oito dias e Manoel já não tinha mais esperança pondo
a culpa em alguém de outras terras.
Manoel:
--- Diabo de outras terras! Ah se
eu te pego! – ruminava o pai de Samanta com alma azeda.
E assim foi se sucedendo o
arquivo. Após uma semana, a menina surgiu como por encanto. O seu pai estava a
trabalhar em uma máquina de moer farinha quando, de repente, tomou um
verdadeiro susto. Era a sua filha postada à sua frente. Ele viu a menina e não
pode dizer coisa alguma naquele instante. Passado o susto, o homem indagou:
Manoel:
--- Você aqui? – indagou
assustado
A menina respondeu em um dialeto
estranho. Algo que para o homem se tornou difícil entender ao pé da letra. A
sua voz era delicada, porém não compreensível. Desatento, o pai chamou a sua esposa
para ver quem chegara de inesperado. A mulher, com uma toalha a enxugar as
mãos, veio depressa para ver o acontecido. E, de imediato se abraçou com a sua
filha começando a chorar por tamanho afeto. A menina sorriu e pelo que disse,
apenas agradeceu aos seus pais em língua estranha. Nada do que a menina ditava
era então entendida. Porém, ao parecer, ela entendia tudo o que se falava como
resposta.
Após vastas horas, o homem,
Manoel Leporace, um tanto confuso, mergulhou em seu pensar da menina ter sofrido
algum trauma, pois a linguagem não oferecia nenhuma compreensão. Passaram-se os
dias, e o seu pai procurou uma mulher benzedeira para curar a menina de tal
moléstia afetar o se modo de falar. A benzedeira nada pode fazer de fato.
Apenas disse ser o demônio que se incorporou na menina.
Benzedeira:
--- É o demônio que tomou conta
na sua filha! O demônio! O demônio! – falou com bastante temor
A menina sorria do que a mulher
falava. Sorria as pencas. E falava em línguas estranhas. A curandeira dizia:
Benzedeira:
--- Sai daí demônio! Sai dai
molestado! Deixa a menina em paz! – falava com temor a benzer a menina com
ramos de mato verde.
E o mato secava num instante para
o temor a velha mulher. O ramo murchava até o talo para o espanto a anciã. E
dessa forma, vendo tudo a se perder, o homem começava a percorrer por diversos
caminhos do sertão sempre à procura de alguém que lhe pudesse ajudar. E a
menina, ao seu lado, nada podia fazer, a não ser sorrir com o espanto de homem,
seu pai. Certa vez, Manoel Leporace se topou com um homem fazendeiro a
percorrer o sertão bruto. O homem, José Sarango, perguntou de propósito o que
está preocupando tanto o agricultor:
Manoel:
--- Minha filha! Não fala nada
com coisa! Veja só! – e puxou a filha pelo vestido
A menina foi para perto do seu
pai e, a sorrir contente, olhava atenta o homem José Sarango. Esse homem passou
a mão na barbicha, cuspiu de lado, e respondeu:
Sarango:
--- Quer saber de uma coisa? Sua
filha tem “encosto”. – respondeu com fé.
Manoel
--- Encosto? Que diabo é isso? –
perguntou arvorado
Sarango:
--- É isso mesmo. Só levando a um
Centro Espírita. Lá eles tiram o “encosto”. – cuspiu outra vez.
E o homem, Manoel Leporace, se
ajuntou de mala e cuia, com sua mulher e a inocente filha, a procura do Centro
que o homem, Sarango, recomendou. Ele chegou a capital e foi se hospedar na
casa de um parente onde dali então teve de buscar o Centro onde podia consultar
a menina de seus temores de horror perdidos. Foi mesmo uma longa viagem de
Manoel Leporace. Na casa onde ele e a família se encontravam houve discussão
dos que apoiavam o encontro e dos que duvidavam tecendo enigmáticos
comentários:
Primo:
--- Ela está doida mesmo! De cabo
a rabo! – sustentava o que era do contra.
Mas a irmã do moço tinha outra
concepção:
Irmã
--- É bem melhor no Centro. Ouvi
dizer que tem cura das doenças. – comentou preocupada.
O Tio
--- Vamos ao Centro. Hoje mesmo!
– declarou meio cético.
Tia
--- É bem melhor! – destacou a
mulher.
E a turma seguiu naquele início
de tarde para o Centro Espirita na busca de uma solução para o cruciante
problema da pequena Samanta na esperança de haver um cuidado especial pelos
espíritas, homens cientes do poder crucial da vida e da morte. Samanta, em
torno do caminho, apenas sorria como se estivesse entendo tudo e não servisse
para coisa alguma. O tio ficou preocupado e olhou em volta para saber se alguém
estava fazendo cócegas na pequena. Nada enfim ele observou para o sorriso de
Samanta. O pai da menina apena alegou.
Manoel:
--- É sempre assim. Parece até
que é marmota. – relatou quase abusado.
E a virgem chegou ao Centro
Espírita para ser examinada por um “espírito” de um “médico” que viveu há anos
passados em Natal. O espirito fez várias perguntas e ela apenas respondia em
uma língua estranha. Como não se entendia de coisa alguma, findou por dar
passes na virgem a diagnosticar aquilo ser um espírito de “longe” a buscar a
proteção de alguém no presente. Isso nada teve de definição real. Foi, então,
que se buscou a Universidade, após essas aventuras sem meios de se encontrar um
fim. O professor Nicodemos, por acaso, tomou ciência do ocorrido e buscou falar
com a inocente menina e nada pode decifrar do que ela dizia de verdade. A
Universidade cuidou do caso em meio a certa inquietação a procura de
decodificar aquela língua estranha falada pela inocente. Após várias reuniões
se chegou ao termo de convidar o professor Prada, mestre em línguas preocupantes.
Foi isso o que se deu.
E o professor Prada sem muito o
que definir, apenas marcou uma conversa com os pais da menina e em seguida
buscou a própria inocente para conversar com Samanta, após dois dias na casa de
Nicodemos. A imprensa toda veio em busca de informação com o Professor Prada
querendo saber se a menina era louca de fato. Mas o professor nada podia
responder antes de qualquer conversa com a bela inocente. E disse:
Prada:
--- A inocente pode ter estado
com alguém do espaço e daí o seu falar ser uma cópia do que ela ouvira discorrer.
– declarou
Isso foi o suficiente para os
repórteres investigar mais a fundo tudo o que se podia articular naquela
conversa a ser mantida com a inocente menina. Foi uma questão inusitada com um
batalhão de repórter a indagar se a menina foi mesmo ao espaço e por quanto
tempo ela ficou fora da Terra além se se perguntar certas questões indesejáveis
de se ditar.
Repórter:
--- E ela teve mesmo um caso com
o extraterrestre? – indagou assombrado.
Prada:
--- Não me faça uma pergunta
dessas. A menina é uma criança de 10 anos de idade. Como eu posso articular uma
coisa dessas. Creio que o senhor é um repórter e sabe muito bem o que se deve
articular em um caso assim! Ora bolas! – ponderou enraivecido
E outras questões surgiram sem
uma aparente razão de se poder arrazoar de verdade. As manchetes da imprensa
foram as mais acaloradas e tendenciosas possíveis: “O Professor Pardal não sabe
de nada”, aguentava um jornal da cidade. Outros era mais “educados”. Professor
Prada não pode declarar nada antes de ouvir a inocente Samanta”. Imprensas do
sul do País também estavam cobrindo o assunto e algumas notícias ainda eram de
pouca atenção para o caso de menina Samanta Leporace.
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