- NEBULOSA AZUL -
- 01 -
A MORTE
O Airbus, o maior avião comercial
do mundo, chegou ao aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte, a uma hora da
tarde. Entre dezenas de passageiros, estava Vicente de Almeida Prada conhecido
por professor Prada, mestre em culturas sobrenaturais. Após resolver todos os
seus problemas de bagagem no aeroporto, o professor Prada se encontrou com o
seu amigo de Natal, o professor Nicodemos. Esse foi esperar o professor Prada
no aeroporto internacional. E ambos seguiram direto para a Universidade onde manteriam
contatos com os demais professores envolvidos no assunto da causa morte de uma
menina de dez anos ocorrido dias passados. Pelo seguimento alusivo em jornais,
tudo levava a crer ter a inocente a morte misteriosa em sua própria casa e logo
após desaparecido sem deixar vestígio. Com o tempo a menina reapareceu tão
enigmática com a fala em idioma desconhecido para os seus pais. O professor
Prada já esteve envolvido com casos de desaparição onde as pessoas após certo
tempo retornavam ao seu convívio a discorrer em línguas estranhas de casos
sobrenaturais. Esse era o caso da menina Samanta Leporace de Assis filha de um
casal de descendentes italianos. A garota Samanta falava línguas não
reconhecidas e mesmo estando em Centros Espiritas, nesses locais nada se pode
decifrar. Esse era o tom da conversa entre ambos os professores antes mesmo de
chegarem a Universidade. O professor Nicodemos era um autodidata em casos de
línguas estranhas. Mesmo assim, ele de nada compreendeu quando foi chamado por
um médium para decifrar o dito pela inocente Samanta. E assim, Nicodemos resolveu partir para um
professor de maior nível. Foi como se chamou o professor Prada, nesse tempo,
ocupado em decifrações de línguas estranhas ditas por gente presumivelmente
estranha.
Nicodemos:
--- Esse é o caso. – explicou
Prada:
--- O senhor tem algo dito pela
menina? – indagou.
Nicodemos:
--- Confesso que não. São
palavras soltas. – informou
Prada:
--- Como assim? – perguntou
cismado
Nicodemos:
--- Bem. A menina não chama coisa
que se entenda. Depois de alguma ocasião eu consegui decifrar algo semelhante
que podia se assemelhar com a palavra dita. Ela falava tudo em desconexo. E
também chamava com uma forma desigual o que poderia ser qualquer assunto. –
tentou explicar.
O professor Prada não entendeu
muito bem.
Prada:
--- Não entendo sem que se diga
uma só palavras. – relatou com paciência
Nicodemos:
--- Bem. Algo como “Yao”. Eu não
entendi ao certo. – relatou com cisma.
Prada:
--- Algo mais? – perguntou
curioso
Nicodemos:
--- Muito pouco. – relatou.
Prada:
--- Tal termo não ajuda muito. É
vago, por sinal. Yao? Parece um texto índio! – declarou com legítima calma.
Nicodemos:
--- Não cheguei a pensar assim.
Sumérios, talvez. – enfocou com polidez
Prada:
--- Não. Não. Nada de sumérios.
Talvez africano. Yao é um termo usado pelo povo africano. Uma cidade de
Moçambique, região de Tete. – disse mais.
Nicodemos:
--- Verdade! África. Moçambique.
– confessou sem duvidar.
Prada:
--- O termo é “Yao” do ioruba. A
garota deve ter talvez se confundido. Em lugar de ela teria expressado “Tan”
que significa Céu. Na verdade se expressa também “divindade”. – explicou o
professor.
Nicodemos:
--- Eu creio que sim. – fomentou
o segundo professor.
Prada:
--- Nas religiões africanas tem
cheiro da morte. Algo de sinistro. Fantasmas em qualquer lugar. Locais onde se
guarda as mais extraordinárias historias terrificantes. – explicou sem assombro
Nicodemos
--- É um país misterioso. –
confidenciou o amigo
Prada
--- Todos os países do mundo têm
seus mistérios. Índia, Japão, Egito. E mesmo o Brasil. Onde há religião, tem
mistérios. – articulou
Nicodemos
--- Confesso que sim. Todos os
países têm mistérios. Estados Unidos, Inglaterra e até mesmo França. Todos os
países. Certamente. – completou do seu jeito.
Prada:
--- No Brasil houve casos
inquietantes. Um deles envolveu dois camponeses. Quem passava por certo local
no Paraná, sempre encontrava dois amigos a conversar. E esses amigos eram já
mortos há bastante tempo. Um matou o outro. E quando morreram, se tornaram
amigos novamente. – disse o professor
Nicodemos:
--- Céus! Amigos? – se espantou
com a história.
Prada:
--- Amigos para sempre! – sorriu
Nicodemos:
--- Eu ouvi falar de um casal.
Esse casal e seus três filhos foram morar em uma casa abandonada há certo tempo
depois do assassinato dos seus ocupantes. Mas o casal não se importou com o
caso. O fenômeno. Porém, no decorrer dos dias um vaso saiu do seu canto, bateu
na parede e se espatifou no chão. Um velho ficava a sentar em uma cadeira
antiga e conversava com a menina. Essa não se importava que o ancião fosse de
outro mundo. Um dia, a menina levitou no quarto. Isso foi o suficiente. A
família deixou a residência e de imediato fugiu. Incrível!! – relatou
preocupado.
Prada:
--- No Brasil? – quis saber.
Nicodemos:
--- Sim. Sim. No Brasil. Para os
lados do Rio Grande do Sul. – disse mais.
Prada:
--- É o terror. Mãos
ensanguentadas aparecem do nada! Casos assustadores! Horrível! Uma entidade
invisível empurrou escada abaixo uma mulher. Isso no Rio de Janeiro! Gente que
se abrigava naquele local saiu para sempre por causa dos maus espíritos. –
revelou.
Nicodemos
--- Casos de assombrações!
Terríveis! Os mortos voltam para assombrar quem está vivo. –
Prada:
--- A assombrações podem emergir
do fundo da terra para assustar os vivos como verdadeiros demônios. São Poltergeist.
Adoradores do diabo. – lembrou
Nicodemos:
--- Casos incríveis! – relatou.
Prada
--- Incríveis mesmo. –
Os dois amigos chegaram após
quase uma hora a Universidade onde começaram a discutir com os demais membros
sobre o caso da menina.
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