quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

MISTÉRIO - 14 -

- SUPERNOVAS -
- 14 -
SUPERNOVAS


A reunião daquela manhã começou dentro do horário previsto. Estavam presentes, além dos professores de sempre, a orientadora, professora Kytzia e além do mais o próprio Reitor da Universidade, Magnífico professor Geraldo Holanda, homem barrigudo e de cara enrustida. O seu hábito estranho era o de escarra de quando em quando. Para tanto, providenciou-se uma escarradeira posta ao seu lado. Além desses senhores, estava presente à banca o estudante Paulo Rocha, presidente do Diretório como ficou acertado na reunião do dia anterior. Outros alunos ocupavam as cadeiras do auditório onde estava os demais mestres e fotógrafos com a presença de repórteres convidados. De início, o professor Prada, após cumprimentar o Magnifico Reitor, e os presentes à mesa deu início ao formulário das questões.
Prada:
--- Senhores! Não há embuste em nosso formulário de questões. A menina Samanta pode responder o que mais lhe interessar. Portanto, vamos aos quesitos. Foram escolhidos pelos mestres da Bancada os temas a seguir. E por isso iremos dialogar sem adiantar os quesitos. Primeiro: queremos indagar a aluna o seguinte – supernovas. O que que a menina pode afirmar como supernovas? – indagou.
A plateia ficou tensa diante de tal questão. Houve um murmúrio entre os alunados. E a menina se dispôs a responder. Após cumprimentar ao Reitor e aos presentes, Samanta foi à questão:
Samanta:
--- Acontece que as supernovas são classificadas como velas padrão. As supernovas do tipo 1 A são todas iguais em todo o Universo. A ciência sabe calibrar e é assim que os astrônomos calculam as suas distâncias até o próprio limite do Universo. Eu falo em Universo resguardado assim o Multiverso que é outra dimensão.  Voltando: examinando esse Universo, os cientistas quase conseguem ver o começo dos tempos, 300 mil anos depois. Até as nossas constelações mais conhecidas tem muito a ensinar sobre o Cosmos. Órion, o Caçador, tem 73 estrelas visíveis. A Alnitak, a Alnilam e Mintaka são as três estrelas no Cinturão de Órion. - respondeu
Prada:
--- Nos tempos modernos, ao caçar Órion, os astrônomos acharam uma variedade de objetos impressionantes. Quando eles viram Órion, eles viram também a vida e a morte das estrelas. Logo abaixo do cinturão há um pequeno berçário de estrelas bebês e dá para ver a olho nu. – explicou
Samanta
--- Órion também guarda um par de joias estrelares. No ângulo superior esquerdo de Órion existe a gigante vermelha Betelgeuse. E, em baixo, no que se pode chamar de perna, nota-se uma super-gigante[aa1]  azul Riger. A Betelgeuse, como super gigante vermelha, é uma estrela em seus últimos suspiros. Uma super gigante vermelha é uma estrela bem mais fria que nosso Sol – apontou para cima -. Mas é muito maior. – sorriu -.
Prada:
--- A Betelgeuse tem 14 vezes a massa do nosso Sol. Quando seu combustível nuclear acabar, ela vai se tornar instável e implodir em uma supernova colossal. E pode acontecer a qualquer momento.
Samanta
--- E quando explodir vai iluminar todo o céu noturno, sendo visível até durante o dia. Talvez já tenha explodido. Está há 427 anos luz da Terra. Mas não deu tempo da luz chegar até nós. A supernova vai atrair mais atenção para o Céu que nos encantam há milhares de anos.  Os antigos egípcios consultavam o céu para saber quando plantar e quando colher. Cada estrela possuía um significado sagrado. Chamavam Sírios na constelação Cão Maior de estrelas de Ísis. – e sorriu para a sua mestra que se chama Isis Kytzia -. O aparecimento de Sírios antes do alvorecer durante o solstício de verão indicava a cheia anual do rio Nilo. – explicou
Prada:
--- Outras constelações, como Órion, podem ter tido um significado arquitetônico. Os egiptólogos já fizeram, muitas vezes a pergunta: por que os egípcios construíram três grandes pirâmides ligeiramente desalinhadas? As três Pirâmides parecem estar alinhadas com as três estrelas da constelação de Órion. – explicou.
Samanta:
--- O que significa esse alinhamento? Foi coincidência os as Pirâmides foram intencionalmente projetadas dessa forma? As Pirâmides de Gisé nos seduz com mistérios arqueológicos e fascinam a história. Tais Pirâmides tem suas importâncias astronômicas. Mas, os antigos egípcios não viam o Caçador, em Órion, como nós. Eles viam Osíris, o deus do renascimento. As passagens de ar no interior das Grandes Pirâmides foram especificamente projetadas para lançar aos Céus as almas dos Faraós. Nessas Pirâmides, temos dois tipos de passagem de ar. Uma aponta para o Norte e outra aponta para o Sul. A do Sul, aponta para Órion. Ou seja: a alma do Faraó seria lançada por essa passagem para ficar ligada a Osíris – Órion – e ressuscitar, gozando da vida eterna. – aclarou.
Prada:
--- Mas, outros são pouco mais céticos. Para fazer isso combinar direitinho será preciso virar de cabeça para baixo ou na Terra ou no Céu. Se os egípcios deram importância ao norte e ao sul, na Pirâmide, não faz nenhum sentido dizer que eles alinharam as estrelas direito e na hora de mapear o sol viraram tudo de cabeça para baixo. – explanou
Samanta:
--- A passagem norte aponta para uma estrela específica. Aponta para a estrela polar. Essa estrela polar era Tuba ou Thuban que está localizada na constelação do Dragão. O Dragão tem 79 estrelas visíveis. Thuban foi substituída pela estrela polar da nossa geração – Polaris -. Ela ilumina o ártico, governando o nosso Céu como um farol sobre o polo norte. Localizada na constelação Ursa Menor, ela duas mil e quinhentas vezes mais brilhante que o Sol, empalidecendo as companheiras Polaris Ab e B. Embora governe os Céus como nossa estrela Polar, desde que temos lembrança, seu reinado não será eterno. – elucidou.
Prada:
--- Algum em questão senhor presidente? – se voltou para o presidente do Diretório Estudantil
Paulo Rocha foi pego de surpresa e mante-se de boca aberta assim por alguns segundos. Mesmo consciente, ele prosseguiu com o tema:
Paulo:
--- Tenho algo a indagar.  Enquanto está orbitando em volta do Sol, a Terra inclina-se prá lá e prá cá. Essa oscilação é chamada de precessão. Se a Terra fosse uma esfera perfeita não haveria precessão. Mas as forças gravitacionais da Lua e do Sol fazem pressão sobre o Equador saliente perturbando a rotação da Terra. O que tem a dizer sobre isso? – indagou.
Samanta:
--- A Terra é como um giroscópio. Se alguém girar esse giroscópio depressa e depois movimentar o eixo. Ele aponta na mesma direção – o um auxiliar buscou um giroscópio para entregar a menina -. E como a Terra que aponta em direção a Polaris. Então, quando a Terra dá a volta no Sol, ela sempre aponta na mesma direção. No entanto a precessão é causada pela interferência gravitacional e a Terra começa a oscilar. Enquanto oscila o eixo de Terra descreve um círculo Céu.  Demora 26 mil anos para completar um círculo. – explanou.
Paulo:
--- O polo norte celestial vai se afastando cada vez mais da posição de Polaris. Daqui há 14 mil anos, na metade do círculo, mais ou menos, ele vai estar muito perto da estrela Veja. E como Veja é muito mais brilhante do que as outras estrelas nessa área do Céu, ela será uma estrela muito significativa, no polo norte. O que me diz a respeito? – perguntou
Samanta:
--- Em 26 mil anos, o eixo da Terra centrado no polo norte fará um círculo completo e voltará a apontar para onde está hoje. E Polaris vai destronar Vega e retomar o título de nossa estrela do norte. Quanto mais perto de um dos polos da Terra, mais a estrela se mantêm fixa nos Céus. Os astrônomos chamam essas estrelas de Circos Polaris, ou seja, visíveis o ano todo. - esclareceu
Paulo:
--- As estrelas variam em tamanho, densidade e também em brilho. O que acha disso? – indagou
Samanta:
--- Uma estrela variável é como uma chaleira. A chaleira no fogo, a água de expande a tampa sobe, libera o excesso de energia e desce. Quase do mesmo jeito, a atmosfera das estrelas variáveis se expande e se encolhe. Com o tempo isso dá a aparência mais brilhante e mais pálida. Isso pode acontecer em horas, dias ou até meses. – explanou.
Houve fortes assobios de alegrias por parte dos estudantes com as explicações dada pela menina em um tempo recorde em um tempo desesperador. A classe estudantil e nem mesmo o Reitor esperava ouvir tão brilhante explanação por parte da garota Samanta, dez anos de idade, estudante do primeiro grau de uma escola municipal a falar uma língua estranha naquela hora da manhã.
Reitor:
--- Bravo! Bravo! Bravo! – dizia exaltado o Reitor da Universidade muito alegre e a sorrir.  



Nenhum comentário:

Postar um comentário