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SUPERNOVAS
A reunião daquela manhã começou
dentro do horário previsto. Estavam presentes, além dos professores de sempre,
a orientadora, professora Kytzia e além do mais o próprio Reitor da
Universidade, Magnífico professor Geraldo Holanda, homem barrigudo e de cara
enrustida. O seu hábito estranho era o de escarra de quando em quando. Para
tanto, providenciou-se uma escarradeira posta ao seu lado. Além desses senhores,
estava presente à banca o estudante Paulo Rocha, presidente do Diretório como
ficou acertado na reunião do dia anterior. Outros alunos ocupavam as cadeiras
do auditório onde estava os demais mestres e fotógrafos com a presença de
repórteres convidados. De início, o professor Prada, após cumprimentar o
Magnifico Reitor, e os presentes à mesa deu início ao formulário das questões.
Prada:
--- Senhores! Não há embuste em
nosso formulário de questões. A menina Samanta pode responder o que mais lhe
interessar. Portanto, vamos aos quesitos. Foram escolhidos pelos mestres da
Bancada os temas a seguir. E por isso iremos dialogar sem adiantar os quesitos.
Primeiro: queremos indagar a aluna o seguinte – supernovas. O que que a menina
pode afirmar como supernovas? – indagou.
A plateia ficou tensa diante de
tal questão. Houve um murmúrio entre os alunados. E a menina se dispôs a
responder. Após cumprimentar ao Reitor e aos presentes, Samanta foi à questão:
Samanta:
--- Acontece que as supernovas
são classificadas como velas padrão. As supernovas do tipo 1 A são todas iguais
em todo o Universo. A ciência sabe calibrar e é assim que os astrônomos calculam
as suas distâncias até o próprio limite do Universo. Eu falo em Universo
resguardado assim o Multiverso que é outra dimensão. Voltando: examinando esse Universo, os
cientistas quase conseguem ver o começo dos tempos, 300 mil anos depois. Até as
nossas constelações mais conhecidas tem muito a ensinar sobre o Cosmos. Órion,
o Caçador, tem 73 estrelas visíveis. A Alnitak, a Alnilam e Mintaka são as três
estrelas no Cinturão de Órion. - respondeu
Prada:
--- Nos tempos modernos, ao caçar
Órion, os astrônomos acharam uma variedade de objetos impressionantes. Quando
eles viram Órion, eles viram também a vida e a morte das estrelas. Logo abaixo
do cinturão há um pequeno berçário de estrelas bebês e dá para ver a olho nu. –
explicou
Samanta
--- Órion também guarda um par de
joias estrelares. No ângulo superior esquerdo de Órion existe a gigante
vermelha Betelgeuse. E, em baixo, no que se pode chamar de perna, nota-se uma
super-gigante[aa1]
azul Riger. A Betelgeuse, como super gigante vermelha, é uma estrela em seus
últimos suspiros. Uma super gigante vermelha é uma estrela bem mais fria que
nosso Sol – apontou para cima -. Mas é muito maior. – sorriu -.
Prada:
--- A Betelgeuse tem 14 vezes a
massa do nosso Sol. Quando seu combustível nuclear acabar, ela vai se tornar
instável e implodir em uma supernova colossal. E pode acontecer a qualquer
momento.
Samanta
--- E quando explodir vai
iluminar todo o céu noturno, sendo visível até durante o dia. Talvez já tenha
explodido. Está há 427 anos luz da Terra. Mas não deu tempo da luz chegar até
nós. A supernova vai atrair mais atenção para o Céu que nos encantam há
milhares de anos. Os antigos egípcios
consultavam o céu para saber quando plantar e quando colher. Cada estrela
possuía um significado sagrado. Chamavam Sírios na constelação Cão Maior de
estrelas de Ísis. – e sorriu para a sua mestra que se chama Isis Kytzia -. O
aparecimento de Sírios antes do alvorecer durante o solstício de verão indicava
a cheia anual do rio Nilo. – explicou
Prada:
--- Outras constelações, como
Órion, podem ter tido um significado arquitetônico. Os egiptólogos já fizeram,
muitas vezes a pergunta: por que os egípcios construíram três grandes pirâmides
ligeiramente desalinhadas? As três Pirâmides parecem estar alinhadas com as
três estrelas da constelação de Órion. – explicou.
Samanta:
--- O que significa esse
alinhamento? Foi coincidência os as Pirâmides foram intencionalmente projetadas
dessa forma? As Pirâmides de Gisé nos seduz com mistérios arqueológicos e
fascinam a história. Tais Pirâmides tem suas importâncias astronômicas. Mas, os
antigos egípcios não viam o Caçador, em Órion, como nós. Eles viam Osíris, o
deus do renascimento. As passagens de ar no interior das Grandes Pirâmides
foram especificamente projetadas para lançar aos Céus as almas dos Faraós.
Nessas Pirâmides, temos dois tipos de passagem de ar. Uma aponta para o Norte e
outra aponta para o Sul. A do Sul, aponta para Órion. Ou seja: a alma do Faraó
seria lançada por essa passagem para ficar ligada a Osíris – Órion – e
ressuscitar, gozando da vida eterna. – aclarou.
Prada:
--- Mas, outros são pouco mais
céticos. Para fazer isso combinar direitinho será preciso virar de cabeça para
baixo ou na Terra ou no Céu. Se os egípcios deram importância ao norte e ao
sul, na Pirâmide, não faz nenhum sentido dizer que eles alinharam as estrelas
direito e na hora de mapear o sol viraram tudo de cabeça para baixo. – explanou
Samanta:
--- A passagem norte aponta para
uma estrela específica. Aponta para a estrela polar. Essa estrela polar era
Tuba ou Thuban que está localizada na constelação do Dragão. O Dragão tem 79
estrelas visíveis. Thuban foi substituída pela estrela polar da nossa geração –
Polaris -. Ela ilumina o ártico, governando o nosso Céu como um farol sobre o
polo norte. Localizada na constelação Ursa Menor, ela duas mil e quinhentas
vezes mais brilhante que o Sol, empalidecendo as companheiras Polaris Ab e B.
Embora governe os Céus como nossa estrela Polar, desde que temos lembrança, seu
reinado não será eterno. – elucidou.
Prada:
--- Algum em questão senhor
presidente? – se voltou para o presidente do Diretório Estudantil
Paulo Rocha foi pego de surpresa
e mante-se de boca aberta assim por alguns segundos. Mesmo consciente, ele
prosseguiu com o tema:
Paulo:
--- Tenho algo a indagar. Enquanto está orbitando em volta do Sol, a
Terra inclina-se prá lá e prá cá. Essa oscilação é chamada de precessão. Se a
Terra fosse uma esfera perfeita não haveria precessão. Mas as forças
gravitacionais da Lua e do Sol fazem pressão sobre o Equador saliente
perturbando a rotação da Terra. O que tem a dizer sobre isso? – indagou.
Samanta:
--- A Terra é como um giroscópio.
Se alguém girar esse giroscópio depressa e depois movimentar o eixo. Ele aponta
na mesma direção – o um auxiliar buscou um giroscópio para entregar a menina -.
E como a Terra que aponta em direção a Polaris. Então, quando a Terra dá a
volta no Sol, ela sempre aponta na mesma direção. No entanto a precessão é causada
pela interferência gravitacional e a Terra começa a oscilar. Enquanto oscila o
eixo de Terra descreve um círculo Céu. Demora
26 mil anos para completar um círculo. – explanou.
Paulo:
--- O polo norte celestial vai se
afastando cada vez mais da posição de Polaris. Daqui há 14 mil anos, na metade
do círculo, mais ou menos, ele vai estar muito perto da estrela Veja. E como
Veja é muito mais brilhante do que as outras estrelas nessa área do Céu, ela
será uma estrela muito significativa, no polo norte. O que me diz a respeito? –
perguntou
Samanta:
--- Em 26 mil anos, o eixo da
Terra centrado no polo norte fará um círculo completo e voltará a apontar para
onde está hoje. E Polaris vai destronar Vega e retomar o título de nossa
estrela do norte. Quanto mais perto de um dos polos da Terra, mais a estrela se
mantêm fixa nos Céus. Os astrônomos chamam essas estrelas de Circos Polaris, ou
seja, visíveis o ano todo. - esclareceu
Paulo:
--- As estrelas variam em
tamanho, densidade e também em brilho. O que acha disso? – indagou
Samanta:
--- Uma estrela variável é como
uma chaleira. A chaleira no fogo, a água de expande a tampa sobe, libera o
excesso de energia e desce. Quase do mesmo jeito, a atmosfera das estrelas
variáveis se expande e se encolhe. Com o tempo isso dá a aparência mais
brilhante e mais pálida. Isso pode acontecer em horas, dias ou até meses. –
explanou.
Houve fortes assobios de alegrias
por parte dos estudantes com as explicações dada pela menina em um tempo
recorde em um tempo desesperador. A classe estudantil e nem mesmo o Reitor
esperava ouvir tão brilhante explanação por parte da garota Samanta, dez anos
de idade, estudante do primeiro grau de uma escola municipal a falar uma língua
estranha naquela hora da manhã.
Reitor:
--- Bravo! Bravo! Bravo! – dizia
exaltado o Reitor da Universidade muito alegre e a sorrir.
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