segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 40 -

- RESTAURANTE -
- 40 -
- CONHECIMENTO -

Othon ficou sério por alguns instantes e logo após admirou a beleza estonteantes de Alice, para ele, semelhante a Norma, quando viva. Ele procurou um detalhe que a diferenciasse da sua ex-amada sem encontrar por certo. E fitou com maior precisão para enxergar os mínimos detalhes de encontro à face, sem nada observar de fato. Ali esteva uma deidade do Olimpo onde o ocaso divino faz da mulher um patamar do destino. Quanto menos esperava ouviu-lhe a sua suave voz, delicada e terna a falar.
Alice
--- Que buscas? - - com olhos intensos
Othon
--- Não é nada. Apenas não ser possível. Em canto algum eu encontraria feliz semelhança. - - relatou em busca.
Alice
--- Você está enfeitiçado pela perda de Norma. Juro! - - relatou com a máxima calma
Othon
---- Não. Não. Isso, não! Eu queria encontrar em sua feição que me mostrasse estar enganado. Juro. - -
Alice
--- Tem tantos cantos que você não conhece. - - sorriu por causa dos recantos que o homem não conhecia
Othon
--- Disso, eu sei. O que você prefere, como comida? Refeição? - -
Alice
--- O que vier, eu traço! - - gargalhou.
Othon
--- Não. Fora de brincadeira. O que você menos gosta, para digerir? - -
Alice
--- Não cabe a lembrança. Talvez aratu ou cágado. Esses eu não prefiro falar. - -
Othon
--- Mas tem cachorros, cobras. Aliás, hoje em dia não se alimentar de comidas gordurosas por causa do colesterol. Vem aí os alimentos de origem animal como carnes, leite integral, manteiga, queijo, chocolates. São alimentos prejudiciais a saúde. - - reportou
Alice
--- Assim, o Brasil vai à falência! Aqui, não se come ferro. Mas se leva chumbo. - - gargalhou
Othon
--- Isso sim. A questão do cachorro e gato. Isso é verdade. Mesmo assim os meninos matam passarinhos, os velhos matam tatu e tem a caça das arribaçãs. Uma nesga de carne. Não tem nada o que comer. Mas, sua caça é, de certa forma, permitida.
Alice
--- Sem falar nas tanajuras, vamos pedir lagostas? - - com seu rosto alegre.
Após matar a fome que os embaraçava, Alice e Othon não tinha mais nada a fazer, a não ser um teatro ou cinema, pois os locais favoritos para se passear, ficavam distantes da capital. As três horas da tarde,   o homem aceitou convite para poder ir até o AP de Alice pois, com certeza encontraria o que demais o divertia. Conversa fiada. Após o sexo, o homem adormeceu. Ele estava alcoolizado pelo que bebeu durante o almoço. Era vinho Rosê misturado com frutos do mar, ostras, lagostas e carnes brancas. Nunca o homem consumira por tanto tempo vinhos e comidas que nem a ocasião podia dizer “basta”. Ao voltar para o AP de Alice o homem cantava às mil maravilhas com músicas que nem mesmo se lembrava mais pelo tempo que deixara de ouvir, como “Fígaro”.  Foi o que ocorreu. Após longo sono ele teve um sonho que o despertou assombrado. Uma voz o chamara por causa de sua filha, Racilva. A menina corria perigo.
Othon
--- Racilva! - - acordou desesperado
Alice
--- Que foi? - - a mulher dormira um tempo e estava na cama, porém a cordada
Othon
--- Alguem falou. Foi você? - - perguntou com espanto
Alice
--- Eu não. O que houve? Racilva? É a sua filha? - - falou com olhos abertos como em sinal de perigo
Othon
--- Meus trajes, depressa! Celular! Meu celular! Onde eu coloquei? - - falou de modo vexado
Alice
--- Está em seu bolso! Como você acordou tão de repente? - - indagou preocupada
Othon
--- Uma voz! Uma voz! Vou ligar para casa! - - declarou desesperado.
Alice
--- Uma voz? Que voz? Nossa! Estou preocupada! - - disse a mulher sentindo-se responsável
E Othon pegou o celular e fez a ligação. Um tempo enorme. Depois de longo espaço, ninguém atendeu. Ele se preocupou ainda mais a ponto de ter um derrame cerebral. Para Othon, só havia um motivo: passar no hospital. Era isso tenebroso. Maria podia ter saído. Neta não sabia de nada em levar a criança para o pronto-socorro. E Othon ficou aflito. De repente falou para a mulher.
Othon
--- Vou ter que ir! - - disse isso com pressa
Alice
--- Eu vou com você. Espere um instante! - - disse alarmada
Othon
--- Meu carro! - - relatou
Alice
--- Vamos no meu. Você ainda está tonto! - -
Othon
--- Tonto? Eu? - - e cambaleou como um boneco de pano
Alice
--- Está vendo? - - indagou diante da tontice do homem
E os dois pegaram o carro de Alice e então saíram bem mais que depressa. Othon variava no tempo a indagar sobre o sucedido. Parecia então uma besta anormal. Não via nem o sinal de transito quando a moça teve que parar de repente.
Othon
--- Que foi isso? - - indagou sem sentido
Alice
--- Sua cabeça. - - disse a moça
De vez, o carro chegou ao local onde era o AP de Othon. Ele ficou deprimido sem saber onde estava. De imediato, saltou e foi mais que depressa para o elevador apenas rezando com todo tormento. Ao chegar na sua moradia abriu a porta e se deparou com a secretaria. E foi logo a indagar.
Othon
--- Onde estão os meninos? - - a olhar confuso para um canto e outro, tremendo de medo já adentrado na sala.
Neta
--- No quarto! Que houve? - - indagou a moça
Othon
--- No quarto? No quarto? Deixa eu ver! -  - disse o homem, apressado

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