- RESTAURANTE -
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- CONHECIMENTO -
Othon ficou sério por alguns instantes e logo após admirou a beleza
estonteantes de Alice, para ele, semelhante a Norma, quando viva. Ele procurou
um detalhe que a diferenciasse da sua ex-amada sem encontrar por certo. E fitou
com maior precisão para enxergar os mínimos detalhes de encontro à face, sem
nada observar de fato. Ali esteva uma deidade do Olimpo onde o ocaso divino faz
da mulher um patamar do destino. Quanto menos esperava ouviu-lhe a sua suave
voz, delicada e terna a falar.
Alice
--- Que buscas? - - com olhos intensos
Othon
--- Não é nada. Apenas não ser possível. Em canto algum eu encontraria
feliz semelhança. - - relatou em busca.
Alice
--- Você está enfeitiçado pela perda de Norma. Juro! - - relatou com a
máxima calma
Othon
---- Não. Não. Isso, não! Eu queria encontrar em sua feição que me
mostrasse estar enganado. Juro. - -
Alice
--- Tem tantos cantos que você não conhece. - - sorriu por causa dos
recantos que o homem não conhecia
Othon
--- Disso, eu sei. O que você prefere, como comida? Refeição? - -
Alice
--- O que vier, eu traço! - - gargalhou.
Othon
--- Não. Fora de brincadeira. O que você menos gosta, para digerir? - -
Alice
--- Não cabe a lembrança. Talvez aratu ou cágado. Esses eu não prefiro
falar. - -
Othon
--- Mas tem cachorros, cobras. Aliás, hoje em dia não se alimentar de
comidas gordurosas por causa do colesterol. Vem aí os alimentos de origem
animal como carnes, leite integral, manteiga, queijo, chocolates. São alimentos
prejudiciais a saúde. - - reportou
Alice
--- Assim, o Brasil vai à falência! Aqui, não se come ferro. Mas se
leva chumbo. - - gargalhou
Othon
--- Isso sim. A questão do cachorro e gato. Isso é verdade. Mesmo assim
os meninos matam passarinhos, os velhos matam tatu e tem a caça das arribaçãs.
Uma nesga de carne. Não tem nada o que comer. Mas, sua caça é, de certa forma,
permitida.
Alice
--- Sem falar nas tanajuras, vamos pedir lagostas? - - com seu rosto
alegre.
Após matar a fome que os embaraçava, Alice e Othon não tinha mais nada
a fazer, a não ser um teatro ou cinema, pois os locais favoritos para se passear,
ficavam distantes da capital. As três horas da tarde, o homem aceitou convite para poder ir até o AP de Alice pois, com
certeza encontraria o que demais o divertia. Conversa fiada. Após o sexo, o
homem adormeceu. Ele estava alcoolizado pelo que bebeu durante o almoço. Era vinho
Rosê misturado com frutos do mar, ostras, lagostas e carnes brancas. Nunca o
homem consumira por tanto tempo vinhos e comidas que nem a ocasião podia dizer
“basta”. Ao voltar para o AP de Alice o homem cantava às mil maravilhas com
músicas que nem mesmo se lembrava mais pelo tempo que deixara de ouvir, como
“Fígaro”. Foi o que ocorreu. Após longo
sono ele teve um sonho que o despertou assombrado. Uma voz o chamara por causa
de sua filha, Racilva. A menina corria perigo.
Othon
--- Racilva! - - acordou desesperado
Alice
--- Que foi? - - a mulher dormira um tempo e estava na cama, porém a
cordada
Othon
--- Alguem falou. Foi você? - - perguntou com espanto
Alice
--- Eu não. O que houve? Racilva? É a sua filha? - - falou com olhos abertos
como em sinal de perigo
Othon
--- Meus trajes, depressa! Celular! Meu celular! Onde eu coloquei? - -
falou de modo vexado
Alice
--- Está em seu bolso! Como você acordou tão de repente? - - indagou
preocupada
Othon
--- Uma voz! Uma voz! Vou ligar para casa! - - declarou desesperado.
Alice
--- Uma voz? Que voz? Nossa! Estou preocupada! - - disse a mulher
sentindo-se responsável
E Othon pegou o celular e fez a ligação. Um tempo enorme. Depois de
longo espaço, ninguém atendeu. Ele se preocupou ainda mais a ponto de ter um
derrame cerebral. Para Othon, só havia um motivo: passar no hospital. Era isso
tenebroso. Maria podia ter saído. Neta não sabia de nada em levar a criança
para o pronto-socorro. E Othon ficou aflito. De repente falou para a mulher.
Othon
--- Vou ter que ir! - - disse isso com pressa
Alice
--- Eu vou com você. Espere um instante! - - disse alarmada
Othon
--- Meu carro! - - relatou
Alice
--- Vamos no meu. Você ainda está tonto! - -
Othon
--- Tonto? Eu? - - e cambaleou como um boneco de pano
Alice
--- Está vendo? - - indagou diante da tontice do homem
E os dois pegaram o carro de Alice e então saíram bem mais que
depressa. Othon variava no tempo a indagar sobre o sucedido. Parecia então uma
besta anormal. Não via nem o sinal de transito quando a moça teve que parar de
repente.
Othon
--- Que foi isso? - - indagou sem sentido
Alice
--- Sua cabeça. - - disse a moça
De vez, o carro chegou ao local onde era o AP de Othon. Ele ficou
deprimido sem saber onde estava. De imediato, saltou e foi mais que depressa
para o elevador apenas rezando com todo tormento. Ao chegar na sua moradia
abriu a porta e se deparou com a secretaria. E foi logo a indagar.
Othon
--- Onde estão os meninos? - - a olhar confuso para um canto e outro,
tremendo de medo já adentrado na sala.
Neta
--- No quarto! Que houve? - - indagou a moça
Othon
--- No quarto? No quarto? Deixa eu ver! - - disse o homem, apressado
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